Fubuki beijava bem. Apesar da natureza fria do rapaz Layla sentia um conforto por dentro que lhe dava prazer. Então era isso! Amor. O que sentia por Fubuki era amor... mas... então e Goenji?! Se sonhava com o avançado de olhos escuros todas as noites, se sonahava que ele a beijava e lhe dizia o que Fubuki lhe tinha murmurado, porque estava ali, aos beijos com o outro?! Separou-se com decisão dele, mas Fubuki não percebeu a sua dor. Pegou-lhe nos pulsos e encostou-a à parede.

- Porque é que me fazes isto, Layla?! Porque me fazes sentir isto por ti, porque é que só consigo ouvir o teu nome, porque é que me viro sempre que ouço a tua voz?! Porque é que eu te amo assim?

Ela ficou atónita. Olhou os cabelos em desalinho do rapaz, os seus labios humidos e os seus olhos cinzento. Ia beija-lo mas voltou a pensar no outro e empurrou-o para fora de si.

Ele caiu para trás e deu por si em cima do sofá dela, ao contrário. Layla pensou que o tinha magoado mas tambem ela tropeçou. Ficaram os dois, por uns breves momentos, a olhar-se com paixão. E como uma sombra, Goenji voltou à memória da rapariga que fechou os olhos.

- Caraças, Fubuki, não te posso fazer isto...

Ele tirou-lhe uma madeixa de cabelo negro da testa com um infinito carinho.

- Eu sei que amas Goenji, mas não há uma hipotese de me deixares, pelo menos tentar?

Layla sorriu, e o sorriso dela abalou Fubuki de tal maneira que a voltou a empurrar para si e a beijá-la. Não dava para a goleadora de Monions estar a beijar um e a pensar noutro. Separou-se mais uma vez, murmurou "Desculpa" em tom triste e saiu porta fora deixando Fubuki abalado com a cabeça entre as mãos a pensar como podia ser tão egoista.

Como em tantas outras vezes acontecia, Layla deixou-se guiar por Houston e o lobo foi conduzindo a rapariga pelas ruas de Raimon. Estava gelada, com frio e ensopada em água mas precisava de algo... ou de alguem.

***

- Tsunami! Pára por favor, não aconteceu nada entre mim e o Dan!!

Toko tentava parar Tsunami que saía para a tempestade com lágrimas nos olhos e uma expressão de dor.

- Mesmo se tivesse acontecido, seria sempre antes de NÓS começarmos a andar! Ouve-me... por favor...

Ela sentou-se no chão a chorar, Endou tinha mostrado a Tsunami umas fotografias que mostravam claramente um beijo. Estaria tudo bem se não fosse Toko e Dan a serem fotografados.

Era mentira. Nem Toko, nem Dan tinham sequer um laço de amizade muito forte, mas a foto era tão real...

- Toko, vais ver que vocês vão fazer as pazes!

- Deixa-me em paz, Natsumi... deixem-me... DEIXEM-ME TODOS EM PAZ.

E correu escadaria acima. Natsumi olhou as escadas com pena, se ela ao menos gostasse de alguem da mesma maneira que Toko... ou... será que gostava?! Pensou nos jogadores de Inazuma Eleven... nenhum em especial. Mas depois ocorreu-lhe pensar nos Monions e um rapaz chamado Nick bateu-lhe fortemente em pensamento.

***

Layla tinha ido a casa de Goenji, afinal. Parou. Precisava dele, precisava de Goenji. Derrubou a porta e correu escada a cima, onde o encontrou a estudar.

- A tua irmã está em casa?!

Goenji ficou sobressaltado e limitou-se a abanar a cabeça com ar atónito. Ela ainda arfava de cansaço quando se lançou para cima dele e o beijou sofregamente. Algo electrico percorreu-lhe o corpo inteiro. Goenji não entendeu nada mas não quis interromper, aliás, seria um crime ao seu coração se interrompesse. A cadeira caiu ao chão e eles os dois cairam tambem, Layla não se importou, limitou-se a abraçá-lo e a chorar.

- Eu... e-eu sinto q-que te traí...

- Layla... olha para mim.

Ela olhou e viu dois olhos negros brilhantes e sonhadores, viu alguem extremamente belo e acariciar-lhe a cabeça, viu alguem que a amara desde que se tinham conhecido. Entendeu que não sabia o que pensar, não sabia qual deles abraçar com força, sussurar ao ouvido a palavra "A". Então levantou-se, e saiu porta fora, voltou atrás e voltou a beijá-lo e, só depois de pedir desculpas, voou daquela casa e continuou a correr.

O que é que ela tinha feito?! Tinha deixado Fubuki, que afinal sempre amava, por medo. Por medo de assumir algo com ele, algo que envolvesse amor, nunca estaria acostumada àquele sentimento. Tinha agora saido porta fora da casa de Goenji, o rapaz que tambem amava, deixado aquela casa tambem por medo. Os beijos do avançado eram viciantes, os de Fubuki eram carinhosos, sentia algo electrico e brutal com um, sentia calor e confiança com outro.

Parou. Olhou para o céu e gritou, gritou o mais alto que pôde. Amava os dois, eram os dois a face do mesmo recipiente de amor.

Agora só precisava de um abre latas em condições.