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  Alice tinha se levantado cedo naquela manhã. Estava sentada em seu jardim - o lugar que mais adorava em todo o mundo! De repente, o Apocalipse, sua família e os dois anjos pareciam apenas um sonho ruim. 

 - Oi.

  Ela desejou ainda estar sonhando...

  - O que você quer? - Virou-se para encarar o anjo.

  - Conversar. - Miguel sorriu. Sentou-se ao lado da mesma, que não o fitou. E, após um longo suspiro, começou - Se dei a entender que só estava dizendo que tinha me apaixonado por você por conta desta tola disputa, peço perdão. Eu realmente sinto por você coisas que jamais senti antes. Alice, me desculpa?

  A garota o encarou. Realmente adorava a sinceridade de Miguel. Sorriu para este. Ele se aproximou de sua face, mas Alice relutou.

  - Não podemos. Você tem que voltar para o Céu, pôr ordem no mundo.

  - Não me peça pra fazer isso... - As lágrimas quase rolavam por seu rosto.

  - Miguel...

  - Então vem comigo! - O arcanjo implorava.

  - Não posso. - Ela sorriu de forma triste.

  - Eu queria dizer que entendo, mas...

  - Você é surdo, Miguel?

  Lucífer aparecera, interrompendo o momento. 

  - Também não posso ficar com você, Lucífer. - A jovem tinha uma expressão séria.

  - Por que? Não tenho mais nada... só me resta você! 

  - Ouça...

  - Não! Me escuta você: eu abdiquei de tudo! Desisto dessa guerra estúpida, da vingança, de TUDO! Porque eu te amo...

  - Vocês dois precisam me entender! Eu não posso... - Alice não conseguia encará-los.

 Pausa.

  - Adeus. - Falou, se levantando.

  - Alice! - Ela se voltou para Satanás - Se eu não posso te ter... Então ninguém terá!

  Proferindo essas palavras, Lucífer abriu a sua jaula. A adolescente o fitava sem entender. Correu ao seu encontro e a beijou. O último beijo. Aconteceu tudo tão depressa. Miguel não teve tempo de impedir. No momento seguinte, Lucífer havia atirado a garota no buraco.

  - NÃO! - O anjo gritava enquanto observava a prisão em que dividira com seu irmão por dois anos se fechar.

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  Dez minutos mais tarde. O sangue de Lucífer cobria o corpo de Miguel. Havia assassinado o próprio irmão. Como o destino tinha previsto. Agora encontrava-se sentado, em meio aos escombros da casa. Os Winchester estavam muito feridos. Suzanne e Robert estavam inconformados.

  O anjo se levantou. 

  - Vou trazê-la de volta.

  Dizendo isto, desapareceu.

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  Um mês havia passado desde que tudo acontecera. Sam e Dean continuavam na estrada. O Apocalipse podia ter tido fim, mas os dois ainda tinham muito trabalho: o céu e o inferno foram deixados na completa desordem depois dos eventos apocalípticos. E agora, monstros, anjos e demônios vagam sem destino por uma terra sem leis e caótica*. Miguel não havia retornado. A guerra cívil entre os anjos apenas piorara desde então, e os demônios disputavam o poder pelo domínio do Inferno.

  - Mas o que? - Dean e Sammy já não se encontravam em seu Impala, mas sim na antiga casa dos Drummonds, que haviam se mudado depois do fim trágico da filha. 

  - Winchesters. - Era Miguel. O anjo carregava nos braços a pequena Alice.

  - Miguel? Alice? - Sam não entendia.

  - Eu cumpri o que prometi. Preciso que me ajudem. Levem-na para os pais.

  - Por que você mesmo não faz isso? - O loiro estava hesitante.

  - Porque eles não saberiam quem sou. - Diante das caras de espanto dos mesmos, prosseguiu - Apaguei a memória deles. Inclusive da Alice. - Fitou-a com um olhar triste - A família dela e todos os outros também se esqueceram de tudo. Nem sequer sabem da existência de Robert e Suzanne. Apenas vocês irão se recordar.

  - E o que iremos dizer? 

  - Eles pensam que a filha desapareceu. Digam que são policias e que a encontraram perdida, com amnésia. Eles também não se lembram da família. São pessoas normais agora. Como sempre desejaram.

  - Isso é muito nobre da sua parte... - Sammy o encarava com comoção.

  - Não importa. Ela vai me esquecer... - O choro preso a garganta. Antes de entregar a menina a Dean, se despediu com um beijo em seus lábios entre abertos. Apenas precisava sentir os lábios da mesma uma última vez. O último beijo.

  - Eu te julguei mal... - O mais velho disse - Sinto muito.

  - Não sinta. Será melhor assim. Agora, preciso ajudar Cass a pôr ordem no Céu. Meu Pai deve retornar em breve, agora que tudo acabou... Talvez seja a última vez que nos veremos, então: Adeus.

  O arcanjo partiu. Jamais deixaria de amá-la. "Quem sabe um dia..."

  - E agora? - Sammy mirou o irmão.

  - E viveram felizes para sempre?

  - Talvez...

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