Hunt Angels escrita por Blante


Capítulo 5
Capítulo 03 - Naomi


Notas iniciais do capítulo

PS. Escrevi metade desse cap ouvindo a Bad Girlfriend do theory of a down. Então qualquer coisa suspeita, não estranhem :X



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- Certo, então você espera aqui que eu vou…

- Porque eu tenho que esperar aqui? - Incrível como ela nunca o deixava terminar uma frase 

- Por que você quer ir?

- Porque eu não quero ficar aqui te esperando.

 Ryuki pensou um pouco, refazendo o plano.

- Certo, então me prometa que vai fazer exatamente o que eu falar e prometa também que não vai fazer besteira.

- Eu não vou fazer besteira, prometo. - Lilith levantou a palma da mão direita, para enfatizar a promessa.

- Acho que vou me arrepender disso… mas tudo bem… 

 Eles estavam parados na frente de um banco vigiando os humanos que entravam e saiam, era o jeito mais prático de conseguir dinheiro. 

- Eu vou segurar o cara e você pega a grana e sai correndo, entendeu?

- Que coisa mais patética, eu não quero sair correndo.

- Então o que você quer fazer, chata?

- Eu seguro o cara e você sai correndo igual um idiota.

 Ryuki mal conseguia segurar o riso

- Se você diz… 

 Um senhor de meia-idade, saiu pela porta da frente, parecia nervoso, olhava para os lados e checava a carteira no bolso de trás das calças a cada segundo. Ryuki decidiu que seria ele, e o seguiu acompanhando de uma Lilith saltitante. A caçada ao primeiro anjo a deixou extremamente animada. É bem verdade que Ryuki sentiu pena do pobrezinho mas acabou esquecendo o assunto, era só um anjo e era o dever deles caçá-los. Agora ele voltava para o seu plano inicial: encontrar uma velha amiga, que morava entre os humanos à algum tempo, e esperar seus anos de punição acabarem para poder voltar pra casa, ele tinha uma leve noção de onde ela poderia estar mas, para chegar lá precisava de dinheiro. 

 O Senhor De Meia Idade Sem Pelos Na Cabeça, como Lilith o batizara, chegou ao estacionamento do banco. Estava vazio, até mesmo o flanelinha parecia estar bem longe, ele caminhava em direção a um porsche preto quando foi abordado pelos dois demônios. 

 Lilith veio por trás e com um pulo se segurou no pescoço do Senhor Careca, forçando-o para trás, deu pra ouvir um estalo.

- Beleza tio, passa a gran… LILITH O QUE VOCÊ FEZ?

- Ops…

 O corpo do Senhor caiu no chão inerte, o pescoço forçado para trás em um angulo esquisito.

- VOCÊ QUEBROU O PESCOÇO DO CARA! QUEBROU! CARAMBA! Era pra segurar ele, não MATAR! O que você é? Uma droga de serial killer? Você é o Hulk? 

- Ahh… foi sem querer… - Ela tinha estampada no rosto a típica expressão de crianças quando sabem que fizeram algo errado e são pegas no flagra - eu não sabia que humanos eram tão fracos...

 Ryuki segurou o rosto em uma mão e soltou um suspiro exasperado.

- Tanto faz, na próxima eu faço isso sozinho. Da uma ajuda aqui e vê se não quebra ainda mais o cara.

 Então eles pegaram a carteira, o relógio e a aliança do Tio Careca Cheio Da Grana, como Ryuki o chamava agora, e o esconderam embaixo de um carro. Dinheiro fácil.

- Então, pra onde nós vamos agora? 

- Eu preciso encontrar uma amiga… 

- Precisa…?

- Preciso. O nome dela é Naomi, minha prima, nós crescemos juntos e já faz um tempo que ela veio pra cá…

- E você precisa encontrar ela porque… ?

- Saudades, eu acho

- Ah. - O desgosto era notável na voz.

- Você sabe o que significa: sentimentos?

- Que coisa idiota.

- WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW! Ryuki, ei Ryuki! Porque todos esses humanos andam com os olhos fechados, igual você?

- Ãhn? Eu não ando de olhos fechados!

 Estavam no Japão.

 Acabavam de sair do aeroporto e Ryuki procurava um taxi. Naomi tinha um cheiro forte, uma volta pela cidade e ele já saberia se ela realmente morava por ali. 

-… não? - Ela se aproximou do rosto dele e ficou na ponta dos pés, encarando-o - É mesmo! Dá pra ver a íris vermelha se olhar assim de perto… 

 Ele colocou a mão no topo da cabeça dela e a forçou para baixo, ate que ela desistisse de encará-lo.

- Que tipo de pessoa é a sua prima?

- Naomi? - Ele fazia sinal para um taxi - Ela não é muito forte, mas é uma ótima médica

- Ela tem olhos pequenos igual você?

Eles entraram no taxi, antes de responder a pergunta Ryuki deu instruções em japonês para o motorista.

- O que você tem contra os meus olhos? É eu acho que sim.

- Eles são pequenos… acho que você não deve enxergar direito…

Ryuki havia pedido ao taxista para dar voltas na cidade, passando por todas as clinicas e hospitais, ele e Lilith ficavam observando pela janela, ela não parava de tagarelar sobre humanos com olhos pequenos e ele tentava sentir o cheiro da amiga entre os cheiros da cidade.

 Quase três horas andando por Tokyo e parando em sinais e engarrafamentos, já estava cansando. O taxista era só sorrisos, que aumentavam cada vez que olhava para o marcador de km rodados.  

 E quando o taxi parou em um sinal vermelho próximo a um hospital Ryuki olhou, quase caindo no sono, para uma das janelas grandes de vidro fumê. Vidro fumê não funciona com criaturas de visão privilegiada, como demônios, então não fez diferença e ele pode ver através. E olhando pra lá, ele encontrou quem procurava. Ele sentiu o cheiro.

- PARA! - Ele berrou num sobressalto, fazendo Lilith e o motorista se assustarem e arregalarem os olhos -  Eeer… nós vamos descer aqui… - Completou meio sem jeito. 

- Já? - Disseram a garota e o velho taxista em uníssono. 

- Já sim. - Ele jogou a quantia de dinheiro que piscava no marcador, abriu a porta e puxou Lilith pelo braço - Vem, baixinha.

  Ryuki entrou no hospital apressado, arrastando uma Lilith embasbacada pelo braço, e foi direto para a balconista

- Oi, eu gostaria de falar com alguém que talvez trabalhe aqui, ela provavelmente é uma médica…

  A balconista ergueu uma sobrancelha

- Talvez trabalhe aqui? Provavelmente uma médica? 

  Foi só ai que Ryuki percebeu que tinha falado a maior merda. A balconista continuou:

- Como ela é?

- Am?

- A aparência dela, como é?

  É, ele tinha falado merda. Só tivera contato com a "prima-amiga Naomi" na sua verdadeira forma, não tinha idéia de como ela seria num corpo humano. Só sabia que provavelmente ela era asiática, porque ele também era, mas ali todos eram. Menos Lilith.

- Eer… 

     - Escuta aqui, se você planeja entrar escondido e não pagar a consulta da sua namoradinha estrangeira ai, é melhor ir tirando o cavalinho da chuva, ouviu bem? - Ele olhou para o lado, em diagonal pra baixo para ser mais exata, e notou a reação de Lilith com tudo aquilo: Ela olhava para todos os lugares com olhos brilhantes e sugava o ar com força, na verdade parecia farejar o ar, encarava as pessoas e soltava exclamações arrastadas de "Oh!" ou "Aaah!" quando passava algum pobre coitado numa maca, e vários médicos correndo atrás. Ela com certeza estava maravilhada com tudo aquilo, com esse "Universo desconhecido" que Tokyo era pra ela. Que a Terra era pra ela. Mas para quem já estava acostumado com isso, ela parecia claramente não bater bem da cabeça - Agora, vão pra fila!

Ryuki se jogou de qualquer jeito no sofá da sala de espera e ficou olhando meio que irritado para a cara de mongol da Shinigami, e depois de refletir um pouco agradeceu por ter um motivo pra entrar no hospital-hospício.

Então, depois de mais muito tempo de espera e tédio, e aturando uma piveta desnecessariamente empolgada eles foram chamados e Ryuki pagou por uma consulta com um psicólogo, a balconista os mandou pegar o elevador e subir para o 2° andar. Chegando lá perto ele observou a lista dos médicos e em que andar ficava cada um. E que enorme foi a empolgação quando leu o nome em kanjis: Naomi Hideaki - Clinica geral / 3° piso. Tão enorme, que Lilith até reparou:

- Você encontrou a sua amiga? - Eles estavam no elevador e Ryuki acabara de apertar o n°3

- Aham - Ryuki respondeu, quase vibrando

- Hm… - Ela olhou para os lados procurando um motivo pra perguntar o que queria - Que tipo de criatura ela é?

- Um demônio, oras!

- Não, digo…  Como ela é? A personalidade dela, sabe? - Lilith corou e ele não percebeu.

- Ela é… hmm… Ah, você vai conhecer ela. Ela é gente boa, pode crer.

  A garota franziu o cenho e encarou o chão.

 Ryuki chegou afobado no balcão do terceiro piso.

- Oi, eu preciso falar com a Naomi, Naomi Hideaki… a clinica geral…

- Claro, espere um minutinho que…

- Não, não, eu preciso falar com ela, rápido - Ryuki não conseguia esperar mais um segundo que fosse.

- Ah. Mas ela está com um paciente agora…

- Só me diga a onde fica a  sala dela, ok? 

- Por ali - A mulher apontou para um corredor a direita - N° 313

- Ok, Obrigada - Ele saiu apressado puxando Lilith dessa fez pela mão. Era quase como se estivessem de mãos dadas.

  Ele parou na frente da sala com um papelzinho pendurado que dizia também em kanjis: N° 313 / Naomi Hideaki - Clinica geral. E começou a andar de um lado para o outro. ainda segurando a mão de Lilith. Ela olhou pra ele e já ia perguntar por que estava tão nervoso, ela nunca o tinha visto nervoso… mas a quanto tempo se conheciam? uma semana? duas? Então a porta se abriu e o paciente saiu, era um cara de uns 20 e poucos anos. Ryuki quase o atropelou e entrou de uma vez no escritório. Parou dois passos depois da porta. A menina correu e parou três passos atrás dele. Ele encarava a médica embasbacado.

- E quem são vocês? - A mulher disse num tom de voz ríspido, de quem tem seu consultório invadido por uma criança e um adolescente quase-adulto sem hora marcada. 

- Você não tem idéia, prima? 

 Naomi tinha cabelos lisos e ruivos que desciam ate a cintura, seios avantajados e os típicos olhos vermelhos brilhantes. Quando ouviu a voz grave de Ryuki, seu rosto se iluminou, com um sorriso que ia de orelha a orelha e o tom de voz ríspido desapareceu.

- Ryuki! É você mesmo?

- Oi, Naomi - Um outro sorriso, enfeitava o rosto do garoto

- Eu não acredito! - A mulher correu e se jogou nos braços de Ryuki - A quanto tempo, caramba! Estava morrendo de saudades de você!

- Também estava com saudades de você - Ryuki a abraçava forte e passava os dedos entre os longos cabelos vermelhos - Você é tão previsível, sabia que ia te encontrar aqui.

 Lilith observava a cena a alguns passos de distancia, com uma cara de poucos amigos.

- Eu não estava me escondendo pra começo de conversa - Ela se afastou um pouco, e observou seu rosto - Corpos humanos não mudam mesmo… E essa garotinha, quem é? - Ela disse, finalmente reparando em Lilith

- Essa é Lilith, uma amiga… 

- Shinigami Lilith, prazer - Ela se apresentou, dando três passos para a frente, ficando ao lado de Ryuki e esticou a mão direita

- Shinigami, hm... Sou Naomi, prima e amiga de infância do Ryuki - Um sorriso sincero, e um aperto de mãos - Que incomum ver um Shinigami por aqui… 

- Acho que sou a primeira - Aquele tom brincalhão de criança e aquele sorriso, começou a assustar Ryuki.

  Ele se lembrou do anjo.

- E como vão as coisas, prima? - Ele preferiu interromper a conversa sem rumo, antes que ela tomasse um.

 Naomi transferiu toda a sua atenção pra Ryuki sem esforço.

- Incrivel! Não dá pra acreditar no tanto de anjos que existem por aqui, mas acho que você não se importa muito, né? 

- Na verdade, nos importamos sim - Lilith interrompeu, antes que Ryuki respondesse, de olhinhos brilhantes. 

Ele começou a pensar nela como uma maquina de matar. 

- Oh, é mesmo? Então eu tenho um favor a pedir pra vocês… 


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Notas finais do capítulo

Foi curtinho, e eu acho que eles encontraram a Naomi rápido de mais…. maaaas é porque eu estava sem idéias pra essa parte e agora é a época das provas malditas digo, globais. rs Então eu prometo que o próximo vai ser beeeeeem melhor. PS2. O sobrenome da Naomi foi baseado no Sorashi Hideaki, mangaka de gintama e criador do meu Gintoki testudo



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