Hidden escrita por jduarte
Notas iniciais do capítulo
Bônus! Não reclamem do tamanho!
Beijoooos,
Ju!
Os guardas tiraram minhas algemas, e a dos outros também, então, era mais fácil de treinar.
Fomos “praticar” um pouco, e, bem, Bernardo foi fazer abdominais. Detalhe: sem camisa! Todas – sem exceção – as mutantes estavam vidradas nos músculos de seu abdômen definido trabalhando sem parar. O suor descendo pelos gomos da barriga...
Sem perceber, deixei o pesinho que estava treinando cair quando ele me deu um sorriso bobo, e virei preparada para ouvir o barulho do aço caindo no chão, mas um par de olhos castanhos mirou dentro dos meus olhos e a pessoa sorriu dizendo:
- Acho melhor prestar atenção no que está fazendo, Camila. – Adam disse e saiu todo sorridente.
Ele me hipnotizava, sem dúvida alguma, mas eu ainda preferia Bernardo.
- Mila? – perguntou alguém olhando-me de baixo.
- Sim?
- Sabe, meus amigos – Rubens disse. Me emocionou ele pronunciar a palavra: amigo. Fazia muito, mas muito tempo mesmo que eu não chamava alguém de amigo. – eles querem que eu mostre meus poderes. Pode ser?
Fiquei brava com ele.
- Não! Você não lembra o que a mamãe nos disse? Ela disse...
- Eu sei o que ela disse! – ele gritou comigo. – Mas ela não está aqui. Está? – perguntou murmurando com os olhos lacrimejando.
Olhei ao redor, e percebi que os únicos que haviam se movido, eram Bernardo – óbvio! – e Adam.
Abaixei o rosto sentindo o coração desacelerar. Eu não deveria ter mencionado mamãe no meio da história. Isso mexia com nós dois. Foi bem difícil quando eles foram pegos, e ainda mais difícil quando disseram que iam fugir. Sem nós.
- Desculpe-me, mana! Desculpe! – ele pedia segurando minhas mãos.
- Tudo bem. Eu só queria que você ficasse protegido. Mais nada. Por favor. Eu já tive problemas demais com você. Não me desrespeite, por favor! – implorei juntando as mãos.
Rubens balançou a cabeça assentindo, e abraçou minha cintura. Eu me curvei sobre ele, e beijei o topo de sua cabeça.
- Sabe, não consigo parar de pensar: o que mamãe faria se estivesse aqui conosco?
- Ela faria a mesma coisa que eu. Protegeria-te a todo custo.
- É mesmo. Mas, será que ela deixaria você ter um namorado? – perguntou ele.
Eu engasguei um pouco e ele riu.
- O-o que significa isso? – perguntei.
- Nada. Só curiosidade. Você gosta dele? – rebateu Rubens fazendo com que a bomba venha parar direto em minhas mãos.
Eu gaguejo, gaguejo, finjo espirrar e tossir, mas nada atrapalha a paciência de meu irmão de esperar pela resposta.
Como se eu tivesse chamado, Bernardo apareceu para me salvar.
- Então, seres vivos, vamos para o dormitório, pegar uma roupa limpa e tomar um banho gelado? – perguntou ele.
Eu ri, mas Rubens permaneceu neutro, como antes.
- Rubens? – eu chamei e ele focalizou os olhos no nada novamente. – Rubens! – o chamei cutucando seus ombrinhos frágeis.
Ele piscou olhando para mim. Seus olhos estavam perdidos em outro tempo e ele sorriu.
- Sabe, Bernardo, eu, você e minha irmã, somos de certo modo, - ele começou. Viria besteira por ai. Tapei sua boca e o impedi de continuar.
- O que? – perguntou Bernardo mais interessado.
- Nada!
- Eu disse que nós somos...
- Felizes amigos que se ajudam! – terminei sabendo que a resposta que eu dera, não chegava nem perto da que Rubens tinha falado! Ele ousou abrir a boca novamente e eu levantei seus braços no ar, gritando um sonoro e lento: “Eeee...”
Bernardo nem percebeu o quão falso soava aquelas palavras com que eu tinha terminado uma frase tão bonita de Rubens, e que ele não teve chance de terminar.
- É mesmo. Mas sua irmã ainda me prometeu uma coisa. – disse Bernardo me lançando um olhar significativo e cheio de suspense.
- O que ela prometeu? – perguntou meu irmão curioso.
Eu revirei os olhos nas órbitas.
- A curiosidade matou o gato, fuxiqueiro! – disse eu apertando suas bochechas. Ele reclamou e se esquivou.
- Ah, Bernardo! Vai, me conta! – pediu alargando os olhos ao tamanho máximo, e tentando hipnotizá-lo.
Quando ele viu que Bernardo lançou um olhar para mim, e eu o repreendi, Rubens tentou alargar mais ainda os olhos, e acabou deixando uma lágrima escapar.
- Desculpa amigão, não vai dar. Sua irmã disse que não. – disse Bernardo não cedendo.
- Ok! – disse Rubens claramente ofendido. – não tem problema. Você fala dormindo e é só Camila pedir, que você se dobra pra ela, mesmo. Vou descobrir de um jeito ou de outro! – berrou ele correndo em direção a escada.
Eu e Bernardo continuávamos em estátua. O que ele acabou de dizer?, Perguntei a mim mesma, várias vezes. Corri na direção para onde Rubens havia ido, e Bernardo em meu encalço. Ele já havia colocado a blusa para meu alívio.
- O que deu naquele molequinho? – perguntou ele.
- Eu não faço a mínima idéia. Então, para sua segurança, fique aqui. – sussurrei.
Chegamos a meu dormitório, e eu ouvi um choro compulsivo vindo de dentro dele.
- Rubens? – perguntei abrindo a porta.
Meu irmão estava virado com a cara para parede e bufava chorando.
- Você não pode ficar com ciúmes da sua irmã, amiguinho. E nem bravo por uma coisa que ela não quer lhe contar. – disse Bernardo parando alguns centímetros mais a frente de mim, e tocando o ombro de meu irmão. Meu coração estaria voando agora, se não fosse por outra coisa voando. O corpo de Bernardo era jogado contra a porta, e o vidro dela se estilhaçava indo parar direto nas pernas dele. Eu fui correndo direto para cima do corpo de Bernardo quando vi que ele estava levantando a cama, e jogando em cima de nós.
- Rubens! – berrei segurando a cama a alguns centímetros acima de minha cabeça.
- Ele não pode ficar com você! Não pode! – disse ele. Sua voz estava diferente.
- Não, eu não posso. – respondeu Bernardo meio tonto.
Quando ele disse isso, uma sombra preta e pálida saiu de dentro de meu irmão, e ele cai desmaiado no chão. Adam olhava para dentro do quarto devastado como se tivesse petrificado, e depois focou os olhos em nós. Adam correu sem ao menos perguntar se estávamos bem, e eu corri para ajudar meu irmão.
Ele abriu os olhinhos para mim, e sorriu tocando meu rosto.
- Cadê todo mundo? – perguntou.
- Você não se lembra de nada?
Ele negou. Quanto olhou para Bernardo, correu para ele e abraçou sua cintura.
- Quem fez isso com você? – perguntou Rubens ainda grudado nele.
Bernardo olhou para mim claramente perguntando: será que conto? Eu balancei a cabeça negativamente.
- Você lembra quem falou antes com você? – perguntou Bernardo.
- Não muito bem. Mila, agora eu tô com sono e eu queria dormir. Canta aquela musica que a Yana canta? – perguntou ele.
- Oh, meu Anjinho. Eu não sei a música. – disse eu cautelosamente com medo que ele virasse a cama novamente com a força do pensamento, ou pior.
Ele sorriu novamente.
- Tudo bem. Boa noite. – disse ele indo em direção ao pequeno banheiro que tínhamos dentro do dormitório.
Será que ele ainda não percebeu o clima estranho que estávamos? Não? Meus olhos relampejaram para Bernardo que estava apoiado na parede.
- Ficou muito machucado? – perguntei.
Ele sorriu docemente.
- Não muito. Ainda bem que eu estava com calça.
Meus pensamentos criaram uma frase bem obscena: eu preferia você sem ela.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Seres vivos, eu só escrevi até aqui, então, vai demorar em torno de dois dias pra ficar pronto o próximo!
Beijoooos,
Ju!