Hidden escrita por jduarte


Capítulo 40
Culpada


Notas iniciais do capítulo

mais ummmmmmmmm!!!!!!!!!!!!!



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- Porque estou aqui? – perguntei novamente o ignorando totalmente.

   Ele pegou uma lista, e começou a falar.

- Agressão física repetidamente, desabamento da solitária, roubo do estoque de comida, confusão no refeitório, morte de sua colega de quarto...

   Arregalei os olhos. Opa! Tinha coisa ai que eu nem ao menos sabia que tinha feito!

- Ei, eu não fiz isso.

   O homem levantou uma de suas sobrancelhas.

- Eu não fiz parte disso. Não matei ninguém, não causei confusão no refeitório, e nem o desabamento da solitária! – protestei.

   O homem riu, muito fracamente, mas foi um riso.

- Isso não tem graça. Não vou sofrer por uma coisa que não fiz.

- Ok, tudo bem, então seu irmão sofre. Afinal, foi ele que fez isso.

   Meu coração parou, e Bernardo arregalou os olhos.

- Mas senhor... – ele começou, mas não sabia a continuação – ela pode ter feito isso, mas um ser pequeno e indefeso senhor. Covardia tem limites.

   O homem urrou.

- E quem você pensa que é para me dar ordens? – perguntou o cara berrando e saltando da cadeira, e partindo para cima de Bernardo.

   Berrei.

- Ei! Se tocar no meu irmão, eu espalho para todo mundo que seus guardas têm poderes!

   Aquele silêncio se instalou ali.

- É o que? – perguntou Norbert claramente querendo me matar.

- Ninguém aqui tem poderes. – disse Shenid.

   Desta vez quem riu fui eu.

- Lógico que têm. – disse eu. – Ou será que força extraodinária deste brutamonte é só uma coisa de minha cabeça?

   O silêncio reinou enquanto Shenid caminhou para sua cadeira, e sentou-se como o rei da cocada preta.

- Executem. – disse abanando as mãos como se fosse para espantar um mosquito de seu ouvido.

   Muitos dos guardas berraram em protesto, outros de alegria, mas Bernardo foi o único que ficou em silêncio e deixou somente uma lágrima escapar pelos seus olhos claros. Norbert segurou a mão da que devia ser Gina, e Bernardo também.

   Ah, que amigável, um triângulo amoroso! Pensei mais irônica do que eu conseguia. Abaixei a cabeça, deixando que as lágrimas viessem com força total. Meu nariz, em poucos segundos, ficou todo entupido e ficou particularmente difícil de respirar.

   Comecei a caminhar, ou melhor, ser arrastada por Caph. Ora Caph me empurrava com os ombros pesados, ora ficava com raiva e me arrastava com se eu fosse uma boneca de pano pelos braços.

   O lugar que tínhamos chegado era parecido com uma masmorra. Na verdade, bem mais assustador do que uma masmorra, e continha uma guilhotina de aço, madeira e cobre. Alguns mutantes estavam aprisionados em o que pareciam ser jaulas de aço. Algumas dessas jaulas estavam com as grades repuxadas e torcidas. Devo dizer que elas não eram muito apropriadas para prender nenhum tipo de “animal”.

- Amarre-a nas cordas. – disse Shenid fazendo sinal para uns pedaços de corda já bem desgastados.

   Eu ri. Ele fez um sinal qualquer para um homem, e ele veio com o que parecia ser uma seringa com um líquido dourado e deu um peteleco no vidro.

   Ver aquela agulha fina fez com que meu estômago se revirasse dentro de mim, e o enjôo viesse.

- Você não vai enfiar isso em mim! – berrei tentando soltar-me das cordas que Caph havia acabado de prender em meus braços.

   Aldeth era o homem que estava com a seringa. Como eu sabia? Bem, havia uma tatuagem em sua garganta escrito em latim: “Aldeth para mutantes.”

   Tive a vontade de tocar a minha garganta com a agonia de pensar uma agulha desenhando isso em mim, e engoli seco.

   O que significava tal frase? Não faço à mínima idéia.

- Espere! – berrou Bernardo impulsionando-se para frente.

   Levantei a cabeça.

- Sério? Matar? – perguntou ele olhando no fundo de meus olhos.

   Shenid se arrumou em sua cadeira para ouvir melhor.

- Sim. Matar. – disse Shenid com a voz sem um pingo de ironia.

   Bernardo foi barrado por uma mão carregando uma 12 e foi segurado pelo irmão que estava ao seu lado.

- Algum problema com isso? – perguntou ele estreitando seus olhos.

   Bernardo abaixou a cabeça.

- E se... Bem, se ela não falasse nada?

   Shenid riu.

- E eu tenho cara de idiota? – perguntou ele.

- Não senhor, mas, bem, é que eu pensei que...

- Que talvez ela não fosse abrir a boca? – perguntou Shenid ironicamente.

- Não, que ela talvez tivesse um irmão, uma família, e que você pudesse pegar leve com ela. – disse Bernardo.

   Surpreendi-me.

- Aham. Continue.

- Sei lá, poderia somente ameaçar. Algo assim. – disse Bernardo. Ele parecia estar falando com um velho amigo, e não um chefe.

   Caph só olhava de canto, e quando fez um barulho parecido com um grunhido, me assustei.

   Shenid coçou o queixo.

- É, isso faz algum sentido. Sabe queridinha, - disse ele se referindo à mim – Bernardo tem razão. Talvez vocês fizessem um bom casal. Estranho...

   Engoli seco.


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Notas finais do capítulo

continua, personas?