»»A ORFë«

- Leah,se despache!_gritei impaciente.Para quem estava radiante para ir ao centro de adoção,Leah estava demorando bastante!

- Estou indo!_disse ela botando o sapato ás pressas,vindo ter comigo no carro.Me deu um leve selinho._Tive que me arrumar,sabe que eles contam muito com a aparência das pessoas que vão._disse.Acenti para ela,sem entusiasmo.Não,não sabia e não tinha o mínimo interesse.

- Vamos embora então._e liguei o carro.Sabia que estava sendo egoísta.Esse era o sonho de Leah e eu tinha que dar meu total apoio a ela.Somos casados a 4 anos e a dois anos atrás,Leah descobriu ser estéril e desde então nossa vida tem se resumido a isso:ir a médicos buscando tratamentos e recentemente,Leah resolveu adotar uma criança.Eu não me opunha a isso.Nunca tive muita paciência para crianças,por isso me agradava a ideia de ter de cuidar de já bem crescidinho,entre os 7-9 no máximo.Mas sei que Leah não partilhava do mesmo pensamento.Vejo sua ansia de ter um bebe nos braços,cantar canções para ele e contar histórias de embalar antes de dormir.Enquanto a mim,eu tinha que me acostumar.Quem sabe eu acabe gostando...

Parei o carro assim que chegamos ao centro.Leah foi já á frente enquanto eu fechava devidamente o carro.Passamos pela secretaria e fomos ter com a senhora Donley,a principal responsável pelas adoções.Ela estava no seu gabinete,já esperando pela gente.Cumprimentamos devidamente e nos sentamos.Acendi um cigarro mas rapidamente foi repreendido pela Leah.Apaguei.A velha pigarreou.

 - Me desculpe senhorita Black,mas já não temos crianças disponíveis do jeito que está descrevendo._disse a assistente social.Eu senti Leah agarrar fortemente meu braço assim que ouviu isso.Estava sofrendo,eu sentia.

- Mas,não é necessário ter 5 anos,aquilo foi só um jeito de falar!Qualquer dessas crianças seriam uma benção para nós!_lágrimas rolavam pelo seu rosto moreno.Aquilo estava deprimente não podia mentir.Já era o 7º orfanato que vinhamos e mais uma vez,Leah não consiguia se satisfazer com nenhum dos orfãos.

- Lamento...

- Tudo bem amor,a gente vai conseguir..._disse,puxando para mim.Ela se agarrou fortemente,tentando abafar o choro contra o meu peito.

- No entando,ainda resta uma..._disse a velha,mexendo nuns papéis._Mas só a usamos para situações muito desesperadas._disse e rapidamente,Leah a olhou,com os olhos brilhando de alegria.

- Ficamos com ela!

-Muito bem..._a velha suspirou,se levantando._Vou buscá-la.

Ficamos esperando por minutos e Leah já não se aguentava de ansiedade.A porta se abriu.Olhamos em direcção a ela,em simultaneo.

- Sr e Sra Black,vos apresento a Renesmee Carlie Cullen.

Olhei para a menina que estava ao lado dela.Menina?Não,acho que esse termo não se adequada a ela.Não tinha nada de inocente ou infantil nela.Seus cabelos eram de um vermelho intenso,sua pele era branca quase semelhante a papel,vestia um vestido castanho bastante escuro que deixavam suas pernas delgadas expostas.

Ela continuou me fitando,um sorriso angelical bastante inocente,se formou lentamente nos seus lábios.Engoli em seco,discretamente.Ela era bem mais velha,provavelmente tinha 16 anos,mas seu jeito e sua postura era de uma criança autentica.Abaixou a cabeça e uma mecha do seu cabelo caiu sobre seu olho.Tímida,envergonhada,inocente...suspirei sentindo minhas mãos suarem.O que porra estava acontecendo comigo afinal?Leah gemeu de desgosto.Olhei para ela.

- Hum...não sei não,nós estávamos procurando alguém mais...novo,muito mais novo._disse Leah e um aperto se formou no meu coração.Ela olhou para a garota quase escondida por detrás da velha.Ela soluçou depois disso.Olhamos para ela,surpresos.

- Eu entendo...não me querem,nunca ninguém irá me querer.Eu vou morrer sem saber o que é ter um pai e uma mãe._disse ela com a voz mais angelical que a sua aparencia.Ela levou a mão á cara,limpando as lágrimas.Aquilo me partiu o coração.Olhei para Leah e ela logo percebeu do erro que tinha cometido.

- Leah..._murmurrei entrando no jogo.Leah abanou a cabeça em negação e de seguida mordeu os lábios,suspirando de seguida.

- Muito bem...a gente fica com ela._disse não muito convincente.A garota levantou o rosto de subito e um sorriso alegre surgiu naquele rosto pálido,manchado por fracas lágrimas.

Assinamos a papelada e nos despedimos da Donley.Renesmee agora era oficialmente uma Black.Entramos no carro e ela foi no banco de trás.A viagem toda foi silenciosa.Ninguém se atreveu a abrir a boca.Leah se limitava a olhar para a janela com um ar pensativo,provavelemente se questionando se tinha feito a escolha certa.Olhei discretamente no retrovisor e a vi,sorrindo para mim.Olhei novamente para a estrada no mesmo instante agarrando no volante com uma força desnecessária.O que estava acontecendo comigo?Algo de muito estranho acontecia dentro de mim sempre que olhava para ela...não,não pode ser tesão.Ela é uma menina e para além do mais...era minha filha!Não de sangue,mas de criação.Suspirei lentamente,me crucificando por tais pensamentos.

Chegamos a casa e desde logo,fomos mostrar o novo quarto de Renesmee.Era o antigo quarto de visitas e era bastante espaçoso para uma criança.Esta entrou olhando para cada canto maravilhada,como uma criança que entra na loja de doces.Sorri.Seu jeito doce era cativante.

- Esperemos que goste do seu novo quarto.Hum,a decoração é meio infantil mas a gente pode dar uma rastaurada depois._disse Leah,tentando ser o mais simpática e hospitaleira possível.Renesmee veio abraçá-la com força. Leah retulou,mas acabou por aceitar.Entendi o seu constregimento.Renesmee era quase do mesmo tamanho dela,para não falar dos seus atributos.Os seus seios estavam bem salientes sobre o tecido daquele vestido castanho.Não que eu esteja reparando.

- Obrigada mamãe._falou ela  no seu jeito de menina inocente.Leah mordeu o lábio e vi uma lágrima rolando pelo seu rosto.

- Com lincença..._pediu ela,se retirando do quarto.Renesmee me olhou com cara tristonha.

- Fiz algo de errado?_apenas sorri.

- Claro que não.Leah está apenas tentando se adaptar a esta situação.Não se preocupe,vai se habituar._falei.Renesmee sorriu,mordendo o lábio e balançando os braços de um lado para o outro,como uma perfeita garotinha.

- Mas você já se habituou,não é papai?_não sei porquê,mas aquilo me incomodou bastante.

- Renesmee...não sou mesmo seu pai,acho que já é bastante grande para o perceber._falei tentando sorrir,mas aposto que pareceu mais uma carranca.Renesmee sorriu,se atirando na cama.

- Então como quer que lhe chame?

- Jake para mim está ótimo.

- Então tá...Jake._pronunciou "Jake" de um jeito diferente,de um jeito um tanto malicioso mas sua voz continuava inocente.Decidi ignorar.

- Fique á vontade.Bem,as roupas que nós temos são todas para bébé,então eu vou pegar algumas roupas de Leah para você usar._falei dando meia volta.

- Não é preciso._disse me fazendo voltar._Eu tenho o hábito de dormir pelada..._disse ela e logo minhas faces arderam.Não acredito que ela disse isso na cara dura.Se aproximou de mim novamente com cara inocente.

- Você se importa?_perguntou com voz aguda.Engoli em seco sentindo uma enorme elevação nas minhas calças.

- Não..._consegui murmurrar.Ela sorriu,se virando e tirando o vestido.Virei meu rosto de rompante com a cara escaldando mais ainda.Vi sua sirueta esbelta,os cabelos ruivos caindo como uma cascata pelas costas nuas e uma cueca preta entalada no orificio da sua bunda.Dobrei as pernas caso contrário minhas calças rebentariam.

- Durma bem._falei rápido demais.Ela já estava deitada de barriga para baixo,me olhando.

- Você também.Mande beijos á mamãe._disse ela mas eu já estava saindo do quarto e não podia responder.Fui para o banheiro e passei água no meu rosto,vendo se acalmava o escaldão.Se acalme Jake,se acalme,ela é apenas uma garota...uma garota com um corpo de matar qualquer santo.Respirei profundamente,puxando meus cabelos e fui para o meu quarto.Leah já estava deitada e dormia profundamente.Melhor assim,ao menos não teria que justificar o porquê do meu pau estar nestas situações.Vesti a calça do pijama e deitei.Fechei os olhos e a primeira coisa que vi foi uma mancha laranja intensa.Só de saber que teria que conviver com aquilo todos os dias da minha vida,dava com minha cabeça e corpo em doido.