12:45 e eu queria me jogar de um penhasco.Eu não tinha conseguido encontrar absolutamente N-A-D-A!

Sabe o que é isso?Mais tempo de sofrimento pra mim e pra minha mãe.

Eu só tinha um ano pra ficar aqui.Pra mim viajar,eu tive até que passar por cima do meu orgulho:Pedir dinheiro para o meu pai.Que coisa humilhante.

Ele se separou da minha mãe quando eu tinha sete anos,não sei o por que e eles nunca me contaram.

Roger era um homem rico,poderoso.Ele era dono de uma grande confeitaria,ela tinha filiais por todo o Brasil e algumas na Alemanha,Holanda,França e Estados Unidos.

Ele realmente era um bom pai,mas me humilhou e humilhou a minha mãe da pior maneira possível no dia que ele nos deixou.Eu fui lá com a maior cara de morte pedir dinheiro pra ele.Graças ao bom pai ele cedeu,não faz o meu estilo ficar implorando.

Resolvi ir comer num restaurante pequeno ali perto,não ia almoçar naquele local furreca que eu estava hospedada.

Pedi um macarrão.A vantagem de pedir massa,é que todo mundo sabe fazer,não tem como errar.

Estava comendo tranquilamente quando meu celular toca.Peguei no bolso da minha calça e olhei o visor,não era um número conhecido.Atendo e uma voz masculina e grosseira me atendeu do outro lado:

-VOCÊ É IMBECIL? – A pessoa gritava.

-O que?Senhor,não te conhece,francamente me desculpe,mas não posso te ajudar.

-Não se faça de desentendido seu idiota gay! – O homem gritava loucamente do outro lado.

-Senhor,eu não sou ele,sou ela e não te conheço! – Eu já me estressando.

-Oh,me desculpe,errei o número. – Ele pareceu extremamente constrangido.

-Tudo bem!Tchau. – Eu disse suavemente.

-Tchau.

Ele disse e desligou.Eu heim,que doido!Quando ele quiser dar esmurrar alguém pelo telefone,ele podia verificar se está falando com a pessoa certa!

Quem será que era?

Terminei de almoçar e fui andando calmamente de volta para o hotel.Eu queria chegar logo para tomar um banho,então resolvi pegar um atalho.

Entrei numa viela escura e de aspecto hostil.Aquele lugar me dava arrepios e eu sabia que era perigoso,mas eu queria chegar logo.

Eu andava a passos rápidos,tropeçando várias vezes devido ao meu salto alto e a rua acidentada.

Meu coração estava quase saindo pela boca de tanto medo que eu tinha daquele lugar.Então eu escute uma voz atrás de mim:

-Que novidade,não é sempre que eu encontro uma gata aqui! – Eu me virei e vi um homem com roupas rasgadas e sapatos furados me encarando.

-Vem cá Fred,olha o que eu encontrei aqui! – O homem chamou por alguém.

Ficamos num silêncio de 10 segundos,o homem me olhava de cima a baixo,mordendo os lábios.Não me atrevi a correr,sabia que não conseguiria fugir.

Um homem ruivo e bem vestido apareceu na ponta da viela e se juntou ao cara na minha frente:

-Quem diria Mário,uma garota tão linda assim passando por uma viela tão escura.

Ele estendeu a mão e tocou meu rosto.E  virei,sentindo nojo deles:

-Então é assim? – O homem chamado Fred me disse – Vai bancar a difícil?

Ele agarrou meus braços e me beijou a força.Eu me debatia em seus braços,mas a minha força era a de uma formiga comparada a dele.Eu consegui me afastar e tentei gritar.Ele deu um tapa no meu rosto e me puxou para si de volta.

Mário ficava olhando e rindo.Era como se ele venerasse Fred.

Fred colocou as mão por de baixo da minha blusa e justo naquele dia eu estava sem sutiã.Quando eu pensei que não dava pra ficar pior,ele enfiou a mão por dentro na minha calça.Eu consegui gritar ao sentir a mão dele me tocando tão intimamente.

-Socorro! – Eu berrava desesperadamente. – Alguém me ajuda!Socorro!

-Não adianta linda,não tem ninguém aqui.

Eu estava tão apavorada que minhas vistas iam escurecendo.Então um milagre aconteceu:Um homem surgiu na viela!

-Solte ela!

-Se eu não soltar,o que a garotinha vai fazer? – Ele disse debochado

-Solta agora!

-Acho que não.

O homem reagiu e deu um soco primeiro em Mário,fazendo ele desmaiar.Fred arregalou os olhos e saiu correndo,me largando ali no chão.

-E não ouse voltar aqui! – Ele gritou para Fred que corria.

Eu estava deitada no chão frio,tentando ao máximo não desmaiar,não queria dar mais trabalho para aquele rapaz.Ele se abaixou ao meu lado:

-Está tudo bem? – Ele perguntou docemente.

-Eu gostaria de dizer que sim,mas eu acho que não.

Então tudo escureu.