Love Song escrita por Lonely Looney


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capítulo 2 –

Hello, babe. – disse Kiyoshi, agarrando Yumi pela cintura. Se eles não fossem como irmãos, ela não permitiria que ele tomasse essas liberdades.

– Esse lugar está um chiqueiro. – disse Yumi, olhando para Kiyoshi e Rui deitados na mesma cama de casal e várias caixas de pizza esparramadas pelo chão. Os três dividiam um pequeno apartamento mobiliado (que já estava com o aluguel atrasado) que tinha um banheiro, uma cozinha e dois quartos, Yumi ficou sozinha num dos quartos e Rui e Kiyoshi dividiam o outro.

– Por favor, digam que uma dessas pizzas é de hoje. – implorou Yumi.

– A segunda caixa, de cima para baixo – disse Rui, sem se dignar a levantar a cabeça. Mas nem adianta pensar em esquentar, cortaram a nossa luz.

Yumi estava faminta e comeu os três pedaços que sobraram com voracidade antes de pensar em se desesperar com a falta de luz.

– E olha que eu nem sei há quanto tempo isso está aí... – disse Kiyoshi, espantado, encostado na parede. – Yumi, precisamos de um emprego de verdade. Mas benzinho, eu não sei fazer nada a não ser tocar guitarra ou violão. E um pouco de bateria.

– Deixe a bateria comigo, por favor. – disse Rui. – Eu não sei nem lavar minhas meias.

Yumi sentou na beira da cama e suspirou, segurando o pé de Rui.

– Será que não conseguiríamos nada em outro bar? E se implorássemos nosso trabalho de volta? Se você arrumasse menos confusão, Kiyoshi, ainda estaríamos lá!

– Yumi, benzinho... – disse Kiyoshi, acendendo um cigarro, dando uma tragada e agitando a cabeleira loira – Por que em vez de ficarmos fazendo cover de outras bandas não tocamos nossas próprias composições?

Yumi riu, incrédula.

– Eu também já estou cheio. – disse Rui. – Também amo L’Arc e Glay, mas eles não precisam de ninguém divulgando o trabalho deles. Yumi, nós somos bons, e você sabe. Suas letras são incríveis.

– Rui, coloque os pés no chão. Quem iria ser o vocalista? Eu? Não conte com isso. Você não pode, baterista cantando? E o Kiyoshi, com toda essa bebida e cigarro você vai arruinar a sua voz.

– Você duvida da minha habilidade? – perguntou Kiyoshi. – Minha voz é boa o suficiente, afinal, sou eu que canto. Mas não vejo por que você não deveria ser a vocalista. Sua voz é doce, calma e também pode ser poderosa. Lembra muito Aimee Mann, se for pra comparar.

Aimee Mann? Bem, não sei se isso seria bom para nossa banda. Não é fácil fazer sucesso, Kyo, Rui e vocês sabem. Não é qualquer um que pode-- Ei, lembrei de uma coisa! Vocês não sabem quem eu encontrei hoje, no McDonalds, ainda por cima!

– E o que você estava fazendo no McDonalds? – perguntou Rui.

– Andei o dia todo atrás de um trabalho qualquer, tocar em algum bar, mas ninguém queria só um baixista. Vocês infelizes somem. Bem, eu fui comer e me deparei com nada menos que a Bad Luck.

– Que Bad Luck? A banda? Aquela banda que tem aquele garoto gay? No McDonalds? Por quê?

– E eu sei? O guitarrista dele me abordou por causa do meu baixo e me convidou pra tocar na banda. Não é uma loucura?

Rui e Kiyoshi olharam para ela admirados.

– Como assim? Do nada? Sem te conhecer? – perguntou Rui, finalmente sentando na cama de repente, com o cabelo preto espetado todo bagunçado e o lápis de olho borrado. – E o que você disse?

– Ora, que não, é claro. Por que eu aceitaria?

Kiyoshi, parou antes de levar o cigarro à boca. Rui engasgou com ar.

– Você esnobou a oportunidade da sua vida? – perguntou Kiyoshi, praticamente irado.

– “Oportunidade da minha vida?” Do que está falando? Tocar numa banda como aquela vai contra meus princípios! E depois, o que seria de vocês?

– Yumi! – Kiyoshi apagou o cigarro na mesa e foi em direção a ela – Como pôde ter feito isso? Sei que somos uma família, mas a vida sorriu para você naquele momento. E você cuspiu na cara do Destino.

– Hum. Agora você é poeta. – ironizou Yumi.

– Não se esqueça de que escrevo algumas das letras. Nós sempre nos viramos, Yumi. Isso é uma banda. Membros se separam. Seguem caminhos diferentes. Nossa vez também ia chegar. Lamento que você tenha feito isso. Bem, pelo menos ainda temos você.

Yumi estava tentando manter seus olhos secos. Chorar na frente de Kiyoshi depois de um sermão daqueles não faria bem. Ela olhou para Rui e este a encarava com um olhar de tristeza.

– Ótimo, pode me criticar também.

E como estava ficando difícil não chorar, Yumi entrou no banheiro e foi escovar os dentes. Depois, ligou o chuveiro para tomar um banho. A água fria iria mantê-la equilibrada. Mas quando ela estava a ponto de se acalmar, o chuveiro começou a falhar. Yumi abriu os olhos com o cabelo cheio de shampoo e viu que agora não só a luz havia sido cortada.


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