Coroa de prata escrita por Eleanor Blake


Capítulo 3
Dor




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E como sempre,a maldita melodia me envolve e enebria como se fosse algo a que me seguro,algo que não devo me esquecer.

Desperto em um espaço novo,um quarto terrivelmente decorado em tons de rosa,a cama,a escrivaninha,até o banheiro eram rosa.

Perfeito, meu inferno particular.Minha sentença:morrer sufocada por babados e cor de rosa até sufocar.

Ao olhar em volta senti as paredes se fechando ao meu redor,o ar ficando rarefeito e adocicado.Até o cheiro daquele quarto devia ser rosa;definitivamente meu inferno na terra.

Depois desta pequena crise de pânico,resolvi analisar onde eu estava.

Resultado:nenhum;eu não fazia idéia de onde estava e o que aconteceria comigo daqui pra frente.

Repentinamente me veio uma imagem da minha mãe no dia em que eu quis mudar a cor do meu quarto.

"–Mamãe,rosa é uma cor horrível! Você disse que me deixaria escolher desta vez.-digo eu aos nove anos.

—Disse que voce poderia escolher uma cor e não um projeto fúnebre,você tem nove anos Annice,uma bela cor é só o que te peço,e reafirmo:preto não-Ela respondeu firme  me fazendo chorar copiosamente na loja de tintas sentindo o queimar humilhante da repreensão.

Suspirando ela continuou:

—Filha,o preto não é uma cor alegre,voce ainda é uma criança,você pode escolher qualquer outra cor que não seja essa.-minha mãe parecia mal quando me negava algo que eu queria,era como se doesse me dizer não.

—Mas eu quero mamãe-pedi eu mais por derrota do que por vontade de conseguir.

—Filha,agora você não entende,mas vai perceber que tudo o que faço é para seu bem,te amo e não vou deixar quer nada te prejudique nem uma escolha vinda de você.Lembre-se querida,eu te amo mais do que tudo."

Aquela doce lembrança agora me açoitava.

Ver minha mãe segurando aquele homem para que eu tentasse fugir doeu tanto que parecia algo físico;não podia me mover,cada lufada de ar doía como ácido descendo por minha garganta,tudo rodava e eu chorava esperando morrer para que a dor parasse,qualquer coisa seria melhor que a dor,do que a impotencia e o medo que agora sentia.

—Ne me quite pas-me pedia uma voz que descobri ser a minha,estava rouca e quase a ponto de acabar,eu mesma me pedia me pedia para que não me abandonasse,para que não desistisse.

Horas depois depois eu não tinha mais forças,meu corpo doía em cada mísero centímetro,a morte agora seria acolhida por mim como a uma amiga.A dor  do medo me retalhava como se um cão estivesse me deixasse em pedaços.

Me decobri rezando para que parasse,aquele medo paralisante era pungente e me deixava sem ação.

Algumas horas e eu estava no mesmo estado catatonico.

Dormi naqele chão,tudo doía,e cada vez mais eu rezava para que minha mãe estivesse comigo quando eu acordasse.


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Notas finais do capítulo

gente,obrigado por acompanharem,em breve postarei mais dois capítulos.
Por favor,comentem para que eu possa saber como a fic está sendo vista,pois a opinião e a atenção de vocês é o que promove a qualidade desta fic,que admito é a que eu mais estou me empenhando.



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