A Agiota (tell Me) escrita por seethehalo
Notas iniciais do capítulo
Voltei.
Gente, parece que não tem quase ninguém lendo. Eu não mordo (:
Enjoy :D
- Tenho. Peraí que eu vou pegar.
Bill adentrou a casa e voltou com papel e caneta. Anotou o telefone da moça, que foi embora enquanto ele ficou a olhando encostado na soleira da porta.
- Se apaixonou de novo, mano? – disse Tom interrompendo-lhe o devaneio. – Isso tá piorando, hein, tá acontecendo cada vez mais rápido. Ou há quanto tempo você conhece essa gata?
- Tom, vá procurar o que fazer enquanto eu estou de bom humor e não te mando ir tomar no cu. – respondeu Bill entrando em casa e fechando a porta.
- Ui, ficou bravo. Mas ok, fico feliz por você, quem sabe com ela você não supere “aquilo” e perca o medo de...
- CALA A PORRA DESSA BOCA, TOM! Quantos milhões de vezes eu já te pedi pra não mencionar esse maldito assunto?! E pro seu governo, eu acabei de conhecer a Katherine, não me pergunte por que diabos eu a trouxe aqui, não estou apaixonado nem aqui nem no Alasca e, pra variar, suma da minha frente!!
- Tá, foi mal! Eu só tava brincando!...
- Pois não teve um pingo de graça! Você sabe melhor do que ninguém que eu não suporto tocar nesse assunto!
Bill jogou longe a almofada que tinha na mão e subiu as escadas pisando duro.
“Ele ficou puto”, pensou Tom.
Bill bateu a porta do quarto, colocou o papel com o número de telefone no criado-mudo e jogou-se na cama. Tentou dormir, em vão. Tom o fizera lembrar daquela maldita história que lhe tirava o sono.
Tentou tirar aquilo da cabeça, e a única outra coisa que lhe ocorreu foi Katherine. Quem era ela? O que será que estava escondendo? Bill olhou para o papel que repousava sobre o criado-mudo e pensou em ligar para ela... quem sabe dali a dois dias ou três, para não pagar o grudento.
Não foi preciso. No dia seguinte, foi ao banco para depositar umas economias. E qual não foi a sua surpresa ao ver, enquanto preenchia o envelope, uma figura muito familiar.
- Katherine! – exclamou – Nos encontramos de novo!
- Bill!... O que faz aqui?
- Ham... Um depósito – disse ele sacudindo o envelope.
- Então somos dois. Vamos... pra fila?
- Ah, claro.
Silêncio enquanto ambos esperam. De repente, Katherine pergunta:
- Bill, você trabalha?
- Trabalhar? Não, eu não...
- E o seu irmão?
- Tom? O Tom trabalha menos ainda!...
- Então... Como vocês mantêm a casa? Quero dizer, é uma casa bem grande e bonita, e há contas para pagar, e comida e... você sabe.
- Ele deu um risinho meio nervoso, coçou a cabeça e disse:
- Hã... bom... nós estamos no último ano, e só moramos sozinhos desde o começo do ano. A gente não vive de mesada; nosso pai é músico, ele que banca pra gente.
- Entendi. Desculpa a pergunta, tive uma curiosidade.
- Capaz. Sua vez.
- Hein?
- É a sua vez. O caixa eletrônico está vago.
- Ah. Sim. Obrigada.
Logo outro caixa foi liberado e Bill fez sua operação. Os dois se despediram com “até logo” e foram cada um para um lado.
Mas Bill continuou com ela na cabeça. Chegou em casa e foi tomar um banho. Pôs a cabeça debaixo do jato d’água e as palavras do irmão lhe vieram à cabeça.
“Se apaixonou de novo, mano?”
“Se apaixonou de novo, mano?”
“Se apaixonou de novo, mano?”
A pergunta de Tom ecoava em seus ouvidos. Bill balançou a cabeça para os lados freneticamente, como que expulsando o pensamento, e respingou água dos cabelos molhados em todo o Box.
- Qual é – disse a si mesmo desligando o chuveiro -, isso não tem nada a ver.
Ele pegou uma toalha, esfregou nos cabelos e depois enrolou-a nos quadris e saiu do banheiro. Deu uma secada nos cabelos com o secador. Desenrolou a toalha, secou-se, pegou uma boxer na gaveta e a vestiu. Depois puxou o lençol da cama e deitou-se olhando para o teto.
Dali a uns poucos minutos já estava dormindo. Acordou só na manhã seguinte, ou melhor, quase tarde. O rádio-relógio marcava 11h50. Pegou o papel que estava do lado e analisou o número anotado. Ligou o celular e digitou o número. Por falta do que dizer, limitou-se a salvá-lo na agenda. De súbito, teve uma ideia e apertou o botão para chamar.
- Pronto. – ela atendeu no segundo toque.
- Katherine?
- Sim.
- Aqui é o Bill.
- Ah... Olá, Bill. Como vai?
- Bem, e você?
- Estou ótima.
- Katherine, eu queria te fazer uma pergunta... Ou melhor, um convite...
- Pode dizer.
Ele se ergueu e se sentou na cama.
- Você... caham... – pigarreou – Você gostaria de jantar comigo hoje à noite?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Até sexta-feira!