The Cullens escrita por Nina Guglielmelli, mulleriana


Capítulo 14
Briga




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TO PUTO! VOCÊ NEM VAI ACREDITAR!

- Shh! Emmett! - Repreendi meu cunhado, descendo as escadas apressadamente. – Ele demorou pra dormir...

O grandalhão franziu o cenho, fechando a porta atrás de si. - São cinco da tarde.

- Ele não dormiu nada no hospital.

- E nem você.

Suspirei, apoiando uma das mãos na mesa de jantar. - Estou bem. – Respondi. – Ele deitou depois do almoço, e... Precisava dormir. Mas só conseguiu agora. – Dei os ombros, falando baixo. Em seguida olhei para ele, arqueando as sobrancelhas. – O que aconteceu?

- Ah! – Ele ergueu os braços teatralmente, jogando o corpo imenso no sofá. – Aqueles idiotas!

- Quem?

- Os caras do hospital!

- Quer dizer... Os médicos...

- É! Me proibiram de entrar lá!

Minha risada foi mais alta que o esperado. Tapei a boca com a mão livre, enquanto a outra continuava apoiada no vidro. Ele ergueu o rosto, indignado.

- Ah, vamos, Emmett! O que você esperava que fizessem? Te chamassem pra tomar conta das crianças?

- E deveriam! Elas me adoraram. E nunca vão me perdoar se não lhes der o que estão querendo.

Antes que eu perguntasse, ele respondeu. Ah, sim. A história.

- Eles vão ver só! – Disse, ficando em pé e andando até a cozinha. Eu o segui. – Não podem acabar com um relacionamento tão puro, algo tão... – Parou para beber o suco que havia colocado em um copo, e então me olhou, procurando a palavra certa com os olhos cerrados. – Ah, você entendeu! Isso é absurdo. E meu pai não pode fazer nada.

- Hm... – Resmunguei, simplesmente, sentando em uma das cadeiras da pequena mesa enquanto ele bebia. Após alguns segundos de silêncio, me olhou com um suspiro.

- Cara... Você precisa descansar. Sobe lá com o Ed. Acho que minha mãe vai te querer no restaurante pro jantar... - Meu resmungo foi mais alto dessa vez, e apoiei o rosto na mesa enquanto ele dava tapinhas em meu ombro. - Vai.

- Estou indo! Ai!

Eu tinha medo de algumas brincadeiras de Emmett; ele parecia não saber controlar sua força. Forcei um sorriso e obedeci, subindo (ou me arrastando) para o quarto. Não me importei em colocar o pijama – Alice levou uma malinha para mim no hospital. Só tirei os tênis e deitei ao lado dele na imensa cama de casal. Deitei de lado, olhando seu rosto sereno. Estava de bruços. Então, abriu os olhos devagar.

- Oi. – Sua voz rouca me cumprimentou.

- Desculpe... – Mordi o lábio, arrumando meu corpo embaixo do cobertor, próximo ao dele.

Edward suspirou e se aproximou, deitando o rosto em meu peito. Eu sorri, visivelmente cansada, e coloquei as mãos em seu cabelo. Meus dedos só acariciaram os fios por alguns minutos. Logo cansaram. Não demorou muito para ambos adormecerem.

(...)

Aquela era uma das raras vezes em que Lauren precisava me ajudar com a comida. Em geral, ela me substituía. Mas, desta vez, eu mal parecia estar ali. Minha mente viajava por todos os lugares possíveis, mas nunca parava no The Cullen's. Eu prometera a Edward que ficaria com ele, mas não pude cumprir a promessa. Seu irmão ficara em meu lugar. E ele (espero) faria um bom trabalho cuidando de meu namorado.

E, falando em fazer um bom trabalho, eu já disse que o de Lauren era péssimo?

- Eu já disse! – Era a décima vez, e agora estava realmente irritada. – Nessa receita de risoto, o vinho branco vai antes do caldo de legumes!

- Isso não muda nada! – Ela retrucou, mexendo o conteúdo da panela.

- ISSO MUDA TUDO! Será que pode fazer seu trabalho direito? Tenho que tomar conta de tudo por aqui?

Uma das garçonetes (acho que Angela era o nome dela) abriu a porta da cozinha, chamando meu nome. - A mesa 6 quer falar com o gerente.

Senti um aperto no coração, assentindo para ela. Um garoto magrelo, em seus 20 anos, era o sub-gerente. E, sim, era bom. Persuasivo. Mas não era nada comparado a Edward.

- Qual é o problema? – Lauren perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

- Provavelmente querem falar da demora...

- É claro que querem! – Virei a cabeça devagar para a sub chef, soltando fumaça pelas narinas. Ela deu os ombros, voltando a se concentrar no que fazia.

Mexi a cabeça negativamente, olhando novamente para Angela. - Ele deve estar falando com Esme. É raro aparecer por aqui, ela gosta de lhe dar instruções sempre que vem.

A garçonete assentiu. - Vou chamá-lo.

- Não precisa. - A voz masculina que eu mais gostava soou na porta de trás da cozinha, e nós três viramos a cabeça.

Os outros cozinheiros ali mal perceberam ele entrar. O que era estranho - Edward estava estonteante. Usava um terno novo, preto. A camisa embaixo estava um pouco amarrotada, e ele a arrumou enquanto andava até nós. O cabelo continuava bagunçado como de costume. O que combinamos sobre nosso relacionamento no ambiente de trabalho foi quebrado ali mesmo: Ele passou um braço por minha cintura, me cumprimentou com um selinho demorado, e então sorriu. Lauren resmungou, alheia a nós, quase queimando a comida.

Eu assumo daqui, Angela. Ele pode ir para casa. - Dizendo isso, sorriu para ela, que pareceu cambalear enquanto voltava para o salão.

Franzi a testa, segurando seu rosto entre as mãos. - Deveria estar descansando!

- Não deveria, não. São mais de 9 da noite, Bella. Neste horário eu fico muito ativo. E o restaurante também. – Ele me abraçou e, olhando para algo atrás de mim, sussurrou em meu ouvido. – É melhor ajudar Lauren.

Virei o rosto, e vi a garota atrapalhada bufando. Quando olhei novamente para a porta, ele já havia saído, e ela balançava um pouco, abrindo e fechando.

- Me deixa! – Lauren reclamou quando eu tentei abaixar o fogo. Ergui uma sobrancelha.

- Esse prato já deveria estar pronto. Chega de enrolação!

Deixei-a sozinha, indo para o outro lado do balcão preparar a salada que a mesa 2 pedira. Pensei que ver Edward iria me acalmar, e me ajudar a trabalhar melhor. Mas não. Só fiquei ainda mais preocupada. As horas passaram devagar enquanto eu tentava me concentrar. E minha sub chef não ajudava em nada. Ela atrasava cada vez mais, e toda hora eu precisava ajudá-la. Onde essa garota se formou, afinal?

- Mas não é possível! Olha só quantos pedidos você tem que atender! Eu consigo 5 a cada 1 seu. – Esbravejei.

- Por que não se foca no seu trabalho? – Lauren retrucou.

- Pois eu lhe sugiro o mesmo! – Minha resposta saiu naturalmente.

- Deve ser difícil pra você pensar em comida com o seu namoradinho perfeito a alguns metros. O que é essa cara de cansada, afinal? Aproveitaram muito a noite passada?

- Cala a boca.

Ela sorriu, gostando de me irritar. Tomei seu lugar, mexendo a panela numa velocidade desnecessária.

- Você está certa. Com um homem daquele, eu não mediria esforços. – Continuou.

- EU DISSE PRA CALAR A BOCA! – Virei, apontando a colher de madeira para ela. – Você não sabe nada sobre ele ou sobre nós!

- Ah, então é o contrário? Ele não consegue fazer nada? Tsc... Que decepção. Um homem desses e você nem pode tocar...

Eu senti o sangue subir por todo o meu corpo, e minhas orelhas ficaram estranhamente quentes. Eu deveria ter respirado fundo, ou talvez contado até dez. A única coisa de que me lembro era o rosto de Lauren quando avancei para cima dela.

A garota gritou e caiu deitada no chão. Eu me sentei em sua barriga, xingando todas as palavras que me vinham a cabeça enquanto puxava seu cabelo. Eu queria que ela sentisse dor como nunca desejei a uma pessoa. Ela conseguiu jogar meu corpo para o lado, e ficou por cima de mim, segurando meu cabelo também. Dei um tapa em seu rosto, e ela gritou mais ainda, fazendo uma cena exagerada.

- PAREM AGORA COM ISSO!

Esme entrou na cozinha gritando, nervosa como nunca. Jacob correu até nós, puxando Lauren, enquanto Emmett me erguia sem dificuldade nenhuma. Mal percebi Edward parado na porta.

Minha sogra (e chefe) estava ao lado de meu namorado, bufando como um touro irritado. Seus olhos até pareciam mais escuros. Eu fiquei a frente de Emmett, de costas para ele, enquanto o mesmo segurava meus braços. Jacob tentava controlar Lauren, que se debatia em seus braços. Ambas estávamos com o cabelo destruído e as roupas amassadas. Eu só conseguia pensar em meus dedos apertando seu pescoço magrelo.

- Ela pulou em cima de mim! Ela é louca! – A garota gritou, apontando para mim, enquanto Jacob a puxava.

Fiquei imóvel. Todos os outros funcionários observavam sua cena. Alguns clientes colocavam o rosto no vidro, assistindo do lado de fora enquanto ela gritava.

- Cala a boca. - Disse Esme, calmamente. Seus filhos e eu arregalamos os olhos, e ela respirou fundo, repetindo a frase mais duas vezes antes de pedir que Lauren a acompanhasse.

- EU? POR QUE EU? Vai protegê-la, só porque é a namoradinha do seu filho?

- Não pense você, Lauren, que não ouvi seus insultos. E Bella tem toda a razão em ter perdido a cabeça. Entretanto, isso aqui é um restaurante, e você é minha funcionaria. Você não está mais na faculdade. Ou no jardim de infância, como preferir.

Emmett e alguns cozinheiros riram. Ela olhou em volta, indignada.

- Venha. - Esme abriu a porta, e os clientes saíram no mesmo segundo dali. Depois que Lauren passou, ela apontou para mim. - Volte ao trabalho.

Assenti, cambaleando em direção ao fogão enquanto Emmett me soltava, sem ter muita certeza se eu conseguiria andar.


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Notas finais do capítulo

LAUREN VACA! Ok...deixa eu me controlar...affe, que minazinha tosca ¬¬', enfim....que dó do Emmett né gente? Mas é claro que ele não vai se conformas assim tão fácil né?
Ta aí mais um capítulo, o nosso Ed ja um pouco mais recuperado, pelo menos o susto da gripoe ja passo maaaaaaaas...se acham que essa história está pra acabar....ainda não viram nada, tem tantos rolos pra acontecer, coisas a serem acertadas e dúvidas a serem respondidas.
Mais uma vez quero agradecer aos comentários maravilhosos que nos motivam sempre a escrever e ter várias idéias, sem vocês não existiria fic, espero que gostem desde capítulo também e ja estamos trabalhando no próximo ;P.
Beijos a todos e até o próximo capítulo.