Todo o Reikai estava em alerta, desde que Kurama voltara com força total, e completamente sedento por vingança, que Koenma voltava o máximo de cuidado e atenção, para o Makai, ainda mais sobre Kurama, que reinava absoluto, já que Mokuro havia se juntado a ele em seus planos de dominação.

“Botan! Botan!” – Botan estava na parte de fora do castelo de Koenma, pensando em tudo o que havia acontecido nos últimos meses. Ela se negava a acreditar que Kurama havia mudado tanto. Como de uma hora para outra, um ser tão amável e maravilhoso como ele poderia se tornar um monstro sem escrúpulos e limites?

Ela estava preocupada com ele, pois sabia que Koenma não hesitaria em mandar matá-lo, caso fosse realmente necessário, e o pior é que ela sabia que esse dia já havia sido adiado muitas vezes, pela consideração que Koenma ainda tinha por Kurama, mas que logo chegaria a hora em que teria que se despedir de seu amigo de uma vez por todas.

“Botan” – A garota saiu de seus pensamentos finalmente ouvindo o chamado de outro mensageiro do Reikai, se virou imediatamente para ouvir o que lhe deveria ser dito – “Que bom que eu te achei! Koenma quer falar com você! É urgente!”

“Ele não disse do que se trata?”

“Não, mas com certeza é sobre Kurama e a situação do Makai, não se fala em outra coisa a não ser disso...”

“Eu já estou indo!” – Botan interrompeu a pequena serva, e se pôs a caminhar em passos largos em direção a sala do rei Enma.

“Senhor Koenma?” – disse entrando na sala. Ela estava uma bagunça, papeis para todos os lados e alguns monstros correndo pela sala, como já era de costume.

“Botan! Onde você estava? Te procurei o dia inteiro...”

“Precisava de um tempo para refletir...”

“Agora você não tem tempo para isso. Preciso que você vá ao ningenkai e traga Yusuke e Kuwabara até aqui, o mais rápido possível! E se você souber o paradeiro de Hiei traga-o também. Precisamos deles para deter Kurama, ele está nesse exato momento começando a reabrir o buraco das trevas, e se não o pararmos o quanto antes será tarde de mais...”

“Mas, Senhor Koenma...”

“Botan, eu sei que isso será difícil, mas Kurama já não é mais a pessoa que conhecemos... Ele precisa ser detido, nem que para isso ele seja morto...” – os olhos de Botan se encheram de lágrimas instantaneamente, mas ela se virou acatando as ordens de Koenma e saindo da sala rapidamente.

*Não é só você que se sente assim Botan, mas temos que acabar com tudo isso logo, antes que ele acabe conosco... Kurama por que você fez isso? Você sabia que as plantas dominariam você... Por quê?*

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Botan saiu correndo do castelo do rei Enma, e pegou sua vassoura, voando o mais rápido possível para o ningenkai. Por mais que doesse, teria que acatar as ordens de Koenma, pois ela sabia que ele estava certo, Kurama escolheu esse caminho e agora teria que arcar com as conseqüências.

Assim que desceu a terra, ela foi primeiramente à casa de Yusuke. Queria falar primeiro com ele, para depois ir atrás de Kuwabara. Yusuke estava morando no centro da cidade agora. Após o termino do torneio das trevas, sua ultima missão para o Reikai, ele decidiu pedir Keiko em casamento e agora morava com sua esposa, que estava grávida de 3 meses.

“Yusuke! Yusuke, onde você está?” – Keiko chamava o marido, mas não obteve uma resposta – “Yusuke você está atrasado. Por acaso você se esqueceu que me levaria ao hospital hoje? Seu imprestável...” – Keiko andava pela casa atrás do marido, e tomou um susto quando o mesmo saiu de trás de um armário assustando-a – “AHHHHH! VOCÊ QUER ME MATAR DO CORAÇÃO?” – Ela gritava e batia em Yusuke que apenas ria da cara assustada da garota.

“Você tinha que ver sua cara foi hilária!” – ele estava morrendo de rir, quando sua campainha tocou.

Keiko deixou o garoto onde estava, ainda rindo muito, e foi atender a porta.

“Botan! Como vai amiga? O que você está fazendo aqui?” – disse sorrindo dando espaço para a mensageira entrar, mas mesmo assim a garota se mantinha um pouco desconfiada – “Entre!”

“O Yusuke está?” – disse sem animo, um tanto quanto triste.

“O idiota está bem ali!” – apontando para o garoto que vinha em sua direção – “Mas aconteceu algo?” – disse preocupada com a amiga, que sempre fora muito alegre e elétrica, mas que agora parecia triste e distante.

“E ai Botan... como vai?” – Yusuke disse animado em ver amiga que não via á muito tempo, mas logo seu sorriso se desfez, dando um ar de preocupação em seu rosto, pela cara nem um pouco animadora da garota a sua frente.

“Senhor Koenma... Pediu para que eu viesse buscá-lo, ele precisa falar com você!”

“O que esta acontecendo Botan?” – Keiko disse brava, mas apesar de perguntar sabia que era mais uma das varias missões suicidas do Reikai – “O que foi Botan? É mais uma daquelas missões, não é?”

“Calma Keiko, você não pode se alterar. Lembre-se do bebê!” – Yusuke disse abraçando-a.

Keiko saiu bruscamente de seus braços e disse mais brava ainda.

“Você vai me abandonar de novo? E se você não voltar mais? Quem vai cuidar dessa criança? Como eu fico Yusuke?” – Lágrimas brotavam de seu rosto, e Botan ficava cada vez pior por ter que levá-lo.

“Keiko eu volto... Eu prometo!” – ele lhe deu um beijo demorado, e depois beijou a pequena barriga, que já se formava na garota – “Eu não vou deixar essa criança sem pai... Eu vou voltar. Isso é uma promessa” – disse acariciando seus cabelos.

“Eu vou te esperar!” – ainda em lágrimas – “E se você não voltar eu vou até o Reikai acabar com você!” – Yusuke sorriu e lhe abraçou forte depois de dá-la o ultimo beijo.

“Podemos ir Botan!” – ele disse se despedindo de Keiko.

Assim quem Yusuke saiu Keiko deixou seu corpo ceder, se ajoelhando no chão, chorando muito. Tinha que aceitar os fatos, a terra precisava dele, e se ela quisesse realmente um mundo feliz, onde seu filho viveria em paz, deveria deixar Yusuke partir, mesmo que ele não voltasse mais.

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“O que esta acontecendo Botan?” – Yusuke perguntou enquanto os dois iam em direção a casa de Kuwabara, que não era tão longe da de Yusuke.

“Eu não quero falar sobre isso Yusuke... Logo você saberá. Muitas coisas aconteceram no Makai nesses meses que se passaram... E agora Koenma precisa de vocês, é muito complicado, mas é um caso de vida ou morte...”

Yusuke não insistiu, pois via nos olhos de Botan toda sua dor, esperaria para que Koenma explicasse tudo o que estava acontecendo, mas não deixava de se perguntar mentalmente: O que era tão grave assim para deixar Botan naquele estado?

Após uns vinte minutos, eles estavam na casa de Kuwabara. Assim que Botan apertou a campainha, Yukina atendeu a porta dando espaço para que os visitantes entrassem. Kuwabara estava trabalhando na empresa de seu pai, e também morando no centro junto com Yukina, que decidira viver no ningenkai com seu grande amor, do que voltar para o Makai.

“Kuwabara! Temos visitas!” – ela disse com sua voz doce, e logo Kuwabara desceu as escadas, vestido de terno e gravata, estava quase pronto para ir trabalhar.

“O que os traz aqui amigos? Como vêem não posso me demorar com vocês, tenho que ir trabalhar, se não me atraso e sabe como é meu pai! Vai acabar demitindo...” – disse sorrindo.

“Você vai ter que deixar seu pai te demitir então Kuwabara!” – Yusuke disse encarando o amigo com seriedade.

Kuwabara entendeu imediatamente do que Yusuke estava falando, ainda mais por que a mais de dois meses sentia que algo estava errado, mas não conseguia identificar o que era.

“Koenma pediu para que eu viesse te buscar, junto com o Yusuke...”

“Mais uma missão?”

“Exatamente...” – Kuwabara não hesitou, assim que soube que Koenma precisava dele para um assunto urgente subiu as escadas e se trocou de pressa.

“O que esta acontecendo?” – perguntou um pouco aflito, quando voltou.

“Eu não sei...” – Mentiu Botan – “Mas Koenma explicará tudo a vocês quando chegarmos...”

“Tome cuidado Kuwabara!” – Yukina disse olhando seriamente para Botan, ela sabia o que estava acontecendo, mas não disse anda, pois sabia que seria um choque e tanto para Kuwabara e Yusuke saber que teriam que matar seu grande amigo Kurama.

“Pode deixar Yukina logo estarei de volta...” – sorrindo e lhe dando um beijo demorado.

“Yukina, você sabe o paradeiro do Hiei?” – Botan perguntou antes de sair.

“Ele esta nas montanhas! Ele me disse o que estava acontecendo no Makai, e disse também que precisava de um tempo para organizar sua mente... Ele pediu para que ninguém o incomodasse, que quando chegasse a hora ele estaria lá!”

“Obrigada Yukina!” – Botan disse se despedindo da amiga.

Assim que saíram da casa de Kuwabara, Botan os levou direto para o palácio do rei Enma.

Ela sabia que aquilo seria muito difícil para todos, mas deveria ser feito. Sabia que Hiei não os abandonaria, mas que demoraria para que o Korime viesse a eles, pois com certeza quem estava sofrendo mais com essa historia toda era ele. Ver que sua tão amada raposa se tornara um monstro não era fácil, mas difícil ainda era ter que lutar contra ele e se fosse preciso matá-lo...