A Agiota (tell Me) escrita por seethehalo


Capítulo 4
Drei


Notas iniciais do capítulo

Voltei.
Gente, parece que não tem quase ninguém lendo. Eu não mordo (:
Enjoy :D



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     - Tenho. Peraí que eu vou pegar.

     Bill adentrou a casa e voltou com papel e caneta. Anotou o telefone da moça, que foi embora enquanto ele ficou a olhando encostado na soleira da porta.

     - Se apaixonou de novo, mano? – disse Tom interrompendo-lhe o devaneio. – Isso tá piorando, hein, tá acontecendo cada vez mais rápido. Ou há quanto tempo você conhece essa gata?

     - Tom, vá procurar o que fazer enquanto eu estou de bom humor e não te mando ir tomar no cu. – respondeu Bill entrando em casa e fechando a porta.

     - Ui, ficou bravo. Mas ok, fico feliz por você, quem sabe com ela você não supere “aquilo” e perca o medo de...

     - CALA A PORRA DESSA BOCA, TOM! Quantos milhões de vezes eu já te pedi pra não mencionar esse maldito assunto?! E pro seu governo, eu acabei de conhecer a Katherine, não me pergunte por que diabos eu a trouxe aqui, não estou apaixonado nem aqui nem no Alasca e, pra variar, suma da minha frente!!

     - Tá, foi mal! Eu só tava brincando!...

     - Pois não teve um pingo de graça! Você sabe melhor do que ninguém que eu não suporto tocar nesse assunto!

     Bill jogou longe a almofada que tinha na mão e subiu as escadas pisando duro.

     “Ele ficou puto”, pensou Tom.

     Bill bateu a porta do quarto, colocou o papel com o número de telefone no criado-mudo e jogou-se na cama. Tentou dormir, em vão. Tom o fizera lembrar daquela maldita história que lhe tirava o sono.

     Tentou tirar aquilo da cabeça, e a única outra coisa que lhe ocorreu foi Katherine. Quem era ela? O que será que estava escondendo? Bill olhou para o papel que repousava sobre o criado-mudo e pensou em ligar para ela... quem sabe dali a dois dias ou três, para não pagar o grudento.

     Não foi preciso. No dia seguinte, foi ao banco para depositar umas economias. E qual não foi a sua surpresa ao ver, enquanto preenchia o envelope, uma figura muito familiar.

     - Katherine! – exclamou – Nos encontramos de novo!

     - Bill!... O que faz aqui?

     - Ham... Um depósito – disse ele sacudindo o envelope.

     - Então somos dois. Vamos... pra fila?

     - Ah, claro.

     Silêncio enquanto ambos esperam. De repente, Katherine pergunta:

     - Bill, você trabalha?

     - Trabalhar? Não, eu não...

     - E o seu irmão?

     - Tom? O Tom trabalha menos ainda!...

     - Então... Como vocês mantêm a casa? Quero dizer, é uma casa bem grande e bonita, e há contas para pagar, e comida e... você sabe.

     - Ele deu um risinho meio nervoso, coçou a cabeça e disse:

     - Hã... bom... nós estamos no último ano, e só moramos sozinhos desde o começo do ano. A gente não vive de mesada; nosso pai é músico, ele que banca pra gente.

     - Entendi. Desculpa a pergunta, tive uma curiosidade.

     - Capaz. Sua vez.

     - Hein?

     - É a sua vez. O caixa eletrônico está vago.

     - Ah. Sim. Obrigada.

     Logo outro caixa foi liberado e Bill fez sua operação. Os dois se despediram com “até logo” e foram cada um para um lado.

     Mas Bill continuou com ela na cabeça. Chegou em casa e foi tomar um banho. Pôs a cabeça debaixo do jato d’água e as palavras do irmão lhe vieram à cabeça.

     “Se apaixonou de novo, mano?”

     “Se apaixonou de novo, mano?”

     “Se apaixonou de novo, mano?”

     A pergunta de Tom ecoava em seus ouvidos. Bill balançou a cabeça para os lados freneticamente, como que expulsando o pensamento, e respingou água dos cabelos molhados em todo o Box.

     - Qual é – disse a si mesmo desligando o chuveiro -, isso não tem nada a ver.

     Ele pegou uma toalha, esfregou nos cabelos e depois enrolou-a nos quadris e saiu do banheiro. Deu uma secada nos cabelos com o secador. Desenrolou a toalha, secou-se, pegou uma boxer na gaveta e a vestiu. Depois puxou o lençol da cama e deitou-se olhando para o teto.

     Dali a uns poucos minutos já estava dormindo. Acordou só na manhã seguinte, ou melhor, quase tarde. O rádio-relógio marcava 11h50. Pegou o papel que estava do lado e analisou o número anotado. Ligou o celular e digitou o número. Por falta do que dizer, limitou-se a salvá-lo na agenda. De súbito, teve uma ideia e apertou o botão para chamar.

     - Pronto. – ela atendeu no segundo toque.

     - Katherine?

     - Sim.

     - Aqui é o Bill.

     - Ah... Olá, Bill. Como vai?

     - Bem, e você?

     - Estou ótima.

     - Katherine, eu queria te fazer uma pergunta... Ou melhor, um convite...

     - Pode dizer.

     Ele se ergueu e se sentou na cama.

     - Você... caham... – pigarreou – Você gostaria de jantar comigo hoje à noite?


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Notas finais do capítulo

Até sexta-feira!