“Ás vezes me pergunto se
Eu viverei sem ter você
Se saberei te esquecer”

Os anos se passaram correndo, meu pequeno Fred já havia nascido e agora já estava com cinco anos. Novamente eu estava em Hogwarts, olhando o túmulo de meu irmão e a rosa de vidro que Angelly havia deixado ali há um tempo. Muitas vezes eu me perguntava se conseguiria esquecer o Fred e a Angelly, e a resposta era não. A dor só diminuiu um pouco, mas eles sempre estariam comigo e com certeza nunca os esqueceria.

“Passa um momento e eu já sei
Você é o que eu quero ter
Inesquecível para amar “

Passou muito tempo em que eu me lamentava de tê-los perdidos e com isso impediu que eu vivesse. Meu irmão e Angelly nunca gostariam que eu ficasse desse jeito por eles, no máximo Angelly me daria um tapa na cara dizendo que eu sou um besta por fazer isso e Fred concordaria. Eu os amava demais para deixá-los partir, mas com isso só me fazia lembrar de uma vez que achamos Angelly na Torre de Astronomia olhando o horizonte, isso tinha sido um pouco depois da morte de Jake, então ela nos disse:

“-Se você ama alguma coisa tem que deixá-la partir, por que se essa coisa ou essa pessoa realmente te amar, ela vai voltar...”

Eu amava meu irmão e eu amava Angelly, mas nunca saberia se eles voltariam pra mim...

“Mais que uma história pra viver
O tempo parece dizer
Não, não me deixe mais
Nunca me deixe “

A história com eles foi realmente gigantesca, mas ela tinha terminado de um modo tão dramático. O tempo não curou minhas feridas, e nem me fez esquecê-los, muito menos das risadas, das caras e bocas deles, dos jeitos diferentes que eles eram. Algumas noites antes de eu me casar com a Angelina, eu olhava para o céu e pedia para as estrelas me trazerem de volta eles, e para que elas nunca tivessem nos deixado nos tempo em que nós três sempre vivíamos aprontando.

“Quanto mais longe possa estar
É tudo o que eu quero pensar
Não, não me deixe mais
Porque eu te quero aqui
Inesquecível em mim “

Eu não sabia quem estava mais longe de mim, se era Fred ou se era Angelly. Se a pequena menina se sentiu assim por tanto tempo, então eu não sei como ela agüentou.

Será que Fred era uma pessoa bem estruturada?
“-Para uma mente bem estruturada, a morte é apenas uma grande aventura seguinte”

Foi o que ouvimos Dumbledore dizer uma vez. Espero que Fred seja uma pessoa assim.

Enquanto eu olhava o sol se por da varanda da minha casa, eu desejava mentalmente que eles estivessem perto de mim.

“Ouço sua voz é a alegria
Dentro de mim faz moradia
Vira tatuagem sob a pele”

“-George! -gritava Angelly
-George! –Fred chamava minha atenção.

-George... –Falaram Angelly e Fred juntos, rindo.”“.

As vozes deles era uma melodia que meus ouvidos precisavam urgentemente escutar. Isso parecia uma doença, as lembranças, as vozes, os cheiros, os sorrisos, tudo me lembrava eles. Desde da minha loja até os livros da biblioteca de Hogwarts me lembrava deles, por que eram locais onde eles sempre ficavam. Eu guardaria tudo deles dentro do meu coração, para que ninguém pudesse tocar e modificar.

“Te levo sempre em meu
olhar
Não canso de te procurar
Entre meus lábios sinto a falta
de você”

Eu podia jurar pra quem olhasse em meus olhos profundamente pudesse ver um olhar maroto que pertencia a Fred (o meu eu tinha perdido há um tempo), e a cor dos meus olhos mudarem meio que ficando vermelhos mais logo voltando ao castanho, esse olhar pertenceria a Angelly.

Muitas vezes em meus sonhos eu escutava a voz de Angelly pedindo ajuda, mas eu nunca sabia pra que.

“E assim, profundamente meu
Pra que pensar que existe
adeus
Não, não me deixe mais
Nunca me deixe “

Tirei o colar de Angelly que estava no meu pescoço para que tivesse uma visão melhor do mesmo. Eu passava o dedo indicador pelo D gigantesco que tinha no centro dele, então resolvi abrir e lá ainda tinha a minha foto e a de Fred junto com a menina. Quando ela me entregou o colar ela havia me dito para não esquecê-la, e isso eu acho que ela teria certeza que não aconteceria.

Naquele dia eu não tive nem tempo de dizer adeus a ela, mas disso eu não me arrependeria por que eu nunca conseguiria dizer tal palavra que nos afastaria...

“Já não preciso nem dizer
O quanto eu me apaixonei
Não, não me deixe mais
nunca me deixe “

Eu devo dizer que eu tinha me apaixonado um pouco por Angelly, e não duvido nada que Fred também tinha. Mas isso era algo que eu guardava apenas para mim, mas isso logo se esqueceu e agora por eu estava apaixonado era por Angelina.

Muitas vezes eu continuo lembrando do Baile do Torneio Tribruxo, Angelly estava linda com um vestido branco que ia até o chão e tinha detalhes em dourado, os cabelos negros soltos com uma mecha do cabelo presa por presilhas de borboletas e a franja que ficava na altura da sobrancelha ajudavam a dar um ar de inocência a ela. A maquiagem leve ressaltava os olhos vermelhos dela. Nós dançamos a noite inteira muito animados até nossos pés suplicarem. Aquele foi um momento que nós não aprontamos.

“E vou dizer porque
Se existe céu
você sempre será
Inesquecível para amar,
oh não!”

Um sorriso de canto brincou nos meus lábios enquanto me lembrava de quanto eu, Fred e Angelly dançávamos. A vida era injusta, tirou alguns daqueles que eu amava e mais em troca me deu uma esposa e um filho, mesmo eu os amando demais eu ainda sentia falta dê tê-los por perto.

“Não, não me deixe mais
Nunca me deixe
inesquecível é você
Digo então mais uma vez
Não, não me deixe mais”

Enquanto eu olhava a noite que já tinha avançado, eu conseguir ver uma sombra ao longe vindo na minha direção. Parecia sem rumo, a tal sombra estava encapuzada e não dava para ver seu rosto, nem um momento. Muitas vezes eu me perguntava se não era aquela imagem da morte.

“Não, não me deixe não
Não, não me deixe
Nunca me deixe
Nunca me deixe ...
Não, não !
Não, não me deixe mais
Não, não me deixe mais”

Quando a sombra estava perto o suficiente, ela tirou a capa me deu a visão perfeita de Angelly Dylen sorrindo pra mim em meio de lágrimas. Levantei da varanda e saí correndo até ela, quando me aproximei da mesma eu a abracei chegando a levantá-la do chão.

Aquele era um abraço que eu deveria ter dado nela quando ela foi embora, mas só agora eu matava minhas saudades de tê-la perto de mim. Eu desfiz o abraço a encarei.

Ela continuava linda como sempre fora e jovem para idade que ela deveria ter, os cabelos negros continuavam ainda mais, sem ter nenhum fio branco, a pele sem nenhuma ruga e ainda pálida e os olhos mais vermelhos do que eram, porém ela tinha ficado mais velha, mas o sorriso continuava de criança.

-Você ainda está viva... – foi a única coisa que me veio à mente.

-Claro, estive esse tempo todo escondida e ainda observando você de longe. –aquela voz doce, igual à de criança, era incrível escutá-la mais uma vez.

-Eu poderia te fazer tantas perguntas agora, mas acho que vou deixar para depois. –sorri abobado. –Angel, eu tenho um filho.

-Que lindo. –ela sorriu.

-Fred II, você irá adorá-lo. –eu não conseguia esconder a felicidade de vê-la.

-Logo eu irei vê-lo, mas não agora. Eu só apareci agora por que achei que você precisasse de um amigo. –Angelly acariciou o meu rosto.

-Você vai embora? –perguntei desapontado.

-Sim, eu vou irmão. Mas eu vou voltar, logo... –ela beijou a minha bochecha, então desapareceu.

-Eu vou te esperar...

Depois daquilo eu não tinha visto ela nunca mais, mas teve um dia em especial que ela voltou e foi pra ficar.

Estávamos na estão King's Cross, na plataforma 9 ¾. Era o primeiro ano de Alvo, filho de Harry. Enquanto nós esperávamos o trem partir Harry tentava confortar o seu próprio filho.

-Você não deveria ter medo da Sonserina... –uma voz feminina falou atrás de Harry. Todos empalideceram quando viraram e viram Angelly Dylen, ao vivo e em cores.

-Angelly. –disse seu nome e a abracei. –O que faz aqui?

-Se quiser eu volto pro meu esconderijo e não saio mais de lá. –a menina brincou.

-Nada disso, só estou surpreso de vê-la aqui. –sorrir.

-Não só você, como todos nós George. –comentou Rony.

-Como vão? –ela sorriu para todos, então se abaixou e foi falar com o Alvo. –E você? Por que tem medo da Sonserina? Nos meus tempos de Hogwarts eu tive um amigo que era de lá.

-Meu irmão implica comigo por causa disso. –Alvo falou choroso.

-Não o deixa fazer isso. Ignora. –ela sorriu e então se levantou.

-Mamãe, temos que ir. –Angelly abriu um sorriso maior ainda e olhou para as duas criança que estavam em pé com as malas.

-Só espera um pouco, vocês não vão agora. –a crianças concordaram com um aceno de cabeça.

-Mamãe? –perguntei.

-Sim, mamãe. –falou a menina.

-Você teve filhos, Angelly? –perguntou Hermione sorrindo.

-Sim. –ela deu de ombros.

-Quem é o pai? –indagou Rony.

-Não tem. Digamos que alguém me concedeu um desejo. –ela riu. –Eles são Ágata e Daniel Dylen.

-São a sua cara. –falou Angelina. –Tirando o cabelo castanho da menina.

-E o Fred? Quero vê-lo. –ela falou animada.

-Deve estar com os amigos. Ah olha ele ali! –falei. –Fred, venha cá.

-Sim, pai?

-Quero que conheça Angelly. –ele a olhou de cima a baixo, então sorriu.

-É um prazer finalmente conhecê-la. Meu pai conta várias vezes das confusões que vocês fizerem. –Angelly o abraçou.

-é, foram bastante. –eles riram.

-Vamos, Alvo. Está na hora de embarcar. –James chamou o irmão.

-Tchau mãe. –falaram Ágata e Daniel juntos, Angelly beijou cada um na testa e os abraçou deixando depois eles embarcarem.

-E agora? Você vai sumir de novo? –perguntei quando já estávamos saindo da estação.

-Não, não! –ela sorriu. –Mas eu tenho que ir. Estão me esperando. –ela abraçou cada um, parando depois em mim e me olhando. –Mas tenha certeza q eu vou voltar.

-Eu sei que sim. –sorrir para ela. Arthie e Jess apareceram logo depois, então os três Dylen sumiram.

“Nunca me deixe
Se eu não tiver você
Agora e sempre vai estar
Preso em meus olhos
Inesquecível em mim... “

Apesar de tudo eu nunca tinha entendido Angelly muito bem. Mas isso não me interessava, só sabia apenas que enquanto eu vivesse eles sempre estariam comigo, até Fred e o fato da morte seguir Angelly não era nada apenas do que uma amiga invisível para ela.

Nós éramos eternamente unidos.

G.A.F