O homem devia ter os seus 1,80 de altura, uns 19 anos. Seus olhos e cabelos eram igualmente castanhos. O cabelo era mais curto do que o de Bernardo e ele não era TÃO bonito como Bernardo. Mas porque raios estou comprando tudo a Bernardo que agora encara o tal de Adam de um jeito estranho.

- Hmm... Pelo que parece sou a prisioneira número XCS21-15. O prazer é todo seu mesmo. – rebati sem me importar ao ver Bernardo dando gargalhadas atrás do homem.

   O tal de Adam Jordin se levantou colocando os braços para cima em um ato de rendição. E Bernardo se aproximou dando tapinhas nas costas dele.

- Esquece cara, você é mais estranho que eles!

   Ouvir Bernardo dizer isso, me machucou completa e totalmente. E eu que pensei que ele fosse diferente. É mais um babaca qualquer que nos quer longe de sua, ou devo dizer, nossa Terra. Para eles somos um bando de anormais – coisa que não vou negar de fato -, e que queremos dominar o mundo. Me poupe de tanta baboseira.

   Tenho certeza de que, se o Hulk ou até mesmo o Homem-Aranha aparecesse aqui como prisioneiros, eles os idolatrariam e pediriam para beijar seus pés. Porque: “O Hulk é verde e você não!” ou até: “O Homem-Aranha pode soltar teia pelos pulsos. E você o que faz? Come, bebe e dorme? Nossa, bela droga!”

   Fechei totalmente a cara juntamente com meu irmão e seguimos pela ponte sem nos preocupar se ela iria cair, balançar ou nos jogar na água preta que tinha embaixo de nós. Pouco nos importávamos. Queríamos sair daqui, e conseguiríamos, nem que, para isso, eu tenha que morrer.

   O castelo, de perto, era bem mais assustador do que de longe. Era grande, largo e amedrontador. E principalmente cheio de pedras. Pedras para cá. Pedras para lá. Tudo – exatamente tudo – era feito de pedra.

   Comecei a me perguntar se a comida também não era feita de pedra!

- O que achou? – perguntei ao meu irmão que permanecia quieto demais. Seu pijama estava sujo e ele estava com um tênis muito grande.

- Horrível. Quero acordar agora e perceber que isso tudo não passou de um terrível pesadelo. – respondeu ele de olhos estreitos e queixo enrugado.

- Não chore, meu Anjo. Estou aqui com você. – sussurrei parecendo minha mãe falando e me surpreendi enrugando o queixo em sinal de choro.

   Não era a intenção, mas fiz meu irmão rir.

- Eles parecem felizes. – eu ouvi um dos guardas dizer em tom de acusação.

   Revirei os olhos e reprimi a vontade de lhe socar.

- É porque eles estão juntos. Eu estaria feliz também se estivesse com minha família. – disse outro guarda. – Ou parte dela.