Accidentally escrita por Candy_Rafatz


Capítulo 21
022.


Notas iniciais do capítulo

1:30 da madruga e eu postando, aloka. Capítulo novo e grande. Com emoções e uma big especial surpresa no final, espero que gostem. aaaaaaaaaa *-*
PS: ITÁLICO É FLASBACK OK?



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— Carlisle. — ele disse antes que ela ligasse o carro.

— Que? 

— Você não queria saber sobre o meu pai? Ele se chamava Carlisle, morreu de ataque cardíaco, eu não gosto de falar dele porque nunca tivemos um relacionamento bom, e toda vez que penso nele lembro das nossas brigas e que eu... — sua boca secou e ele virou o rosto para concluir a frase olhando em seus olhos. — E eu causei sua morte.

— Edward você não precisa...

— Falar? É, eu sei. Mas eu estranhamente confio em você como nunca confiei em ninguém, é como se eu precisasse te contar isso pra ter certeza que você conhece o verdadeiro Edward Cullen. E não a minha imagem. Só que é uma história longa, tem que estar disposta a ouvir.

— Eu estou. — ela quase sorriu. — Não acha melhor nos trocarmos primeiro? Entramos e colocamos uma roupa seca, então você me conta tudo.

— Pode ser! 

Edward pegou a carteira e celular em cima do painel do carro e desceu rapidamente indo para casa. Não sabia se contar era a melhor decisão, mas precisava realmente. Apenas estava seguindo sua consciência, o que lhe era realmente estranho. Nessie estava sentada no sofá sozinha vendo televisão, riu ao vê-los entrando molhados.

— Nossa Bella, o Edward te deixa literalmente molhadinha, hein? — brincou e gargalhou com o próprio trocadilho.— Você devia ter uma série de humor, Nessie. — Bella foi sarcástica.

Edward subiu para o próprio quarto para tomar banho e se trocar, enquanto Bella carregava Nessie para o quarto dela para se trocar e colocar uma roupa da prima. Ele desceu com outro jeans, camiseta e casaco, e Bella logo depois usando roupas da Nessie – uma calça e por cima um moletom maior que ela preto. Foram para cozinha juntos e comeram algo antes de saírem novamente.

A noite estava caindo na cidade e estava quase totalmente escuro. O vento frio do fim de tarde e inicio da noite já soprava. Os dois andaram em silêncio até a praia, dessa vez Edward levou consigo apenas o celular, Bella foi com as mãos no bolso do moletom. Foram para a areia, sentaram-se sem medo de se sujar. Apenas os dois, o barulho do mar e a lua cheia que banhava a praia. Bella não tinha idéia de como começar o assunto, já tinha desistido de perguntar sobre família dele, então como fora ele que começara não forçaria, deixaria tudo ao tempo dele.

http://www.youtube.com/watch?v=3plt6wMQyQE

Avenged Sevenfold - Warmness on the Soul

Edward engoliu seco. Sentia vergonha de si mesmo. Culpa. Ressentimento. Tristeza. Mas passaria por cima de tudo para contar o que tinha acontecido.

— Eu e meu pai nunca tivemos um relacionamento muito bom, na verdade nosso relacionamento era péssimo. — ele começou meio hesitante, olhando para o mar enquanto Bella lhe olhava. — Eu sempre fora mais apegado a minha mãe, Esme. Ela era uma mulher tão linda e amorosa, morreu faz anos, mas eu ainda me lembro da pureza e das covinhas do sorriso dela, era tranqüilizante. Rosalie, minha irmã, era mais apegada com o meu pai. Carlisle não era um bom marido, mas não era dos piores. Ele ficava bastante tempo fora de casa e não era fiel, minha mãe sabia disso mas queria que fossemos uma família. Eu tinha 10 e Rose 12 anos, quando a mamãe adoeceu, descobriram que ela tinha Leucemia, foi um choque, e eu me lembro de correr até minha casa na árvore nos fundos da enorme casa em que morávamos e ficar chorando por horas, então ela foi lá e me abraçou, disse que tudo ia ficar bem. Mas não ficou. Ela foi piorando, nenhum tratamento resolvia, nenhuma quimioterapia, ela já estava muito debilitada e sem os cabelos, mas mantinha o sorriso nos lábios e palavras amorosas saindo por eles. Carlisle se manteve firme com ela nessa época, mas também estava destruído, ele fugia do hospital várias vezes e eu tinha quase certeza que ele ia se encontrar com a amante, mas eu era pequeno e o que podia falar? Quando eu tinha 12 anos, dois meses depois do meu aniversário, ela morreu. Eu fiquei revoltado com tudo, enquanto Rosalie chorava nos braços de Carlisle, eu preferia ficar sozinho abraçado a uma foto dela. 

Ele parou respirando sentindo a garganta fechar, engoliu com dificuldade e tentou reorganizar os pensamentos. Controlava as lágrimas apartando os próprios dedos. 

— Meu pai mudou ainda desde a morte dela. Só trabalhava, trabalhava e trabalhava. Antes da morte ele já trabalhava muito, mas sempre encontrava um tempo pra ficar com a Rose e a mamãe, mas depois da morte raramente o víamos, ele como o bom advogado só pegava casos grandes e importantes, mas pra ocupar o tempo aceitava todo o tipo de caso, enquanto eu e Rose ficávamos com babás e a nova governanta da casa. Rose ainda o amava e implorava seu carinho quando ele estava em casa, mas eu já tinha desistido e estava aprendendo a me virar sozinho. Ele não era um pai ruim, estava sofrendo a maneira dele, se isolando. E ele se tornou muito mais rígido e cobrava muito de nós, principalmente de mim. Nos colocou nas melhores escolas, melhores cursos, professores particulares, quando eu fiz 15 anos ele deixou bem claro que queria que eu seguisses seus passos e fizesse direito, mas eu achava um saco e lhe disse, desde então começamos a bater de frente sempre! Eu tentava não brigar, mas sempre que ele fazia os planos pra minha vida me deixava bem irritado, por mais que Rose tentasse me segurar eu acabava explodindo de algum jeito. Rosalie era o exemplo, a filha perfeita, e eu o problemático. Eu fazia força pra que ele se irritasse, virei à peste da escola. — deu uma leve risada com a lembrança.

— Posso imaginar. — Bella disse baixo, rindo com ele.

— Eu aprontava, brigava muito, cabulava aulas, tinha muitas notas ruins, passava sempre por milagre. Mas não teve jeito, repeti o quarto ano e foi à gota d’água. Estava com 19 anos e no quarto ano novamente, tinha estragado o plano dele de me mandar pra alguma faculdade de Direito...

— De propósito? — o interrompeu curiosa.

— Sim. Desde o inicio do quarto ano eu escutava ele falando com reitores de faculdades, amigos, usando toda a influência pra mandar o filho para a melhor faculdade de Direito e me fazer o herdeiro de seu legado, mas eu achava direito um saco, uma bosta mesmo. Então não me esforcei nem pra colar, repeti sorrindo. Ele me passou sermões, sermões não, palestras de tão longos que eram os sermões, sobre meu comportamento e o quanto eu era um moleque irresponsável. Eu escutei tudo tranquilamente, nem discuti, se por um lado teria que fazer o quarto ano de novo por outro ficaria livre de Direito. Só que ele começou a marcar mais em cima, não podia sair dias de semana, que ele confiscava meu carro e meus cartões, tinha professores de reforço, monitoras, um segurança pra evitar que eu fugisse, e na escola sofria mais cobrança que qualquer outro, acabei passando. Nem pude escolher ou não, já estava matriculado em uma faculdade de Direito. Mas na faculdade pra fugir das aulas eu ia pra biblioteca e acabei me apaixonando pelos livros! Eu era um “rebelde” que amava livros, ficava lendo lá por horas.  Eu me apaixonara pela literatura, adorava aula de redações, qualquer coisa com escrita e leitura. Ai quando não ficava na biblioteca, pra fugir do tédio das aulas, eu ficava passeando pela faculdade acabei fazendo amizade com uma menina que fazia Jornalismo e comecei a gostar do curso. Eu tinha 20 anos, larguei Direito na terceira semana do primeiro bimestre e me matriculei em Jornalismo pra começar no segundo semestre, Carlisle surtou. Rosalie sempre me defendia e tentava explicar pra ele que era o que eu queria, mas pra ele não era uma carreira, que eu passaria fome, que não era algo que desse futuro, brigas e brigas. Como eu ainda teria um bimestre inteiro livre aproveitei bastante, comecei a sair todos os dias para baladas, chegar bêbado, dormir fora de casa, e eram sempre novas brigas. Até que aconteceu a pior.

— Quando ele morreu?

— É. Ele trabalhava tanto que acabou destruindo a própria saúde. Muito estresse, mesmo estando “em forma” tinha pressão-alta, colesterol alto e alguns problemas de coração, mas não diminuía o ritmo. Apenas Rosalie, que estava com 22 anos e tinha liberdade pra escolher a própria faculdade, ajudava ele. Ficava marcando em cima, chamando o médico particular, ajudando com a medicação. No dia da grande briga ela tinha viajado com algumas amigas da faculdade e só chegaria no dia seguinte, eu tinha passado a noite anterior na balada, passei o dia fora também e cheguei por volta das 22 horas, pretendia sair de novo, queria apenas um banho e trocar de roupa. Carlisle estava sozinho, já que todos os funcionários da casa tinham sido dispensados, e me esperava na sala com sua cara de “você-está-fodido”, eu dei um oi e ele ficou em pé. 


Edward estava apenas com o celular e molho de chaves em mãos, Carlisle ficou em pé lhe encarando. Estava bravo e farto. E o sorriso de lado cínico do filho não ajudava, seu deboche só piorava.

— Onde você passou a noite, Edward? — perguntou sereno, mas Edward conhecia o tom escondendo a raiva.

— Em uma festa com uns amigos, curtindo pai, não precisa se preocupar que eu já estou saindo de novo, pode voltar pro seu trabalho. — virou-se para ir pro quarto, mas antes que andasse Carlisle o chamou e ele voltou.

— Onde você pretende chegar com esse seu jeito? Eu não criei filho meu para...

— Você não criou filho seu e ponto. Pare sua frase ai. Você não me criou, deixou que as babás e governantas fizessem isso, enquanto você trabalhava, então não continue essa frase sua.

— Eu trabalhava para dar do melhor pra você e sua irmã. Eu construí um grande escritório de advocacia pra você ter um futuro, mas você abriu mão de tudo pra ser um jornalista de merda em algum pequeno jornal falido. 

— MAS PELO MENOS EU VOU SER FELIZ! — Edward gritou. — Foi o que eu escolhi, o que eu gosto de fazer. Não quero ser um Carlisle II, quero ser simplesmente o primeiro Edward!

— Suas idéias idealistas e fantasiosas da vida não vão durar para sempre, quando você crescer e ver que ser feliz não paga as contas vai ser arrepender de tudo isso.

— Eu não ligo. Quando e se isso acontecer pelo menos terei ótimas lembranças, vai valer a pena! 

Edward acenou para o pai e subiu correndo para o quarto. Tomou um demorado banho gelado para esfriar a cabeça, colocou uma roupa, pegou as chaves e celular, então desceu novamente, iria voltar pra balada. Carlisle estava no mesmo lugar de antes.

— Já vai sair de novo, Edward?

— E você vai pegar no meu pé de novo, Carlisle?

— Eu sou seu pai, tenho o direito de intervir ao te ver destruir sua vida!

— Sabe o que é interessante? — Edward perguntou se aproximando dele. — Você só se lembra que é meu pai quando eu faço algo errado ou quando quer pegar no meu, e onde você estava esse tempo todo quando eu precisei de você?

— Lutando por vocês!

— Lutando por nós? — riu sem humor. — Pare de usar essa sua desculpa ridícula pra justificar sua ausência de que estava trabalhando pra garantir o meu futuro ou o da Rosalie, você trabalhava pra fugir de tudo, fugir da vida!

— E o que você sabe da vida? Você não passa de um moleque irresponsável e imaturo, que só pensa em você mesmo! E a culpa disso tudo é da sua mãe, ela que te mimou e passou a mão na tua cabeça...

— NÃO ENVOLVA A MINHA MÃE NISSO! — Edward gritou com ódio lhe apontando o dedo. — ELA SEMPRE FOI UMA MÃE E MULHER INCRÍVEL, E TENHO CERTEZA SE ELA ESTIVESSE AQUI TUDO SERIA DIFERENTE. PORQUE VOCÊ SE TORNOU ESSA BOSTA DE PESSOA DEPOIS QUE ELA MORREU, PORQUE NÃO CONSEGUIU AGUENTAR A DOR, NÃO CONSEGUIU VER QUE O CONTROLE DA VIDA NÃO ESTAVA NAS SUAS MÃOS! VOCÊ É UM COVARDE!

— Eu amava a sua mãe, Edward, tanto quanto você.

— AMAVA? ENQUANTO ELA ESTEVE DOENTE VOCÊ A TRAIU. TUA ESPOSA MORRENDO EM UMA CAMA DE HOSPITAL E VOCÊ FODENDO A SECRETÁRIA NO ESCRITÓRIO.

— DO QUE VOCÊ ESTÁ ME ACUSANDO...

— VOCÊ SABE! VOCÊ FOGE DA DOR PORQUE SABE QUE A MAMÃE MORREU SOFRENDO, SABENDO QUE VOCÊ NÃO ERA FIEL, VOCÊ A MATOU UM POUCO A CADA DIA, ISSO NÃO FODE COM A SUA CONSCIÊNCIA TODOS OS DIAS? VOCÊ, O ADVOGADO RENOMADO CULLEN, ERA UM LIXO DE PESSOA!

Carlisle levou a mão ao peito e o apertou respirando fundo. Estava vermelho e Edward nunca o tinha visto com aquela expressão de choque e dor, mas não conseguia se importar, tinha ódio transbordando pelos olhos, lágrimas. Passou a mão com força, enxugando-as com violência.

— Eu realmente queria minha mãe aqui, se você tivesse morrido talvez eu tivesse um pouco de respeito por você. Deveria ter sido você. — disse com desprezo.

Então saiu da casa bufando de ódio e batendo a porta.


— E foram minhas últimas palavras para o meu pai. — Edward disse após contar toda a cena detalhadamente para Bella. Cada frase, os gritos, tudo. Ela escutava tudo com um aparto no peito. Não era fácil ver o seu turista idiota chorando. Colocou a mão sobre o joelho dele e apertou. — Depois da briga eu sai com muito ódio, peguei meu carro e fui para uma balada, onde passei a madrugada toda bebendo e dançando com umas garotas, de lá eu fui para uma apartamento de uma... Amiga e ficamos conversando. 

— Sério? — Bella perguntou cética.

— Não. — ele riu com o quanto aquilo ficou patético. — Era uma amiga de longa data, Tanya, mas ficamos fazendo muito mais que conversar, se é que você me entende. Eu não estava com muita vontade de voltar pra casa e ter outra briga com o Carlisle, então dormi lá mesmo. Acordamos no dia seguinte por volta das onze da manhã, ela viu que tinha várias ligações perdidas e mensagens de voz da Rosalie no meu celular, mas eu não dei a mínima. Disse foda-se e passamos a tarde juntos. Quando eu sai de lá eram cinco da tarde, por fim abri uma das mensagens da Rosalie, vários palavrões e um tom muito agressivo dizendo pra eu ligar pra ela, mas quando tentei o celular estava desligado. Fui para casa e a empregada me disse que algo tinha acontecido com o meu pai e me deu o endereço do hospital. Eu ainda estava cheirando a balada e bebida, nem tomei banho, fui para o hospital. Rosalie estava no corredor com o Emmett, que na época era apenas um melhor amigo, e chorando.  

Edward não tinha idéia do que estava acontecendo, mas não estava gostando nenhum pouco. Rosalie estava em pé com o peito no peito de Emmett que estava na sua frente lhe abraçando. Edward se aproximou sem entender nada.

— Rosalie, o que aconteceu? — perguntou hesitante. Rose lhe encarou com o rosto todo molhando e levemente inchado, saiu dos braços do Emmett e foi para o peito de Edward, lhe dando vários socos com força.

— Seu desgraçado, o que você fez com o meu pai? Filho da puta, maldito, é o meu pai!!! — disse alto e com ódio, batendo ainda mais.

— Calma Rose, se acalme. — Emmett a puxou tentando a controlar, Rose virou o corpo e voltou a afundar o rosto no peito dele.

— Mas o que... Eu não fiz nada com o Carlisle, o que aconteceu? — perguntou confuso.

— Ele sofreu um ataque cardíaco, Edward. — Emmett respondeu por Rosalie, que chorou ainda mais alto lembrando do que tinha acontecido, e a apertou contra seu peito. — Ele está na UTI em estado grave.

O chão sob os pés de Edward sumiu, ele não conseguiu dizer nada. Rosalie enxugou o rosto e foi sozinha, deixando Emmett explicar toda a história ao irmão. Carlisle tinha sido encontrado por Rosalie de manhã, desmaiado no chão com a mão no peito; não tinha empregados na casa na hora então ninguém pode o socorrer. Explicou que de acordo com os médicos o ataque tinha ocorrido a noite ou pela madrugada, e a demora ao resgate e atendimento tinha agravado ainda mais uma situação crítica e o caso era de vida ou morte. Edward engoliu seco lembrando de Carlisle apertando o peito, tinha sido sua culpa. Não falou uma palavra, mas sabia que era sua culpa. Rosalie não lhe encarava, apenas chorava junto ao peito de Emmett, Edward sentou-se no banco esperando noticias junto com eles e se culpando pelo que acontecera. 

Uma hora se passou e o médico saiu da UTI sem expressão alguma no rosto. E tudo que disse foi: Eu sinto muito, fizemos o possível. Rosalie quase caiu de joelhos chorando, mas Emmett a segurou e a abraçou com força. Edward mal acreditava, arregalou os olhos e pediu para que o médico explicasse. O coração fora muito prejudicado pelo infarto e um edema agudo no pulmão só piorou a situação, por mais que tentassem reanimá-lo Carlisle não resistira. O médico disse que uma funcionária do hospital ajudaria com os preparativos e foi embora. Rosalie parou de chorar e virou-se para Edward, estava séria e com raiva nos olhos, lhe apontou o dedo.

— Foi sua culpa, não foi? 

— Rosalie... — ele não sabia o que dizer, se sentia culpado realmente.

— Você brigou com o papai, você sempre foi egoísta. Sabia que ele tinha a saúde frágil e mesmo assim brigou com ele, não se importou que ele era a minha família e o quanto eu o amava, só se preocupava com você mesmo!

— Rosalie, você está nervosa, vem. 

— ME SOLTA EMMETT! — gritou. — Me escuta Edward, eu nunca vou te perdoar, nunca! NUNCA VOU TE PERDOAR, DESGRAÇADO. 

E Emmett a puxou para longe de Edward, deixando o sozinho no meio do corredor. E ele chorou. Chorou sozinho com a própria culpa e remorso. 


— Depois disso eu e Rosalie não nos falamos mais. Era tudo por meio do Emmett ou pelos advogados do escritório do Carlisle, que estavam como nossos advogados. Ela me acusava e eu não tirava o direito dela, no enterro ela nem olhou na minha cara. Eu passei dois meses correndo atrás dela, tentando ligar e conversar, me explicar, mas ela não queria. Eu recusei minha parte na herança, não me sintia no direito de ficar com um centavo do Carlisle e assim Rosalie herdou tudo, um ano depois voltamos a nos falar. Ela precisava de um tempo e eu dei isso a ela, um ano depois ela foi no meu apartamento, que eu tinha alugado com o pouco dinheiro que ganhava com uns bicos, e me abraçou chorando. E eu chorei também. Lhe implorei pelo perdão e disse que não queria ter feito nada, ela apenas me abraçou e disse que sabia, que não me culpava por nada, iria acontecer de um jeito ou de outro. Desde então eu e ela somos muito próximos. E por isso eu tenho medo de ser uma decepção pra ela, entende? Rosalie sempre esteve no meu lado e me apoiou, acreditou e apostou em mim, esse livro só está acontecendo por causa dela. Eu amo ela com todas as minhas forças. Eu quero mostrar que sou mais do que o moleque irresponsável que meu pai achava que eu era, mas eu sei que eu sou isso entende? — olhou para Bella com os olhos cheios de lágrimas. — Eu matei meu pai, fui tudo que ele repudiava... Eu não queria. Eu só queria... Eu só queria ser eu mesmo. Eu só queria poder fazer minhas escolhas livremente. Eu sei que não sou um cara mais certinho do mundo, mas eu só virei... Isso, pra poder me olhar no espelho e dizer “sou assim pelas minhas escolhas, porque eu quis e eu sou livre pra escolher”. 

— Você não matou ninguém, aconteceu.

 — Mas se eu tivesse ficado, não tivéssemos brigado...

— Ei, cala a boca, forasteiro idiota. — Bella disse docemente sorrindo, ergueu a mão e acariciou o rosto dele, enxugando uma lágrima que escorria lentamente. — Não temos controle de tudo, simplesmente aconteceu. De um jeito ou de outro aconteceria, era a hora dele. Não é errado lutar pelo que acreditamos e foi isso que você fez, lutou pelo que queria. O errado e abaixarmos a cabeça e dizer apenas “sim, senhor” para tudo. Você foi forte por lutar por sua felicidade mesmo contra tudo e todos.

 — E nada do que eu disse agora faz com que você tenha nojo de mim? — ele perguntou com medo. Estava tão frágil perto dela, se sentia uma criança novamente. Uma criança que não queria ser abandonada. 

— Nenhum pouco. Eu tenho orgulho de você e de conhecer você, de verdade! Você é muito mais do que deixa aparentar, muito mais do que eu pensava. Você é mais do que esse belo rosto e corpo escultural, que seduz. — riu e tocou o peito dele, sobre o coração. — Você é isso. Seu coração! E ele é grande e cheio de sentimentos bons, guardados, mas bons.

— A culpa as vezes tenta me tocar e é por isso que sou assim, festeiro e fujo dos sentimentos, quando não envolvemos sentimentos as decepções são menores.

— Eu te entendo e é por isso que eu sou assim também. Você não queria saber por que eu fujo? É por isso te evito com tanta firmeza, porque eu não quero me machucar. Não quero me envolver.

— Tem uma história por trás disso tudo, não é? — Edward perguntou após passar a mão no rosto.

— Tem! Acho que ambos temos capítulos tristes em nossas vidas. O meu modo de me proteger foi me fechando no meu mundo e o seu foi se jogando no mundo, mas com o seu mundo interno totalmente fechado. Eu parei e você continuou.

— Você vai ter que me contar sua história, para ficarmos quites.

— Qualquer dia. Talvez.

— Posso te pedir um abraço, Bella? — ele pediu baixo.

http://www.youtube.com/watch?v=5IWi7LOZ7S8

Ai já era - Jorge e Mateus 

Bella hesitou, mas ficou em pé limpando a areia do bumbum e abriu os braços, sorrindo. Edward sorriu e ficou pé junto, a abraçou. Seus peitos se encontraram e cada um podia sentir a respiração do outro, ela encostou o rosto no peito dele e deixou o rosto dele pousar em seus cabelos, ele respirou fundo sentindo o delicioso cheiro do xampu de morango, e assim ficaram. 

A noite já estava totalmente sobre Forks, o tempo passara tão rápido que eles nem perceberam. Em pouco tempo seria 00:00. E faria duas semanas que Edward estava ali. E lhe sobraria duas semanas ali. Andavam lado a lado pela areia da praia, Edward contara a Bella que tinha ido para Forks sem avisar a ninguém, totalmente se jogando na louca.

— Eu queria ser mais como você. Fazer o que tenho vontade, sem pensar nas conseqüências, aproveitar sem medo e vergonha. Eu queria realmente. — Bella disse ao parar de andar, virou o rosto para o mar.

— E por que não faz? Eu sou assim porque eu quero. Você é seu próprio limite e juiz, ninguém mais pode te julgar. Então faça o que te dar vontade. Falta muito poucos minutos para eu fazer duas semanas em Forks e eu vim pra cá totalmente me jogando, sem ter o que esperar e encontrei você, nem sempre se arriscar é ruim. Agora, o que você tem vontade de fazer?

— Hum, não sei... — ela riu.

— Não tem ninguém olhando, apenas nós dois e a lua. O céu é o seu limite! — Edward disse abrindo os braços, ela lhe olhou sorrindo. — Esqueça seu passado, seus medos, suas dores, marcas, tudo. Liberte-se! Faça o que quiser.

— O que eu quiser? — perguntou sussurrando e se aproximou dele, Edward assentiu. 

E aí já era é hora de se entregar, o amor não espera, só deixa o tempo passar.

Ela por fim se calou e se aproximou ainda mais. Ergueu uma das mãos lentamente alcançando o rosto dele, acariciou lentamente sentindo a leve e macia camada de barba sob seus dedos e olhos tão conectados ao dele que tudo que acontecesse ao redor de ambos passaria despercebido. A diferença de altura em nada atrapalhou, ela ficou um pouco na ponta dos pés e ele abaixou a cabeça, aproximando seus rostos, primeiro os narizes se roçaram, até seus lábios se tocaram pela primeira vez, ele lhe beijou apenas o lábio inferior. 

— Eu vou me arrepender tanto disso. — Bella sussurrou ainda com os olhos fechados, segurando o rosto do Edward entre as mãos e sentindo as mãos dele em sua cintura. E então puxou seu rosto para perto e colou seus lábios aos dele outra vez.

Foi tão lento que parecia ter durado uma eternidade, ele afastou o lábio levemente e voltou a colá-los com mais vontade. Sem sininhos tocando, anjinhos cantando, fogos de artifício e chuvas de balões em formato de coração. Mas era tão mágico quanto, mas sem todo o conto de fadas da Disney, apenas os dois, a luz do luar e o barulho das ondas. O estômago de Bella se revirava e a boca de uma pessoa nunca foi tão macia quanto a de Edward. Os lábios dele se pressionaram contra os dela até que ela cedeu espaço os abrindo para que sua língua conseguisse adentrar naquela boca, então ela sentiu seu hálito quente e delicioso. Foi o suficiente. Ela se desligou do mundo e se ligou totalmente ao Edward. E a aquele momento.

E fica pro coração a missão de avisar, e o meu tá dando sinal e tá querendo te amar!


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Notas finais do capítulo

A música para as notas finais são: http://www.youtube.com/watch?v=usfiAsWR4qU escutem rapidinho KKKKKKKKKKKKKKK Aleluia ♫Gostaram? Quero comentários sobre ele hein, foi o primeiro de muitos. Awn! Eu disse que postaria no dia seguinte, mas pra mim o dia só passa depois que eu durmo e como eu não dormi ainda está valendo. Quero agradecer a todas que continuam comigo, obrigada por todos os reviews e a todas que vão voltar ou que vão chegar, bem vindas. A partir de agora muitas emoções e love, ou tentativas dele. KKKKKKKKKKKKKK Até o próximo (que sai rapidinho) minhas lindas, bjsbjs s22