Skip Beat - enquanto o Amor Durar escrita por Mirytie


Capítulo 24
Capítulo 24 - Especial: O coração partido


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, leiam as notas finais. É IMPORTANTE!
Enjoy ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/123398/chapter/24

3 Meses Depois

O desaparecimento de Ren Tsuruga tinha afetado todo o Japão, apesar de ter sido explicado pela LME. Até o presidente tinha concordado em dar uma entrevista, o que já não acontecia há muito tempo.

Mas o mundo do espetáculo não se importava com razões válidas e racionais. Era por isso que aquela era a vigésima quinta entrevista de Kyoko nos últimos três meses. Tinha custado falar dele no princípio, mas agora ela já conseguia tolerar a traição sem ter de se debater com lágrimas.

Tinha escrito duas canções sobre ele e tinha que admitir que isso ajudara muito, apesar de ainda não ter gravado uma delas.

Ela olhou-se ao espelho depois do maquilhador ter acabado e perguntou-se porque é que já não achava graça a nada daquilo.

Levantou-se quando lhe disseram que só faltava um minuto para entrar e esperou que a apresentadora dissesse o seu nome para se aproximar e sorrir para o público.

- Seja bem-vinda, Mogami-san. – disse a apresentadora depois de Kyoko se sentar no sofá ao seu lado.

- Por favor, trate-me por Kyoko. – pediu Kyoko – É um prazer estar aqui.

- Parece que já passou tanto tempo, não é? Mas nem seis meses se passaram desde a última vez que nos visitou para falar do Tsuruga-kun e para desmentir a vossa relação amorosa. – começou a apresentadora – Mas para si deve ser cansativo, ter que dar tantas entrevistas desde a partida do Tsuruga-kun para trabalhar na América.

- Gosto de aparecer na televisão. – respondeu Kyoko em tom de brincadeira. Depois suspirou – Para falar a sério, é um pouco cansativo porque já expliquei a mesma coisa vezes e vezes sem conta. Mas não importa, esta foi a vida que eu escolhi…só queria pedir para que os paparazzi me parassem de assediar na rua.

- Bem, pode ficar descansada, porque hoje não estamos aqui para falar do seu sempai. – disse a apresentadora – Estamos aqui para falar de si e do novo filme que vai estrear hoje.

- É verdade. – confirmou Kyoko sorrindo para a plateia que tinha começado a aplaudir – Acho que eles estão a bater palmas porque o Sho entra no filme.

- Ah, não diga isso. Você tem muitos fãs. – disse a apresentadora, agradada. Gostava de entrevistar aquela rapariga – Então, o filme While Love Last estreia hoje à noite em todas as salas de cinema do país. Aqui, em Tokyo, as estrelas vão assistir à primeira rodagem, como já aconteceu com outros filmes populares. Não nos podia dizer com quem vai?

- Bem, no princípio pensei ir sozinha. – confessou Kyoko dando pequenas risadinhas – Mas o meu agente disse que isso seria muito patético, por isso vou com o Sho. Ah! – continuou ela antes da repórter poder perguntar outra coisa – Eu e o Sho não estamos romanticamente envolvidos. Ele só vai comigo porque também não tinha ninguém com quem ir.

- Antecipou a minha pergunta. – disse a apresentadora – Muito bem. Mas o Sho-kun não tem par? Isso é espantoso.

- Há uma primeira vez para tudo. – comentou Kyoko encolhendo os ombros – Só estou a dizer o que ele me disse.

- Sabe, gosto de a entrevistar, Kyoko-chan. – disse a apresentadora com um grande sorriso – Parece ser uma pessoa normal e, falo por mim quando digo que, isso facilita a sua relação com os seus fãs. Estrelas como o Sho-kun ou o Tsuruga-kun transmitem uma imagem de inalcançabilidade, mas você não. Não quero ofendê-la de qualquer modo.

- Não está a ofender ninguém. – disse Kyoko abanando a cabeça – Eu não sou nenhuma estrela. Sou tão normal como você ou como qualquer um dos meus fãs. As estrelas estão no céu.

- Ah, boa resposta. Vamos falar dos últimos dois meses, então. – pediu a apresentadora entrelaçando os dedos no joelho – Bastaram dois meses para a sua carreira dar uma cambalhota. Teve que cobrir alguns trabalhos que o Tsuruga-kun tinha programado, como modelo e está prestes a lançar um cd.

- É verdade. Daqui a dois meses vou lançar um cd. – especificou Kyoko – Chamado My Life and I.

- Oh, já temos um nome. – excitada com a novidade, a apresentadora bateu palminhas – Mas porquê tanto tempo?

- Isso é porque eu vou entrar numa pequena comédia chamada My Life and I e está planeado para que o filme estreie no mesmo dia do cd. – Kyoko riu quando as palmas se intensificaram – Vai ser uma nova experiência para mim. Nunca tinha feito uma comédia.

- Deve ser fantástico ser uma atriz de sucesso instantâneo.

- Sucesso instantâneo? – Kyoko abanou a cabeça – Nem pensar. Tive que trabalhar muito para chegar até aqui.

- Portanto, é o esforço por trás da fama, certo. – a apresentadora sorriu, um pouco arreliada quando lhe disseram que o tempo estava a acabar – Já tem digressão marcada?

- Já, mas é segredo. – respondeu Kyoko ouvindo um “Oh” – Desculpem, o meu agente não me deixa contar.

- Diria então que é uma cantora, atriz e modelo? – perguntou a apresentadora.

- Sou uma atriz com hobbies. – corrigiu Kyoko – Eu nunca deixaria a minha carreira como cantora ou modelo interferirem na minha vida como atriz.

- Bem, hoje não temos mais tempo. – informou a apresentadora – Mas vai-nos cantar a sua nova canção “Broken”, não vai?

- Claro. – Kyoko levantou-se e fez uma vénia rápida ao público – Espero que gostem.

Aproximou-se do microfone e começou a cantar quando as luzes se apagaram e um holofote se centrou nela.

You can take away all my love

What do I need it for?

You can take away all these words

There’s no meaning anymore

You can take away everything

Leave me lying on the floor

All those sorry’s, we can’t go back to the start

You can’t fix me, I’m torn apart!

I wanna run away from love

This time I have had enough

Every time I feel your touch, I’m broken

Shattered all the pieces apart

Never thought I’d fall so hard

Putting back together my heart, It’s broken

You can take these photographs

Watch them fade away, oh

You can throw away all these letters

I don’t care about what they say

All those sorry’s, there’s a million reasons why

You can’t mend me, don’t even try!

I wanna run away from love

This time I have had enough

Every time I feel your touch, I’m broken

Shattered all the pieces apart

Never thought I’d fall so hard

Putting back together my heart, I’m broken

I know it’s gonna take some time

To finally realize

I got nothing left inside

Nothing to hide!

I’m broken, I’m broken!

My heart is…

I’m broken, I’m broken!

There’s nothing left inside

Save me!!!

I wanna run away from love

This time I have had enough

Every time I feel your touch, I’m broken

Shattered all the pieces apart

Never thought I’d fall so hard

Putting back together my heart, I’m broken

I’m Broken!

Save me!

Oh, Save…Me!

I’m broken…

Depois de se despedir rapidamente da apresentadora, Kyoko dirigiu-se diretamente ao carro de Tora sem trocar uma única palavra.

Antes de arrancar, Tora olhou para ela e abanou a cabeça. – Não devias cantar aquela música, se depois ficas assim.

- Eu estou bem. – resmungou Kyoko. Mas não estava.

Mesmo que ela continuasse a insistir nisso, não conseguia enganá-lo. Desde que Ren partira ela tinha recusado todos os papéis que lhe tinham aparecido e só tinha aceitado aquela comédia porque o presidente tinha ameaçado despedi-la.

Gravar trazia-lhe memórias, e Tora sabia disso.

Depois de estacionar em frente ao prédio onde antes tinha vivido Ren, Tora olhou mais uma vez para ela e suspirou.

- Queres que entre contigo? – perguntou ele sabendo qual era a resposta.

- Eu estou bem. – repetiu Kyoko tal como tinha feito milhares de vezes nos últimos três meses.

- Fazes anos daqui a alguns meses. Ele vai voltar. – lembrou Tora – Vai ficar tudo bem.

- Já falamos disto, Tora. Ele entra e eu saio…nem que vá viver contigo. – acrescentou Kyoko antes de Tora ter tempo de falar – Vem buscar-me às 20.30.

Kyoko virou costas e deixou Tora a pensar no que fazer. Kyoko estava numa fase onde o aceitaria se ele se esforçasse um pouco, mas ele não era capaz de fazer isso.

Ela já não era a mesma Kyoko que ele tinha conhecido.

Kyoko pegou na carta que tinha chegado ontem e sentou-se no sofá.

Já tinha três cartas iguais àquelas. Ren enviava-as todos os meses, tal como tinha prometido.

Kyoko não tinha lido nenhuma.

Tinha tentado deitar as duas primeiras ao lixo, mas não fora capaz. Agora guardava-as no seu quarto como se fossem provas da traição de Ren, mas sabia que isso era mentira.

De alguma maneira, Kyoko continuava a confiar que Ren tivera boas razões para partir mas não conseguia perdoá-lo por manter segredo.

Ela rasgou uma ponta do envelope e, por momentos, sentiu-se tentada a ler a carta e os pensamentos dele. Ver as desculpas que ele devia escrever em todas aquelas cartas e a palavra “Amo-te” no fim.

No entanto, atirou o envelope para o lado e foi-se vestir.

Não fazia diferença se os lia ou não, ele não estava à espera de resposta, de qualquer maneira. Com um sorriso sem vida, ela pegou no coração partido que ele lhe tinha deixado e pendurou-o ao pescoço.

Entretanto, na América

Já passava da meia-noite quando Ren chegou a casa e suspirou, mas não de alívio.

- Mãe, a Miranda veio…outra vez! – gritou Ren sabendo que a mãe ainda estava acordada.

Julie saiu e olhou para a mulher de um metro e setenta e cinco ao lado de Ren. Os longos cabelos loiros dela esvoaçaram quando Ren fechou a porta.

- Ora, não devias falar assim sobre a Miranda, Kuon. – disse Julie abraçando a mulher da mesma idade do filho.

Com a sua figura esguia, Miranda podia ter um futuro brilhante como modelo profissional. Mas não era assim que Ren a conhecia. Miranda vinha do seu passado negro como Kuon, era a namorada de Rick.

- O meu filho não fica bem com os cabelos loiros? – perguntou Julie esticando-se para afagar a cabeça de Ren – E sabias que não me queria contar sobre a sua vida como Ren?

- Mãe! – exclamou Ren irritado – Tive correio vindo do Japão, hoje?

- Sim, tiveste. – respondeu Julie vendo os olhos do filho brilharem – Mas acho que é do teu agente, outra vez.

O brilho desapareceu imediatamente. Não devia estar assim, afinal fora ele que lhe pedira para não o contactar.

O Yashiro-san mantinha-o informado dos avanços de Sho e daquele traste do Tora mas isso não era o suficiente. Queria que fosse ela a informá-lo.

- O que é que se passa, Kuon? – perguntou Julie preocupada.

- Oh, ele só está com saudades da namorada que deixou no Japão. – disse Kuu aproximando-se – Boas, Miranda?

- Namorada? – disseram as duas mulheres ao mesmo tempo.

- Já se passaram três meses desde que chegaste. – disse Julie – Porque é que nunca me falaste disto? Quero conhecê-la.

- Não d…

- Eu tenho um vídeo! – disse o pai interrompendo Ren – Ela é bastante famosa no Japão, agora. Temos um canal japonês, não temos? Ela vai aparecer hoje em direto, na estreia do novo filme dela. Como é que ela se chama? Monami…?

- Mogami! – gritou Ren imediatamente – Kyoko! – quando viu o pai sorrir, ele percebeu que Kuu tinha-se enganado de propósito – Tsk.

- Estás apaixonado, Kuon. – a voz de Miranda era doce e suave – Acho que nunca te vi assim. Fiquei curiosa.

Ren olhou para a mulher que o tinha chamado de assassino, no passado. Miranda tinha aparecido em casa dele mal soubera da sua chegada, desculpara-se e perdoara-o. Tão simples como isso. Até derramou lágrimas.

Ren continuava a tentar perceber o que tinha acontecido na sua ausência.

- Posso ficar para ver a Kyoko, senhor e senhora Hikuri? – perguntou Miranda com todo o respeito – Sei que é muito tarde, mas…

- Fica, Miranda. – disse Julie guiando-a para a sala-de-estar – Se quiseres podes passar a noite aqui?

- Oh, não quero dar trabalho. – disse Miranda sentando-se ao lado de Julie.

- Não dás trabalho nenhum, querida. – Julie virou-se para trás e gritou – Vai começar, rapazes! – depois olhou para Miranda outra vez – Sabes como é viver só com homens? Quem me dera ter tido uma filha como tu.

Miranda sorriu timidamente e olhou para a televisão onde as limusinas começavam a parar em frente à porta do cinema.

Kuu sentou-se ao lado de Julie mas Ren ficou em pé, com as mãos apoiadas no sofá.

“Aí vem a limusina do Sho-kun” anunciou a repórter ao ver a limusina branca a aproximar-se e a parar “Soubemos hoje de manhã que a atriz Mogami Kyoko é a sua acompanhante.”

Sem tirar os olhos do ecrã, Ren viu Sho oferecer a mão a Kyoko para ela sair e a envolver a anca dela com o braço, enquanto andavam.

Miranda olhou para o lado e viu os dedos de Ren enterrados no sofá mas, ao olhar para cima, reparou que a sua expressão não tinha mudado.

Ela pensou que aquele não era o mesmo Kuon que ela tinha conhecido mas, no mesmo minuto, Ren virou costas e ia dar as boas-noites a toda a gente quando a mãe falou.

- Já viram o colar que ela traz ao pescoço? Que lindo. – comentou Julie docemente fazendo o filho parar e olhar para trás – É um coração partido. Imagino quem terá a outra metade. Ren… -com um sorriso maroto, ela olhou para o filho mas não conseguiu acabar a frase.

Miranda também estava com a boca aberta. Que raio de sorriso era aquele!?

Sem conseguir tirar o sorriso da cara, Ren fez uma pequena vénia e olhou uma última vez para o ecrã antes de dizer um doce “Boa-noite”.

Três meses, pensou Miranda, agora mal disposta. Três meses e ela não tinha visto nada em Kuon a não ser tristeza, remorso e uma grande dose de dor. Fora por isso que ela o perdoara; porque pensara que ele ainda sofria pelo que tinha feito a Rick.

Como é que ele podia ser suficientemente feliz para ter um sorriso daqueles? Era ela a única que continuava a sofrer?

Mas, ao deitar-se, Ren apercebeu-se que estava verdadeiramente feliz. Tinha-a feito sofrer e isso era imperdoável mas ela ainda o tinha no coração e isso dava-lhe força para aguentar mais nove meses.

- Ela vem à América, não vem. – disse Kuu quando Kyoko falou na sua digressão – Vou arranjar para que ela passe pela nossa cidade. O Kuon vai ficar feliz.

Bem, pensou Miranda, ela ia arranjar para que Kuon nunca tivesse conhecimento disso.

Ela não seria a única a sofrer.

Kyoko entrou em casa depois de ter recusado o convite de Tora e de Sho para ir jantar. Estava estafada e tinha-se lembrado de Ren, enquanto assistia ao filme, ao lado de Shoraro.

Entrou no seu quarto e pegou na pequena carteira que servia de abrigo para o “Corn.” O príncipe das fadas que ela tinha conhecido em Kyoto era na verdade Ren, mas Kyoko não deixara de acreditar no seu mundo mágico.

Tinha sido guiada até Kuon e, dez anos mais tarde, até Ren. Isso não podia ser coincidência. Tinham sido as fadas, ela sabia disso.

Tora dissera que Ren voltaria para ela e, apesar de Kyoko responder com palavras duras, era verdade que, se não estivesse à espera dele, ela já podia ter deixado o apartamento há muito tempo.

Kyoko deitou-se e olhou para o teto pensando que já deviam ser horas de acordar na América.

Apertou a pedra contra o peito e adormeceu com um sorriso na cara, tal como Ren.

Mas nenhum deles podia imaginar o que viria a seguir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

IMPORTANTE: Pessoal, isto é muito importante. Esta fic está oficialmente terminada. Vou começar a escrever outra fic amanhã chamada "A Revolta do Princípe" que é a CONTINUAÇÃO desta, ok?
Comentários?