The Cullens escrita por Nina Guglielmelli, mulleriana


Capítulo 9
Romance


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo, antes de começar o capítulo quero deixar aqui meu muito obrigada a Jane, que fez uma linda divulgação da nossa fic la na fic dela. Além de uma maravilhosa crítica sobre a The Cullen's também. Sério...nem tenho como te agradecer. Vou agradecer deixando aqui o recado pras pessoas lerem a sua fic que também ta de mais, sério gente, vale a pena ler "Make me Believe" a trama está cada dia mais empolgante *-*.Bom, acho que por hora é só.Boa leitura a todos ^^



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Eu estava flutuando. E estava feliz. É como se nada, principalmente a gravidade, pudesse me levar para baixo. Estava de barriga para cima, sentindo meu corpo ser carregado nas costas do vento. Eu queria fechar os olhos e relaxar, mas ao invés disso mantive-os abertos, prestando bastante atenção no que via pelo caminho. Apesar de me sentir nas nuvens, eu via folhas. Como se estivesse sendo arrastada pelo chão. Mas não havia nada embaixo de mim, a não ser a brisa suave que tentava me levar e eu não ousava resistir. Tudo estava em silêncio. Minhas narinas inflaram, e eu senti o odor conhecido. Era bom, maravilhoso, embriagante. Mas de que adiantava sentir seu cheiro, seu gosto, se ele não estava ali?

O pensamento começou a me levar para baixo. Em questão de segundos, sua mão quente estava na minha. Virei a cabeça a tempo de ver aquele rosto perfeito sorrindo para mim. E então nós dois caímos.

- Bella! Bella, que droga! Você já viu que horas são? - Tirei a cabeça de baixo do travesseiro, tentando ver meu quarto através da cortina que meu cabelo formava. - 9 e 15! Levanta dessa merda! Ah, vão me matar na delegacia!

A simples menção do horário me fez rolar pelo pouco espaço que sobrava e cair no chão. Levantei e corri pelo quarto, tirando meu pijama enquanto tentava, ao mesmo tempo, vestir outra roupa - a primeira que encontrei. Charlie se despediu e, ainda xingando seu despertador, saiu batendo a porta. Em menos de 10 minutos eu fiz o mesmo.

Acho que nunca dirigi tão rápido por Forks. Em parte porque estava realmente atrasada. E também porque... Bem, o motivo é óbvio. Parei meu carro em frente ao restaurante, e ele mal estava desligado quando saí correndo.

- Desculpe, desculpe, desculpe! – Olhei para Esme, que estava de costas para a porta, mexendo em alguma coisa nas gavetas do lado de dentro do balcão.

Ela virou, e estava sorrindo carinhosamente, como sempre.

- Sem problemas, Bella. Ainda não há ninguém aqui. – Ela esticou uma mão com um avental e uma touca. – Ao trabalho, sim?

Assenti, envergonhada com minha irresponsabilidade. Me vesti rapidamente e entrei na cozinha, bufando enquanto encarava o chão. Coloquei meu chapéu de chef por cima da touca e comecei a lavar as mãos, exagerando na força com que esfregava a pele. Alice passou por mim tagarelando alguma coisa sobre Jasper, e eu soltei alguns ‘hms’, deixando-a indignada com minha falta de interesse. Droga! O dia ficaria inteiro atrasado se eu não começasse logo. Havia uma espécie de lousa na parede, onde Esme colocava os pratos do dia e avisos para nós, e respondíamos com algumas notas do que estava acabando. Peguei um pano de prato, enxugando as mãos enquanto lia tudo com pressa.

A porta se abriu. Meu Cullen entrou.

Num primeiro segundo, fiquei imóvel. O que exatamente iria acontecer agora? Eu me despedi na noite anterior prometendo que o veria nessa manhã, mas não sabia se devia ir até ele e, se fosse, não sabia como agir. O comportamento mais comum (para nós) era que ele viesse e reclamasse da minha demora. Ao invés disso, Edward atravessou a cozinha até perto de mim e enroscou os braços em minha cintura. Um sorriso se formou no canto do meu lábio, e ele beijou minha bochecha – demorando tanto quanto eu queria.

- Bom dia. – Disse, e eu olhei para seus olhos sem tentar esconder o que estava sentindo.
- Sei que estou atrasada.

Ele riu. - Não sabe como está sendo difícil não gritar com você.

Mordi meu lábio inferior, rindo baixinho antes de me virar novamente para a pia. Estiquei o corpo um pouco, puxando a enorme fatia de mussarela e o ralador de queijo. Ele continuou ali, me abraçando por trás enquanto beijava várias vezes meu ombro. E então, se foi. Olhei para trás por alguns segundos, mas ele já estava novamente perto da porta, conversando com um dos funcionários com um ar bastante sério. Era absurdamente difícil concentrar a cabeça no trabalho quando todo o resto do meu corpo pedia por ele.

Eu estava me preparando para ter um dia comum. O que significava nada de Edward, pelo menos não até as horas das refeições. Mas, quando estava quase saindo para almoçar, Esme entrou na cozinha com um sorriso enorme, anunciando a nova sub chefe do The Cullen’s. Lauren. A garota abriu um sorriso um tanto falso para mim, e eu pude ver em seus olhos verdes que não seríamos grandes amigas.

Veja pelo lado positivo.” Jacob sussurrou para mim, enquanto a nova garota bajulava minha chefe. “Você terá bem mais tempo livre.” Isso! A idéia me tomou por completo, e eu comecei a trabalhar visivelmente mais rápido – e animada. Recebi a ordem de ensinar tudo a ela, mas... Não parecia estar dando muito certo. Então, Esme assumiu. E eu (não sei se por causa do meu empenho, ou por um pedido de seu filho) ganhei algumas horas de folga.

Edward me levou para seu restaurante preferido em Seattle. Comida japonesa. Quando entramos, o garçon nos ofereceu uma mesa próxima a janela, mas ele pediu uma reservada – onde iríamos sentar em almofadas no chão. Eu ri com a cena, me ajeitando a sua frente e colocando as mãos na mesa quadrada, que tinha menos que a altura de uma cadeira. Pediram que tirássemos os sapatos, e eu obedeci, divertida.

- Não sabia que gostava de sushi.

- O daqui é ótimo. Seria melhor ainda se feito por você.


Ergui as sobrancelhas, mexendo em meu cabelo do mesmo modo que fazia antes, tentando chamar sua atenção.

- Certo. Vou pedir demissão para Esme e vir trabalhar aqui. O que acha?

Ele sorriu consigo mesmo, balançando a cabeça negativamente. Suas mãos se esticaram pela mesa curta até alcançarem as minhas, e deixei que brincasse com meus dedos. Após algum segundo de silêncio encarando seus olhos, sorrimos largamente um para o outro.

- O restaurante seria um tédio sem você. – Ele completou. – Como sempre foi. – Riu.

- Foi?
Edward deu os ombros, e eu olhei para baixo, passando meu dedo indicador pelas costas de sua mão com delicadeza.

- Tivemos outros chefs... Mas em geral eram homens, ou mulheres estranhas. – Desta vez, rimos juntos. – E nenhuma delas era chata como você, então eu não tinha com quem implicar.

- Devia ser bem tedioso.

- Certamente.

O garçom se aproximou, e nós olhamos para ele ao mesmo tempo. Edward me mostrou com um leve aceno de cabeça, deixando que eu pedisse primeiro. Optei por Temaki de Salmão. Ele, Hossomaki. O dia estava chuvoso – o que não era grande novidade – e o chá quente que o garçom nos trouxe foi de ótima serventia.

- Eu posso... – Franzi a testa, sem saber realmente como começar aquele assunto. – Perguntar como seu cheiro mudou tão drasticamente?

Edward ergueu a cabeça, me olhando com certa surpresa. Colocou o chá na mesa e, após várias emoções passarem por seu rosto, ele riu.

- Não vai querer saber. Não mesmo.

- Não?

Ele parecia rir cada vez mais enquanto mexia a cabeça, indicando outro ‘não’ silencioso. Assenti, bebericando meu chá enquanto encarava a mesa, pensativa.

- O quê? – Ele entrelaçou uma das mãos na minha. – No que está pensando?

- Não foi só... Seu cheiro que mudou. Quero dizer... Você está tão...

- Gentil?

Cerrei os olhos, tentando enxergar alguma coisa por trás daquelas esmeraldas. - É. Gentil.

Ele deu os ombros, indo um pouco para trás. Por um momento certamente pensou em recostar, mas só então percebeu que não estava em uma cadeira.

- Eu já lhe expliquei.

- Não acho que tenha ficado muito claro.

Edward riu, passando o dedo em volta da beirada da xícara. - Eu precisava mantê-la afastada.

- Por que?

- Não pode se contentar só com o agora?

- Agora significa você está escondendo alguma coisa? Então, sim, me importo.

Seus olhos ficaram um pouco mais sérios, e ele se curvou por cima da mesa novamente. Fiz o mesmo, aproximando nossos rostos.

- Em algum momento... – Ele começou, mas logo desistiu. De repente, sua expressão era de pura diversão. – Vou falar numa língua que você entenda: Em algum momento já esteve fazendo... Hm, não sei, fazendo seu próprio jantar. E então, teve vontade de comer carne? E comeu? Mas ele te fez absurdamente mal, tanto que simplesmente desistiu do resto da refeição. O problema é que, quando estava saindo da cozinha, viu que ainda tinha a sobremesa. E ela parecia tão incrível... Não podia recusar. Seu jantar não podia acabar por ali, agora que tinha algo mais.

Ergui uma sobrancelha, apoiando os braços na mesa com visível interesse. - O problema é que algumas garfadas a mais lhe farão mal. – Ele continuou. - E, se bobear, a sobremesa irá acabar e não poderá mais ter outra coisa. Mas você não pode resistir... A carne estava boa, mas aquilo que te espera é melhor ainda. Mesmo que te prejudique como o primeiro fez. Quer dizer, você arriscaria? Mesmo que a carne tivesse te deixado horrível, sem vontade de continuar o jantar, você iria até a sobremesa?

Nossos olhos sustentaram uns aos outros por longos segundos, até que eu dei os ombros levemente, respondendo sem nem mesmo entender muito bem sua analogia.

- Se a única coisa que me fizesse bem fosse a sobremesa, eu daria um jeito de continuar só com ela pro resto da vida.

Ele ergueu as sobrancelhas, esperando qualquer resposta, menos aquela.

- Quero dizer... – Franzi a testa, virando sua palma para cima enquanto falava, analisando as linhas de sua mão. – Isso me deixaria fraca, talvez, mas... Edward, que vida curta!

Ele arregalou os olhos e puxou a mão contra seu peito. - O quê? – Perguntou, um pouco assustado.

- Sua linha da vida. É curta.

Ele analisou suas linhas com a expressão indecifrável. Eu ri baixinho, e puxei sua mão de volta.

- Está vendo essa aqui? Desce depois do seu indicador, entre ele e o polegar. Normalmente vai até perto do pulso. Mas a sua mal chega até a metade da mão.

Edward recuou a mão novamente, esfregando os dedos um no outro enquanto os olhava, pensativo. Eu tombei a cabeça um pouco para o lado, e sorri. - O quê?

- Nada... Não é nada.

Seu tom de voz foi abaixando conforme ele terminava a frase. Antes que eu pudesse continuar, o garçom voltou com nossos pedidos. Ele fez um gesto engraçado com os lábios antes de começar a comer, usando os hashis com perfeição. O que, afinal, ele conseguia fazer sem sucesso?

Nosso jantar foi animado. Ele ficou um pouco mais sério depois da conversa sobre linhas – mas, mesmo assim, estava sorrindo a maior parte do tempo. Saímos do restaurante de mãos dadas e, assim que abrimos a porta, um vento frio bateu em nossos rostos. O dia estava nublado. Eu nem precisei dizer nada; Edward tirou o paletó e me entregou. Seu terno não perdera o ar sexy que tinha; pelo contrário, ele pareceu ainda melhor só vestindo a calça e a camisa social com a gravata. Sua roupa chegou nas minhas coxas, e eu não conseguia encontrar minhas mãos nas mangas. Ele sorriu, ficando a minha frente para me ajudar.

- Perdi. – Eu ri, tentando olhar dentro do paletó.

Ele subiu um pouco o tecido em ambos os braços, e eu arrumei meu cabelo ao ver minhas mãos livres, colocando ele para trás. Edward voltou a segurar minha mão, deixando-as entrelaçadas enquanto andávamos em direção ao carro. Apesar de ser no máximo umas 14:00, o céu escuro – por causa da chuva que se aproximava – fazia parecer que o Sol já estava se pondo.

- Ainda temos um tempo livre, certo?

Assenti, olhando pro chão enquanto colocava um pé na frente do outro, tentando encaixar a ponta de um no calcanhar do outro ao andar.

- O que acha de ir lá em casa?

Ele soltou a frase com naturalidade, e meu único impulso foi dar os ombros. Ergui o rosto para olhar seus olhos, e sua boca estava na minha mais uma vez.

(...)

Eu já vira a casa dos Cullen antes. Em meus sonhos. Quando tinha 5 anos e desejava um castelo de vidro. Praticamente sai correndo do carro quando vi o lugar, e só parei por ouvir a risada de Edward. - Gostou?

- É linda!

- Está sempre aberta pra você, agora.

Sorri, andando de costas enquanto olhava em seus olhos. Ele abaixou um pouco o rosto, me dando um selinho demorado, e eu tateei a maçaneta atrás de mim enquanto nos beijávamos.

Abri a porta, sentindo suas mãos envolverem minha cintura. Antes que pudéssemos fazer mais alguma coisa, ouvimos a música animada na sala ao lado. Ele me olhou, e ambos franzimos a testa. A casa não deveria estar vazia? Não que eu estivesse esperando aproveitar o local com ele mas, mesmo assim, era estranho. Ele segurou minha mão e me puxou com delicadeza em direção ao som.

Abrimos a porta, e erguemos as sobrancelhas ao mesmo tempo quando nossos olhos viram a cena.

( http://www.youtube.com/watch?v=rce7ihEETgk )

Guitar Hero. Talvez os quatro participantes ali fossem velhos demais para isso, mas a animação era a mesma que adolescentes teriam. Rosalie ria sentada no sofá enquanto Jasper tentava impressionar sua irmã (e a namorada) na bateria. Ela, por sua vez, cantava e saltitava pela sala. Emmett parecia mergulhado em seu próprio universo com a pequena guitarra, se sentindo a reencarnação de Jimi Hendrix.

Edward deu um pigarro, e foi suficiente para tudo parar. - Não deveriam estar trabalhando?

- É. Assim como vocês. – Emmett rebateu.

- Temos uma sub chef agora. – Dei os ombros.

- E um sub gerente, também? – Desta vez, foi Alice quem falou.

- Esme dá conta de tudo.

O grandalhão deu os ombros, e virou o rosto resmungando algo sobre Edward e pimbada. O Cullen ao meu lado balançou a cabeça, e me puxou realmente para dentro da sala.

- Vou te mostrar o resto da casa, certo?

Sorri, praticamente presa aos seus olhos. Percebi Rosalie segurar o riso ao meu lado, mas ignorei. Quando estávamos no pé da escada, Emmett gritou.

- Fala sério! Nem vai me agradecer? Se não fosse a Operação FEDOR estariam lá brigando até agora!

Girei o corpo, sem soltar a mão dele. - Operação o quê?

- Nada! – Edward gritou de volta, praticamente arrastando meu corpo escada acima. Ouvi Alice dizer para seu irmão calar a boca, mas ele retrucou. Logo Jasper e Rosalie estavam na discussão. Os sons foram ficando distantes conforme subíamos.

Edward me guiou pelo longo corredor, apontando os quartos de seus pais, Alice, e finalmente o dele – que dividia com Emmett. Ele abriu a porta, deixando que eu entrasse. Eu nunca suspeitaria que dois homens adultos viviam ali. Era limpo, sim, mas me lembrava no máximo um dormitório de faculdade.

- Tem cheiro de... Homem. Se não se importa. – Ele disse.

- Eu gosto.

- É mesmo?

- Queria que eu gostasse de perfume de mulher?

Nós rimos juntos, sentados na beirada de uma das camas. O cheiro bom ficava ainda mais forte quando se usava a roupa dele. Edward me deu um beijo rápido, e em seguia ficamos em silêncio, olhando um para o outro. Os poucos segundos sem falar sobre nada me fez pensar no que exatamente estava acontecendo conosco. Ele resmungou alguma coisa inaudível, até que finalmente soltou.

- Eu amo você.

Precisei de alguns segundos a mais para processar a frase.

- Você...

- Eu sempre amei você. Não tenho mais porque esconder isso.

Ele provavelmente pensou que eu estava triste com sua revelação. Ou atordoada. Mas a verdade é que meus órgãos pulavam dentro de mim. A felicidade me subiu com força, e eu não consegui estímulo suficiente para mover algum músculo. O Cullen, meu Cullen, disse o que eu temia não ser verdade. Ele disse que me amava. Com todas as letras. Ele era, mais do que nunca, meu.

Meu único impulso foi jogar meu corpo para frente e colar nossos lábios, simplesmente por não ter nenhuma maneira melhor de responder.


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Notas finais do capítulo

Aí está, um capítulo inteirinho dedicado aos nossos pombinhos. Muito fofo não é? Acho o Edward tão delicado com a Bella agora, nem parece o mesmo patrão rabugento do começo, e eu amei a analogia gastrôminoca dele HUAHUAHUAHUAHUAHUA. Só essa Carol mesmo pra inventar uma coisa dessas.Bom gente, as coisas tão começando a andar...mais detalhes no próximo capítulo, só digo uma coisa...o bicho vai pegar. mas calma...nada de choro, (talvez) tudo vai dar certo HUAUHAHUAHUAHUHU.Beijos e até o próximo capítulo ;)



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