Selene escrita por Tamires Vasconcelos


Capítulo 10
Encontrada




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Depois que terminamos de conversar sobre o assunto do carro, o que para mim não importava muito, já que não pretendia ficar um longo tempo na Terra.

- Selene, você pode levar o Jack para uma festa de aniversario?

Clarie disse durante o jantar.

- Posso sim, quando?

- No sabado.

Então ficou tudo silencioso, o unico barulho eram dos talheres sobre o prato.

- Então como está a escola Selene?

James perguntou, quebrando o silencio.

- Tudo bem  - Respondi sem entusiasmo nenhum.

- Algum problema?

Ele perguntou como se soubesse de algum problema.

- Não, nenhum.

- E aquele garoto?! - Clarie praticamente gritou o que fez James e Jack soltarem um risinho.

Senti minhas bochechas esquentando.

- Que garoto?

- Ahh você sabe, aquele garoto da pizzaria, que veio aqui. Como é mesmo o nome dele...Cameron.

- Sei quem é.

- Ele é seu namorado?

James e Jack me fitaram.

- Não, não ele é só um amigo.

Clarie lançou um sorriso para mim, sabendo que havia algo mais.

Depois do Jantar ajudei Clarie a lavar a louça e fui me deitar.

Foi questão apenas de segundos para eu adormecer assim que me deitei.

Eu estava ao que parecia em um salão oval, dos tipos de castelo, ele era lindo, o teto era enorme, e as paredes eram de marmore. Se fechasse os olhos e ficasse atenta, podia ouvir o som das ondas se quebrando na praia.

Usava um vestido rodado, da cor champanhe, pedrinhas brilhantes decoravam ele todo.  

Eu não era a mesma, meu rosto mudará e em vez de um emaranhado de cabelos ruivos agora eram grossos cabelos loiros até a cintura.

De repente eu ouvi passos atrás de mim, não tive coragem de virar para ver quem era.

- Selene?

Assim que a voz dele preencheu meus ouvidos, fiquei paralisada, era como se alguem estivesse esmagado meu coração outra vez.

- Não, não - Sussurrei para mim mesma.

Lagrimas começaram a escorrer automaticamente.

- Selene? - Ele repetiu.

- Não, por favor, não. De novo não.

Cobri meu rosto com as mãos deixando as lagrimas cairem livrimente.

- Meu amor...

- Eu não quero ouvir você!

Selene, Selene, Selene.

- Não, não, não. - Eu gritei entre meus soluços.

- Calma, Selene abra os olhos. - Ouvi Clarie falando.

Abri meus olhos devagar, e me deparei com Clarie, ela estava com rugas de preocupação.

- Tudo bem, tudo bem. - Ela acariciou minha cabeça.

Me sentei na cama.

- Teve um pesadelo?

- Tive.

- Deve ter sido ruim, você até esta chorando.

Eu sequei rapidamente minhas lagrimas.

- Quer me contar?

- Não.

- Sabe que quando conta um pesadelo para alguem ele não parece tão ruim assim - Ela insistiu.

- Não quero contar - Minha voz quase falhou.

- Tudo bem - Ela retirou os cabelos do meu rosto - Está atrasada sabia.

Ela se levantou da minha cama, indo em direção a porta

- Vai tomar banho, que eu preparo seu café. 

Ela parou na porta e virou para tras.

- Você está bem mesmo?

- Estou sim.

Arrisquei um sorriso. 

Assim que ela saiu enterei meu rosto nas mãos e choraminguei.

- Por favor, de novo não, eu já tinha me esquecido, ja tinha esquecido.

Lágrimas ameaçaram a sair outra vez então respirei fundo, e fui correndo para o banheiro. Tomei banho o mais rapido que pude, não queria tempo livre para pensar no sonho. Mas mesmo assim chorei um pouco enquanto tomava banho.

Coloquei um roupa confortavel e desci as escadas em passos rapidos, e já estava indo para a porta quando Clarie disse.

- Selene, não vai comer seu cereal?

Clarie disse apontando a tigela.

- Me desculpe, eu não estou com muita fome.

Ela me encarou.

- Sabe que pode contar qualquer coisa para mim, né?

Eu assenti.

Ela esperou que eu começasse a falar sobre meu sonho, ou qualquer outra coisa que estivesse me pertubando.

- Eu preciso ir para a escola - Disse por fim.

- Tudo bem - Ela disse meio desapontada -  Não se esquece que tem aula de direção.

- Não vou me esquecer.

Assim que fechei a porta ouvi um barulho de buzina atras de mim. Olhei para trás e Cameron estava com seu carro.

De alguma forma ve-lo fez aquela angustia amenizar.

Sorri para ele.

- Quer uma carona? - Ele perguntou.

Eu já ia responder que sim, foi quando vi o carro de Dylan, ele parou ao lado de Cameron, tabém buzinou e fez um sinal para que eu entrasse.

Esfreguei a testa como se aquilo me desse dor de cabeça.

Dylan e Cameron olharam feio uma para outro.

- Eu acho que vou de ônibus mesmo.

Disse alto o bastante para os dois escutarem e também para acabar com a briga silênciosa de masculinidade.

- Tem certeza? - Cameron perguntou procupado.

- Tenho sim.

Ele soriu, um sorriso que demonstrou que entendia porque eu não ia com ele.

Dylan assentiu e então saiu, Cameron foi logo atrás dele.

Cheguei rapido no ponto onde pegava o ônibus. Sentei no primeiro banco que encontrei vazio. Estava tão entretida em meus pensamentos que nem percebi quando chegamos.

Enquanto andava pelos corredores indo para minha aula, vi Chloe e aquelas duas meninas que não largavam do pé dela. Elas passaram cochichando e rindo ao meu lado, revirei os olhos, não estava nem um pouco a fim de me preocupar com ela no momento, já tinha tanta coisa na cabeça.

Minha primeira aula, que era espanhol estava um tedio, não estava prestando atenção no que o professor falava, na verdade ele estava lendo um livro em espanhol, então a sala toda é claro estava caindo de sono.

- Selene? Selene? 

O professor chamou minha atenção.

- Você pode traduzir a ultima frase que eu disse, por favor?

- Pode repetir para mim?

Ele bufou.

"¡Oh, Dios mío, es imposible, no puedovivir sin mi vidano puedovivir sinmi alma!"

- " Oh, meu Deus, é impossível. Eu não posso viver sem a minha vida. Eu não posso viver sem a minha alma"

Eu disse tão desanimada comparada com o entusiamo dele ao dizer a frase, que a deixei sem vida alguma.

Todos olharam espantados para mim. O professor então pigarreou e continuou sua leitura.

De repente uma mulher entra na sala, fala baixo com o pofessor e então se volta pra a classe.

- Selene McConnell? - Ela aunciou.

Levantei minha mão.

- Pode me acompanhar por favor.

Me levantei recolhendo meus livros

A mulher segurou a porta para que eu pudesse passar.

- Me acompanhe.

Ela começou a andar e eu a segui, seus sapatos de salto faziam um batuque irritante.

Paramos então em frente a sala do diretor.

Ela abriu a porta para mim, mas ao invês do diretor, estavam dois policiais.

- Eles vão fazer apenas algumas pergunta - Ela sussurrou  e então fechou a porta sem entrar na sala.

Os dois policiais se levantaram.

- Prazer , eu sou o detetive Mark - Ele apertou minha mão - E este é o meu parceiro, Bruno.

- Prazer - O outro homem apertou a minha mão também.

- Sente-se.

Ele apontou a cadeira ao meu lado. Eu me sentei um pouco desconfortavel.

- Seu nome é Selene, certo?

O detetive Mark perguntou.

- Isso.

Ele assentiu.

- È um nome meio incomum, você sabia que esse nome...

- Pode ir direto ao ponto, por favor.

Ele sorriu.

- Você conhece a senhorita Nicole Campbell?

- Conheço.

Ele assentiu escrevendo em seu caderninho.

- Pode me dizer qual foi a ultima vez que a viu?

- Hmm...foi na festa da Chloe.

- E ela falou alguma coisa estranha para você?

- Não, nós nem conversamos muito, houve um acidente.

- Um acidente?

- Me jogaram na piscina, e ai eu fui embora.

- Tudo bem.

Ele escreveu com a maior paciencia do mundo em seu caderninho outra vez.

- Ela tinha algum inimigo andava meio estranha...

- O que aconteceu com a Nicole?

Eu o interrompi.

- Apenas responda as perguntas - Disse o outro policial, de um jeito bem ignorante.

- Eu não sei se ela tinha algum inimigo ou se andava meio estranha, eu não a conhecia muito bem, me mudei a apenas algumas semanas, se quizer saber dessas coisas pergunta para o Dylan...

- Dylan? quem é ele?

Respirei fundo procurando paciência.

- È amigo dela, acho que se conhecem a bastante tempo.

- Vamos falar com ele.

- Você pode me dizer o que esta acontecendo?

Ele olhou nos meus olhos.

- Sua amiga Nicole...bem, nós achamos o corpo dela ontem a noite perto do riu, achamos que ela foi assassinada.

Minha repiração se acelerou e fiquei sem palavras durante algum tempo, apenas fiquei fitando o policial.


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