Hidden escrita por jduarte


Capítulo 50
Buscada


Notas iniciais do capítulo

Bônus!!!2 Me amem, sério! HAHAHAHABeijooooos,Ju!



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   Quando acordei, estava de pé, encarando a porta que acabava de se mexer com o vento. Rubens e Lonlye continuavam dormindo e pela janela, podia ver que já estava tudo escuro. Calculei que já deviam ser umas dez horas da noite, e que já estava mais do que na hora de sairmos.

   Percebi que haviam muitos guardas disfarçados, e não seria nada bom sair dali com os dois adormecidos.

- Levantem! – exigi aos dois, cutucando suas costelas repetidamente.

- O que? O que? – perguntaram.

- Vamos embora. – sussurrei.

- Estamos com sono. – disse Lonlye.

   Bufei.

- É? Eu também, mas precisamos ir agora, ou morreremos. – praticamente gritei.

   Já estava um pouco irritada, porém queria sair dali sem que ninguém nos visse. Então, olhei para a janela, que – como todas as outras – tinha uma barra solta e uma lâmpada luminosamente brilhante se ascendeu em minha cabeça.

- Vamos ter que sair pela janela. – avisei caminhando até a mesma.

   Os dois me olharam com desgosto, se aproximaram da janela, deram uma espiada na altura que estávamos, constataram que, se caíssemos, iríamos morrer, e depois olharam para mim com cara de que iriam me matar depois.

- Você só pode estar brincando com a gente! – exclamou Lonlye.

   Balancei a cabeça negando.

- Não. Não estou brincando. É a única maneira de sair. – disse colocando um pé no parapeito da janela, e forçando suas outras barras a se partirem.

   Quando já estávamos praticamente livres e despreocupados de qualquer intervenção que essas barras poderiam nos causar, todos montamos no parapeito, e começamos a andar pelo lado de fora do castelo, nos agarrando nos vãos das pedras grossas e brutas que formavam o castelo como um todo.

- Cuidado! – avisei.

   Meu pé direito escapou de uma pedra que estava solta, e foi parar no chão. Minha saliva ficou presa na garganta, pois a demora para a pedra bater no solo foi tão grande, que por um segundo pensei que estávamos num abismo.

- Camila? – meu irmão perguntou.

   Meu irmão nunca me chamava de Camila, e sempre de Mila, mana e etc.

- Oi?

- Se você cair, pode abrir as asas e tudo ficará bem, mas e nós?

   Pensei.

- Se vocês caírem, eu pego. Pode deixar. – disse continuando a andar, tomando mais cuidado aonde eu pisava.

   Lonlye estava mais perto da virada do castelo, e então eu gritei para ele parar. Uma coisa preta, como se fosse um sombra, cruzou nossa visão, passando bem perto de nós. Parecia um homem, só que ele tinha asas. Asas negras.

- O que foi aquilo? – perguntou meu irmão já tremendo.

- Não sei, mas seja o que for, nos viu e não vai deixar barato. Temos que entrar. – avisei.

   Meu irmão olhou para atrás de mim, e viu que o quarto estava muito longe, e que não podíamos simplesmente voltar. Seria arriscado demais.

   Embaixo de nós, estava um quarto dos novos especiais. Eles não saberiam o por quê da fuga, então seria mais fácil.

- Vamos descer. – avisei, agachando nas tábuas pretas que também formavam o castelo.

- Pra onde? – perguntou Lonlye. – Pro nada?

- Pro quarto dos novos. – disse eu.

- Isso é pedir pra morrer, Mila! – meu irmão começou a ficar histérico. Minha vontade de dar um tapa em seu rosto e gritar: “ Se recomponha, homem”, foi menor do que a minha vontade de viver.

- Eu não ligo! – gritei.

   Deixei meu corpo pendurado, e segurei nos canos que circundavam o castelo.

- Desçam pelo meu corpo, e entrem no quarto dos novos. – avisei segurando mais forte.

   O primeiro a descer foi Lonlye. Ele era o mais leve, então foi fácil de ajudar a descer. O segundo foi meu irmão. Tudo ia bem até ele se apoiar em minha cintura, e a minha mão escorregar do cano molhado pelos chuviscos do céu totalmente preto.

- Mila! – meu irmão gritou, escorregando ainda mais, e segurando em minha perna.

- Calma! Segure firme! – respondi, tentando o fazer chega a janela já aberta.

   Um dos mutantes, esticava suas mãos tentando pegar meu irmão, enquanto eu mirava para o jogar na janela aberta.

   Consegui o puxar para meu corpo, e segurei sua cintura.

- Confia em mim? – perguntei.

- Confio. – respondeu Rubens.

   Agarrei mais forte seu corpo, balançando para frente e para trás, inúmeras vezes, até que senti que meu corpo estava pronto, e então saltei, agarrando a mão do sujeito que estendera, entrando com sucesso.

- Vocês... não nos viram aqui. – murmurei pegando os dois pela mão, e abrindo a porta do quarto com o pé.

- Muito obrigado. – disse Lonlye sorrindo.

   Quando estava próxima a saída, vi de canto de olho, Bernardo começar a subir as escadas. Olhei rapidamente para ele, que captou meu olhar, e, para meu desespero, começou a correr atrás de mim, como se quisesse me impedir de algo.

   Fui rapidamente para fora, arrastando meu irmão e Lonlye que protestava. Havia uma rede imaginária que cercava o castelo. Assim que eu me aproximei, ela se abriu, dando-me passagem. Percebi que fora King quem me ajudara a fugir.

   Enquanto corria pelos campos escurecidos e adormecidos, vestindo nada mais do que uma calça de plush e uma blusa que peguei de Bernardo – não me leve à mal, queria ter algo para lembrar-me de seu cheiro –, algumas memórias correram por meus olhos, e pareceram se chocar contra meu rosto, deixando algumas partes de meu corpo, bambas.


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Notas finais do capítulo

Continua??? Foi mal, mas estava idêntico ao outro, enfim...
Foi mal! Só para dar o gostinho!