Quando cheguei fui direto para o meu quarto, Cameron não demoraria a chegar. Tomei um longo banho.

Vesti uma calça jeans e uma blusinha básica e deixei meu cabelo solto.

Alguém bateu na minha porta.

- Pode entrar!

Clarie entrou e fez uma cara feia ao olhar pra mim.

- Você não pode usar essa roupa! - Ela quase gritou.

- Porque não?

- Cameron vai vir jantar aqui não vai?

- Vai.

- Então você tem que estar linda.

Ela foi até meu guarda roupa e começou a remexer cantarolando alguma coisa.

- Pronto - Ela disse me mostrando um vestido.

Era um vestido floral, branco com milhares de pequenas flores cor de rosa ele ia até um pouco acima do joelho.

- Esse vestido é perfeito pra você! - Ela disse toda animada.

- Tem certeza?

- È claro que eu tenho.

Ela me entregou o vestido.

- Vou deixar você se trocar - Ela disse saindo do quarto.

Eu coloquei o vestido e deixei meu cabelo solto.

- Selene tem um amigo seu aqui! - Ouvi James gritar.

- Já vou.

Coloquei uma sapatilha cor de rosa que Clarie havia me dado.

Desci as escadas esperando ver Cameron, mas quando cheguei na porta Dylan estava lá, com as mãos no bolso.

Quando cheguei ele me olhou de cima a baixo.

- Você está linda.

- Obrigada.

- Hnh... Eu estava passando por aqui, e queria ver como está seu tornozelo.

- Está melhor agora.

Ele sorriu.

- Você vai amanhã? - Ele perguntou.

- Vou para onde?

- O enterro da Nicole, vai ser amanhã, não te avisaram?

Senti um arrepio só de ouvir o nome da Nicole.

- Não, não me avisaram.

- Amanhã eu passo aqui pra te pegar, pra gente ir junto.

- Dylan eu...

- Selene quem é o seu amigo? - Disse Clarie pondo-se ao meu lado.

- Esse é o Dylan.

Dylan deu um aperto de mão.

- Muito prazer Sr. McConnell.

- O prazer é meu.

James chamou Clarie que foi logo atende-lo.

- Você quer jantar com a gente?

Dylan deu um sorriso largo.

- Vai ser um prazer.

Ele entrou e ficamos nem 10 minutos conversando quando ouvi alguém batendo na porta, e presumi que fosse Cameron.

- Oi - Foi à primeira coisa que eu disse quando abri a porta.

Cameron deu seu sorriso lindo.

- Oi.

Ele passou a mão na nuca.

- Você está muito bonita.

Eu senti meu rosto corar.

- Obrigada.

- Entra.

Fiz um sinal para que ele entrasse, e assim que viu Dylan pareceu não gostar. Mas Dylan, muito pelo ao contrario não pareceu incomodado nem nada, era como se ele quisesse parecer calmo, já que Cameron parecia um pouco nervoso pelo fato dele estar ali, Dylan sempre tentava ficar o tempo todo ao meu lado e eu sabia que era para provocar.

Durante o jantar, Clarie não parava de fazer perguntas, não só para Cameron, mas também para Dylan.

Eu já estava começando a duvidar se teria sido certo convidar Dylan para o jantar, ele e Cameron ficavam se encarando o tempo todo, mas não foi só eu que percebi, Clarie e James também notaram, sem contar as indiretas que eles davam um para o outro.

Quando os dois já tinha ido embora eu já estava totalmente exausta, meus olhos pareciam fechar sozinhos, ajudei Clarie com a louça e fui dormir.

***

Acordei com o despertador tocando, palpitei o criado mudo até encontrá-lo e o desliguei.

Eu tinha que ir ao enterro da Nicole, mas sinceramente eu não estava querendo ir, eu sabia muito bem como eram os enterros, eu conhecia a Nicole a tão pouco tempo e mesmo assim a morte dela me chocou muito.

Tomei um banho rápido e fui até a parte do guarda roupa onde Clarie havia tirado o vestido.

Achei um vestido simples preto, até os joelhos com um pequeno laço envolvendo a cintura, também preto, e encontrei uma sandália de salto alto preta.

Assim que terminei de me trocar ouvi batidas na porta tentei descer as escadas o mais rápido que pude, pois de salto alto era um pouco difícil.

Abri a porta e Dylan estava parado sério, ele usava um terno preto.

- Oi - Ele disse parecendo nervoso.

- Oi.

- Você já está pronta?

- Estou.

Ele deu um breve sorriso.

- Então vamos.

Dylan pegou minha mão e me guiou até o carro.

- Você está bem? - Perguntei para ele quando entrou no carro.

- Eu não gosto muito de enterros.

- Nem eu.

Ele ficou um tempo em silêncio e parecia que ia falar alguma coisa, mas desistia e então por fim falou.

- Me desculpe pelo o que eu fiz ontem.

- O que você fez ontem?

- O jeito que eu me comportei na sua casa, eu não deveria ter me comportado daquela maneira, mas é que aquele tal de Cameron me da nos nervos, eu não gosto dele.

- Tudo bem, acho que ele também não gosta de você - Eu disse dando risada, para melhorar a situação, mas não adiantou muito.

Mas ele continuou sério.

- Eu sei que ele não gosta de mim, mas isso acontece quando tem uma garota no meio.

Ele olhou para mim e deu um sorriso largo, mas ao mesmo tempo eu desviei o olhar senti meu rosto ruborizar.

- Não precisa estar envergonhada, essa é a verdade - Ele disse ainda com um pequeno sorriso nos labios.

- Eu não estou envergonhada.

- Você está toda vermelha.

- Não estou não.

- E agora está na defensiva.

Eu ia negar outra vez, mas não ia adiantar nada ele continuaria falando que eu estava na defensiva.

- Chegamos - Ele anunciou.

Dylan abriu a porta do carro para mim e me ajudou a descer.

Havia vários carros pretos parados ali, Dylan me apresentou a mãe de Nicole e dei meus pêsames a ela.

Durante o enterro todo Dylan segurou a minha mão, em momento nenhum ele a soltou. Várias vezes lágrimas escorreram em meu rosto, e Dylan perguntava sussurrando em meu ouvido, se eu estava bem. Mas em momento algum vi ele chorar na verdade e ficou o enterro todo sério.

Durante a viajem de volta Dylan e eu não falamos muito um com o outro, apenas uma silaba aqui e outra ali.

- Hoje eu vou ter que abrir a loja um pouco mais cedo, você quer que eu passe aqui para te dar uma carona?

Ele perguntou assim que chegamos na minha casa.

- Quero sim.

Ele colocou sua mão delicadamente em meu rosto.

- Selene eu...

- Dylan eu tenho que ir agora - Eu o interrompi.

Ele deu um sorriso malicioso.

- Então até mais tarde.

Eu sai do carro apressada.

Entrei em casa e fui direto para meu quarto, tomei outro banho, eu queria tirar aquela sensação ruim do entrerro, e aquela roupa preta e esquisita eu joguei fora.

James e Clarie haviam ido trabalhar e Jack foi para a escola, eu estava sozinha em casa o que era um pouco estranho e até tedioso.

Então perambulando pela cozinha achei um bilhete na geladeira que estava escrito.

" Selene leve o Dinka para passear por favor. Obrigada"

- Dinka! - Chamei e logo depois assoviei.

Baste apenas isto para ele vir correndo para mim, não fazia idéia de onde aquele cachorro havia saído.

Coloquei uma coleira nele e fui para o parque, chegando lá eu o soltei e sentei no chão encostada em uma arvore, enquanto Dinka corria feito um doido de uma lado para o outro.

Eu estava distraída fitando o vazio quando alguém se aproximou de mim.

- Oi - Disse Cameron.

- Oi, o que você está fazendo aqui?

Ele sorriu.

- Faço a mesma pergunta, não é bom uma moça ficar andando por ai sozinha.

Ele se sentou ao meu lado.

Dinka agora estava realmente pulando de um lado para o outro de uma forma muito estranha, Cameron deu risada.

- De quem é aquele cachorro?

- É meu.

Ele olhou surpreso para mim.

- È seu?

- É sim.

- Qual o nome dele?

- Dinka.

Ele deu risada outra vez.

- Quem deu esse nome pra ele?

- Foi o Jack, ele que inventou.

Nós dois rimos, e ficamos conversando sobre vários assuntos até que Cameron finalmente falou sobre ontem.

- Eu gostei de ir à sua casa ontem.

Eu esperei que ele dissesse alguma coisa sobre o Dylan ou talvez a mesma coisa que Dylan disse.

- E também gostei dos seus pais.

Eu apenas assenti.

- Selene... Hhn... Você quer sair comigo?

Eu não pude conter o sorriso de um canto ao outro em meu rosto.

- Eu quero.

Ele deu aquele sorriso lindo e de repente nossos olhos se encontraram, Cameron começou a se inclinar, ele segurou delicadamente meu queixo, ele estava cada vez mais perto, nossos rostos estavam bem próximos agora eu podia sentir seu hálito sobre minha pele.

Então Dinka pulou em meu colo o que fez Cameron e eu nós assustássemos e rapidamente nos afastamos.

- Eu-eu acho melhor ir para casa agora - Eu disse colocando a coleira de Dinka.

- Eu te acompanho.

Ele me ajudou a levantar ele ainda me olhava de uma forma incrível e com aquele sorriso maravilhoso.