- Ahhh nem é parecido! – falei analisando a figura de cera.

- É sim, olha o nariz! É igualzinho! – Tia Pattie falou.

- É... – dei um soquinho na estátua de cera do Biebs e sorri – Agora sim achei a igualdade! A cabeça dele também é oca!

Ele me olhou e deu a língua o que só me fez rir mais.

- A pose metida é igual.

- Quando você tiver um boneco de cera, vem falar comigo tá? – ele me respondeu e eu fechei a cara.

- Vai se sentir melhor se eu falar que ele parece seu irmão gêmeo? – falei e ele assentiu – JUSTIN! QUE INCRÍVEL! Ele parece seu irmão gêmeo! Pera! Qual é o Justin certo? Ah, você! Tá vendo? Até confundi!

- É, você até que atua bem! – ele falou rindo.

- Bem? Eu sou uma atriz nata! Nasci para as telonas, meu amigo! – falei convencida.

Nós nos olhamos sérios e depois começamos a rir. Coisa de melhores amigos bobões e felizes.

- Tudo bem, vamos? Você tem um show essa noite, Justin. Tem que estar descansado! – Pattie falou se aproximando.

- Enquanto você dorme, eu passeio por Londres e conheço alguns gatinhos, falow? – falei e ele me olhou sério – Ah, você pode namorar e eu não posso conhecer ninguém? Então tá, Biebs! Espera só!

- Eu não disse isso!

- Mas tava pensando!

- Essa menina tem sangue de bruxa – Justin apontou pra mim e olhou para sua mãe que riu.

- Vamos logo! – fomos saindo do museu.

Chegamos ao hotel e Justin foi para seu quarto. Eu o segui. Não estava a fim de ficar sozinha no meu.

- Oi estrupício! – falei entrando e me sentando na cama.

- Oi mala sem alça – respondeu se tacando na cama.

Ficamos em silêncio por um tempo. Fiquei olhando para frente, mas sentia os olhos de Justin em mim.

Depois daquele episódio, as coisas não foram mais as mesmas. Por um tempo a gente até voltava a ser o que era antes e ignorávamos tudo, mas depois as lembranças voltavam.

- Você me ama? – Justin perguntou se sentando ao meu lado e me olhando.

- Claro! Eu sempre te amei! – falei sorrindo pra ele.

- Eu sinto que você vai me deixar. Que vai embora e me abandonar – ele disse olhando pra baixo.

Por um momento ele não parecia o Justin Bieber de 17 anos que estava na minha frente. Parecia mais o JB de 7 anos que sempre me irritava, mas que sempre me fazia feliz com suas palhaçadas.

- Justin, eu já disse que não vou te abandonar! Você é meu melhor amigo desde sempre! Não sei viver sem você – falei e ele sorriu.

- Mas você disse que iria pra faculdade! – falou diminuindo o sorriso.

- Não sei o que vou fazer da vida! Ou você me emprega, ou eu to frita! – falei fazendo uma careta e ele riu.

Depois de um momento ele me abraçou, deitou no meu colo e ligou a TV. Fiquei fazendo carinho nele até ele dormir.

Fiquei observando seu rosto calmo. O que eu ia fazer? Como eu iria superar isso? Eu estava cansada de sofrer com isso, mas não conseguia falar pra ele! Não conseguia contar o que eu realmente sentia!

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Down To Earth começou a tocar. As imagens de nossa infância até agora passavam pela tela do cinema. Algumas pessoas choravam, eu cantava junto com a música enquanto sentia as lágrimas chegando.

Uma imagem de minha mãe e Pattie sorrindo para nós enquanto eu tocava o teclado de brinquedo e Justin tocava sua pequena bateria passou.

É, eu estava assistindo Never Say Never de novo. Eu não me cansava de ver, me lembrava coisas boas.

Depois que o filme acabou eu fiquei lá sentada esperando a música acabar.

I was born to be somebody
Ain't nothing ever gonna stop me
I'll light up the sky like lighting
I'm gonna rise above
Show ‘em what I'm made of
I was born to be somebody
I was born to be
And this world will belong to me
Oh oh oh

And this world will belong to me

- Vamos? – ouvi uma voz conhecida e olhei pra baixo. Justin estava encostado na parede perto da porta.

- O que você tá fazendo aqui? – falei limpando os olhos e colocando os óculos dentro da bolsa.

- Vim te buscar – ele deu de ombros e subiu a escada correndo e se sentando ao meu lado – Quantas vezes?

- Essa foi a 7° - falei rindo.

- Nossa! Por que você assiste tanto?

- Sei lá, eu gosto! – dei de ombros – Acabo lembrando de várias coisas divertidas e também... Bom, algumas coisas da minha mãe aparecem...

- Ah. Entendi – ele disse olhando pra frente – Sabe, se você quiser, podemos ir pra Stratford e então pegamos algumas coisas na sua casa... Daí você pode ver ela sempre que quiser – ele sorriu pra mim.

- Não! Não, tudo bem! Teríamos que ir lá pra minha casa e eu não gosto da ideia de rever meu pai. Aliás, nem sei porque ele foi pra lá, mas tá. Eu prefiro assim. Não quero me prender muito ao passado – falei me levantando – Vamos embora. Aliás, você ta me devendo um cupcake.

- To? Por que? – ele se levantou indo atrás de mim.

- Ah, sei lá! Alguém devorou o meu aquele dia no shopping só porque algumas fãs enlouqueceram e começaram a correr atrás de nós – falei revirando os olhos – E esse alguém me disse que ia comprar outro pra mim.

- Algumas fãs? – Justin disse com certo exagero. Eu dei de ombros – Não adianta discutir mesmo né?

- Não!

- Tá, eu te compro um cupcake – falou enquanto saíamos da sala.