The Cullens escrita por Nina Guglielmelli, mulleriana


Capítulo 18
Vacina


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente desculpa pelo atrazo em atualizar, mas nossas vidas andam corridas x.x, mas aí está mais um capítulo, espero que gostem ;)



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Fechei todos os botões do meu uniforme, um por um, para só então colocar a touca em meu cabelo preso. Estava no lavabo que, apesar de estar do lado de fora do restaurante, era impecavelmente limpo (como todo o resto).  Voltei para o The Cullen’s pela entrada dos fundos, colocando minha bolsa no cubículo que alguns ousavam chamar de “sala dos funcionários”.

Adentrei a cozinha, então, e lá estava o meu Cullen, prestando atenção a tudo que Angela dizia.

- Eu não anotei o pedido errado! Ele disse uma coisa, e depois mudou de idéia. – Ela choramingava. – Eu... Ah, oi, Bella!

A garçonete virou, sorrindo. Os olhos de Edward agora estavam focalizados em mim.

- Estou lhe contando sobre a confusão de ontem. – Ela completou, mostrando meu namorado com a cabeça.

- Ah... É. – Respondi, parando perto deles após lavar as mãos. – Pode nos dar um minuto? – Pedi carinhosamente para a garota, que logo obedeceu.

Havia poucos funcionários na cozinha, além de nós dois. - O que aconteceu ontem? – Fui direto ao ponto.

Edward, que estava sorrindo, ficou sério enquanto abraçava minha cintura. - Ontem? – Perguntou.

- É. Ontem. Você, Jacob, conversando sozinhos no jardim. Ele foi embora, e me evitou quando vim trabalhar ontem à noite. - Ele pareceu reprimir um riso. - O que disse a ele? – Insisti.

- Eu só...  Hm... Ah, Bella, conversa de homens.

Cruzei os braços, esperando. Ele suspirou. - Eu disse o que penso dele, e da maneira como ele trata você. E... Dei alguns... Avisos.

Arregalei os olhos, erguendo os braços no ar. - Você o ameaçou! EDWARD! O que você fez? Disse para não falar mais comigo? Ah, Edward! Que saco! Ele é meu amigo, você não pode tentar...

- Ele não quer ser seu amigo. – Ele interrompeu.

É. Isso era verdade.

- E então, o quê? Acha que deve interferir na nossa amizade, para impedi-lo de me “conquistar”? – Revirei os olhos, sinalizando aspas com as mãos.

- Por que acha a idéia tão absurda? – Ele quase sussurrou. – É errado ter medo de perdê-la?

Eu ri, jogando meus braços em torno de seu pescoço. - Você nunca irá me perder. Não para Jacob. – Disse, sustentando seu olhar. – Ele não sabe tocar piano, não canta. Não tem esses olhos lindos... Ele detesta gatos. Ele não faz caretas sempre que se vê no espelho, não sai pulando pela casa fingindo tocar bateria enquanto ouve AC/DC, e muito menos vai atrás de mim quando pensa que não estou segura.

Ignorei qualquer outra pessoa presente ali, abraçando melhor meu namorado para roçar as pontas de nossos narizes. - E... – Sussurrei. – Eu duvido que ele beije tão bem.

Ele sorriu abertamente, não hesitando antes de colar os lábios nos meus. Meus braços, que já estavam em torno de seu pescoço, ficaram mais firmes. Fiquei na ponta dos pés, esquecendo todos a nossa volta enquanto nossas bocas se moviam uma na outra, em sincronia.

Um pigarro soou atrás de nós. Edward afastou o rosto do meu, divertido, e eu virei também. Alice estava parada, com os braços cruzados e as sobrancelhas erguidas.

- Bom dia. – Eu lhe disse. – Ainda não são 11 horas. Por que está de pé? - Edward riu, entrelaçando seus dedos uns nos outros para mantê-los em minha cintura.

Ela deu os ombros, só então olhando para o relógio que marcava 8:20 da manhã. - Esme quer minha ajuda. Não tenho aula hoje. - E saiu da cozinha dizendo isso.

Edward beijou minha testa, e eu o puxei pela mão em direção à porta, também.

O salão estava vazio, como todas as manhãs. Seria possível que estivesse mais limpo? Alguns garçons, já uniformizados, arrumavam as mesas. Esme estava perto de seu escritório, anotando qualquer coisa em um pequeno bloco de papel. Assim que nos viu, começou a andar pelo local, distribuindo tarefas. Eu mal ouvi o que dizia. Só prestava atenção em meu namorado, me abraçando por trás.

- Por fim... Alice, eu preciso que ligue para alguns fornecedores, estão enrolando demais.

Ergui a cabeça somente quando ela terminou, torcendo para que não tivesse dito meu nome em alguma das recomendações anteriores. Os garçons que estavam ali logo saíram, e Edward também.

- Não está faltando nada além disso, está? – Esme perguntou, se dirigindo a mim, agora. Sinalizei que não com a cabeça, sorrindo.

Uma gargalhada estrondosa soou do lado de fora, e logo Emmett abriu a porta, entrando no restaurante seguido por seu pai, também sorridente. Carlisle deu um selinho rápido em Esme, que logo entrou em seu escritório. No mesmo segundo, praticamente, Edward voltou, cumprimentando seu pai de maneira um pouco distante. Estava concentrado no que anotava.

- Só vim dar um olá, rápido. – Carlisle sorriu para mim. – E deixar Emmett. Ele não pode chegar perto do hospital.

Alice riu ao meu lado, e eu pude ver um sorriso debochado tentar se formar no rosto de Edward, que andava para lá e para cá.

- Ah, e... Alice. Não vá esquecer, ok? – Disse para sua filha. Ela pensou por um momento, e então assentiu.

Eu franzi a testa, olhando de um rosto para o outro, procurando alguma explicação. A garota deu os ombros.

- Vacina.

Emmett fez uma careta, apoiando os cotovelos no balcão enquanto esperava o computador ligar.

- Você deve ter várias atrasadas. Sempre fugia. – Esme disse a ele, voltando para perto de seu marido. Edward riu, mas eu percebi na hora que não estava muito alegre.

Ele parou ao meu lado, e eu encarei seu rosto. Seus olhos estavam atentos no papel cheio de anotações. - E quanto as suas? Tambem tem medo? – Ri, tentando puxar assunto.

O clima ficou pesado, de repente. Como no dia de nossa briga, quando eu desejei que ele morresse. O que dissera de errado, desta vez?

- Edward não pode tomar vacinas. – Esme respondeu, carinhosamente.

Ele mal ousou levantar os olhos para os meus. Olhei diretamente para Carlisle, pedindo uma explicação muda. O médico suspirou ao ver um garçom voltar para perto de nós, e indicou o escritório com a cabeça. Eu mordi o lábio, indo na frente. Entramos, e ele fechou a porta.

- Bella... – Ele começou.

- Ele ficou chateado, não ficou? – Perguntei, quase por cima dele.

- Não é sua culpa.

- Eu quero entendê-lo! – Exclamei. – Para poder ajudá-lo.

Ele assentiu, apoiando as costas na mesa. Cruzou os braços, me olhando de maneira tranqüila.

- Nosso sangue contém leucócitos. Você sabe disso. Existem vários tipos deles, e cada um participa de uma etapa para destruir um corpo estranho em nosso sangue. O primeiro, chamado Macrófago, inicia o processo. Ele pega este... Vírus, por exemplo, e o fagocita. Ou seja, é como se o comesse. O leucócito pode, às vezes, morrer fazendo isso. Mas, antes, ele envia a informação para um outro, chamado Linfócito B. Este segundo tem a função de identificar qual é o corpo estranho que entrou ali. E então, por exemplo, digamos que era um vírus de uma gripe, simplesmente. Ele envia a informação para mais um, chamado Linfócito T. Este, por sua vez, deve pegar a informação e descobrir qual anticorpo deve ser produzido. Estou indo rápido demais?

Eu me peguei encostada na parede, atenta, com os lábios um pouco entreabertos. Me ajeitei, indicando que não com a cabeça.

- Certo. Então, o Linfócito T começa a trabalhar. Ele sabe que há alguns vírus no organismo que causam uma gripe, e precisa agir rápido, porque eles estão se reproduzindo. Ele descobre, então, qual anticorpo é necessário. Nisso, entra o Plasmócito, cuja função é fabricar o anticorpo correspondente. Cada corpo estranho, chamado antígeno, vai ser combatido por um anticorpo específico.

Assenti, mantendo meus olhos atentos nos deles. - O importante é saber o que ocorre no corpo de um soro-positivo. – Ele fez uma pequena pausa. – Digamos que Edward está com alguns vírus dessa mesma gripe. O Macrófago está agindo, e está indo tudo bem. Ele passa a informação para o Linfócito B, que também trabalha corretamente. O problema é que o HIV já destruiu todos os Linfócitos T. Ele tem um papel importante, assim como os outros, e sem ele o processo todo pára. O vírus continua ali, se reproduzindo. O coquetel de remédios bloqueia a ação de qualquer agente estranho que possa entrar no organismo de Edward porque ele, literalmente, não possui “ninguém” para defendê-lo.

- Então... A vacina... Irá deixá-lo pior? – Tentei formular minha idéia, com certo medo de errar no que deduzira.

- A vacina é feita com uma pequena parte do vírus, que está bastante enfraquecido. Seu papel é simplesmente esse: Introduzindo uma pequena parte no sangue, os leucócitos irão se preparar, produzir anticorpos, e estar prontos se a doença forte realmente vier. No caso de um soro-positivo... Bom, entenda, Bella. Para alguém sem defesa, mesmo o vírus mais fraco pode ser altamente prejudicial.  – Ele deu os ombros. – Quando vacinamos uma criança, por exemplo, há o risco daquela pequena parte se tornar a doença real. O sistema imunológico é muito fraco nessa idade (mas há anticorpos).

Ele parou, me analisando. - Vacinar um soro-positivo é simplesmente fazer com que adoeça.  – Ele completou.

- Eu nunca tinha... Pensado por esse lado. Mas... Se lhe dermos a vacina, os remédios que ele toma não irão bloquear essa doença?

Ele riu baixinho. - Não vale a pena, Bella. Ou melhor: Não há sentido. Compreende? Se Edward vir a pegar uma gripe, os remédios irão surtir efeito. Se lhe dermos a vacina, também vão. É uma medida preventiva, cuja função é produzir anticorpos para uma doença futura. A única razão pela qual lhe daríamos a vacina e, em seguida, os coquetéis, seria que já ficasse imune a doença para sempre. Mas isso não acontece. Ele adoeceria inutilmente, então.

Assenti, olhando para o chão enquanto pensava mais um pouco. - Eu não devia... Ter falado aquilo para ele.

- Ele não ficou chateado. É simplesmente... Sensível quando tratamos desse assunto. Ele gostaria de ter uma vida normal, e injeções fazem parte, é claro. Estou certo de que Emmett faria qualquer coisa para abandonar isso.

Ele sorriu, e eu não consegui conter o riso. Carlisle se aproximou, apoiando a mão suavemente em meu ombro enquanto passava por mim em direção a porta. Ele a abriu, esperando que eu passasse. Do outro lado do salão já arrumado estava Edward, que sorriu ao me ver.


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Notas finais do capítulo

É minha gente, The Cullen's também é cultura ^^.
Sei que esse capítulo pode não ter sido lá muito empolgante e tudo o mas mais, desde o começo da fic o nosso intúito era também trazer curiosidades e infomrações sobre essa doença e pessoas portadora da mesma. Esse capítulo serviu mesmo mais como uma curiosidade e cá entre nós é bem interessante saber dessas coisas, pelo menos eu adoro (Mau de gente que trabalha na área da saúde xD)
AAAAAAAAAAAAH! E JA CHEGAMOS AOS 100 COMENTÁRIOS *O*. Muito obrigada mesmo a todos que comentam, isso só foi possível graças a vocês, amo tanto vocês *-*
Beijos gente linda, até o próximo capítulo!



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