O Demônio Veste Armani escrita por EveF


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, essas últimas semanas foram meio conturbadas, mas agora está tudo resolvido e poderei postar os capítulos da história semanalmente.
Esse capítulo está realmente iniciando a ação da história, já que os dois primeiros foram para apresentar os personagens e tal.

Quero agradecer imensamente pelos reviews recebidos e dizer que vou responder a todos hoje. ^^

Aproveitem mais um capítulo.

ENJOY!



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Três semanas. Três semanas de muito trabalho. Três semanas agüentando uma colega fútil, um chefe arrogante e montes de trabalho. Estava exausta, cansada, esgotada. Sua cabeça está abaixada sobre seus braços apoiados na mesa, levantou o rosto devagar ao ouvi-lo chamar pelo seu “nome”:

_Emily, venha aqui.

Já havia se cansado de repetir que seu nome não era Emily e sim Hermione, mas ele devia saber o quanto isso a irritava e por isso repetia continuamente. Levantou-se e entrou pela primeira vez na sala de seu chefe naquele dia. Draco a observou, o mesmo estilo: terninho e coque bem preso. Suspirou, era difícil ver qualquer beleza ali.

_Emily, preciso que busque para mim alguns documentos em certa agência e leve a minha casa. Pegue o endereço com Pansy. Pode ir.

_Sim, senhor. – e saiu.

Parou frente a mesa de sua colega:

_Preciso do endereço da agência e da casa do Sr. Malfoy.

_Ok. Este é o endereço, cuide desses documentos com a sua vida, são muito importantes.

Ela olhou o endereço. Só podia ser brincadeira, era isso! Olhou para o relógio: 20min para as 18h e a agência fechava as 18h30min e ficava do outro lado da cidade. Xingou baixinho, juntou suas coisas e saiu correndo, precisava chegar rápido ao seu destino, quanto mais cedo terminasse, mais cedo iria para casa e sua banheira cheia de água.

Pegou o primeiro táxi que passou. Golpe de sorte, quem sabe hoje as coisas seriam melhores. Prometeu gorjeta extra se o motorista chegasse ao destino em menos de meia hora. O motorista resolveu puxar conversa:

_O tempo parece que vai mudar por este lado da ilha, o que acha senhorita?

Ela não achava nada ou sequer havia pensado naquilo. Olhou para as nuvens negras que cobriam o céu:

_É, acho que vai chover.

_Espero mesmo que isso aconteça, faz algum tempo que não chove na ilha. A senhorita pelo visto é nova na cidade. Há quanto tempo está aqui?

_Hã... 4 meses.

_Ah, então ainda não viu uma chuva em novembro. Sabem o que dizem sobre as águas de novembro em Nova Iorque?

_Não, creio que não.

_Dizem que elas são as águas da paixão. Porque acha que naquele filme com a Meg Ryan eles se apaixonam na chuva?

_Não seria só coincidência? Algo para o filme?

_Ah, não. Todo nova-iorquino sabe que não.

Hermione sorriu. Uma conversa boba com um taxista havia sido uma das poucas coisas boas que aconteceram nas últimas semanas.

Mais uma vez a sorte a ajudou, chegou a agência 15min antes de fechar, pagou o taxista, que lhe agradeceu pela generosidade e antes que ela saísse do táxi disse:

_Lembre-se sobre o que te falei das chuvas de novembro, elas fazem milagre. A propósito, meu nome é Julian, pode me chamar quando quiser. – disse oferecendo um cartão.

_Obrigada e me lembrarei. – guardou o cartão no bolso e sorriu.

Entrou na agência e pegou os documentos, o tempo havia se fechado completamente. Colocou a bolsa com os documentos dentro do casaco, segurou a gola com as duas mãos para evitar o vento que se tornará forte e saiu rumo ao metrô, arrependendo-se de não pedir ao táxi para esperar. Com sorte pegou o metrô bem rápido e pulou na estação que parecia ser a mais próxima da casa de seu “querido” chefe. Já eram quase 19h30min, suas esperanças de chegar em casa antes das 21h estavam perdidas. Saiu da estação e foi atingida por uma rajada de vento e chuva. Sua sorte havia ido por água a baixo, não?

Não tinha alternativa a não ser caminhar mais 3 quadras sob a chuva torrencial até o apartamento de Malfoy. Foi difícil chegar lá, mas chegou. Apertou o interfone e uma voz surpresa a atendeu:

_Emily?

_Sim, Sr. Malfoy. Lhe trouxe os documentos que pediu.

_Suba imediatamente. – e desligou.

Até quando fazia seu trabalho direito ele se via obrigado a ser estúpido?

Subiu pelo elevador e caminhou pelo corredor até o apartamento sem cruzar com viva alma. Era um prédio novo, porém parecia tão impessoal para ser a casa de pessoas que ela sentiu-se estranhamente solitária. Apertou a campainha e quando a porta se abriu, deu espaço para um Draco Malfoy vestido apenas com uma calça de moletom e sem camisa. Hermione engoliu em seco e sentiu seu corpo se arrepiar. Considerou o frio que sentia como fonte de arrepios e não a visão daquele homem sem camisa.

Draco observou a garota em sua frente: cabelos desalinhados, lábios roxos, queixo tremendo e uma roupa totalmente encharcada pela chuva. A puxou para dentro do apartamento e já foi lhe tirando o casaco.

_Ei! Ei! O que pensa que está fazendo? - disse segurando uma das mangas do casaco.

_Tentando te ver nua porque mulheres tremendo de frio me excitam. – disse sarcástico.

Hermione arregalou os olhos.

_O que acha que estou fazendo? – disse irritado. – Só estou tentando evitar que minha funcionária tenha pneumonia e me acuse de descaso.

Ela não esperava uma atitude dessas e com a surpresa soltou o casaco, que ele pendurou no cabide.

_O quarto de hospedes é do lado direito. Tome um banho quente, vou te levar algo para vestir para que não fique com essas roupas molhadas. – indicou com a mão o caminho que ela deveria seguir.

Ela assentiu com a cabeça e foi para o quarto, deixou sua bolsa sobre a cama e entrou no banheiro, trancando a porta. Retirou a roupa molhada enquanto abria o chuveiro e deixava a água esquentar. Soltou os cabelos do coque e entrou debaixo d’água. Gostou da sensação daquele calor espalhado pelo seu corpo e num momento de delírio imaginou que ele vinha do corpo do loiro, que se abraçava ao seu. Fechou os olhos e pensou sentir o perfume inconfundível dele invadindo o banheiro, seus sentidos e sua mente. Jurava que podia ouvir a voz dele a chamando: Granger...

“Perai!” – pensou. – “Ele está mesmo me chamando!”

Desligou o chuveiro para ouvir com atenção.

_Granger, está tudo bem aí?

Ela corou ao se lembrar do que imaginou momentos antes. Sua voz saiu mais fraca do que esperava.

_Sim, está tudo bem.

_Ok. Deixei uma roupa em cima da cama, vista-se e venha até a sala, preparei um café para você.

Ela ouviu o barulho da porta se fechando e voltou para seu banho. Pouco depois saiu do banheiro e se deparou com um conjunto moletom masculino, provavelmente dele. Vestiu-o e o perfume dele pareceu voltar a seus pensamentos. Balançou a cabeça: no que estava pensando afinal.

Na sala encontro-o sentado em uma poltrona, dessa vez vestido com uma camiseta. Aproximou-se devagar e pigarreou para indicar sua presença.

Draco olhou para trás e ficou mais surpreso do que quando a viu toda molhada. Hermione pela primeira vez lhe parecia uma mulher jovem com seus cabelos castanhos caídos sob as costas, o rosto relaxado e o corpo parecendo tão pequeno naquele moletom enorme. Ele a viu corar sob seu olhar e desviou seus olhos para uma xícara de café fumegante que estava sobre a mesa. Pegou a xícara e ofereceu a ela.

Ela pegou o café e sentou-se encolhida no sofá. Ficaram em silêncio até que ele falou:

_Não devia ter pegado essa chuva.

_Eu tinha que lhe trazer os documentos, como havia me pedido.

_Essa sua dedicação ao trabalho ainda vai te matar um dia. Já que estava chovendo, podia ir para casa e amanhã me entregava.

_Não sabia qual a importância deles, por isso os trouxe. E no metrô não tinha como saber que estava caindo o céu.

_Metrô? Te pagamos bem para que pegue táxi durante o trabalho e não metrô.

_Não havia táxis por perto e estava com presa, preferi o metrô.

_Garota tola. Um dia acaba se matando.

_Só estava fazendo meu trabalho.

_Mas devia ter a noção de quando isso pode te prejudicar. Não quero ver minhas assistentes por aí caídas de tanta exaustão.

_Se terminou o sermão, senhor. Vou para minha casa. – disse levantando-se.

Draco a segurou pela mão:

_Onde mora?

_Brooklyng.

_Esqueça voltar para casa essa noite. Anunciaram que por causa da chuva o metrô está fechado e as ruas intransitáveis.

Ela fechou a cara:

_E o que me sugere?

_Você já conhece meu quarto de hóspedes. Fique nele e amanhã pegue um táxi até sua casa e depois de volta ao escritório. Simples, não?

Ela olhou desconfiada. Passar a noite sob o mesmo teto com ele não lhe faria bem, podia sentir isso em seus ossos. Olhou para a chuva que caia e suspirou. Não havia jeito, não é mesmo?

Voltou a sentar-se conformada. Essa seria uma noite longa.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Espero que sim. ^^

Obrigada por lerem e até o próximo capítulo. o/