Uma Filha para Emmett Cullen escrita por pink_babaloo


Capítulo 4
Garota problema


Notas iniciais do capítulo

Eu seeei, eu demoro seculos para postar, mas vou ser sincera. Está me faltando ideias para continuar a fic. To em crise de imaginação =/
Eu não vou abandonar a fic, mas é por isso a demora dos capitulos. Me desculpem a demora.



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Naquela manhã, Lola aproveitou que Dammon não havia descido e foi até o quarto dele, aproveitando o raro momento que estava sozinha. Desde que haviam se mudado para aquela casa, os cullen se esforçavam ao máximo para não deixá-la sozinha um instante, principalmente Alice.

Não que ela estivesse reclamando, mas...sim! Ela estava reclamando. Tinha vezes, a maioria das vezes, que queria apenas ficar sozinha com Dammon, como antigamente. E sabia que ninguém daquela família, confiava nela, e virse-versa.

Não bateu na porta antes de invadir o quarto do tutor e este já a esperava com seu sorriso travesso de sempre, o que a fez revirar os olhos.

- Bom dia.

- O que tem de bom? - ela rebateu com o seu mau humor matinal de sempre, que desde que se mudaram para aquela casa se estendia pelo resto do dia.

Eles ficaram em silencio, ela apenas o olhava sem dizer nada, até Dammon sorrir brincalhão e bater na cama onde ele estava deitado e para onde ela correu, se jogando com brutalidade para em seguida se aconchegar nos braços do tutor e amigo.

- O que houve, sevgilim*? - ele disse com o seu idioma turco que ele sempre usava quando queria mimá-la.

Charllote nunca soube a verdadeira historia do tutor, mas ele já havia deixado escapar que sua mãe era turca e fugiu do seu país com o pai de Dammon que era italiano.

- Eu só queria que você me dissesse de novo por que estamos aqui. - ela confessou com uma voz manhosa e infantil o que resultou em um leve afago em seus cabelos escuros. Dammon suspirou já cansado de sempre ouvir a mesma pergunta.

- Eu não estava mais aguentando ter que te educar sozinho. Achei que estava na hora de seu pai arcar com as responsabilidades – ele brincou e recebeu um soquinho em resposta – Lola, você pode me perguntar isso cem vezes e sempre vai ouvir a mesma resposta. Aqui é o lugar mais seguro para você se esconder de Aro.

- Eu não entendo como pode confiar tanto na força desses cullens. Vamos ser sinceros, se os volturis são tudo isso mesmo que você diz, essa família só teve sorte até agora, principalmente a humana fraca.

- Se Edward lhe ouvir...

- Ai que medo do Edinho... - ela ironizou e ele riu

- Falou que nem seu pai.

- Se quer me expulsar do seu quarto e da sua vida para sempre, é só falar, não precisa ofender!!

Dammon riu e a abraçou forte, aproveitando para fazer um cafune despenteando todos os longos cabelos da menina que se emburrou ainda mais.

- Ah monstrinha, você não tem ideia do que Aro Volturi é capaz de fazer. Sorte ou não, os Cullen tem muito mais do que nós. Carlise já foi amigo de Aro, e parece um bom homem, assim como todos daqui. Por que não aceita e agradece a família legal e forte que ganhou?

- Eu...não consigo... - ela confessou se afastando do vampiro que a olhou com ternura.

- Se não pode gostar deles agora, pelo menos aceite que eles são sua única chance de se salvar de Aro. EU não estou exagerando, Charllote, você não tem ideia do que Aro é capaz de fazer – ele repetiu o que fez lola revirar os olhos.

- E você tem? Por acaso conhece o tal Aro, dammon? Por que do jeito que você fala... - ela desafiou, mas ele apenas ficou em silencio – Fala Dammon.

- Sabe do que eu me dei conta?

- Do que? - ela perguntou ansiosa por alguma informação de Aro.

- Que você ainda não comeu. Vem, vamos descer. Esme deve estar ansiosa por experimentar mais uma de suas receitas humanas com você.

- Aaahhhh não brinca! - ela revirou os olhos emburrada, mas o tutor já a empurrava para fora do quarto e ela já sabia que ele não tocaria mais no assunto anterior.

Quando eles desceram, os Cullen já estavam todos lá embaixo, menos Carlise, Rose e Edward. Alice e Jasper conversavam com Esme e as duas mulheres sorriem ao vê-la. Dammon viu Emmett jogando video-game e resolveu ir atormentá-lo. Lola tomou um reforçado café da manhã e como sempre não se queixou da quantidade de comida exagerada que esme lhe preparou. Em todos esses dias, os cullen descobriram duas coisas da meia-vampira.

1° - Ela era uma consumista compulsiva como Alice.

2° - Ela comia como um lobo.

*******

Depois de tomar café que por sinal estava uma delicia, Jasper-psicopata me disse que Rosalie estava na garagem e eu decidi ir até lá antes que Esme e Dammon dessem a brilhante ideia de eu ir jogar aquele jogo idiota com Emmett. De vez em quando eles pensavam que estava na hora de nós dois fazermos algumas atividades juntos, mesmo que nenhum de nós estivesse a fim disso.

Como dito, a vampira estava mexendo em um carro, e eu não pude deixar de notar o quanto ela era habilidosa com isso. Na verdade, eu não sou muito fã de carros, nunca aprendi a dirigir e nem pretendo, pra que dirigir um carro se eu posso correr bem mais rápido? É algo inútil.

- Você é boa nisso. - eu disse sem muita emoção e ela me olhou pela primeira vez.

- Também gosta de carros?

- Na verdade não. - dei de ombros – Andando eu sou mais rápida.

Rose sorriu, não um sorriso doce como o de Alice, e sim irônico que eu imitei a altura. Mas então, nosso momento prepotente foi interrompido com vozes conhecidas que nos fez torcer o nariz, pelo menos para uma delas. Edward havia trazido Bella Swan para uma visitinha mais uma vez.

- Urgh. - eu fiz uma careta e dessa vez foi a loira que me acompanhou. Então vi a oportunidade de satisfazer minha curiosidade desde o dia em que os membros da matilha vieram aqui, e eu presenciei a cena nojenta entre Jacob-gostosão e a feia-swan. - Qual é a desses dois, afinal? - eu perguntei na lata e vi Rose parar o que estava fazendo para olhar o casal que agora entrava na mansão cullen, e notei que Edward mandou um olhar para nós duas que me fez agradecer por ele não poder ler a minha mente.

- Vamos dar uma volta – Rose disse de repente, já me empurrando para um dos luxuosos carros dos cullen. Será que era tão difícil para eles pararem de me empurrar e puxar para onde quiserem. Não sou uma boneca de trapos, ora!

Mas então no carro, ficamos em silencio por um bom tempo até chegarmos na estrada de forks quando a minha paciência já estava no limite. Mas antes que eu abrisse a boca, Rose finalmente se manifestou.

- Edward tem uma clara obsessão por aquela humana. - eu abri a boca para dizer que aquilo era obvio, mas ela continuou falando sem tirar os olhos da estrada – Ele faria qualquer coisa por ela, dito isso, é melhor você evitar falar mal dela ou me obrigar a fazer isso quando ele puder nos ouvir.

Eu então entendi o por que do nosso afastamento repentino e fiquei levemente feliz, pois queria dizer que Rose iria me dizer exatamente oque eu queria.

- Pode deixar, mas então já estamos longe o suficiente? - eu a vi sorrir e levei isso como um sim – Então, ele contou que era um vampiro, ou ela acabou descobrindo sem querer? Ela é a reencarnação de um amor do passado dele, o que? Me fala como Edward acabou se apaixonando por Isabela Swan por que sinceramente eu não entendo.

- Nem eu entendo. - ela confessou e revirou os olhos – Bom tudo começou quando ele percebeu que não conseguia ouvir os pensamentos dela. Acho que era o primeiro dia de aula dela, mas nenhum de nós ligava. Só que o fato dela parecer imune aos poderes dele parece que o fez ficar mais interessado nela.

- Homens – eu revirei os olhos e ela continuou.

E então Rosalie me contou a história mais absurda e inacreditável que eu já ouvi com direito a sequestro de um outro vampiro rastreador, missão em volterra para impedir Edward de se matar – nessa parte ela ficou meio triste por que indiretamente foi culpa dela, talvez seja por isso que ela tente ser legal com a humana – e aliança com metamorfos em uma luta contra um exercito de recém nascidos. Na parte dos lobos, eu prestei ainda mais atenção e sinceramente tive ímpetos homicidas ao saber que Bela era mais próxima de Jacob do que imaginei e ainda o trocou por Edward. Eu finalmente entendi as palavras do lobo na primeira vez que eu encontrei e os olhos tristes dele na casa dos cullen. Ele não olhava para Edward e sim para a humana. Aquilo me incomodou admito, estava claro que Jacob ainda gostava de Bela e eu não gostei nadinha de saber daquilo. Talvez por que eu realmente a deteste, talvez por que acho que ela não merece nem Jacob, nem Edward. Ou talvez, e só talvez, eu esteja levemente interessada naquele lobo.

- É sério, eu ainda não entendo como Edward e Jacob podem ficar tão caidinhos por aquela sem-graça. - bufei verbalizando minha indignação e encarei os olhos de Rosalie que me fitava sorridente e debochada.

- É a pergunta que me atormenta. - ela também confessou – quer dizer, o pulguento é da mesma laia dela. Mas Edward nunca foi de ter a cabeça virada por qualquer mulher, e ficar louco pela Swan é algo que foge a minha coerência.

Ficamos em silêncio, cada uma com o seu pensamento, mas ao contrário do que sempre acontecia, dessa vez não estávamos incomodadas, foi um silencio bom e diria até confortável.

- Eu vou até Seattle comprar algumas peças, vai vir ou quer que eu te leve de volta?

- Não. Pode me deixar em qualquer lugar. - ela me olhou desconfiada e eu tentei sorrir inocente – eu prometo que não vou aprontar nada, só quero ficar um pouco sozinha sem parecer que estou sendo vigiada por todos.

- Quer ficar longe da sua nova família? - ela provocou e eu sorri debochada.

- Você não quer ficar da sua?

Ela riu e parou o carro imediatamente. Eu desci e ela partiu, apenas me mandando um último olhar pelo retrovisor. Sem recomendações, sem perguntas, e foi melhor assim. Pode parecer estranho e bizarro, mas Rosalie parece ser a única que realmente me entende naquele casa e também confia em mim, e eu confio nela.

Em segundos, ela já havia sumido de minha vista e eu suspirei olhando ao redor e tentando me localizar. Ainda estava em Forks, em frente a uma lanchonete, dei de ombros, um lanche não faria mal. Tô fazendo nada mesmo!

Quando entrei, diversos olhares foram em minha direção, mas logo se dispersaram, a não ser por dois pares de olhos no balcão. Tomando café estava um velho de cadeira de rodas que me olhava com o cenho franzido como se eu fosse uma aberração, e ao seu lado estava o tal Seth, o lobinho falante que foi na mansão dos cullen da última vez. Este me sorriu e me olhava com simpatia. Garoto estranho, mas parece ser legal, admito.

- Um chocolate grande e dois croissant. - eu pedi para o atendente que me olhava com um sorriso débil. Apesar de parecer uma humana normal, minha beleza ainda era deslumbrante como dos vampiro. O que eu posso fazer? Quem pode, pode! Eu sorri para ele, mas meu sorriso logo se desfez ao ouvir um grunido ao meu lado. Primeiro pensei que tivesse sido Seth, mas então percebi que foi o velho decrepito.

- Sanguessuga pela metade ou não, ainda é uma sanguessuga. - o idiota resmungou

- Bill, ela pode te ouvir – seth murmurou constrangido.

- que ouça – o velho disse um pouco mais alto claramente me desafiando e eu me virei para encará-lo. Seth desviou o olhar, mas eu e o velhote continuamos a nos encarar sem dar o braço a torcer. Rá! Se ele pensa que eu tenho medo de dentadura podre, está muito enganado! Volta pra sua tumba, matusalem!!!

- Aqui está – o atendente voltou com os meus pedidos e eu dei um sorrisinho de escarnio para o velho, antes de me virar para o atendente e lhe mandar uma piscadinha que o fez se derreter.

- Obrigada, querido – eu disse e o rapaz sorriu ainda mais. Ouvi um grunido ainda maior vindo do outro lado do balcão e me virei para piscar para o cachorro velho, sorrindo vitoriosa ao perceber que ele ficava cada vez mais furioso.

Não demorou muito e Seth saiu arrastando aquela mala, me deixando satisfeita e vitoriosa degustando minha comida. E então, quando terminei, paguei a conta e saí. Não fiquei surpresa ao ver Seth e o velho a minha espera.

- Perdeu alguma coisa aqui, velhote? - eu o provoquei já sem paciência pra ouvir os rosnados dele em minha direção

- Sanguessuga insolente.

- Vem Bill, ela não está fazendo nada demais. - Seth disse no mesmo tom conciliador de Carlise, mas não fazia tanto efeito quanto o vampiro.

- Escute ele, Bill – desdenhei, mas logo fiquei seria ao ver o pedido mudo de Seth. Eu admito, vou com a cara do moleque – Não quero problemas. Só vim comer...e não foi sangue... - sussurrei a última parte

- Você significa problemas, parasita. Metade, ou completa, você não é coisa boa.

- Nisso você está absolutamente certo. - eu sorri e virei-me dando um ultimo aceno para Seth, antes de sumir pela mata mais próxima e logo eu adentrava as florestas de Foks.

Eu dava passos rápidos, mas não tinha a minima pressa para voltar para a casa dos Cullen. A carranca do velhote paralitico não me saia da cabeça, era estranhamente familiar, além dele ter realmente me irritado com as suas insinuações obvias. Ele tinha cheiro de lobo, era lógico que antes de ser um velho decrepito de 100 anos, ele já foi um metamorfo. Seria ele o pai do Seth? Bom...eles não parecem...

De repente eu parei por um segundo pensando em que caminho seguir, e sorri dando meia volta e seguindo em direção a fronteira de La Push.

Quando cheguei próxima, eu já podia sentir o cheiro estranho que deixava todos os meus sentidos em alerta e meu coração dar saltos em um misto de medo e ansiedade. É patético eu me sentir daquele jeito apenas por saber que eu estava próxima daquele lobo estupido, mas o que eu posso fazer, acho que gosto de problemas mesmo...

Assim que eu cheguei,não vi nada além de arvores e terra, mas sabia que ele estava lá. Sabia que a morte certa provavelmente esperava por mim no segundo em que eu atravessasse a linha imaginaria que estabelecia a fronteira e o inicio da terra protegida pelos lobos. Mas ainda sim, eu me aproximei lentamente.

Um grunido forte me fez prender um sorriso em meios lábios. Ao olhar novamente para frente, lá estava um enorme lobo castanho-avermelhado me fitando com aqueles orbes ônix atentamente a cada passo meu. Ele estava a apenas alguns passos, os pelos eriçados e a posição era supostamente de ataque o que não me afetou em nada.

- Ah olá. - eu disse, fingindo despreocupação e como prova disso, relaxei meu corpo e dei dois passos para trás me afastando da linha imaginária. - Não se preocupe, eu só estava passando, sabe como é...distraída, acabei chegando aqui – menti descaradamente enquanto enrolava as pontas do meu cabelo.

O lobo pareceu relaxar, mas ainda me olhava desconfiado e rosnou algumas vezes sem sucesso já que eu não me mostrei em nenhum momento com vontade de ir embora. Era legal colocá-lo em alerta uma vez, já que ele faz isso comigo sempre que eu apenas sinto seu cheiro.

---

Eu estava tranquilo na minha ronda de sempre.

Tudo bem, tranquilidade era o que eu menos sentia. Era meu último estado de espirito desde...desde quando? Ah sim, desde quando a Bela decidiu ficar noiva de um sanguessuga maldito e eu, imbecil, não consigo parar de pensar nela.

Tudo não podia ser mais patético. Eu não podia vê-la que já sentia vontade de raptá-la para bem longe do parasita, mas eu sabia que ela voltaria para ele na mesma hora e me deixaria novamente. Por que Isabela Swan não era minha, por mais que ela sempre quisesse reafirmar que eu era dela.

Ainda lembro do esforço que fiz para deixá-la na casa dos cullen no dia em que fomos esclarecer a situação dos novos sanguessugas. Vê se pode! Agora além da família Adamm's, eles ainda trazem amigos, daqui a pouco a cidade vai estar infestada com esses parasitas! E a coisinha anormal, a mais bizarra de toda a especie dela, ainda é uma insolente mimada que se acha melhor que todos.

Sempre que a via, não conseguia deixá-la de comparar a uma boneca de porcelana, pequena e perfeita, mas os olhos verdes eram mais travessos e selvagens que eu já havia visto. Desde que aquele projeto de vampiro me desafiou na primeira vez que a vi, eu sabia que ela era um problema maior do que parecia.

E não estava enganado.

Eu já havia feito minha ronda, mas sempre terminava no mesmo lugar, na fronteira entre as nossas terras e as do Cullen. Era o lugar mais próximo que eu podia ficar de Bella. Eu disse que era patético...

Mas naquele dia era diferente. Não demorou muito e eu senti aquele cheiro característico que eu provavelmente nunca vou esquecer. Era doce, mas não enjoativo como os do Cullen, correndo o risco de parecer mais patético do que já estou parecendo, digo que parece cheiro de baunilha.

Eu gosto de baunilha. Não que isso venha ao caso. Foi apenas um comentário sem importância.

Então segundos mais tarde lá estava ela, bem próxima de desrespeitar o tratado e ainda sim mantinha a expressão tranquila e eu diria quase distraída, mas a vi hesitar e tive certeza que ela sabia muito bem o que estava fazendo. Sabia também que se ela desse mais um passo, eu poderia matá-la, sem culpa. Mas ao invés disso, eu gruni mostrando minha posição e a encarei em posição de ataque. Ela me olhou prendendo um sorriso e eu rosnei irritado sem saber qual era a piada.

- Ah olá. - ela disse com falsa inocência - Não se preocupe, eu só estava passando, sabe como é...distraída, acabei chegando aqui – concluiu enquanto enrolava as pontas dos cabelos negros, parecendo ainda mais com uma criança.

Eu ainda tentei espantá-la, em vão. Ela parecia estar disposta a me irritar e eu, sem perceber começava a relaxar, não sei por que, mas essa garota não me parecia um perigo. Sentei sobre as patas traseiras e a encarei curioso para saber o que a monstrinha fazia lá. Como se me entendesse, ela também me encarou com um sorriso travesso.

- Eu queria te ver. Estava cansada dos Cullen. - ela deu de ombros e eu riria se estivesse em forma humana. Ela sem duvidas era maluca! - Falei com seu amigo Seth hoje – eu me espantei com isso – e também com um velhote imbecil numa cadeira de rodas.

Dessa vez não me contive e rosnei tão inesperadamente que ela se assustou e se encolheu um pouco. Admito, não queria assustá-la, mas ao lembrar novamente o que ela falou do meu pai, me irritei mais.

- Hei, hei, calma aí...é parente seu? - bufei e ela fez o mesmo, me olhando emburrada.

- Droga, eu não entendo nada do que você fala. Eu nem sei mesmo se você é o grandalhão emburrado que eu achei aqui no primeiro dia – ela resmungou – por que não se transforma? - ela sorriu e eu virei o rosto como se a ignorasse.

Ela se irritou ainda mais. Tipico de crianças mimadas.

- Idiota! Grosseiro! É um ogro mesmo! Não sei onde eu estava com a cabeça em vir aqui falar com um estupido como vo... - eu ainda a ignorava até ouvi-la se interromper e soltar um gritinho.

Virei-me rapidamente e me choquei ao ver aquela doida varrida de cara na terra úmida e cheia de folhas. Ela nem se mexia e eu fiquei um tempo a olhando sem entender com aquela grandessíssima idiota havia caído daquele jeito tão desastrado. Ela não se mexeu e então eu com a minha absurda curiosidade não me contive e fui me aproximando devagar até chegar bem próxima a linha imaginaria que separava nossas áreas. O rosto dela continuava enterrado na terra bem próximo da linha. Abaixei até praticamente deitar completamente no chão e meu focinho ficar a centímetros da cabeça dela. Funguei com força e vi algumas mechas negras saírem do lugar e foi só então que a garota começou a se mexer.

Devagar ela foi levantando a cabeça e me olhou, os olhos de esmeralda nunca tiveram tão perto e nunca brilharam tanto devido ao rosto de porcelana dessa vez estar quase tão negro quanto os cabelos só que de sujeira. Eu iria me afastar e me matar de rir quando ela simplesmente...do nada!!... espirra em mim e uma grande quantidade de sujeira entra certeiro pelo meu focinho sensível. Me afastei e comecei a espirrar também, a olhando novamente incrédulo quando a ouvi rir e me dei conta da cena idiota e hilaria que deveria ser um lobo espirrando e andando de um lado para outro. Primeiro lugar no youtube, sem duvidas!

A risada dela se transformou em uma gargalhada escandalosa o que apenas aumentou ainda mais minha irritação. Com o focinho próximo da cabeça dela, eu bufei o mais forte que pude jogando um forte jato de ar em seus cabelos que ficaram em sua cara e se arrepiaram todos. Ela me olhou assustada e eu senti uma risada ficar presa em minha garganta.

Ela limpou o próprio rosto com a roupa para em seguida olhar a roupa suja com nojo.

- Eca! Essa roupa com certeza eu não vou mais usar! Esse cheiro de terra e ar puro nunca mais vai sair. - ela disse como se fosse a coisa mais horrível do mundo e eu revirei os olhos. - Ah, Você não vai mesmo se transformar para eu parar de conversar com um animal. Estou me sentindo uma idiota, falando sozinha! - ela disse emburrada, e eu apenas me virei novamente voltando a ignorá-la.

Dei a volta no lugar e me sentei novamente, encarando entediado a figura curiosa daquela garota que parecia uma menina emburrada me olhando contrariada. Ela também ficou ali por alguns instantes apenas me observando, ela me analisada de cima a baixo e eu tive que me controlar para não me remexer desconfortável. Os olhos dela me confundiam, de alguma forma eu me sentia contente e incomodado ao estar sob a mira deles.

Leah entrou em fase e vinha em minha direção. A garota deve ter notado pois minutos antes de Leah chegar, ela se levantou e me deu um ultimo olhar, travesso.

- Bom, acho que a conversa acabou. Até mais Jacob.

Me surpreendi por ela saber meu nome e o modo como ela sorriu me deixou desconfiado. Mas logo Leah chegou e eu fiz um grande esforço para deixar de pensar nela.

- O que a pirralha queria? - a loba perguntou do modo grosseiro de sempre e eu apenas fui em direção a uma arvore e voltei a ser humano, antes de olhá-la.

- Nada. - eu dei de ombros – só estava perdida. - menti e só depois me perguntei o por que. Também me perguntei por que tentar ocultar minhas memorias da loba, sabendo que isso era impossível e ainda sim o fiz.

A loba cinza ainda me olhava com desconfiança, mas eu fingi não ligar e fui em direção a minha casa lhe mandando um breve aceno.

Enquanto caminhava percebi que por alguns instantes eu deixei de pensar em Bela e os sanguessugas e ri lembrando da cara infantil e emburrada da meia-vampira. Ela era encantadora...e perigosa.

E sem duvida significava problemas bem grandes.

Bufei. Mais problemas era a ultima coisa que eu queria naquele momento. Ainda sim, fui rindo o caminho todo até a minha casa, só lembrando da queda que ela levou. Uma meia-vampira maluca e desastrada era realmente uma coisa difícil de ser ver.

.........

Quando cheguei na casa dos Cullen, Alice já me esperava do lado de fora e só faltou me esmagar em um abraço sufocante.

- My god, onde você esteve. Simplesmente não conseguir ver você em minhas visões. Onde esteve? - ela perguntou aflita e eu dei os ombros. Se tinha uma coisa que eu detestava era ficar dando explicações, ainda sim, tentei não ser grossa com a pulguinha bailarina, ela era adorável.

- Estava andando por aí, Alice. Não precisa se preocupar – forcei o sorriso mais inocente que consegui e entrei em casa, onde encontrei todos os cullen + Dammon me olhando sérios. Revirei os olhos ainda mais. - Eu estou bem, viva e inteira. Qual é a de vocês, heim?

- Todos estávamos preocupados. - Dammon se manifestou pela primeira vez – você não conhece esse lugar, e se está se escondendo quer dizer que não pode ficar andando por aí sozinha a hora que te der na telha.

Eu o fuzilei com o olhar. Detestava ser tratada como criança.

- Eu sei me cuidar. - disse irritada e fui em direção as escadas, passando por todos sem olhar para ninguém. Ao chegar no meu quarto só não bati a porta com força por que a quebraria e então minha privacidade seria menor ainda. Fui em direção a janela e me sentei no sofá abraçando um dos milhares de travesseiros enquanto olhava a floresta lá embaixo. - Eu não preciso de babá. - resmunguei e então lembrei do encontro com o lobo vermelho. Foi impossível não sorrir. Aiiiiiii que raiva!!

Eu sei, eu sou bipolar. Mas é que esse lobo estupido que me faz sentir assim. Droga, ele é um pulguento amante de humanas sem graças e ainda por cima sempre me ignora. Quer coisa mais humilhante?

E mesmo assim eu não consigo parar de pensar nele, e quando eu to perto dele, parece que eu sinto cada orgão do meu corpo funcionando, principalmente meu coração que bate tão forte que dá a impressão que vai subir pela minha garganta. My.God. Isso é ABSURDO!

E pensando nisso eu acho que eu dormi por que...

ESSE DAQUI REALMENTE NÃO É O MEU QUARTO!

Está mais para uma...floresta? Mas não é a floresta de Forks ou qualquer uma americana que eu tenha visto. Nem brasileira. Onde eu estou?

Não sei, mas estou suando...e estou com medo, muito medo. Ouço um barulho e me abaixo com medo. Um vulto. A lua brilha no céu escuro. Então um grande vulto aparece. Eu fecho os olhos, não consigo evitar, estou com medo. Sinto uma grande presença se aproximando e está bem quente, mas então de repente a presença parece diminuir ainda mais e se afastar. Só então eu tenho a coragem de abrir os olhos e choque!

Tem uma mulher linda me olhando. Ela é tão...linda. E sorri para mim. Eu sorriu de volta. Eu sei quem ela é.

- mamãe.

Ela acena positivamente, e me estende a mão. Eu estendo a minha, mas então tudo acontece. Eu ouço um grito ensurdecedor e tapo meus ouvidos na hora. Minha mãe também tapa os ouvidos e uma sombra começa a encobri-la. Eu tento alcançá-la, mas não consigo mais. O grito vai diminuindo e só então eu percebo que é na verdade um uivo. Essa parte é nova.

Ao olhar para frente novamente, um lobo me olha. Jacob? Eu tento chamá-lo, mas nada sai da minha boca. O lobo também vai sumindo e eu sinto as lágrimas me cegarem.

Eu quero a minha mãe.

Eu quero a minha mãe.

- mãe...mãe...MÃE! - eu acordei em sobressalto e respirava com dificuldade. Estava suando e eu apertei minha mão contra o meu coração que batia tão forte que chega doía.

Percebi que estava na cama e me perguntei como fui parar lá. Olhei pelo quarto e quase solto um grito ao ver uma sombra enorme perto da janela, onde eu adormeci. Mas então, o vulto me olha e eu imediatamente o reconheço.

- E-emmett... - minha voz saiu mais tremula do que eu queria. - o-o q-que faz aqui?

- Você estava falando...

Eu senti meu rosto queimar. Não acredito! A casa inteira deve ter me escutado chamar a minha mãe. Pior!! E se me escutaram chamando por Jacob? MY.GOD. Eu quero me matar!!

Por incrível que pareça, ele não pareceu debochar e se aproximou de mim calmamente.

- Está bem agora?

- Sim, sim. Eu estou bem. Foi só um sonho estupido. - me adiantei em ressaltar e ele concordou com a cabeça. - Pode ir...agora... - eu disse, já envergonhada o suficiente e mais uma vez ele concordou sem dizer nada e foi em direção a porta, mas antes de sair ficou me encarando com a porta aberta – o que foi?

- Sabe, ela era incrível e sei que era especial. - eu sabia de quem ele falava, mas fiquei calada apenas esperando ele terminar – Ela era como você. Não apenas fisicamente. E...isso é um elogio – ele ressaltou, sorriu e foi embora, fechando a porta delicadamente atrás de si.

E eu fiquei lá, sozinha, pensando nas primeiras palavras legais que Emmett Cullen havia dito pra mim. E a primeira vez que eu realmente gostei de ouvi-lo.


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Notas finais do capítulo

Foi meio fraco, mas espero que tenham gostado.
Obrigada pelas reviews, e agora mais do que nunca eu preciso da opnião de vocês, sugestões, tudo! Please, não me abandonem!

Beijos



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