»     Apesar de tudo, Sakura tentava manter-se calma, não queria causar má impressão, porém estava muito nervosa e preocupada por dentro. A mesma não conseguia parar de tremer, parecia estar com frio, não queria nem imaginar onde passaria a noite sem dinheiro.
       Muitas das pessoas que ali tinham, conversavam sem parar, essa era a grande oportunidade da rosada ir falar com o piloto. Não esperou muito para que desse um impulso e levantasse da cadeira, começou a andar lentamente em direção da porta que levava ao lugar principal do avião. Seus olhos estavam arregalados, sua respiração estava ofegante e, seus lábios, semi-abertos. 
       A aeromoça andava em direção da rosada, porém não tinha intenção alguma em questioná-la ou pará-la, apenas passava por ali com alguns "mini-lanchinhos" para dar aos passageiros e, ao chegar de frente da moça de cabelos róseos, abrira um sorriso contagiante, oferecendo-lhe um dos produtos alimentícios.
       - Quer algo para comer, senhori-
       - Sai da frente. - Sakura apenas interrompeu-a, impurrando-a para o lado esquerdo, mantendo seu olhar à porta. Estava certa de que conseguiria voltar para casa naquele avião mesmo, suas esperanças aumentavam cada vez mais que se aproximava daquela porta. Foram questões de segundos para que a rosada chegasse bem perto da porta, a mesma não esperou muito para bater fortemente na porta. - Ei, senhor piloto! Abra a porta! - exclamou ela, não obtendo resposta. Foi aí que resolveu entrar sem permissão alguma. - Bem, já que não queria me responder... eu entrei. - coçou a nuca, aproximando-se do piloto. - Preciso te explicar minha situação, meu caro amigo piloto.
       - Situação financeira? Ahh, que coincidência! Também estou nessa situação. - respondeu o piloto, na maior ignorância.
       - Ai, calma! Não é isso, é outra coisa. Ouve só... - sorriu ela. - Eu juntei um dinheirinho para ir à China, só que não guardei dinheiro reserva... eu deixei o dinheiro certinho para ída e volta, mas aí... - olhou para ele. - ... para voltar, eu comprei uma passagem pensando que era para os EUA, porém... quando fui notar, era para Inglaterra, e notei isso só depois de horas no avião! Não é engraçado? - começou a rir, dando um tapa de leve no ombro esquerdo do piloto.
       - Ahh, super engraçado! Mas ouça essa: - olhou para ela rapidamente. - o problema não é nadinha meu! - exclamou ele, começando a rir. - Hahaha! Não é engraçado, também? 
       - Mas... mas... queria que o senhor fosse até os EUA, vamos, sim? Ninguém vai perceber. - perguntou ela, entrelaçando as mãos.
       - Não, eu sinto muito mesmo! Agora dá um fora daqui! - exclamou ele.
       - Ah, nossa! Desculpe... - disse ela, fazendo bico e saindo dali, voltando ao seu lugar. - "Ai, eu sinto muito! Ai, não é engraçado também?". Humph, sínico! - resmungou ela, fazendo bico. O rapaz ao seu lado ficou olhando-a como se quizesse questioná-la, chamando a atenção desta. - O que foi? Fica na sua, mermão!
       Passou-se mais uma hora, a viagem já estava no seu fim, os passageiros desembarcavam lentamente. Sakura não estava nem um pouco animada por estar na Inglaterra, pois não havia nada o que fazer lá. Tinha dinheiro suficiente para pegar um táxi e comer algo, mas não tinha como voltar para casa tão cedo.
       - Posso voltar para casa se... - pensou ela. - ... eu roubar algumas coisinhas. - sorriu ela.
















...



















       Sakura já estava no táxi a caminho de uma das cidades do país, mas a mesma não conhecia nada, pois nunca foi em tal lugar.
       - Onde estamos? - perguntou ela, olhando pela janela.
       - Em Londres, moça. - respondeu o motorista.
       - Aqui é bem bonito. - confessou ela, sorrindo.
       - Muito, amo esse lugar... - respondeu o motorista, olhando-a pela janelinha do carro. 
       Foi quase uma hora andando de táxi por algumas partes da cidade, o taxista resolvera deixar a moça em um lugar fácil, para que esta não se perca ou se confunda.
       - Vou deixá-la aqui, vai ficar mais fácil para ti, a senhorita saberá o porquê. - sorriu ele.
       - Obrigada... - respondeu ela. - ... olha, como não vou poder ficar andando por aí com essas malas, pode ficar com duas delas, ficarei com uma apenas. Você deve ter filhas, não? - perguntou ela, saindo do carro.
       - Tenho sim, obrigado! Nem precisa pagar nada.
       - Obrigada! - exclamou ela, pegando uma das malas que estavam no porta-malas. O taxista saiu do local, enquanto Sakura olhava-o se distanciando. - É claro que pode levar minhas roupas, peguei cem libras esterlinas que você tinha guardado em uma das bolsas que tinha nos assentos de trás. - falou para si mesma, começando a rir. - Cinco mil libras... deve valer muito! - exclamou ela. - Bem, vou usar algum computador que tenha aqui por perto e, depois, roubar algumas coisas. - sorriu ela, andando pela cidade. A jovem ficara encantada com tudo que vira ao seu redor, nunca havia passado por sua cabeça que, um dia, estaria na Inglaterra, principalmente em Londres. Também não sabia que, a cidade em si, era mais linda do que imaginava, mas já era de se esperar tal beleza, pois a mesma estava no bairro mais chique da cidade, onde só pessoas importantes viviam, como os condes por exemplo. Porém, Sakura nem fazia ideia disso tudo, apenas queria andar e andar.
       A mocinha usara as pessoas como guia, procurava saber algum caminho para um lugar com computador, e não parecia ser tão difícil arrancar informações dos outros, os mesmos não eram tão frios como pareciam ser, até respondiam com vontade as perguntas que a moça fazia. 
       Depois de uma boa caminhada, Sakura finalmente achara algum tipo de LAN house na cidade, expondo um sorriso enorme, correndo até ele, entrando e, finalmente, aproximando-se do atendente.
       Não era bem uma LAN house, o lugar tinha preferência em um nome mais chique: NetCOM.
       - Por favor, preciso usar o computador por meia hora.
       - Uma libra, moça.
       - Ok, ok! - pegou uma libra, dando à ele. Rapidamente conectou-se em um dos computadores e, é claro que, seu amigo estava conectado também.


[Conversa em fake: ON

* Cara, a offa está com problemas seríssimos!
       Sakura iniciou a conversa, um pouco desesperada.
-
* O que foi, Sa? O que sua offa tem?
       Perguntou ele, curioso.
-
* Não te interessa! Como está? Agora vai entrar diariamente?
       Perguntou ela, olhando para trás e coçando a nuca. 
-
* Eu estou bem, obrigado! E você? E sim, entrarei diariamente agora. Estava ancioso para vê-la.
       Respondeu, animado.
-
* Eu também estava, mas não vou entrar diariamente... tenho problemas sérios e, infelizmente, pouco tempo para falar.
-
* Que pena! Mas olha, acho que vou mudar de fake, o que acha?
       Respondeu um pouco triste, mas para não demonstrar, fez uma pergunta qualquer.
-
* Desde que o fake não seja pornográfico, de animais, de humanos e nem de lutinhas, pode sim!
       Respondeu ela, mordendo os lábios.
-
* Não se preocupe, Sa! Acho que vou apenas pintar o cabelo de marrom... ou mudar para um personagem mais bonito.
-
* Ah, então beleza! Quer zoar algumas comunidades do orkut comigo? 
       Perguntou ela, prendendo seu cabelo.
-
* Claro! Adoro fazer isso contigo, é muito engraçado! 
       Respondeu ele, rindo alto.
-
* Vamos, então!  E depois vamos chingar muito no twitter, beleza?
       Perguntou ela, sorrindo.
-
* Mas você não tem só mais uns minutos?
       Perguntou ele, curioso.
-
* É mesmo, apaga. Chingaremos noutro dia, vamos acabar com alguns fakes da Lady Gaga!
-
* Como quiser, señorita Sa.
       Sorriu ele.
-
* Então, vamos às comunides, señorito "español"
       Riu baixinho.


...


       A conversa foi curta, mas bem divertida. Conseguiram zoar um pouquinho em uma comunidade, porém o tempo que Sakura tinha ali na NetCOM era pouco, e não queria usar por mais tempo, pois queria roubar algumas coisas e ver o que poderia fazer naquela cidade.


Conversa em fake: OFF]



       - Bem, suponho que tenho de lutar muito, - respirou fundo, levantando-se da cadeira e saindo do local. - e é claro que a melhor maneira de lutar é roubando muitas coisas. - sorriu ela, indo em direção de um loja enorme de roupas. A mesma queria usar o vestiário, mas sabia que as lojistas não deixariam e, por isso, entrou as escondida, pegando seu óculos escuro junto do sobretudo, tampando totalmente sua boca com a gola, e seus cabelos com o capuz. A moça saiu rapidamente daquela loja, procurando algum beco que poderia ter pela cidade.
       Foi bem rápido achar um beco escuro por ali, deu para dar uma boa descansada, porém não podia descansar por muito tempo, tampouco poderia parar de olhar as pessoas que passavam. Sakura olhava atentamente para cada um que passava por ali, não queria pegar alguém errado. 
       Ficou alguns minutos observando, mas não demorou para que pegasse um rapaz que passara por ali, puxando ele para dentro do beco, puxando-o pelos braços com a mão direita, fazendo com que eles ficassem no meio de suas costas, prendendo-o na parede com força, encostando o dedo indicador e do meio da mão esquerda um pouco acima da coluna dele, pressionando-os com força, apenas para que o mesmo pensasse que a moça estava armada.
       - Quero todas as libras que tiver - disse ela, bem séria. - se tiver algo mais valioso no bolso, melhor ainda.
       - P-P-Por favor, não me mates! Darei-lhe tudo que tiver. - suplicou ele, quase chorando.
       - Ótimo! - exclamou ela, soltando os seus braços, deixando apenas a suposta "arma" pressionada nele. - Anda, pegue tudo que tiver nos bolsos sem olhar para mim, apenas dê em minha mão.
       - S-S-Sim! - exclamou ele, tremendo bastante, pegando todas as libras que tinha, e por último um precioso relógio, dando à ela. 
       - Maravilhoso! - exclamou ela, desencostando-o da parede, empurrando-o em direção da saída do beco. - Agora vai embora sem olhar para trás, ou eu atiro na mesma hora. - disse ela.
       - Não, eu prometo que não vou olhar! - exclamou ele, saindo rapidamente dali.
- Imbecil! - exclamou ela, olhando ao relógio. - Acho que só mais um pouco, e poderei voltar para os EUA. - tirou o capuz e o óculos ali mesmo, guardando o óculos na mala.  - Se bem que... 
       - Vistes na TV? - perguntou uma moça para a sua amiga que estava ao lado caminhando juntas.
       - Que passastes? - perguntou a amiga, curiosa. Passaram pela Sakura nessa hora e, como a rosada era curiosa, não conseguira deixar de ouvir.
       - O jovem conde Uchiha estás a procura de um décimo terceiro servo! - exclamou a moça.
       - Verdade? - perguntou a amiga, curiosa. Sakura seguia aquelas moças de fininho.
       - Claro! O jovem Uchiha já tem os doze melhores empregados do mundo, quem seria o décimo terceiro? Estou tão curiosa! - exclamou a moça, rindo.       
       - Ai, ai! A mansão és tão linda, quem dera eu se pudesse entrar lá. - disse a amiga.
       - Eu também... eu também! - exclamou a moça, rindo.
       - Que interessante... - disse a rosada para si mesma, parando de seguí-las. A mesma não percebeu que tinha muita gente parada por ali, e que estavam olhando para uma grande mansão que, mesmo distante, dava para ver o quão linda era.
Sakura resolveu aproximar-se de alguém que estava observando a mansão, perguntando:
       - Com licença, aquela é a mansão do jovem Uchiha? - perguntou ela, olhando encantadamente. 
       - Sim, sim! Ele é muito famoso aqui em Londres e em todo o país... - respondeu o rapaz. - ... ele nada em dinheiro... - afirmou o rapaz.
       - Hm, obrigada pela resposta! - exclmaou ela, afastando-se do rapaz.
       - O que são os EUA? - perguntou-se à si mesma. - Eu não sei, só sei que agora... - sorriu ela. - ... vou me divertir um pouco aqui... em Londres. - disse, em tom de voz baixa.
















...
















†     Todos os empregados, exceto Itachi e Karin, estavam preparando algo bem especial ao jovem Uchiha na sala de jantar e, como já estava anoitecendo, os mesmos não viam a hora de chamá-lo.
       A mansão estava bem limpa, os empregados tinham conservado e limpado os cômodos todos os dias na ausência do patrão e, como o rapaz estava com o humor lá em cima, o mesmo resolveu aumentar o salário de todos, principalmente por saber que pode realmente confiar neles.
       O jovem Uchiha estava sentado em sua cadeira de balança perto da sala de estar, enquanto Itachi e Karin, estavam dormindo, pois o cansaço tinha tomado conta deles dois. Sasuke lia algum tipo de livro de suspense, o mesmo adorava ler e/ou assistir algo que te prenda na história.
       Enquanto tudo na mansão estava calmo, Sakura andava em direção da mansão, estava quase perto daquele lugar imenso e invejante. A mesma estava com um vestido de empregada bem chamativo, pois pensara que, dessa forma, não seria dispensada e, com certeza, conseguiria o cargo de "décima-terceira-serva-do-conde-mais-famoso-da-Inglaterra".
       Demorou mais alguns segundos para que a rosada chegasse na enorme porta que a mansão tinha, a mesma olhara para a campanhia, querendo tocá-la, mas eram tantos botõezinhos, que nem sabia qual apertar e, por causa disso, resolveu tentar bater na porta, mas hesitou-se no mesmo momento, olhando para o chão, mordendo os lábios, até que finalmente, dera cinco batidas de leve. 
       É claro que seria impossível os empregados, que estavam num lugar bem distante da porta, ouvirem as batidas. Mas por sorte, o jovem Uchiha estava bem perto dali, o mesmo esperava que um dos empregados fosse atender, porém como viu que ninguém viria, resolveu ir por si mesmo, levantando-se da cadeira e aproximando-se da porta, pegando na massaneta, respirando fundo e, finalmente, rodando-a de leve, abrindo poucos milímetros da porta, olhando para baixo, fazendo com que Sakura desse um pequeno passado para trás.
















CONTINUA...