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  Alice ainda estava nervosa com toda aquela confusão: beijara Miguel e Lucífer duas vezes (no caso do demônio, haviam sido três), e sentia-se apaixonada por ambos. Tinham voltado a casa de Bobby, procuravam algo que pudesse auxiliá-los na busca por seus pais, mas a garota não conseguia pensar em mais nada! Estava perdendo a sanidade, e tudo por culpa daqueles dois anjos, que tiravam a sua razão e mexiam com seu coração.

  - Eu preciso dar uma volta. - Falou se levantando da cadeira ainde estava sentada, observando os Winchester analisando um livro, e caminhando em direção a porta.

  - Espera aí! - Dean gritou - Aonde você pensa que vai?

  - Andar um pouco. Preciso de ar. - Ela respondeu com indiferença.

  - Não, não: olha, a gente prometeu pros seus amigos que íamos tomar conta de você e é isso que vamos fazer.

  - Qual é, Dean! - Sammy protestou - A menina 'tá com muita coisa na cabeça, deixa ela em paz!

  - Ai... - O mais velho suspirou - 'Tá bem: mas vê se não demora, ok?

  - Pode deixar. - A jovem sorriu e no instante seguinte, já não se encontrava ali. 

  - Ela parece preocupada. - Bobby acabara de entrar carregando uns livros e outros objetos conhecidos pelos rapazes.

  - Humft: Você também estaria se Lucífer e Miguel dissessem que te amam... - Sam balançou a cabeça.

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  Vestia um belo terno. Seu olhar era vazio. Tentava esquece-la, mas tal ato parecia impossível. Desde que se rebelara, deixara de se importar com as pessoas (coisas) a seu redor. Matou seus próprios irmãos, foi vítima da conspiração criada pelos seus próprios demônios. Ele não tinha um futuro, e sabia disso. Então por que ela tinha que surgir e despertar nele todas essas emoções?

  - Incomodo? - Aquela voz... era Alice.

  - De modo algum. - Respondeu sem voltar-se para a mesma - Que deseja?

  - Só queria conversar com você...

  - Por que não fala com Miguel? Fiquei sabendo que conversou com ele hoje de manhã...

  - Está com ciúmes? - A adolescente sorriu.

  - É claro que estou com ciúmes! - Disse encarando-a de frente.

  - Lucífer, ontem... hoje... - Suspirou - Ai, você não faz ideia do quanto isso tudo é difícil pra mim!

  - Não, eu não sei. Mas quer saber? Que se dane! Fica com o Miguel, o Senhor Perfeição, e me deixa no Inferno, apodrecendo pelo resto da Eternidade. Sozinho.

  - O qu...

  - Me esquece. É isso que você pediu e é isso que eu pretendo fazer! - Desviou o olhar por um momento - Eu te odeio! Odeio você porque fez com que eu me apaixonasse perdidamente por você: um amor impossível. A princesa e o Diabo. Odeio te amar tanto...

  - Eu tentei fazer com que o Miguel visse o quanto tudo isso era insano. - Começou falando baixo. As lágrimas quase escorriam por sua face - Eu queria que você entendesse também, mas... Pra ser sincera, não sei o que estou sentindo agora. - Respirou fundo - Você consegue olhar nos meus olhos e dizer que me ama?

  - Como posso dizer que te amo? - Nem mesmo Lucífer sabia porque dizia aquilo - "Preparo-me para me deitar e penso em ti. Sonho em te abraçar, em ter-te aqui. O teu rosto vem-me à memória, vejo os teus olhos cristalinos, olhos esses que refletem a luz. Contemplo esse sorriso, sorriso esse que me seduz. Sinto o toque dessas mãos, o toque desses braços, esses gestos de ternura... De repente acordo, vejo o que tenho perdido, a mágoa que me tortura, a dor que me corrói lentamente, o medo que está escondido ou a coragem que me falta para chegar junto a ti e dizer o que tenho sentido. Quero dizer-te que te amo. Quero alcançar essa felicidade. Quero estar contigo para a eternidade." *

  - Eu não sei o que dizer... - Alice fitava o anjo a sua frente com uma expressão confusa.

  - Eu ia adorar te ouvir dizer que "me ama". - Ele riu.

  A jovem se aproximou do mesmo e beijou-o. Um beijo correspondido com a mesma intensidade por Lucífer. Separou-se por um instante e disse:

  - Preciso ir agora... 

  - Por que? - Satanás não se lembrava de ter se sentido tão feliz desde... nunca.

  - Eu tinha que falar com vocês dois. E agora que já sei o que cada um sente por mim, preciso descobrir o que sinto por vocês. - E, sorrindo, a menina deixou um Lucífer extasiado para trás.

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  - A Alice já chegou? - O primogênito dos Winchester perguntou.

  - Estou aqui. - A garota surgira do nada atrás do mesmo.

  - Ótimo! - Sam se levantou - Então podemos ir.

  - Ir aonde? - Alice não entendera.

  - Libertar seus pais. - O loiro sorriu.

  - Mas já? Como? - Ela estava radiante.

  - A gente explica no carro, vem.

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  O som do motor do Impala podia ser ouvido à quilomêtros naquela estrada no meio do nada.

  - Quer dizer que meus pais pensam que eu morri? - Alice não podia acreditar naquilo.

  - Pois é: eles não sabem de nada. - Sammy continuou - Aparentemente são como fantoches nas mãos da família. Sophie foi procurar ajuda. Parece que seus pais ainda tem servos fiéis. Esperamos corra bem.

  - Uau! Isso tudo acontecendo tão depressa... - A moça suspirou.

  - Lembra qual foi a primeira coisa que o Cass te disse Alice?

  - Não se preocupe: vai ficar tudo bem.

  - É isso aí. A gente cuida de você, bonequinha... - O loiro riu.

  - Eles contaram? - Alice também sorriu.

  - É. Rainha do meu coração...

  - Só o Bryan pode me chamar assim! - Ela fez um bico charmoso.

  - Desculpe... - Este acelerou.

  O ruído que os pneus faziam no asfalto era irritante. No entanto, Dean adorava aquele som.

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