Hidden escrita por jduarte


Capítulo 65
Afável


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas do meu coração, espero do fundo do meu coração que vocês gostem da história, e que comentem...
Beijoooos,
Ju!



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   Tive que olhar no espelho mais umas duas vezes antes de sair do banheiro. Meu cabelo ainda estava molhado por causa do banho, e a pele avermelhada por conta do calor. Mas nesse momento, tudo o que eu não queria, era fazer feio.

   Abri a porta do banheiro, fazendo com que todo o vapor inundasse o quarto, deixando as janelas borrifadas de calor. Rubens estava totalmente concentrado em algum filme infantil que estava passando na TV, mas consegui captar sua atenção enquanto passava de um cômodo para o outro.

- Nossa! – ele exclamou. – Não vai estar tão frio assim.

   Ele tinha razão. Eu parecia estar indo ao Alasca.

   Sorri debilmente, concordando, mas ao olhar para fora, percebi que ventava muito, e chovia levemente.

   Estávamos em um pequeno hotel que consegui arrumar, na beira de uma ruazinha tranqüila, com chances mínimas de sermos encontrados. Mas mesmo assim, meu coração ameaçava pular do peito toda a vez que cogitava deixar meu irmão sozinho.

   Uma batida na porta me deixou mais atenta em relação ao horário. E ao atender, um rapaz, de mais ou menos vinte e cinco anos, usando os trajes necessários para trabalhar no hotel, sorriu para mim, largamente.

- Boa tarde, senhorita.

   Dei um sorriso acanhado. Não era todo dia que víamos um cara gato, ainda mais trabalhando no lugar que você “mora”, e ainda mais bem-educado.

- Oi.

- Se não fosse incômodo, gostaríamos de lhe perguntar quando a senhorita irá sair, para podermos começar as recreações com seu filho.

- Que filho?

   O rapaz pareceu ficar acanhado.

- O rapazinho que estava com a senhorita de manhã...?

- Ah, sim! – disse rindo. – Ele é meu irmão.

   O carinha pareceu ficar aliviado por alguns segundos. E então seu olhar se fixou mais em mim.

- Sabe, a senhorita está muito bonita essa noite.

   Senti meu rosto ficar rubro, e botei um sorriso no rosto.

- Muito obrigada, Silas – disse lendo em seu tag. – Ah, e respondendo a pergunta anterior, sairei daqui alguns minutos.

   Ele sorriu levemente, e se retirou acenando.

- Então nos vemos daqui a pouco, amiguinho! – disse para Rubens, que não o havia escutado.

   Fechei a porta, e me olhei no espelho mais uma vez, tentando arrumar minha roupa.

   Eu usava um casaco de lã que vinha até a altura de minhas coxas, uma calça jeans skinny, por baixo do casaco, uma blusa preta e nos pés, uma bota de cor fria.

   Havíamos comprado tudo isso com o dinheiro que restou do que nossos pais nos deixaram na poupança. Era muito dinheiro, e caso eles não voltassem, poderíamos nos sustentar sem trabalho por uns meses, e até mais.

   Olhei no relógio que ficava na mesinha de canto, e vi que já me encontrava atrasada. Terminei de ajeitar a inquietante blusa, que me sufocava, e dei um beijo em meu irmão, pegando cem dólares. Se fosse comer alguma coisa, não deixaria que Adam pagasse. Sentiria-me inútil.

 - Rubens, eu vou sair para me encontrar com Adam... – comecei a dizer, mas parei ao perceber que ele não me escutava.

   Fiquei irritada, e desejei do fundo da minha alma, que a TV desligasse até ele me ouvir.

   Em um segundo ele assistia um desenho idiota, e no outro, a TV estava desligada, causando um fuzuê em nós dois.

- O que você fez? – gritou ele.

   Estava assustada demais para responder.

- Só queria que você me ouvisse! – rebati.

   Ele bufou.

- Pronto, estou te ouvindo, fala! – disse como se fosse uma criança birrenta.

   Eu iria falar, mas minha voz parecia engasgada no topo da garganta. Impedindo-me de formular palavras concretas. Tudo o que saía da minha boca era: “eu bou air com dam.

   Mas apesar da minha clara dificuldade de falar, Rubens pareceu entender.

- Sim, eu sei. É a qüinquagésima vez que você fala isso hoje! E já sei, não é para abrir a porta para estranhos, não atender ao telefone, trancar a porta quando você sair, e não dormir com a TV ligada.

   Assenti completamente no modo automático.

- Estou saindo. – disse.

   Ele riu.

- Eu sei.

   Pisquei algumas vezes, engolindo com dificuldade.

- Ok, então. Se cuide. – disse saindo pela porta.

   Algo vibrou em meu bolso, e lembrei que havia comprado um celular. Era uma mensagem. Como alguém sabia meu número, se eu havia o comprado hoje?

   “Cuidado em quem confia, até as informações mais concretas podem estar erradas. Só estou querendo te ajudar.

- F.”

   A confusão em minha cabeça começou a tomar meus pensamentos. Quem diabos era “F”?


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Notas finais do capítulo

Ok! Esse capítulo ficou bem pequeno, não vou mentir, e me desculpem se tiver algum erro de português... Eu o escrevi na pressa.
Mas enfim, espero que gostem de qualquer maneira.
Beijooooos,
Ju!