Normal escrita por EmyBS


Capítulo 6
VINCENT BERDINAZZE


Notas iniciais do capítulo

Tive alguns comentários, por isso estou atualizando mais cedo. Obrigada a todos e continuem comentando, por favor.
Beijinhos...



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Apesar da irritação inicial de Edward todos pareceram relaxar e Vincent não me tocou novamente no restante da noite. Ele conhecia boa parte dos convidados e os cumprimentou antes de se sentar numa mesa sozinho comigo. Estávamos bem no meio da festa aos olhos de todos.

Minha mãe observava atentamente Vincent e não me deixaria esquecer esse dia. Teria que ter muita paciência para enfrentar a pilha de perguntas dela mais tarde. Suspirei diante dessa possível realidade.

Vincent me olhava com uma curiosidade evidente e havia também fascinação nos seus pensamentos, mas eu não conseguia compreender muito bem o motivo.

Para me distrair do seu olhar, eu virei minha cabeça para o lado, vendo Nessie brincar com Seth na volta da mesa dos lobos, de tempos em tempos ela corria para um dos convidados e dava um beijo estalado no rosto, ela já tinha vindo em mim e no Vincent algumas vezes.

Percebi o olhar tenso de Edward e me dei conta que a minha posição deixava meu pescoço totalmente voltado para o vampiro a minha frente e ele estava concentrado nele, imaginando a suavidade da minha pele, o gosto dela, o quanto ela seria macia.

Voltei imediatamente meu rosto para ele encarando-o nos olhos. Ele manteve o meu olhar lutando para não me tocar novamente, para não ter nenhum pensamento que fosse irritar Edward e eu tive que rir com sua linha de raciocínio.

- Do que está rindo? - meu coração vacilava com sua voz, era tão suave.

- Da sua expressão. - ele não largava o meu olhar.

- Você é linda de todas as maneiras que eu posso imaginar. - corei quando ele continuou.

- "Sua voz, seu rosto, seu corpo, seu cheiro, seu sabor também deve ser" - Edward rosnou baixo na mesa ao lado.

- "Não vou matá-la" - seus olhos brilharam intensamente a esse pensamento.

- "Assim esperamos." - Edward não se deu ao trabalho de responder a ele.

- Você é estranho! - suspirei mesmo para um vampiro ele era estranho.

Vincent desviou o olhar e seus pensamentos ficaram muito rápidos para que eu pudesse acompanhar, estava lembrando-se da sua existência.

- Sam, quantos anos você tem? - arregalei os olhos ao ouvir o apelido - "Ele me chamou de Sam?" - fazia tantos anos que não me chamavam assim.

- Dezessete e você? - ele suspirou.

- "Tão nova" - Vinte. - seu olhar era distante.

- "Sou nova, mas nem tanto" - sorri para mim mesma.

Pouco tempo depois cantamos um animado "parabéns pra você" para uma entusiasmada Nessie que estava radiante de ser o centro das atenções. Antes de irmos Esme nos obrigou a levar uma generosa porção de bolo e garantiu a minha mãe que iria ajudá-la na restauração da nossa casa, pelo que eu podia perceber as duas tinham encontrado algo em comum.

Nos despedimos de todos e eu prometi a Nessie que voltaria para brincar com ela outras vezes, mas quando cheguei perto do meu carro encontrei dois olhos dourados tristes me observando, sim ele estava triste por me deixar partir e impulsivamente caminhei para bem junto dele me colocando na ponta dos pés para lhe dar um beijo no rosto e sussurrar um - Boa noite! - no seu ouvido. Vincent ficou rígido a minha proximidade, não ousou respirar até que eu já estivesse dentro do carro.

Quando virei para vê-lo pela ultima vez, ele não estava mais lá.

O trajeto de volta para a casa foi silencioso para mim, apesar de Mary estar comentando sobre como todos eram tão simpáticos e graciosos. Em dois momentos ela cogitou me perguntar sobre Vincent, mas não seguiu em frente. Quando chegamos em casa, ela me desejou uma boa noite e se retirou para o seu quarto.

Tomei um banho quente demorado para aliviar a noite, mas não conseguia deixar de pensar em Vincent enquanto vestia minha camisola de seda rosa e me encaminhava para o meu quarto. Me joguei na cama e tive que admitir que ter uma cama de casal só pra mim era maravilhoso nessas horas, me cobri com meu edredom e fechei os olhos.

Estava tão cansada que não conseguia abrir os olhos quando ouvi um suave barulho na minha janela e senti a brisa gelada da madrugada entrar no meu quarto por um breve minuto, depois o seu aroma inundou o ambiente de tal forma que eu me perguntei como não tinha reparado nele antes. Era um aroma adocicado com um toque amadeirado e violetas, delicioso.

O dono desse delicioso cheiro estava parado no meio do meu quarto possivelmente me olhando dormir. Minha mente estava vagamente alerta, mas meu corpo estava cansado demais para reagir. Era intimamente frustrante estar tão sonolenta a ponto de não conseguir ouvir nitidamente seus pensamentos.

Antes de me entregar completamente ao sono eu ainda consegui sentir o toque gelado de seus lábios na minha testa e a suave pressão do seu corpo se deitando ao pé da minha cama, depois disso eram apenas sonhos.

Acordei agitada com a lembrança que Vincent havia estado no meu quarto e eu não estava enganada ainda podia sentir o suave aroma amadeirado com violetas, mas claro não havia sinal dele.

Após lavar o rosto e escovar os dentes, desci as escadas preguiçosamente a fim de preparar minha carne ensangüentada como minha mãe carinhosamente apelidou minhas refeições. Estava ajudando a aplacar a sede, mas me deixava muito fraca.

Fraca como uma humana, para um vampiro eu poderia me considerar uma anêmica. O único problema real de estar fraca é ter um clã de vampiros na minha volta, não me parecia seguro isso, mas eu não queria desobedecer a minha mãe.

Mal havia terminado de lavar a louça do café e meu celular tocou no quarto, corri para atendê-lo, mas não reconheci o número que aparecia no visor.

- Oi!

- Sam, é o Vincent. - meu coração parou.

- Oi Vincent! Que surpresa!

- Eu peguei seu número com a Nessie, na verdade eu tive que suborná-la. - ele parecia envergonhado.

- Subornando crianças? Que coisa feia!

- Foi por uma boa causa. - meu coração acelerou e eu esperei que ele não conseguisse ouvir pelo celular.

- Sam... - ele estava hesitando e eu consegui ouvir um suave rosnado pelo celular, Edward não parecia concordar com os planos de Vincent.

- Sim...

- Você gostaria de vir aqui em casa hoje? Nessie adoraria ver você! - entre ficar sozinha com ele e ficar no meio de vampiros era realmente mais seguro estar entre vampiros.

- É só Nessie que quer me ver? - minha voz soou chorosa e eu tive que rir internamente do meu draminha.

- Não, essa é só a principal desculpa. - ele estava rindo.

- Que horas posso ir aí então.

- Estou indo te buscar. - ele nem me deixou contestar e desligou o telefone, mas parecia que eu tinha escutado um rosnado alto antes dele desligar.

Joguei uma água no corpo e vesti uma calça jeans e uma regata branca colocando um moletom bege por cima. Mal tinha terminado de me arrumar escutei uma leve batida na porta. Meu coração saiu do compasso e eu fiz de tudo para parecer natural quando abri a porta. Era impossível.

Vincent estava imóvel com seus olhos dourados derretido nos meus, o seu corpo perfeito com um suéter cinza e uma calça jeans e um dos sorrisos mais sedutores do mundo.

"Linda" - meu coração disparou e ele riu antes de me dar um beijo no rosto.

- A vingança é doce - ele sussurrou no meu ouvido com a sua voz rouca enquanto meu coração parecia que ia explodir e saltar pela minha boca.

E ignorando completamente o meu descompasso cardíaco ele me puxou para fora me levando para a rua após trancar a porta com nossas mãos entrelaçadas.

- Negativo! Eu não vou subir nisso! - eu parei abruptamente na calçada ou me dar conta do seu meio de transporte.

- Qual o problema Sam? - seu olhar era irônico.

- Uma moto??? Eu não vou andar de moto!!!

- Eu nunca bati. - sua voz era segura, mas um breve acidente a alguns anos passou pela sua cabeça.

- Eu vou no MEU carro. - eu quase beirava a histeria.

- Por favor! - ele havia me tomado nos braços segurando minhas costas, seus olhos suplicantes dentro dos meus, eu podia sentir o aroma da sua boa tão próxima da minha enquanto ele falava, eu simplesmente esqueci de respirar e fiquei ali perdida naquele olhar, meu coração batendo enlouquecida mente.

Não faço idéia de quanto tempo ficamos assim até que ele me soltou balançando a cabeça, seus pensamentos também estavam incoerentes.

- Vamos no seu carro então. - eu podia sentir a magoa na sua voz. - Você dirige ou eu? - seus olhos focavam o nada.

- Você - minha voz saiu rouca e joguei a chave para ele que a pegou no ar, eu não tinha a menor condição de dirigir no estado em que estava, andar até o carro já era um desafio suficiente.

O caminho até a casa dos Cullen foi silencioso, ambos olhávamos pela janela. Vincent estava submerso num passado distante com vários flashes da sua vida passando rapidamente, havia uma batalha, o acidente da moto que devia ter desencadeado essa série de acontecimentos e em algumas lembranças eu consegui reconhecer Jasper.

- "Eu estava certa, eles lutaram juntos"

- "Jully" - ele suspirou ao meu lado apertando fortemente a direção e a imagem de uma jovem de cabelos ruivos cacheados e olhos intensamente azuis surgiu na sua mente.

Meu corpo ficou rígido por uma fração de segundos e pelo que parecia ele não tinha percebido. Virei meu olhar para ele tentando encontrar alguma explicação mais seu rosto estava indecifrável, já estávamos chegando a casa branca quando me dei conta do inevitável, talvez eu nunca fosse saber quem era Jully.

Sai do carro para receber Nessei que corria ao meu encontro e quando me virei para encará-lo ele não estava mais lá e o seu ultimo pensamento, a menina de cabelos ruivos, ainda pairando no ar.

- "Quem é Jully?" - me questionei apertando fortemente meu pingente de meia lua nos lábios.


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