[...]
Estávamos andando pela praia de mãos dadas. Fomos nos encontrar com a Mari no quiosque. Então Justin parou e me fitou.
- Qual é o seu segredo?
- Segredo de que Justin? – eu ri.
- De me fazer apaixonar por ti em apenas um único dia. – ele sorriu
O que? Tipo, Justin Bieber apaixonado por mim? Só pode ser brincadeira. O fitei por alguns segundos. Os seus olhos me hipnotizavam.
- Justin. E-eu... – corei.
- Desculpa, não queria te deixar sem graça. – ele riu.
- Seu bobo. – eu ri – E qual é o teu segredo?
- No momento? Estou apaixonado por uma garota que acabei de conhecer.
Corei novamente. Ele era doce e adorável como eu imaginava. Eu ri
- Por quanto tempo você vai ficar aqui?
- Eu queria ficar mais tempo, mais vou ficar apenas por dez dias. – suspirou.
- Só dez dias?
- É... – pausa- Mas eu prometo que esses dez dias vão ser inesquecíveis.
- Eu sei que vão ser. – sorri – Mas, e depois?
- Depois a gente vê. – ele sorriu.
Ele me encarou por uns instantes e depois me beijou, sem se importar com nada. Eu já tinha certeza de duas coisas. Eu ia sofrer depois, mais isso não importava, porque eu estava perdidamente e incondicionalmente apaixonada por ele.

[...]
- Cadê a Mari? – nós havíamos chegado ao quiosque que combinamos e ela ainda não havia chegado.
- Ela já deve estar chegando.
- Mas, nós combinamos 6h, e já são 6h30. – falei preocupada. – ela nunca se atrasaria assim, eu acho.
- Calma com certeza não aconteceu nada. – ele me abraçou. – vamos esperar.
Assenti e encostei a cabeça em seu ombro. Ficamos esperando a Mari ali por um grande tempo, e ela não chegava. Já estava escurecendo, eram quase 8 horas da noite.
- Bieber. – sussurrei. – e agora? Já são 8 horas e ela não veio.
- Já esperamos tempo de mais. Vamos atrás dela.
A praia já estava deserta, pois já havia escurecido. As ruas também estavam completamente desertas. Não acredito que um lugar tão agitado durante o dia pode ficar tão deserto durante a noite.
Andamos por algumas ruas perto da praia, então, sentamos em um banco que havia ali na praia, no calçadão.
- Desisto. – sentei me dando por vencida. Havíamos andado tudo por ali e não a achamos.
- Vai ver ela já foi embora.
- Como ela iria? Ela num tem carro, nem nada.
O silêncio tomou conta dali. Mas então, de repente, começamos a ouvir suspiros altos, parecia que era alguém que chorava, não muito longe dali. Seguimos o choro, e paramos em frente a uma árvore. Olhei no chão e vi alguém, uma menina, conhecida, toda descabelada que chorava.
- Oi. – a virei. E era Mari.  – O que aconteceu amiga?
- Ai, e-eu... – ela chorava – você num acredita no que aconteceu.
- O que aconteceu? – Bieber me ajudou à pega-lá e sentar ela em um banco ali.
- E-eles. Aqueles surfistas, eles pareciam tão legais, m-mais só queriam... – sua voz falhou algumas vezes.
- Queriam o que? Eles te espancaram? Te roubaram? Te esfaquearam? O que aconteceu?
- M-me... – ela soluçava. – vamos dizer que ele me estruparam. – ela sussurrou.
- Como assim?
- Tipo, eles... Eu tava indo embora, mas eles pegaram em meu braço e diserão algo do tipo: “hey, aonde você pensa que vai?” – ela chorava cada vez mais. Ela parecia uma mendiga, sua saída de praia estava rasgada, seu cabelo todo bagunçado, maquiagem borrada e ela estava descalça. – Ai eu fiquei assustada, tipo, o que eles queriam de mim? Então, eles me disseram que eu não iria embora sem antes dar a eles o que queriam, eu perguntei e então, eles disseram com uma expressão fria e assustadora... Sexo... – sussurrou ela. – Eu não queria que fosse assim, tipo sabe minha primeira vez. Foi tão horrível amiga, foi horrível!  Não consigo nem imaginar, eu quero esquecer isso... Ai meu deus... Que horror, que horror. Magine se eu ficar grávida ou algo do tipo? Tenho apenas 15 anos! Meu deus! – ela chorava.
- Calma amiga, a gente ta aqui.  – sorri tentando acalma-lá. Mas eu não me imagino no lugar dela, deve ser mesmo horrível. - Eu já disse pra você num sair andando com pessoas que você não conhece.
- E-eu sei... T-tenho que te escutar mais. – disse gaguejando.
O Justin me olhava com cara de desentendido, ele não estava entendendo nada. Estávamos falando em português...
- Ela foi... – suspirei – mais ou menos estrupada. – resumi.
Ele não fez nada, não falou nada. Olhou-me com uma expressão assustada, e num fez nada mais que abraça - lá. Ela se sentiu confortável nos braços do Justin e foi se acalmando aos poucos. Nunca vi Mari tão assustada.
- Tank you Justin. – ela sorriu
- Você falou inglês Mari. – eu ri
- Claro, pelo menos obrigado eu tenho que saber falar né?
Justin sorriu pra ela e a abraçou mais forte ainda. Ele sabia como confortar e ajudar as pessoas.
- Você é maravilhoso. – sorri pra ele.
- Você que é. – ele me deu um selinho demorado.
- Opa, o que eu perdi aqui? - perguntou Mari rindo.
- Nada de mais Mari, depois eu te conto. – eu ri
Logo Bieber ajudou Mari a levantar e nos levou até o carro. Já estava tarde, bem tarde.