Fleet Captain escrita por Cherrybomb


Capítulo 12
Capítulo 12 - Madame Tricot


Notas iniciais do capítulo

Oia aê õ/



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Respirei fundo e tentei controlar minha respiração. Estava parada bem enfrente a casa grande e iluminada pintada de vermelho, azul e um amarelo berrante.
 Assim que cheguei aqui me perguntei se estava no lugar certo. Todos diziam que a casa de Madame Tricot era cheia de homens do gramado até o teto dos quartos, mas a casa estava completamente deserta. So tive certeza de que estava no lugar certo quando vi a grande placa de metal onde pintada com letras laranja estava escrito “Madame Tricot
       Atendimentos personalizados e casa de massagem.”
 Não pude deixar de rir. Essa de “casa de massagem” já dizia tudo. Suspirei e me dei um beliscão, era algo que costumava fazer quando tentava tomar coragem. Passei a mão pelo vestido vermelho, arrumei o cabelo e depois de alguns segundos encarando a porta bati nela mais forte do que precisava. Congelei no lugar. Ouvi alguns murmurinhos e logo a porta se escancarou e uma mulher vestido um corpete, uma saia minúscula que mal cobria até sua virilha, tinha uma maquiagem exagerada e os cabelos negros presos no alto da cabeça que estava enfeitada com penas e uma enorme rosa que era obviamente falsa.
- Você não me parece uma cliente. – Ela ergueu a sobrancelha extremamente fina e me olhou desconfiada.
- Não sou. – Sussurrei. Estava tão nervosa que imaginei se tinha me urinado.
- Então o que quer? – Sua voz era irritante e fanha.
- Minha... amiga veio aqui hoje e falou com Madame Tricot. Ela me ofereceu uma vaga...? aqui. – Minha voz saiu irregular e a frase ficou meio confusa. Assim que terminei de falar ela sorriu novamente, mas não aquele sorriso vulgar. Era mais uma coisa maternal.
- Então porque não disse antes? Entre querida. – Ela me puxou pela mão e me abraçou fechando a porta atrás de mim. Eu sorri um pouco desconfortável. Ninguém a não ser minha família (ex-família) haviam me abraçado. Ela se afastou e colocou um braço nos meus ombros e saiu me arrastando.
 Estávamos em uma espécie de hall todo de veludo vermelho – tudo mesmo, do sofá as paredes e carpetes – com detalhes dourados. O lugar gritava luxúria.
- Meninas, venham cá! – A mulher com a rosa na cabeça gritou animadamente e a partir daí a sua voz fanha não me incomodou mais. Assim que ela terminou de falar apareceram umas 15 mulheres.
 Passei a vista rapidamente, mas era obvio que elas eram diferentes e variadas. A maioria parecia estar na faixa dos vinte e tantos ou trinta e poucos, mesmo havendo uma três com aparência de bem menos que isso e uma com aparência de uma mulher de 45 no mínimo.
- Quem é essa, Flora? – Uma mulher com pele cor de café e cabelos crespos ornamentados por duas faixas laranja perguntou desconfiada.
- Boa pergunta. Qual o seu nome querida? – Ela sorriu de um jeito maternal que nem minha mãe havia sorrido pra mim. Sorri de volta e olhei para as outras um pouco mais confiante.
- Hannah.
- Hannah? – Flora sorriu e piscou pra mim. Era obvio que ela sabia que esse não era meu nome. – Pois bem. Hannah é a mais nova integrante de nossa família.
- E Ramona sabe disso? – Uma ruiva alta, magra e com muitas sardas perguntou com o tom um pouco mais amigável que a mulher cor de café. Flora abriu a boca pra falar, mas nesse momento uma voz travessa e animada a interrompeu.
- Claro que sei! – Olhei para a direção da voz e descendo as escadas estava uma mulher um pouco mais velha que Flora, parecia ter uns 35 ou no máximo 40. Ela veio caminhando até minha frente e me pegou desprevenida em um abraço apertado e forte.
- Oi. – Falei tentando respirar um pouco. Ela me soltou e riu. Foi uma risadinha que combinava mais com cor de rosa, laços e babados do que com uma mulher de sua idade.
- Olá Hannah. Sou Ramona Tricot, dona da casa. – Sorri pra ela que sorriu de volta pra mim animada. Era estranho o que eu sentia. Eu nunca havia sido tão sociável, mas essas mulheres eram tão, tão especiais.
- A senhora é linda. – Deixei escapar e todas riram. Eu corei um pouco fazendo Madame Tricot rir mais ainda.
- Mas não é adorável? – Ela perguntou e segurou minha mão levando-me até um sofá, fomos seguidas por todas. – E então Hannah, de onde você é?
- Dunquerque. – A casa de Madame Tricot ficava bem no meio do caminho de vários forasteiros. Era quase como no meio de uma estrada principal.
- Oh, meu bem. – Ela fez uma careta e alisou meus cabelos. Eu sabia por que ela estava assim. Em Dunquerque todos eram pobres, todos menos eu. – Não se preocupe, aqui não irá lhe faltar nada.
- Pode ter certeza. – A mulher que parecia ter 45 falou num tom piedoso. Senti-me mal.
- Qual sua idade? – Perguntou Madame Tricot.
- 16 anos. – Sorri e esperei que alguma delas risse ou falasse algo, mas o silêncio foi completo. Olhei ao meu redor e percebi que todas me olhavam de olhos arregalados, totalmente assustados.
- Tão nova. – Madame Tricot murmurou quase como um choramingo.
- Querida, você já teve experiência com sexo? – Pisquei algumas vezes surpresa por ela ter falado a palavra. Lá em casa ninguém (nem mesmo Merli) falava a palavra.
 Pensei na minha experiência no corredor com Jared e me remexi no sofá desconfortável com o fogo que subia entre minhas pernas. Que inferno! Será que algum dia isso deixaria de me afetar?
- Não. – Respondi por ultimo e todas arfaram quase que em sincronia.
- Meu Deus. – Flora falou e me abraçou. Madame Tricot estava me olhando com os olhos cheios de uma piedade que me deixou assustada.
- Ramona, não podemos deixar ela fazer isso. – Uma moça, uma das mais novas falou com a voz apavorada como se estivesse lembrando-se de algo.
- Não podemos abandoná-la. – Falou Madame Tricot.
- O que esta acontecendo? – Perguntei por fim. – Não estou entendendo.
- Querida. – Flora suspirou e então seus olhos pareceram se iluminar. – Ramona, os homens da marinha vêm aqui hoje.
- Oh. – Foi tudo que ela falou e então sorriu largamente, levantou-se e deu um pulinho.
- Sem chance! – Uma loura carrancuda se pronunciou e Ramona a olhou feio. – Estava na minha vez!
- Cale-se Tatiana! – Foi a primeira vez que vi Ramona usar um tom adequado para sua idade. Então sua voz logo tava infantil e animada. – Hannah querida, hoje mesmo você terá seu primeiro cliente. – Pisquei algumas vezes.
- Hoje? – A surpresa foi nauseante. Eu pensei que elas iriam me treinar ou algo que o valha, não me jogar aos leões sem nenhuma idéia do que fazer.
- Sim, sim. – Ela parecia super animada com a idéia. Socorro!
- Mas Ramona... quero dizer Madame Tricot...
- Ramona mesmo meu bem. E tenha certeza que se estou fazendo isso tão de pressa é para seu próprio bem. – Ela sorriu e depois riu alto. – Juro que vai gostar. Ele é excelente!
- Sem dúvidas. – Disse Flora e todas riram em uni soro, menos Tatiana. Corei fortemente. Duvido que fosse gostar mas não tinha escolha.
- Flora, ajude-a a se arrumar. – Assim que Ramona terminou de falar ouvi vozes altas e fortes do lado de fora e então um bater forte fez a porta de madeira tremer.
- Chegamos meninas! – Uma voz nojenta me fez tremer. Olhei para Flora que revirou os olhos e riu. Ramona caminhou até a porta levantou sua longa saia até o meio da coxa abriu a porta e abriu os braços e balançou os ombros.
- Bem - vindos garotos. – Ela falou e todos entraram afobados já agarrando uma das garotas com total brutalidade. Flora puxou-me pelo braço escada acima.
- Vamos antes que eles lhe vejam. – Acenti e fui com ela.
 Passamos por um lance de escadas que dava para um corredor exatamente igual à sala, de veludo vermelho. Depois seguimos pela escada em caracol que havia no final do corredor e assim que chegamos ao próximo andar me surpreendi. Era todo de um tom azul bebê reconfortante, na verdade depois de tanto vermelho o azul fazia meus olhos arderem de uma maneira agradável. Flora continuou caminhando até uma das ultimas portas brancas e a abriu me empurrando amigavelmente para dentro e assim o fiz.
 O quarto era rosa claro e tinha uma cama de algum tipo de madeira amarelada da qual a escrivaninha e penteadeira também eram feitas.
- Belo quarto. – Falei com sinceridade. Tudo bem que não chegava nem aos pés do meu, mas ainda sim era lindo. Flora sorriu.
- Obrigada Cecile. – Meu sorriso sumiu do rosto. – Sim, eu sei quem você é Cecile Morsson.
- Como? – Grunhi. Não era minha intenção, mas fiquei em completo pânico. Ela riu baixinho.
- Já fui à sua casa a serviços. – Abri a boca para perguntar que serviços, mas derrepente compreendi o que ela quis dizer. Por um segundo senti pena por Mamãe, mas acabei dando de ombros.
- Oh. – Foi tudo que falei. Ela sentou-se na cama e gesticulou para eu fazer o mesmo. Assim que sentei, ela ergueu aquela sobrancelha medonhamente fina.
- O que faz uma Morsson pedindo abrigo aqui? – Pensei seriamente em mandá-la se danar, mas então percebi que ela estava fazendo o que qualquer um faria. Então suspirei e contei tudo, desde o motivo por ter apanhado até a fuga de cavalo com a ajuda de Anne (mas deixei de fora tudo que envolvia Jared e Merli, por algum motivo achei que isso não era do interesse de mais ninguém).
- Seu pai é um monstro! Um porco nojento! – Sua voz era do mais puro nojo. Suspirei.
- Eu sei. – Falei com a voz fraca. Ela suspirou e me abraçou de uma forma protetora.
- Sinto muito, meu amor. – Sorri fraco e a olhei.
- Já passou. – Não pareci muito convincente então continuei logo. – Acho melhor você me arrumar logo, afinal tem um cliente me esperando.
- Meu Deus! Havia me esquecido totalmente. – Ela deu um pulo da cama e me arrastou para a cadeira da penteadeira, assim que pegou um pano e aproximo de meu rosto eu dei um grito.
- Pode deixar essa maquiagem, por favor? – Algo na forma como o seu rosto parecia o de um fantasma me disse que ela não iria conseguir disfarçar os hematomas tão bem quanto Anne.
- Claro. Isso nos poupa tempo. – Ela sorriu, pegou uma escova e começou a passar no meu cabelo cantarolando uma antiga canção de roda francesa. Assim que terminou me puxou pela mão e remexeu em uma pequena cômoda, da mesma madeira que os outros móveis, tirando de lá um pedaço de pano verde musgo vibrante. A cor era linda.
- O que é isso? – Perguntei. Ela me olhou como se fosse uma doente mental.
- Sua roupa. Você não esta em um baile minha querida. A propósito, belo vestido. – E então virou-me de costas e começou a abrir os botões do corpete. Dei de ombros.
- Pode ficar pra você. – Ela pareceu surpresa.
- Mesmo?
- Claro. – E então pude ter certeza que ela estava rindo.
 Alguns minutos depois eu estava pronta. Flora havia tirado tudo que eu vestia e quando me deu a “roupa” toei que era um pedacinho minúsculo de pano que ela chamou de calcinha e um pedaço de um vestido que não cobria os braços, ficava quase dois palmos acima do joelho e era segurado nos ombros por duas minúsculas alças.
- Até que ficou bom, um pouco folgado, mas bom. – Ela sorriu e eu sorri de volta pra ela um pouco insegura. Percebi que já tinha uma certa intimdade com Flora e então decidi perguntar uma coisa que estava cutucando minha mente desde que descobri o que era sexo.
- Flora, como é? – Ela me olhou divertida.
- Como é o que? – Corei fortemente.
- Ah você sabe. – Ela riu alto.
- Sexo? – Acenti. Ela sorriu. – Horrível.
- Como? – Arregalei os olhos surpresa.
- Com esses homens ao menos. – Ela suspirou. – Você tem que entender Cecile que os homens que vêem aqui não estão preocupados em nos dar prazer, so estão interessados em recebê-lo mesmo que isso nos rasgue ou nos machuque.
- Mas... – Não consegui terminar e meus olhos encheram-se de lagrimas.
- Calma, meu bem. – Ela me abraçou e beijou o topo de minha cabeça. – Mas você vai começar com o pé direito.
- Como? Como posso começar com o pé direito se o que você acabou de falar é verdade? – Uma lágrima escorreu e Flora a limpou com um lencinho de forma delicada.
- Porque o homem que você vai ter hoje é diferente. Ele é o único que vem aqui não so para ser divertido, mas para divertir. – Ela deu um rizinho. A olhei confusa. – Ele é incrível Cecile. Aproveite bem porque é raro ele aparecer por aqui. Ele é um importante da Frota marinha.
 Meu coração parou de bater. Da frota? Uma esperança me encheu com uma intensidade inacreditável.
- O Capitão Leto? – Perguntei com meu coração voltando a vida numa velocidade gigantesca. Ela fez uma careta e bufou.
- Não. Aquele lá so gosta de riquinhas ingênuas. – Outra careta. Me segurei na penteadeira para não cair com a decepção. Não era ele. – Mas ele  bem melhor que esse Capitãozinho aí.
Duvido, pensei comigo mesma.
- O que ele é na Frota?
- Imediato do Capitão. – Arregalei os olhos. Ele era um dos homens de confiança de Jared. Flora me estendeu a mão. – Siga-me, vou levá-la ao aposento do Shannon.


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Notas finais do capítulo

Eu to aqui agora pra pedir uma ajuda pra vocs. Eu estou pensando em escrever outra fic do 30STM e a ideia básica é essa:
Amélia Bocker é a ancora de um jornal semanal no Canal BBC que apos de dois anos no ar é cortado da grade de programação. Amélia fica desempregada e totalmente desesperada a procura de um novo emprego até que surge a oportunidade se tornar repórter de campo cobrindo a guerra no Afeganistão. Só tem um probleminha... Amélia é totalmente e completamente medrosa e odeia aventuras. Porém a oportunidade e o bolso falam mais alto e ela aceita o emprego.
Jared Leto é um Ranger, categoria de guerra que tem a finalidade de treinar soltados recém chegados. Jared odeia monotonia e acha que um bom tiroteio é o paraíso.
Esses dois destinos se cruzam em uma aventura emocionante cheios de aventuras e uma galerinha muito louca (Okay, ignorem essa ultima parte ‘-‘)

Enfim, o básico é isso. A Ajuda era que eu queria que vocês dissessem que leriam ou não uma história assim :B
Reviews? Recomendações?

Beijuus, Cherry



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