My Consigliére escrita por koala_die
Ruki entrou na livraria, cumprimentando as atendentes e indo até o fundo da loja, na parte dos mangas yaoi. Há pouco começara a ler alguns e gostara.
-Viewfinder?¹ - ouviu uma voz grave atrás de si.
O menor se virou, Uruha o olhava curioso.
-Nem sabia o nome desse. – Ruki sorriu, guardando o tankohon na prateleira onde estava.
-É bom. Já li. – Kouyou coçou a nuca. – Vai querer conversar aqui?
-Não, claro que não. Vamos ao café do outro lado da rua.
-Então por que marcou aqui? – Uruha suspirou.
-Eu vim comprar um manga, idiota. – Ruki riu, puxando uma edição de Haru wo Daiteita².
-Só porque quer me chantagear acha que pode me chamar de ‘idiota’ na boa, moleque?
-Acho. – o menor piscou, indo levar o manga para o caixa.
O comprou e em seguida saiu do lugar, acompanhado de Uruha.
Foram até o café e se sentaram numa mesa na parte externa, Ruki pôs a mochila no seu colo.
-E então, Uruha? Aliás, Uruha é seu ‘nome-de-guerra’? – Ruki soltou um risinho safado, dando um gole no suco de manga que pedira.
-Vai se foder e seja direto. O que quer?
Takanori riu divertido.
-Termine com o Reita. Simples assim.
-Para você pular em cima dele? Nem fodendo. – Uruha se debruçou na mesa, olhando o menor nos olhos.
-Ah, foda é a sua praia, nee? – Matsumoto se recostou na cadeira, sorrindo felino. – Termine com o Reita. Não vou pular em cima dele.
-Quem garante?
-Quem é você para querer garantia em algo? Dava por dinheiro e aposto que não cobrava adiantado. – Ruki também se apoiou na mesa, olhando Uruha nos olhos.
Uruha pulou da cadeira, puxando Ruki pelo colarinho, quase colando os lábios pela proximidade.
-Vai fazer o quê? Me bater? Se me bater, sua ficha de puta chega mais rápido pro Akira. – Ruki disse firme.
-Tá blefando. – Uruha disse em tom ameaçador.
-“Uruha, gato sensual, passivo/ativo, curto anal.” – riu, fazendo graça de propagandas de prostitutas que achou uma vez em Shinjuku.
Kouyou jogou Ruki de volta na cadeira, se sentando em seguida, bufando, vermelho de nervoso.
-Prefere ficar com o Reita e ele descobrir que você fazia ponto em Kanagawa chapado de LSD ou prefere terminar e ficarem amiguinhos e ele nunca saber que o primeiro namorado dele era um delinqüente? – Takanori passou a mão pelos cabelos, sorrindo.
-...- Uruha mordeu o lábio inferior.
Um silêncio mórbido pairou entre eles, enquanto Ruki tomava e se divertia com o canudo de seu suco de manga.
Uruha coçou os olhos, segurando o choro.
-É só terminar com ele?
-...-Ruki sorriu satisfeito. – Bom garoto.
Uruha se levantou da mesa, jogando uma nota de 500 ienes para pagar a conta de Ruki, indo embora. Não queria ficar mais um minuto ao lado daquele tampinha idiota.
-Okaa-san, vou sair. – Reita desceu as escadas. Com o cabelo espetado e a faixa no nariz, como era costume agora.
-Volte as nove, Aki, não quero que você chegue as quatro da manhã de novo e seu pai descubra. – piscou para o garoto. Reita gelou. “Saco, ela me viu chegar.”
-T-tá bom, kaa-san. – Akira deu um beijo no rosto de sua mãe e saiu.
Uruha ligara para ele, perguntando se podiam sair juntos. Disse que queria conversar. Reita aceitou de bom grado, embora achasse estranho.
Acendeu um cigarro, caminhando até o ponto de encontro, tranqüilo.
Era quatro e meia da tarde, daria para eles aproveitarem o dia ainda.
Akira se escorou num poste, no lugar onde se encontrariam, distraído, quando sentiu um tapa forte em sua mão, o fazendo largar o cilindro de tabaco.
-Fumar faz mal e você tem asma, quer morrer? – Uruha disse grave ao garoto.
-Você também fuma. – Reita cruzou os braços.
-Vou morrer mais cedo, não quero o mesmo destino para você. Se eu te pegar fumando de novo, te bato, ouviu? – o loiro permaneceu sério.
-O que deu em você?! – Akira se desencostou do poste, olhando para Uruha.
-Eu te bato, ouviu ou não?
Reita bufou.
-Ouvi.
-Agora me dá o maço.
-QUÊ?!
-O maço, não é pra fumar nas minhas costas também. – o conselheiro estendeu a mão.
O mais novo tirou o maço de cigarros de menta do bolso de trás da calça, pondo na mão de Uruha, nervoso.
-Me chamou pra me dar sermão, Senhor Uruha? – Akira bufou.
Uruha amassou o maço de cigarros que uma vez fora de Reita e jogou fora, voltando a olhar pro garoto.
-Queria conversar contigo, não pensei que fosse te encontrar fumando. – Uruha sorriu fraco, dando um leve beijo nos lábios do outro.
-Gomen. Eu nem sei porque comecei mesmo. – Akira abaixou a cabeça.
-Tudo bem. Só promete que não vai mais fazer isso.
-Okkei, prometo. – sorriu.
-Vamos, aluguei uns filmes para a gente assistir. – Uruha sorriu, puxando Reita pelo ombro, gentil.
-Você não disse que queria conversar? – o menor ergueu uma sobrancelha.
-Conversamos depois do filme. – riu.
-Ah, ta! – Reita riu também, se apegando ao mais velho.
Naquela noite, Uruha não realizou o trato.
Uruha não conversou com Reita.
Então, Ruki conversaria.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
¹: Viewfinder, manga de Yamane Ayano, um dos meus favoritos (um dia crio coragem e faço uma fic deles).
²: Haru wo Daiteita, manga de Yukka (Youka?) Nitta, um dos meus favoritos também! (um dia eu também escrevo sobre eles :3)