Just Harry escrita por The Escapist


Capítulo 3
Capítulo 3




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Amélia Granger cochichou com o marido que estava achando a filha quieta demais. Hermione estava tomando o café da manhã calada, e isso era completamente fora do normal.

— Você não contou como foi o primeiro dia, Mione — disse o Sr. Granger.

— Bem.

— Aconteceu alguma coisa, filha?

— Não, nada. — Hermione não queria dizer aos pais que o primeiro dia tinha sido péssimo, que ela adoraria voltar para a escola de Liverpool; nem tampouco queria pensar que a sua vida iria acabar por causa de um garoto. — Eu conheci uma garota legal, Luna Lovegood, é o nome dela.

— Você não conhece alguém chamado Lovegood, Maurice?

— É verdade, era meu colega de dormitório em Oxford.

— Será que é a mesma pessoa?

— Hum, não sei. Bom, eu já vou.

— Você tem certeza que consegue ir sozinha? — O pai de Hermione a seguiu até a sala; a garota pegou a mochila. — Eu posso te levar, Mione.

— Pai, ok, eu posso ir sozinha.

— Está bem, mas tenha cuidado, aqui não é Liverpool, é Londres.

— Até parece que Liverpool não é uma cidade grande. Não se preocupe, eu sei me virar.

— Nesse caso tenha um bom dia, querida.

— Obrigada. Tchau, mamãe! — gritou para a mãe e saiu.

Ia dirigir o Citröen pela primeira vez nas ruas de Londres. Digitou o endereço da escola no computador de bordo e a moça do GPS deu-lhe todas as informações necessárias para chegar a Hogwarts School sem se perder. Estacionou o carro ao lado de uma Ferrari vermelha e de lá viu Harry sair; eles se olharam por um instante, mas a ruiva ao lado de Harry era o sinal de alerta para Hermione.

— Ei, Granger! — ela virou-se e viu Luna acenando; a garota trancou a porta de um Smartcar amarelo; Hermione pensou que aquele carro era perfeito para alguém como Luna. — Oi, como você está?

— Oi, ahm, bem, obrigada.

— Legal. Hum, então, Granger, você não ficou chateada comigo por causa de ontem, não é?

— Não. Porque eu ficaria, Luna?

— É que às vezes eu sou sincera demais, você sabe, então...

— Está tudo bem, Luna, mesmo, eu nem pensei em ficar chateada com você.

— Ótimo. — Luna abriu um sorriso sincero.

— Aliás, eu descobri que nossos pais se conheceram, sabia?

— Do que você está falando?

— Bom, por acaso o seu pai é médico?

— É sim, é neurocirurgião.

— Aposto como ele foi colega de dormitório do meu pai, Maurice Granger, pode perguntar.

— Que legal. Aposto que ele vai achar isso incrível, imagina se eu disser que conheci a filha de um velho colega de faculdade. — Quando elas passaram pelo saguão, Luna falou com um garoto que estava na lanchonete e Hermione percebeu que ela não estava indo na direção da sala de aula. — Ainda faltam 15 minutos para a primeira aula, eu vou até o jornal, você não quer ir conhecer?

— Sim, claro, quer dizer, se não houver problemas.

— Claro que não. — Luna virou por um corredor.

— Porque o jornal se chama “Profeta Diário”?

— Foram os criadores que deram esse nome; você sabe que no começo, Hogwarts não admitia garotas, entre outras caretices da época, alguns rapazes se juntaram e criaram o jornal, era secreto, claro, eles escreviam coisas consideradas revolucionarias, desde política, até contos eróticos, e se consideravam “profetas de um novo tempo”, acho que eles queriam ser os iluministas do século XX. O Profeta foi liberado e proibido várias vezes, até que o atual diretor resolveu estabelecer regras para o funcionamento, quer dizer, é uma forma de eles controlarem sem proibir. — Luna parou de frente a uma porta, abriu-a e deu passagem a Hermione. — Bem vinda a redação do Profeta Diário.

Hermione deu uma olhada de 360º na sala, comparada ao resto da escola ela até parecia pequena. Três computadores estavam ligados, tinha uma impressora grande e uma estante cheia de livros e revistas, além disso a mesa no meio estava um pouco bagunçada.

— Oi, pessoal, vocês conhecem a Granger? Esses são Colin Creevey, nosso fotografo, e Lino Jordan, repórter. — O garoto que Luna disse se chamar Colin era um menino franzino, de cabelos loiros e o rosto cheio de sardas; ele estava sentado com as pernas em cima da mesa e acenou para Hermione; o outro, um garoto moreno e alto com dreds no cabelo apertou a mão da colega. — E então, o que temos, pessoal?

— Esperava que você trouxesse as ideias — respondeu Lino.

— Que tal uma matéria sobre carros? — sugeriu Colin.

— Não, a gente já fez uma matéria sobre carros no mês passado. Graças a ela aumentaram o estacionamento — Luna acrescentou rindo para Hermione.

— Então vamos fazer alguma matéria de fofoca. Eu soube que o Wood tá saindo com a Kate Bell.

— Não. E além do mais, esse lance do Wood com a Katie é notícia velha.

— Já sei, nós podemos fazer uma matéria sobre a Granger! — disse Colin com um sorriso meio bobo.

— Ah, já sei sobre o que vamos falar — Luna anunciou. — Trabalho Voluntário.

— Qual é, Luna, ninguém dá a mínima importância para trabalho voluntário.

— Colin, você pode pesquisar o nome de alguns artistas ou pessoas famosas que “praticam boas ações”; Jordan, você pode ver algumas instituições da cidade, nós podemos entrevistar pessoas que já foram ou que são voluntárias, ok? Ótimo. Vejo vocês amanhã.

— Ok, mas eu ainda acho que a gente deveria publicar uma nota sobre carros.

— Ou sobre o Wood e a Katie. —

Os quatro foram para a sala de aula. Hermione conheceu mais dois professores, a professora Minerva Mcgonagall, de Geografia, e a professora Sprout, de Biologia. Passou a semana acompanhando Luna, nas reuniões do jornal, na hora do intervalo. Fazia qualquer coisa para evitar Harry.

Depois de conhecer todos os professores, pode finalmente eleger o seu preferido e o escolhido foi o de Matemática; Hermione teve que admitir que nunca tinha tido uma aula de matemática tão boa, e mais, um professor tão lindo; o professor em questão era Gilderoy Lockart, o mais jovem de todos os professores de Hogwarts, tinha porte de príncipe, olhos azuis e cabelos loiros sedosos e brilhantes, e andava impecavelmente vestido em ternos de corte fino.

Na sexta feira Hermione conclui que sua primeira semana não tinha sido tão terrível, fez alguns amigos, Luna, Colin, Jordan e não estava tendo dificuldade com nenhuma matéria. Embora ainda se sentisse mal por causa de Harry, estava tentando esquecer o que aconteceu, e dizia a si mesma que não valia a pena ficar triste por causa dele.

O que ela não conseguia, entretanto era tirar Harry da cabeça. Vê-lo todos os dias e se dar conta de que tinha sido enganada por aquele garoto era realmente terrível. Hermione não queria dar tanta importância a Harry, isso fazia-a sentir-se ridícula, sofrer por algo de que ele nem deveria se lembrar mais. Hermione decidiu que o melhor que tinha a fazer naquela escola era se dedicar aos estudos, afinal, tinha ótimos professores e quanto melhor fosse o seu desempenho no ano, maiores seriam suas chances de entrar em Oxford, portanto, não se permitiria cair em distrações, o seu futuro era mais importante que qualquer paixonite de verão.

— Você quer dizer que não vai à festa de volta às aulas, Granger? — perguntou Luna.

— Definitivamente, não, eu risquei a palavra festas da minha lista de prioridades.

— Mas é a festa de volta às aulas!

— Eu tenho que estudar.

— Mas, Hermione, a gente está só na primeira semana.

— Eu não quero deixar acumular.

— Você não pode estar falando sério, Granger, a festa no Lago Creek é um evento importante, e faz parte das atividades extra curriculares da escola.

— Luna, desde quando uma festa é atividade extra curricular?

— Desde que o Dumbledore criou a Festa do Lago Creek para promover a integração entre os alunos! — Luna falou fazendo gestos com as mãos, dando um ar de importância.

— Então os professores também participam da festa?

— Sim, não é permitido o uso de bebida alcoólica, embora alguns sempre deem um jeitinho, bom, eles dão muitos jeitinhos. É divertido. Vamos? Por favor. Por favor. Granger?

— Ok, eu vou... — Luna começou a gritar, dar pulinhos e bater palmas. — Mas vou ter que falar com os meus pais primeiro.

***

Os pais de Hermione não fizeram qualquer objeção à festa, pelo contrário, acharam que seria bom que a filha saísse e fizesse amigos em Londres; ainda assim a garota estava em dúvida, talvez encontrasse Harry lá, e isso com certeza não seria nada bom. Só o telefonema de Luna ainda insistindo fez com que ela se decidisse. Trocou de roupa e pegou o Citröen, dirigir à noite não era a sua maior habilidade e precisou mais uma vez do GPS, talvez quando passasse um mês dirigindo todos os dias estivesse acostumada a chegar à escola sem medo de se perder.

O Lago Creek ficava dentro das dependências da escola, por isso Hermione deixou o carro no estacionamento, onde já havia outros estacionados, e caminhou a pé para lá; teve que andar por toda a escola até chegar ao outro lado. O prédio estava no topo de uma colina e lá embaixo estava o lago, ao redor, uma floresta. Não viu Luna logo que chegou, mas Colin já estava com sua câmera tirando fotografias de todo mundo que passasse na sua frente, e apontou suas lentes para ela assim que a viu.

— Ei, Colin, quem é aquele cara conversando com o Dumbledore? — Hermione apontou um homem alto, de cabelos quase grisalhos, que ela teve a impressão de conhecer de algum lugar. Ele estava conversando com o senhor de cabelos brancos e sorriso amistoso que Hermione já conhecia como sendo o Professor Dumbledore.

— Remus Lupin, treinador do time de rúgbi.

— Lupin? Ele não foi zagueiro da seleção?

— É, agora ele é professor; você gosta de rúgbi, Granger?

— Não, na verdade meu pai gosta, eu não sei a diferença entre rúgbi e futebol, ou de outro esporte qualquer.

— Ei, Granger, você veio! Oi, Colin.

— Luna, oi!

— Então, está se divertindo? — Hermione fez uma careta misturada com um sorriso. — Ok, vamos mudar essa história. Daqui a pouco vão acender a fogueira — disse Luna, e elas saíram andando entre os colegas, acompanhadas de Colin que não parava de tirar fotos.

Oh my God! — Colin falou com a voz cheia de admiração e as duas se viraram para ver o que tinha acontecido; o garoto estava apontando a câmera para um grupo de meninas, com uma cara de bobo. — Elas são demais!

— Colin, presta atenção! — Luna reclamou dando uns tapinhas na cabeça do garoto. — Homens! Não podem ver um rabo de saia. — Hermione concordou com Luna, os garotos sempre ficavam com aquela cara de bobo quando viam uma menina bonita. Mas também concordou com Colin, afinal aquelas três estavam mesmo deslumbrantes.

Giny Weasley, a namorada de Harry, Hermione lembrava disso com dor no peito, estava com um vestido preto de alça, quase curtíssimo, deixando suas belas pernas à mostra, os olhos bem maquiados, e os cabelos ruivos brilhavam mais que o normal. Kate Bell usava um vestido quase tão curto quando o de Giny, verde escuro, do tipo tubinho e tomara que caia, e Cho Chang vestia um branco mais solto, e tinha os longos cabelos pretos presos num rabo de cavalo.

— A Giny está sozinha. — Hermione ouviu Colin dizer, quase como se suspirasse.

— Ei, vamos embora, Granger, deixar o Colin suspirar sozinho, espero que você não apareça com um monte de fotos da Giny Weasley. — Luna ainda balançou a cabeça para Colin e depois ela e Hermione foram pegar um refrigerante. — Agora nós podemos olhar para eles. — Luna apontou os garotos que estavam perto do lago, onde a fogueira estava à espera de ser acesa. Hermione riu. — Eles são demais!

— É — respondeu. Luna estava falando dos garotos do time de rúgbi, mas Hermione tinha uma suspeita de que a amiga olhava especialmente para um deles, e de repente teve a impressão de ver Oliver Wood olhar para Luna, mas isso não durou muito tempo.

Luna continuava olhando os garotos, mas Wood agora estava falando com Ron Weasley. Hermione sentiu o coração disparar, se Ron Weasley chegou ali, então seu amigo inseparável deveria chegar também, afinal, ela não lembrava de ter visto Harry alguma vez sem Ron por perto, até Luna tinha feito uma piada dizendo que parecia que Ron e não Giny era a namorada de Harry. Não demorou muito até vê-lo, e ele estava lindo. Hermione repreendeu a si mesma por pensar nele desse jeito, mas sim, ele estava lindo, com seus cabelos rebeldes esvoaçando com o vento, seus lindos olhos verdes brilhantes, vestindo aquela camisa preta elegante. Mas era só mais um garoto igual a qualquer outro, e tinha mentido para ela; e além disso, ele estava beijando a namorada.

— Você reparou como a Cho olha para o Harry? — Ouviu Luna dizer e se deu conta de que estivera olhando fixamente para Harry e Giny. — Dizem que eles já ficaram.

— Ela não é amiga da Giny?

— Com uma amiga dessas quem precisa de inimigo? — Hermione não ficou tão espantada, afinal, se Harry tinha mentido para ela sobre ter namorada, por que ele não trairia Giny com a amiga dela? Princípios morais deveria ser uma coisa estranha para aquele garoto. — O Dumbledore vai falar agora, onde tá o Colin para tirar foto do diretor? —

As duas foram mais para perto para ouvir melhor o diretor. Dumbledore falava com uma voz firme e calma, e com aparência de quem estava feliz em fazer parte daquela escola; desejou boas-vindas aos novos alunos e responsabilidade aos que estava no último ano, Harry e Ron trocaram um olhar maroto quando ouviram isso, parece que o “velho Dumbs” estava mandando uma indireta aos dois.

Dumbledore então passou a palavra ao técnico do time de rúgbi de Hogwarts, Remus Lupin, que se dirigiu especialmente ao time, praticamente intimando os garotos a brigarem com todas as forças pelo campeonato nacional intercolegial. Oliver Wood aplaudiu efusivamente e fez coro às palavras do treinador, declarando que seria campeão de qualquer jeito, deu um grande gole no copo de refrigerante que segurava, e pela careta que fez era possível apostar que aquele refrigerante estava adulterado.

Depois do discurso, o diretor acendeu a fogueira, e a festa começou para valer; alguns se sentaram ao redor do fogo, outros foram dançar. Mesmo com a proibição expressa com relação à bebidas, drogas e sexo, não era difícil encontrar um ou outro com uma garrafa de cerveja disfarçada, ou um copo de refrigerante batizado, e alguns casais escapavam para os lados mais escuros.

Hermione pode ver a decepção estampada no rosto de Luna quando avistaram Wood subindo a colina com Kate Bell pendurada no pescoço.

— Luna, você tá legal?

— Uhum, sério, eu não ligo, eles se merecem mesmo.

— Ei, Luna, rola alguma coisa entre você e o Wood?

— Não, obviamente eu não sou boa o bastante para o grande Oliver Wood; tá, eu sei que sou ridícula, quer dizer, gostar de um perfeito idiota como ele, mas...

— Eu sei, amiga, às vezes isso acontece mesmo — Hermione falou mais para dar apoio a Luna do que por entender.

Realmente não conseguia entender como Luna, uma menina legal e inteligente, além de bonita, poderia se interessar por um garoto tão imbecil quanto Wood, que ainda por cima a tratava mal. Nesse instante, seus olhos e os de Harry se encontraram; ele estava do outro lado da fogueira, Giny ao lado. Hermione lembrou-se imediatamente do beijo que ele tinha lhe dado, do jantar, de ter dançado com ele, e se deu conta de que o que Luna sentia por Wood era como o que ela sentia por Harry, simplesmente não tinha como entender, nem como fugir.

— Você gosta do Harry? — Luna perguntou e Hermione arregalou os olhos, será que tinha dado bandeira?

— Do que você tá falando? — falou sem segurança na voz.

— É que não é a primeira vez que você fica olhando para ele, desse jeito, você sabe... — Hermione fez uma cara triste de quem concordava com as palavras de Luna contra a vontade e sentou ao lado da amiga, pensando que as duas pareciam realmente duas fracassadas. — Não tá certo, quer dizer, olha o tanto de menino que tem nessa escola! Sabe, não é certo, Hermione! — Luna balançou a cabeça, indignada, mas as duas continuaram sentadas, enquanto viam Ron Weasley entrar para a turma dos que desapareciam com uma garota.

— Será que eu posso saber o que vocês duas estão fazendo escondidas aqui? — Era a voz de Lino Jordan. — Será que alguém quer dançar? — Jordan estendeu a mão; Luna e Hermione se entreolharam em dúvida; Luna tomou o último gole de refrigerante, jogou o copo numa lixeira que estava perto, e pegou a mão de Lino.

— Ok, Jordan, mas fique sabendo que eu não aprovo relacionamentos entre colegas de trabalho! — Hermione viu Lino ficar um pouco vermelho, mas não evitou rir, não era à toa que algumas pessoas chamavam Luna de Di-Lua.

Os amigos foram dançar, a música que estava tocando era “Hate that I love you”; Hermione permaneceu sentada, e se viu buscando Harry com os olhos no meio dos colegas que dançavam; dessa vez não o encontrou, nem viu Giny; não conseguiu evitar pensar que eles também deviam ter ido para um lugar mais sossegado.

— Hermione? — Ela se virou, e Harry estava ali, de pé, na sua frente, com uma das mãos no bolso; Hermione sentiu que sua voz não funcionaria, nem conseguiu manter-se firme olhando para ele, desviou rapidamente os olhos. — Posso falar com você?

— Falar sobre o que?

— Eu queria pedir desculpas, por...

— Ter mentido? Ou por ter me feito acreditar que você gostava de mim? — ela acusou, e Harry baixou a cabeça um instante.

— Eu não quis te magoar — disse.

— Não magoou — Hermione falou num tom frio, grata por conseguir parecer calma, embora não estivesse.

— Olha, eu, sei que deveria ter contado sobre a... Mas eu não quis estragar o que havia entre nós e... — Hermione ergueu a mão fazendo sinal para que ele parasse.

— Ok, você não me deve explicação nenhuma, eu não sou sua namorada. Aliás, aquilo foi só um beijo, não foi? Não significou nada.

— Claro que significou. Eu... — Hermione encarou Harry, ela estava visivelmente magoada e ele não sabia como se explicar; claro que aquele beijo tinha significado muito para ele, claro que ele adoraria beijá-la de novo muitas vezes.

Ele não sabia o que dizer, parecia ter medo do efeito que Hermione tinha sobre ele, ficava como bobo quando estava com ela; ele a fitou, Hermione se viu refletida no verde esmeralda daqueles olhos, e a música deles, “I knew I loved you”, estava tocando. Harry aproximou-se um pouco mais, e os dois ficaram a poucos centímetros um do outro; ela podia sentir a respiração de Harry próxima, os lábios dele estavam quase tocando os seus. Mas Hermione se afastou bruscamente, e deu um tapa na cara do garoto, deixando-o sem ação; depois saiu quase correndo, sentindo os olhos quase inundados d’água, irritada consigo mesmo por se permitir chorar por causa dele, e irritada com Harry por brincar com seus sentimentos daquela maneira. Que tipo de garota ele pensa que ela é que sai beijando qualquer um? Ele estava com a namorada a menos de cinco minutos e agora achava que ela o beijaria? Hermione deu um soluço e proibiu as lágrimas de continuarem caindo, não, ela não ia chorar por causa de nenhum garoto. Andando apressada esbarrou num garoto, e se ele não a tivesse segurado ela teria ido parar no fundo do Lago Creek.

— Oh, tudo bem, eu te salvei! — disse Ron Weasley, que ainda segurava Hermione.

— Obrigada. — Ela levantou a cabeça e encontrou o rosto dele quase encostado no seu; o garoto sorriu, um sorriso bonito quase hipnotizante. — Você pode me soltar agora.

— Tem certeza? — disse ele com um sorriso sarcástico; Hermione teve vontade de bater nele também, mas já tinha se irritado demais para uma noite; fez uma cara séria e se soltou dos braços de Ron.

— Obrigada — disse e virou as costas.

— Não há de que! — ouviu ele gritar, mas já ia longe. O que será que esses garotos estavam pensando? Eles não podiam agarrá-la daquele jeito. Ainda viu Luna, que continuava dançando com Lino, de longe, mas resolveu ir embora logo, aquela festa não poderia ficar pior para ela.

XXX

Giny mordeu a orelha de Harry, e começou a desabotoar a camisa dele, o pouco espaço entre o volante e o banco da Ranger Hover não os incomodava; Harry lhe beijou no pescoço e puxou a alça do vestido com os dentes, enquanto suas mãos encontravam o zíper do vestido; Giny se livrou da camisa e beijou o peito dele, entretanto Harry parou, empurrando-a delicadamente.

— Giny, para, ok?

— Qual o problema, Harry?

— É melhor você entrar, seus pais podem acordar, o Ron pode aparecer...

— E desde quando você se importa com isso?

— Eu me importo, quer dizer, eu não quero encrenca, você sabe... — Giny beijou os lábios dele e voltou para o banco do carona.

— É isso mesmo ou tem alguma coisa a mais, Harry?

— O que?

— Não sei, mas você está estranho.

— Eu não estou estranho, Giny, eu só não quero que o seu pai encontre a gente transando no jardim, pô! — Harry falou impacientemente. — Desculpa, é melhor você entrar, está tarde.

— Está bem. — Giny ainda estava desconfiada, aquele não era o comportamento normal de Harry, ela sabia muito bem, e sabia também que tinha visto o namorado falando com aquela Granger. Ela calçou as sandálias e pegou a bolsa. — Boa noite. — disse e não esperou pelo beijo, saiu e bateu a porta do carro.

Harry ligou o motor do carro e deu a partida; balançou a cabeça pensando consigo mesmo no que tinha feito naquela noite. Primeiro tinha tentando falar com Hermione, o que resultou num completo desastre, depois meio que dispensou Giny deixando-a com raiva; realmente tinha conseguido a façanha de deixar as duas garotas irritadas na mesma noite, para quem pretendia resolver essa situação o mais rápido possível ele não fizera muito progresso.


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