- Este és seu quarto. - disse Sasuke, abrindo a porta lentamente.
         - Meu... quarto? - a moça quase babou ao ver o lugar onde iria passar suas noites de sono. - Mas é bem grandinho para uma empregada, não acha? - perguntou ela, adentrando o quarto lentamente. Reparando em todos os cantos possíveis do quarto.
         - Não, por quê? - coçou a nuca, adentrando o local. - Aqui, nessa mansão, todos os meus empregados têm um quarto bem aconchegante. Preciso, praticamente, deles o tempo todo. Só vão visitar a família nos fins de semanas e em feriados festivos.
         - Nada mal, gostei bastante! - exclamou a rosada, jogando-se na cama.
         - Que bom que gostastes do quarto, e b-
         - Opa! - levantou da cama rapidamente. - Estou com a mesma roupa desde ontem, preciso tomar um bom banho e... comprar algumas roupas... - disse ele, olhando para os lados.
         - Bem... - coçou a nuca, fixando o olhar no teto. - É bom tomares um banho, então. Depois darei-te dinheiro para as compras.
         - Vai me dar dinheiro? - perguntou ela, aproximando-se rapidamente do rapaz.
         - Claro, como vais trabalhar desse jeito? - colocou as mãos na cintura. - Bem, preciso citar-lhe as regras antes d-
         - Ahh, não! - Sakura o interrompeu, dando um rápido abraço e um beijo na bochecha esquerda, indo à porta. - Depois você cita as regras, sei que são enormes e vai demorar demais. Agora vou ir tomar meu banho. - disse ela, saindo.
         - Er... - encostou a mão no local em que foi beijado, estranhando.
         - Conde... - chamou Sakura, voltando para o quarto. - ... onde fica o banheiro? - coçava a nuca, sorrindo sem graça.
^       Já nos vimos vezes suficientes para eu ter consciência do quanto ela é baixinha mas, só agora consigo notar ▬ notar de verdade ▬ o quão baixinha ela é.
         Mesmo que isso seja estranho, eu gosto de ver o quão baixa ela é.
         Seus olhos ▬ que, de fato, são verdes como esmeralda ▬ encantam-me! Combinam perfeitamente com seus cabelos róseos...
         No entanto, tais coisas não vêm ao caso. Pois afinal, porque uma pessoa como eu ▬ uma pessoa nobre, para ser mais direto ▬ ficaria reparando nesses detalhes? Estou aqui para ordenar e fazer com que minha geração seja sempre respeitada, apenas. Nada mais!
         Bem... talvez...
         - Descendo a escada, virando a direita e indo até o final. Lá já tem algumas toalhas, pedirei rapidamente para uma das empregadas pegar uma peça de roupa qualquer para que possas fazer compras. - respondeu ele, fitando-a.
         - Valeu, vou nestante ao banheiro! - exclamou ela, saindo do quarto novamente. Sasuke respirou fundo.
         Já faziam quarenta minutos que Sakura estava no banho. Era bastante incômodo para Neji e Karin presenciarem isso, principalmente porque a garota parecia já sentir-se em casa.
         - Quem essa garota pensa que é? - perguntou Karin, dando voltas pela sala de estar. Alguns empregados estavam sentados no sofá. - Primeiro me provoca e, agora, quer se sentir a dona da mansão!
         - Eu não acho que ela quer se sentir assim, não... - disse Naruto, arqueando uma das sombracelhas. - ... ela é... apenas assim, or-
         - Cala-te, imbecil! - levantou a voz, aproximando-se do loiro, que estava sentado, pegando na gola de sua camisa, começando a balançá-lo com força. - Você é um inútil, porque tenta defendê-la?
         - Porque, felizmente, ele tem um cérebro. Ao contrário de você. - respondeu Sakura. Estava perto da entrada da sala de estar, a mesma entrara lentamente. Karin ainda segurava a gola da camisa de Naruto, porém com mais leveza, eles e os empregados acompanhavam seus passos, principalmente Karin.
         - O que disse? - perguntou Karin, ficando vermelha de raiva, soltando a gola da camisa do loiro.
         - É o que você ouviu - aproximou-se totalmente dela, dando uma bofetada no rosto da moça de óculos. -, quem começou foi você! Se achou a cor do meu cabelo horrível, não tinha que ter falado.
         - Sua... - colocou uma das mãos no local da bofetada, levando a outra até o rosto de Sakura com intenção de atingí-la, mas a rosada impede-a, segurando seu pulso.
         - Nem tente fazer isso, garota. Você não sabe do que sou capaz, não mesmo. - disse bem séria.
         O jovem Uchiha descia a escada lentamente, avistando as duas se encarando. Na mesma hora, Sasuke aumentou os passos, adentrando a sala de estar.
         - O que está acontecendo aqui? - perguntou ele, aproximando-se das garotas, separando-as.
         - O que mais? Ela me deu uma bofetada. - disse Karin, comendo a garota pelos olhos.
         - Tá, dei mesmo. E ela mereceu! - disse Sakura, fitando-a.
         - Por que fizestes isso, Sakura? - perguntou ele, olhando-a nos olhos.
         - Patrão, ela ficou quarenta minutos só tomando banho! Ela está se sentindo a dona da casa. - disse Karin, olhando para ele.
         - Não é por isso, não. Você está arranjando motivos para me ver fora daqui.
         - Karin, não fales de um mal-lavado quando se és suja. - disse Sasuke, olhando para ela. - Sabes muito bem que todos aqui podem ficar no banho todo esse tempo. Não sei porque reclamas e... - olhou para a rosada. - Sakura, aqui está o dinheiro. Compre algumas peças para trabalho. - deu para ela. - Irei pedir para que a Hin-
         - Não, não! - interrompeu Sakura. - Posso fazer isso sozinha. Eu sei onde tem um shopping por aqui.
         - Tudo bem, então. Quero-te aqui em uma hora. - disse Sasuke, saindo do local.
         - Ok, chefinho! - respondeu ela, sorrindo.
         - Respeite-o, coisinha. - disse Karin, chamando a atenção da rosada. Porém, ela nem ligou, apenas se dirigiu até a porta enquanto Karin a seguia.
         - Se acha que vai se dar bem, está muito enganada. Vou conseguir colocar o patrão contra você, escute o que estou te falando. - ameaçou Karin, olhando para a Sakura. A mesma segurava o trinco da porta, apertando-o com força.
         - E escute o que vou falar agora: Se eu me der mal, ou se você colocar todos contra mim apenas pelos seus motivos ridículos, - Sakura olhou para a moça, bem séria. - te juro... que você irá pagar muito caro! - ameaçou-a, abrindo a porta e, finalmente, saindo.
         - Calma, você também não espera por esperar. - disse Karin, para si mesma.
         Sakura, já no shopping, foi de loja em loja comprar algumas roupas. A mesma aproveitara que tinha bastante dinheiro em mãos e, por isso, não perdeu tempo, comprando roupas lindíssimas. É claro que as sapatilhas, bolsas e até produtos para o cabelo não podiam faltar.
         Não era intenção dela fazer isso, ela apenas se descontrola quando tem muito dinheiro em mãos.        
         O tempo foi passando, Sakura já estava saindo do shopping com três sacolas em cada mão. A jovem chamava a atenção de muitas pessoas que passavam por ela, mas ela estava tão sorridente e apreciava tanto o céu lindíssimo, que ignorava todos.
         - Ui, ui. O condinho vai ficar furioso, já passaram-se quinze minutos do horário marcado. - aumentou os passos.
~       Não sei o quanto vou precisar roubar dele, mas por enquanto... vou aproveitar algum tempinho na casa dele.
         Na mansão, o jovem Uchiha estava em seu quarto usando o notebook, porém estava bem nervoso, pois sua amiga, Sa, não entrava de jeito algum. E não era surpresa alguma o jovem começar a ficar preocupado, parecia ter perdido uma parte do seu "frio" coração.
         - Por quê? Por que não entras, Sa? - perguntou ele, bagunçando o próprio cabelo. Deu uma rápida olhava no seu jardim pela janela, vendo Sakura voltando das compras. - Até que enfim. - fechou o notebook, saindo do quarto e descendo a escada, vendo a rosada entrar. - Demorastes demais, Sakura. - disse tranquilamente, aproximando-se dela.
         - Desculpe-me, conde-sem-nome. - inventou o apelido naquela hora enquanto colocava as sacolas no chão. - Me empolguei tanto, que não consegui voltar em uma hora.
         - Conde-sem-nome...? - coçou a nuca. - Por que chamaste-me assim?
         - Ué - a moça estava inclinada juntando as sacolas -, não sei seu nome, você não quer me dizer e - desenclinou-se, respirando fundo, colocando as mãos  na cintura. -, por isso, você é um conde-sem-nome, ora essa! Que pergunta idiota você tinha que fazer.
         - Er... comprou alguma roupa para o trabalho? - perguntou ele, olhando as várias sacolas.
         - Comprei só duas... não queria gastar o dinheiro com várias delas. - respondeu ela.
         - ... Leve para o seu quarto e volte aqui para eu citar-lhe as regras. - respirou fundo.
         - Tá, tá... eu sei que está com raiva... - pegou as sacolas, indo até a escada.
         - Não estou com raiva - disse ele, coçando a nuca. -, só desapontado. - confessou.
         - Hm... - subiu o primeiro degrau. - Pode citar as regras agora?
         - Bem - começou, virando-se para ela. -, a partir de agora, sou seu chefe. Portanto, chame-me de patrão; respeite todos para que sejas respeitada; só poderás sair às sextas, aos sábados, aos domingos e aos feriados; nunca faça menos do que o ordenado, também não faça mais que o ordenado, apenas o suficiente; todos, exceto os que fazem ronda noturna, têm de ir dormir as vinte e duas horas da noite para acordar às sete e meia da manhã; não é proibido ter relações com outro empregado, mas não é permitido carícias/derivados na hora do trabalho. Caso contrário, serás demitida por justa causa; não faça algo que não sejas responsável para fazer, apenas faça o seu trabalho.
          - Ok, terminou? - perguntou ela, cheia de tédio.
          - Sim.
          - Que bom. Mas não vou conseguir te chamar de patrão. - confessou.
          - Seu trabalho começa amanhã às oito horas. - disse ele, saindo do local.
          - "Nhaaaam, oitoooo  hoooras". - falou para si mesma, imitando-o e mostrando a língua para ele enquanto ele se distanciava.

...

                                        Dia seguinte...

          A moça já estava andando pelo jardim, a mesma usava um macacão bem morderno, ele tampava apenas a metade das coxas. As sandalhas eram bem rasteirinhas e, as luvas, cobriam apenas a palma da mão, pois os dedos ficavam para fora.
          Ela começou seu trabalho regando as flores. E eram tantas, que ela não conseguira calcular quanto tempo ficaria regando-as, mas ela não parecia se incomodar, porque o lugar era lindo demais para se importar com isso. Nem que passasse o dia inteiro ali, especialmente pelos pássaros voando pelo lindo céu cheio de nuvens.
          Outro motivo para Sakura não ficar entediada trabalhando, era por ter um colega de trabalho, poderia ser legal fazer algum amigo entre os empregados.
          - As flores desse jardim são tão lindas, não acha? - perguntou em voz alta, pois Shino estava um pouco distante cortando a grama.
          - Claro, especialmente porque EU cuidei delas. - respondeu em voz baixa, mas Sakura conseguiu ouvir.
          - Er... você deve gostar muito desse jardim. - disse ela, andando lentamente entre as flores.
          - Senhorita - aproximou-se dela. -, continue seu trabalho bem quietinha, sim? - pediu ele, distanciando-se novamente.
          - Nossa, percebi que pensei errado. Esse é o tipo de colega que não queria ter. - disse para si mesma.
          O loiro observava a rosada regar as flores pela janela. Suas mãos estavam grudadas no vidro juntamente do seu nariz, seus olhos brilhavam enquanto este abrira um sorrisinho.
          - Naruto, de volta ao trabalho ou eu conto ao patrão o que você fez na noite passada. - disse Gaara, enquanto passava adentrava a sala de jantar.
          - A-Ahhh? - assustou-se, desgrudando-se da janela, seguindo o rapaz. - Q-Que história é essa, vermelhinho? Eu não fiz... nada! - dizia, enquanto a voz sumia lentamente do local.
          Sakura estava bem pensativa, ela olhava e olhava para o céu, esquecendo que o regador já tinha pouca água.
~        Kiba, o que está fazendo? Será que está sentindo minha falta? Acho que deve estar chorando pelos cantos.
          Seu amigo Kiba poderia até estar pensando nela e chorando pelos cantos, mas...

                                        Na verdade...

        - Ownn, Kiba é um rapaz tão, tão, tão, tãããão sexy... - disse uma moça de vestido bem curtinho, agarrada no braço direito dele.
        - Seu peitoral me deixa louquinha, mon Kiba... - disse outra mulher de vestido curto também, agarrada no braço esquerdo dele, passando uma das mãos no peitoral do rapaz.
        - Hahahahahaahahahahahaha! - Kiba começou a rir bem alto, olhando para cima. O mesmo estava no quarto de Sakura, pois ela deixara as chaves com ele. Porém, ele não estava fazendo nada que sua amiga pediu. - Digo o mesmo par.. - o celular do bolso da calça dele tocara. - Perdão, cherries! - pegou o celular rapidamente, abrindo-o, olhando o nome e o número da pessoa que estava ligando.
        - Sakura? Quem é? - perguntou uma das garotas, aproximando seu rosto para mais perto do celular.
        - Uma cerejeira? - perguntou ele, fechando o celular e jogando-o para outro lado da cama, começando a rir com as garotas.
        - É tão engraçado, Kiba! E eu continuo rindo! - disse uma das moças.
        - Agora chega de graça, venham cá minhas gatinhas! - abraçou as duas, deitando-se na cama com elas, e vocês já sabem o resto.

CONTINUA...