Tsunami continuava a abanar a cabeça perante o olhar preocupado de Tachimukai.

- Va lá mano, ela não pode ter feito isso, ela ama-te!

- Tu viste a foto não viste?!

- Yah.

- Então?!

O surfista queria acreditar no amigo, queria correr outra vez para os braços de Toko e, quem sabe, queria que ela o perdoa-se. Pôs uma mão confiante no ombro de Tachimukai e suspirou.

- Não interessa.

O outro rebelou-se.

- Não interessa?! Bebeste demasiada água?! Tsunami, não queres investigar essa história!?! Não te parece suspeito o ar de satisfeito que o Dan te lançou?! Photoshop, meu caro, muito photoshop.

Um brilho de esperança miudinha passou nos olhos de Tsunami.

- Achas que foi o Dan que fez esta tramoia?

Olhar irónico.

- Se acho?!

***

Voltaram a beijar-se e permaneceram calados e sorridentes durante alguns minutos. Para Fubuki, era um sonho lindo que estava perante ele, era uma nova força no meio dos escuros treinos de Inazuma Eleven, era pura magia. Para Layla era conforto por dentro, era a mágua por Goenji mas a paixão que lhe fluia no sangue superava-o.

- Achas que na minima hipote poderás ficar cá...?

- Fubuki... não... tenho obrigações para com a minha equipa, e tu tens com a tua.

Os olhos cinzentos dele ficaram apreensivos, ela sabia porquê e era por isso que ela nunca se envolvia muito com alguem. Estava sempre em movimento e odiava magoar os sentimentos de outros. Alguns dos outros.

- Eu sinto muito... por tudo isto, eu sou um idiota... tu mereces alguem muito melhor que eu, alguem que te estime... o Goenji por exemplo. Eu sei que tu ainda amas o Goenji.

A verdade nas palavras era uma das qualidades do avançado, mais um defeito para Layla que nunca entendia como Fubuki podia ter tanta razão.

- Não digas isso. Fubuki não digas isso, sabes que eu...

- E se fossemos à água? Está quente.

Ela sorriu, agradecida e foi com ele. Correram, brincaram, saltaram, divertiram-se! Falaram sobre os mais variados assuntos até o Sol ficar posto, o clima exercia uma influencia romantica nos dois que namoraram ate ela o fixar, sorrir e...

- Fubuki... eu tenho algo para te dizer, acho que... bem... como ja gosto tanto de ti (ele corou) acho que te posso dizer o que eu... ham... sou.

Fubuki ja sabia, claro mas esperou até ela falar.

- O meu pai era o cientista mais aclamado daquela epoca, Docer Davis, ele apoiava uma lenda antiga de como o ser humano tem mesmo uma alma constituida por celulas do cerebro, mas celulas interiores. (Não sei explicar) Bom, o que se passa é que eu, quando tinha 6 anos, apanhei cancro e todas as tentativas para me salvar foram em vão. O meu pai andava tão obcecado com o trabalho  que nem quis saber de mim... mas utilizou-me para testar a sua experiencia mais recente. O vizinho dele tinha um lobo de estimação e o meu pai, basicamente, juntou-me a ele. (Fubuki sorri). A experiencia correu bem?! NÃO! A alma do lobo deu-me forças e venci o cancro mas de vez em quando dão me ataques... lupinos...

Ele nada disse, abanou a cabeça e abraçou-a docemente.

- Não te importas?!?! Não achas que eu sou um monstro?!!

- Eu tambem sou um duo, tenho em mim o meu irmão... estamos quites Layla.

***

- Goenji, importas-te que te acompanhe até casa?

O rapaz ficou interrogativo, Haruna sorriu expectante e ele não resistiu.

- Tudo bem, aposto que a Yuka já sente saudades tuas.

Começaram a caminhar.

- A Yuka arranjou um namorado, não foi? - Haruna riu-se - aposto que ficaste piurso...

- Nem por isso, desde que ele não tente... coisas... com ela, tudo bem. Não assim tão galinha...

- Eu não disse isso, Goenji. Mas acho que fazes bem em deixá-la em paz.

Ele parou e olhou-a.

- O Kido tem andando um pouco estranho, está doente?

- Um pouco, com febre e olheiras.

Continuaram a andar.

- De onde conhecias a Layla?

A pergunta de Haruna soou fria e ele ficou tão confuso que pensou que a cabeça caisse de tanto que girava.

- Ham... ela era a minha melhor amiga...

- Ainda é?

- Não......... sei.....

- Ah.

Goenji ficou contente, estaria a famosa "nova" e "melhorada" Haruna com ciumes dele e de Layla? Era uma perda de tempo para ela mas Goenji não deixava de se sentir bem com isso e, na verdade, nem ele sabia bem porquê.

***

- Dan, diz-me a verdade....! JÁ ou parto-te todo.

O jogador de Monions ficou aterrado ao ver aqueles olhos a faiscar e aquela cabeleira enorme a apontarem para ele. Tsunami continuava a pensar que tinha sido ele o culpado pela foto e tinha-lhe perguntado mais do que uma vez, agora ja estava a perder a paciencia com Dan.

- NÃO. FUI. EU. Men, não tenho culpa que a tua florzinha ande para aí a ser  concorrida pelos teus amiguinhos todos, a Toko não tem culpa de ser gira, o mais provavel erta ela deixar-te antes mesmo de eu ter tempo de editar uma foto.

O punho fechado de Tsunami voou para a cara de Dan que caiu para trás, ele voltou a levantar o canalha e a mandá-lo ao chão com tal violencia que Dan ficou admirado em como não tinha partido as costas.

- Tem... au... tem calma...

Tachimukai deu um ligeiro encontrão a Tsunami.

- Sim, tem calma amigo. Assim não lhe arrancas a resposta.

- JURA-ME. Jura-me que não deste um beijo à minha namorada.

- Eu juro. Eu juro pelas minhas costas.

Os outros dois abandonaram o local, Tsunami possesso, Tachimukai interrogativo. Ao longe, do outro lado do campo, um rapaz de cabelo castanho calçava as luvas enquanto sorria abertamente.

***

Haruna olhou Goenji com tal intensidade que este se sentiu corar, o que queria ela dele?! Amor?! Ódio?!

- Tu gostas dessa rapariga, eu sinto-o. Tens os sintomas.

Ele enfureceu-se.

- Obrigada Oprah, não te esqueças de ligar ao Dr.Phill a falar da doença. Haruna, eu não gosto da Layla Stone.

- Vai enganar outra.

- O beijo que eu lhe dei...

- TU BEIJASTE-A?!?!?!?!?!?!?

Ele corou até à raiz dos cabelos.

- NÃO. Sim... talvez?

- Tu gostas dela... ela engana-te com o Fubuki e tu gostas dela.

Ele parou pegou-lhe nos braços fitou-a.

- Quando eu digo que não gosto, não gosto, OKAY? - Goenji já não falava, Goenji gritava - eu sou um menino crescido e não perciso dos teus conselhos, okapa?!?

Haruna ficou tão assustada que se largou e desatou a correr enquanto lagrimas lhe escorriam pela cara. Goenji, arrependidissimo foi atrás dela e ela parou a meio de uma estrado.

- Ouve... desculpa.. - pedia Goenji do fundo da rua

- Cala-te.

- Haruna... HARUNA!

A rapariga só sentiu mãos a empurrarem-na para a frente e um carro a travar com uma data de guinchos, quando voltou a olhar para trás o que viu foi Goenji com um golpe na cabeça, um carro em cima das suas pernas, incosciente.

Empurrando, com furia e desprezo por si propria, o homem que tentava saber se o rapaz estava bem, ela abraçou o avançado salpicando-o com grossas gotas salgadas das lagrimas que lhe caiam pela face.