Uma Filha para Emmett Cullen escrita por pink_babaloo


Capítulo 3
Vinculos. Os Cullen, os Lobos e a humana


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeee demorei pra caramba né, eu sei.
Mas é que para ser sincera, eu fiquei sem inspiração para continuar, mas finalmente consegui fazer um novo capitulo.
Peço desculpas pela demora, e prometo me esforçar para não demorar mais tanto.
Obg pelos reviews e espero que não tenham abandonado a fic!
Boa leitura!



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- O espelho, é uma especie de escudo, mas ele não apenas bloqueia qualquer tipo de ataque mental, como também o reflete. - Dammon resumiu para a família enquanto continuava com Lola desmaiada em seus braços. Edward e Jasper já haviam se recuperado e também escutavam com atenção a explicação do vampiro.

- Mas não a atacamos. - Edward rebateu e Jasper concordou

- Eu sei, mas ela ainda não tem controle sobre o seu dom, então qualquer tentativa de vocês entrarem na mente dela, ou manipularem suas emoções, será imediatamente refletido em vocês de uma forma não muito agradável.

- Era como se eu sentisse todas as emoções me sufocando – Jasper refletiu em voz alta e Edward concordou com a cabeça.

- Quando entrei pareceu que os pensamentos de todos se embaralhavam em minha mente e gritavam de uma só vez, minha cabeça parecia que ia explodir – Alice e Emmett fizeram uma careta e Esme apertou as mãos aflitas e olhou para Charllote.

- E quanto a ela? - a matriarca perguntou, olhando docemente para a garota desacordada no colo de Dammon. - Charllotte parecia sofrer também.

- Geralmente ela não sente nada, mas como estava com raiva e com os sentimentos aflorados, o dom dela também sugou as suas energias. Mas ela logo ficará bem, só precisa aprender a controlar seu dom. Nós só fomos descobri-los a algumas décadas, mas ele foi usado muito poucas vezes. - Dammon riu – Ela não tem muita paciência para treinamentos, por mais que eu tente ensiná-la, ela é uma...

- Cabeça de vento? - Alice se adiantou e depois olhou para Emmett – é, nós sabemos como é isso.

- Hei!!

- Quando vocês chegaram, eu tentei penetrar na mente de vocês, mas tudo o que conseguia era ouvir sons confusos, mas nada me aconteceu.

- Ela estava concentrada, sabia que tentaria, eu já havia lhe avisado que tinha um tio telepata – Dammon ironizou e Alice também sorriu entusiasmada provavelmente lembrando que ela também era tia. - Ela não tem controle, mas com o tempo descobriu que se ficasse bem concentrada não faria muitos estragos. O problema é que controle não é bem uma de suas maiores qualidade.

Alice abriu a boca para replicar, mas Emmett foi mais rápido.

- Já sabemos Alice, ela é uma cabeça de vento como eu! - ele disse, imitando a voz da fadinha fazendo todos na sala rirem e Charllote se remexer no colo de Dammon.

Ainda sonolenta, ela esfregou os olhos e piscou algumas vezes, franzindo o nariz diante dos rostos estranhos que entravam em seu foco de visão. Apenas alguns segundos depois e todas as suas lembranças recentes pareceram emergir e ela lembrou-se aonde estava e principalmente por que estava ali. Lembrou-se também da discussão que estava tendo e da resposta ofensiva que tinha preparado para Emmett, entretanto sua cabeça ainda doía.

- A ressaca vai ser grande – Dammon disse risonho o que a fez revirar os olhos, claramente achando uma péssima hora para as piadinhas do tutor.

- Oh, eu te levo até o seu quarto! - Alice se manifestou, como sempre empolgada e todos a olharam confusos.

- Que quarto? - charllote fez a pergunta que estava na mente de todos.

- O que eu preparei pra você, lógico. - a fadinha respondeu sem perder a animação, mas Challote não parecia muito a vontade ou com intenções de aceitar a hospedagem.

- Eu acho que não, sininho. - ela disse com desdem, deixando Alice um pouco confusa e Dammon pigarreou.

- Deixe de ser uma cabeça-oca e vá para seu quarto. - Lola o fuzilou com o olhar e ele suspirou – Vamos Lola, sabe que não tem mais jeito. Aceite. Esse é o seu novo lar.

- O nosso então. - ela disse desafiadora e sorriu – Se eu ficar presa aqui, você também ficará ou então nada feito.

- Isso é uma casa, não uma prisão. - Emmett retrucou enfadado

- E eu sou uma vampira e não uma garotinha que precisa ser protegida e vigiada.

- É uma pirralha mal educada isso sim – o grandalhão resmungou e na mesma hora a garota se virou para ele e abriu a boca lembrando-se de todos os impropérios que haviam guardado para ele, entretanto foi interceptada Dammon que a calou tapando sua boca com a mão.

Carlise interveio novamente antes Jasper voltasse a ser torturado com as emoções fortes do ambiente.

- Vamos, vamos. Os dois são bem vindos em nossa casa, podem ficar o tempo que quiserem.

- Ah, vocês nem me deixaram terminar de falar – Alice falou com um bico – É lógico que eu também já preparei um quarto para Dammon, ao lado do seu – disse apontando para Lola – agora vamos logo que eu estou louca para saber se as roupas que eu comprei ficaram boas. - disse a fadinha quase quicando no chão de tanta expectativa.

Lola hesitou, mas acabou cedendo e acompanhando a cullen baixinha, mas não sem antes trocar um olhar nada amistoso com Emmett.

- Vão ser dias beem longos.. - Emmett comentou contrariado e Dammon deu alguns tapinhas na sua costa

- Acostume-se. Ela consegue ser bem terrível e maniaca quando quer. - ele disse com deboche e o grandalhão fuzilou as mãos deles que permaneciam em seu ombro

- Quer tirar as mãos. O ultimo que encostou em mim ainda não saiu da lata de sardinha que eu enfiei ele. - gruniu e Dammon pos as mãos para cima como se rendesse.

- Qual é grandão. Eu sou o protetor da sua filha. É como se fossemos cunhados ou eu fosse seu sogro. - os outros não aguentaram o riso, mas Emmett já sentia a fúria lhe subir para a cabeça. Dammon por outro lado, parecia não perceber e apenas deu os ombros – de qualquer forma, é como se fossemos parentes agora. - finalizou sorrindo.

- Para o inferno você e esse seu parentesco! - Disse Emmett estressado já saindo da sala com Rose em seu encalço.

Edward se aproximou e deu um tapinha amistoso no peito de Dammon.

- Se continuar enchendo o saco do Emmett assim, vai arrumar um aliado! - brincou e ouviram um estrondo vindo da cozinha.

- EDINHO SEU TRAIDOR!!! - Emmett gritou e Edward sorriu vingativo.

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Eu seguia a fadinha serelepe sem muita vontade, ainda inconformada com a minha nova condição. Já não bastava Dammon me super-protegendo, agora ainda teria toda essa “família” me dizendo o que fazer. Fala sério! Eu queria sair por aí, viajar por todo o mundo sem me preocupar com vampirões que querem o meu poder, ou humanos enxeridos que não podem descobrir que eles são o café da manhã...

Não que eu seja uma vampira sanguinária que adoooora sangue humano como Dammon fez questão de falar para a família fresca de vegetarianos, mas os humanos não precisam saber, certo? Nada melhor do que o medo, para se sentir segura, certo?

Dammon um dia me disse que o amor é bem mais seguro. Eu ri na cara dele, obvio. Ele definitivamente tinha que parar de ver aquelas novelas antigas, sério! Isso vai acabar afetando os neurônios dele, mas do que já são afetados, tadinho.

A casa dos Cullen era enorme, eu tinha que admitir. Não parece tão grande por fora, mas já estávamos no terceiro andar e tinha um enorme corredor com mais quatro portas, e uma janela no fim que dava, acho que para a parte de trás da casa. Passamos a primeira porta, a segunda, a terceira ela me informou despreocupadamente que era o quarto de Dammon e finalmente parou em frente a ultima porta, perto da janela, com um enorme sorriso no rosto, os olhinhos dourados brilhando de pura excitação. Sério, essa mulher é louca!

- Então, esse é o seu novo quarto super decorado e incrementado by Alice Cullen, eu espero que goste. - ela deu uma risadinha histérica e bateu palminhas – Ah é claro que você vai gostar.

Eu não disse nada, mas duvidei um pouco.

Infelizmente descobri outra pessoa que estava sempre certa: a pulguinha bailarina cullen.

Assim que ela abriu a porta e eu coloquei os olhos lá dentro, meu queixo caiu e eu pisquei algumas vezes tentando ter certeza de que não era uma ilusão. Ao ouvir a risadinha dela, me recompus de imediato me chutando mentalmente pela ceninha de menor abandonada que nunca teve um quarto descente.

Pensando melhor, talvez seja por isso que eu esteja tão emocionada. Cara, uma lágrima veio aos meus olhos na hora, eu sou mesmo uma ridícula.

O quarto era grande, mas o que realmente me impressionou foram a quantidade de moveis e a qualidade deles, tão bem pintados e com certeza bastante confortáveis. As paredes eram de um lilás claro, menos uma do lado direito que era roxa. Nessa parede estava uma cama enorme com lençóis brancos bordados e cheio de almofadas brancas e lilases, ao lado uma penteadeira lilás com um grande espelho e cheio de coisas que pareciam maquiagem e escovas de cabelo e uma cadeira da mesma cor. Na parede em frente uma enorme janela dava para a lateral da casa a onde várias arvores podiam ser vistas e uma especie de poltrona branca embaixo também cheia de almofadas coloridas e fofinhas. Sem querer, ao olhar para a floresta lá fora me lembrei daquele Deus-lobo que tinha encontrado instantes atrás e senti meu estomago se revirar, mas logo balancei a cabeça me lembrando de que a pulguinha estava ao meu lado observando cada movimento meu.

Em falar nela, pela primeira vez eu a vi tão quieta, parecia estar ansiosa por uma reação minha, como se ela já não tivesse visto o que ia acontecer. Hunf! Sem graça!

Continuando a olhar o quarto, na próxima parede haviam duas portas. Uma era a do banheiro, bonito e arejado também com um enorme espelho e uma banheira que admito, me fez sonhar com um banho quente. E o outro, pasmem, era um novo quarto cheio de roupas!

Eu senti meu queixo ir até o meu pé de novo e olhei chocada para a pulguinha que riu, provavelmente da minha cara de retardada.

- Eu não tive muito tempo para comprar muitas roupas pra você, mas acho que comprei o básico.

Básico? Básico? Fala sério, ali tinha mais roupa do que eu já usei na minha vida inteira. Cada cruzeta, eu olhava deslumbrada para os vestidos, camisetas, calças, jeans, casacos, sapatos, tudo de várias cores e estilos.

- Se você não gostar, podemos ir ao shopping comprar novas.

- Que? - eu ri, abismada – tá falando sério?

- Claro. - ela disse com sinceridade e eu tive certeza que esses cullen não eram apenas ricos. Eles eram milhardários! Deviam ser de alguma máfia, ou traficantes de algo ilegal. Não sei e sinceramente não me importa! Por um momento, eu realmente gostei da minha nova vida.

Fútil e superficial, eu sei, mas e daí?

- Vamos? - ela voltou a pular novamente, empolgada com a idéia de mais compras e eu admito, também gostei muito. Confesso, sou uma consumista compulsiva reprimida, pronto, falei. Me processem!

Meus olhos devem ter brilhado por que ela sorriu, mas dessa vez parecendo feliz por me animar. Não era um sorriso eufórico ou animado, era apenas feliz. Eu não disse nada, meu orgulho não me permitiu, mas eu sabia que ela sabia.

- Quanto estiver pronta é só descer. - ela disse e recuou alguns passos, sem bater em nada, com uma leveza incomum até mesmo para vampiros, e saiu pela porta ainda sorrindo.

- Alice – eu praticamente me obriguei a chamá-la, mas quando ela voltou a me olhar eu não sabia mais o que dizer. Pigarreei e fechei os olhos com força, tentando engolir meu próprio orgulho – obrigada por tudo – eu disse rápido demais, mas ela entendei e assentiu com a cabeça antes de finalmente sair e fechar a porta.

Eu continuei parada por alguns instantes, pensando no que estava acontecendo, antes de olhar para o lado e me jogar naquela cama fofinha e enorme como eu queria fazer desde que eu a vi. Como esperado, ela era realmente muito macia, e eu abracei um dos milhares de travesseiros, virando-me para o lado e finalmente prestando atenção na ultima parede, perto da porta, onde haviam uma escrivaninha com alguns livros e em cima, um quadro estranho de uma pintura abstrata e como tal, pareciam um bando de cores misturadas, predominando o vermelho, o azul e o verde, apesar de em um dos cantos um borrão branco parecendo um redemoinho se destacava.

Suspirei e virei para o outro lado, dando de cara com a janela e o céu nublado lá fora, como já era de se esperar da chuvosa Forks. Também pude ver o verde das árvores que rodeavam toda a cada dos Cullen e mais uma vez a imagem daquele índio insistiu em invadir minha mente. Bufei, enfurecida, afinal, tá certo que o episodio me surpreendeu e a beleza inumana dele tamanha que não podia passar despercebida, mas isso se devia a ele ser um lobo e não bem um humano totalmente. Aqueles músculos enormes, o corpo super definido e entalhados, imagino como seria se ele me abraçasse, ou melhor, como seria se ele me beijasse com aqueles lábios grossos e...

QUE MERDA É ESSA QUE EU TO PENSANDO? ME FIZERAM FUMAR ORÉGANO QUANDO EU TAVA DESACORDADA POR ACASO? OHMYGOD! EU SABIA, A CONVIVÊNCIA COM O DAMMON IAM ACABAR FAZENDO MEU CÉREBRO ENTRAR EM COMBUSTÃO!

Droga!!! Ter pensamentos sensuais com um cara que eu conheci a algumas horas, ou melhor, nem conheço direito é inaceitável e absurdo até para mim!

Ai, eu sabia que vir para cá era um erro. Mas alguém me escuta? Alguém me escuta? HÃ? HEIM?

É claro que não!

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Na sala, Carlise ainda explicava as regras a Dammon que as apelidou mentalmente sendo “Como ser um bom Cullen”.

Regra n°1 – Não, em hipótese alguma, caçar ou ferir algum humano.

Regra n°2 – Não exibir nenhuma vantagem vampírica que possa chamar a atenção de algum humano.

Regra n°3 – Não revelar sua condição para nenhum humano. Ps: A não ser que essa seja o amor de sua vida e, apesar de estar louco para tomar o sangue dela, continua tentando um romance com a comida.

Nessa hora, Edward deu um pequeno sorriso na cozinha, onde agora o resto da família se encontrava com exceção de Alice que havia ido se arrumar. Emmett que apesar de ouvir os planos de Esme para uma festinha de boas vindas, ainda prestava atenção atentamente a conversa na sala, olhou para o irmão interrogativo.

- O que o engomadinho tá pensando?

- Que nossas regras são estranhas. - respondeu Edward vagamente e viu o loiro bater o punho contra a palma da mão aberta.

- Eu sabia! Ele não vai aceitar e vai acabar nos prejudicando! Vamos expulsá-lo hoje mesmo daqui!

- Deixe de ser cabeça de vento, Emmett! Dammon parece ser um homem muito sensato!

- Até você, Esme, se deixou corromper por esse tipinho! - falou Emmett chocado e a matriarca deu um risinho balançando a cabeça em negação. - Fala sério, será que eu sou o único que percebe que ele significa problema.

- Você tem o mesmo significado, Emmett e ainda não te expulsamos. - Edward falou irônico e recebeu um olhar feroz do loiro.

- Emmett, no que está pensando? Por acaso quer que a sua filha vá embora? - interrogou Rose com uma cara nada boa e o vampiro não soube exatamente o que responder.

- É claro que...não... - ele disse meio incerto e nessa hora todos ouviram passos na escada e logo Alice e Lola estavam de volta, só que agora com outras roupas.

Lola foi logo para o lado de Dammon avisando empolgada que iria sair com Alice e Emmett franziu o cenho vendo o homem dar recomendações para a moça que o olhava entediada.

- Está inseguro. - Jasper sentenciou de repente e Emmett continuou olhando emburrado para a cena que se passava no outro comodo.

- Por que não vai falar com ela, querido? - Esme aconselhou e nessa hora os olhares de pai e filha se cruzaram e como se ambos tivessem tomado um choque, se repeliram fazendo olharem imediatamente para o lado oposto.

- Hunf. Essa pirralha foi trocada na maternidade, isso sim. - ele resmungou e recebeu um tapa na nuca de Rosalie que agora o olhava realmente irritada.

- Não fale isso, Emmett Cullen!

Emmett a olhou abismado e os outros riram. Alice e Lola entraram na cozinha, a ultima um pouco emburrada e hesitante.

- Vamos ao shopping. - anunciou para todos como se estivesse narrando um desfile de moda, com direito a mais pulinhos e uma voltinha.

- Voltem antes do jantar. - Esme também disse animada, olhando diretamente para Lola – Vou fazer a comida para você, espero que goste.

- hum...obrigada. - Lola disse, sem saber exatamente o que pensar. Ela já ia dar meia volta quando viu Rose a olhando. Pela primeira vez percebeu realmente o quanto ela era uma mulher bonita, mas seus olhos demonstravam uma tristeza profunda que ela tentava a todo custo esconder. Misteriosa, era assim que ela via aquela loira esbelta, que na opinião de Lola tinha um péssimo gosto para homens, para ficar com Emmett.

Ela sentiu Edward abafar um risinho e revirou os olhos lembrando-se do intruso de mentes. Deve ter realmente abaixado muito a guarda, e seus pensamentos ficaram totalmente desprotegido, era raro de acontecer,mas infelizmente acontecia.

- Eu não tenho culpa – ele defendeu-se

- Também não é inocente. - ela rebateu irônica.

- Será que podiam compartilhar a conversa com os reles vampiros comuns que não podem ler mentes? - Emmett disse impaciente. - espera, pensei que não pudesse ler a mente dela?

- Eu não controlo muito bem o meu dom – Lola disse entre os dentes, parecendo irritada por ter que admitir isso – as vezes, o espelho fica desativado. Mas é muito raro isso acontecer – adiantou-se em completar.

- Não era nada. Só que Lola está pensando em convidar Rose para ir ao shopping com elas.

Todos olharam para Lola que se encolheu e olhou para Edward confusa, enquanto este fazia uma cara de paisagem. Depois ela olhou para a loira meio sem jeito, mas se surpreendeu ao perceber que a mesma parecia tentar esconder a própria euforia.

- Você quer que eu vá? - apesar do tom arrogante, que já deveria fazer parte dela, Rose parecia ansiosa e Lola entendeu Edward. A loira queria ir, mas era orgulhosa demais para pedir. Bem, ela também era orgulhosa demais para fazer o convite, mas algo naquela loira a fez simpatizar com ela e por isso se rendeu a tramoia do telepata inconveniente.

- Sim. Eu... - ela hesitou sem saber como continuar – Quer dizer, se você quiser. Acho que eu meio que ia me sentir perdida com a pul...quer dizer com a Alice, ela parece tão...empolgada. - disse, esquecendo-se completamente da presença da fadinha.

- Hei! - ela protestou, fingindo choque, mas logo sorriu voltando a se animar – mas é uma boa idéia. Vamos Rosalie, vai ser divertido. Um dia de compras só para mulheres.

- Como se vocês já não fizessem isso toda a semana. - Emmett ironizou.

- Mas agora, temos mais uma na família! - Alice comemorou e Lola engoliu em seco com o comentário, mas se recompôs e voltou a olhar para Rose.

- E ai? - ela se forçou a sorrir.

Rose pareceu pensar por alguns segundos, antes de retribuir o sorriso.

- Para a sorte de vocês, eu já estou pronta e também preciso de umas compras para desestressar. - ela disse, pegando a bolsa que pareceu surgir do nada. Alice comemorou – Mas vamos logo, e não se preocupe, eu te ajudo a escolher umas roupas descentes. Não as coisas exageradas que a Alice gosta.

- O QUEEEE? Pois saiba que ninguém entende mais de moda do que eu!! - a fadinha protestou e Rose riu sarcástica e assim elas continuaram a discutir enquanto saiam no encalço de Charllote.

A mestiça mandou um sorrisinho de despedida para todos, antes de sair e pela primeira vez Emmett lembrou da moça espevitada, mas ao mesmo tempo tímida, Clarisse.

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As compras foram ótimas. Como diz Rose, elas realmente são um santo remédio para o estresse. Quando voltamos para casa já estava anoitecendo, mas admito que essas horas de compras meio que me deixaram mais a vontade com aquelas duas vampiras.

Alice, como qualquer ameba desconfia, é hiperativa e empolgada com coisas humanas, vive saltitando de um lado para o outro sempre feliz da vida, em pouco tempo foi impossível para mim continuar com a minha barreira que a mantinha afastada, posso dizer que ela é realmente uma boa amiga em potencial, levando em consideração o fato de que eu nunca tive amigos.

Rosalie também. Apesar de ser provavelmente a mulher mais bonita do planeta, e parecer fazer questão de que todos saibam disso, ela é atenciosa e parece entender o que eu quero mesmo que eu não fale nada. Deve ser por que somos meio parecidas, quer dizer, no sentido de fúteis e prepotentes e o melhor, nenhuma de nós ligamos para isso. Apesar de ter a certeza de que deveria odiá-la, afinal foi por culpa dela que o brutamontes deixou a minha mãe, eu tenho a sensação de segurança perto dela. Estranho né?! Bom, novidades:

1° eu vejo gente morta. Mortos vivos.

2° eu sou estranha!

Enfim, nem preciso dizer que voltamos com o carro abarrotado de compras das três dondocas consumistas, e com grandes sorrisos satisfeitos nos rostos, mas assim que saímos do carro um cheiro inconfundível atingiu minhas narinas sensíveis e antes que eu pudesse processar a situação já podia ouvir Alice e Rose rosnando ao meu lado.

- Eca. Quem deixou os vira-latas entrarem? - Alice disse com raiva e nojo e Rose concordou.

- Devem ter vindo com a Swan.

Eu continuei calada, e apesar de eu saber que eu deveria estar tão irritada quanto elas, eu não conseguia deixar de me sentir ansiosa para confirmar as minhas suspeitas. Eram quatro cheiros no total, mas apenas um que realmente me fazia ansiar por entrar logo na casa.

E assim que entramos, senti meu coração acelerar satisfeito por estar certa.

Na sala, além de todos os Cullen mais Dammon, também estavam quatro não-vampiros, sendo um deles o Deus- lobo que eu tinha encontrado mais cedo e que não saia dos meus pensamentos. Percebi que todos me olharam e por extinto – ou apenas por teimosia mesmo – empinei meu nariz e os encarei, desafiadora.

Eram três homens e uma mulher. Todos altos e fortes, apenas um deles, que deveria ser o mais novo, era um pouco mais baixo, mas ainda sim era do mesmo tamanho que a mulher que usava poucas roupas mostrando o corpo definido e moreno, todos tinham o mesmo tom de pele avermelhado e cabelos lisos e curtos, apesar da mulher manter os cabelos chegando aos ombros. Todos eram bonitos, não tinham a beleza incomum e exagerada dos vampiros, mas eram muito bonitos mesmo, a sua maneira nativa.

- Então essa é a aberração. - a mulher falou com escarnio e eu quis dar um soco nela e dei um dos meus sorrisos mais ferozes.

- Então você deve ser a cadela do bando. - rebati e senti o estremecimento imediato dela e as risadinhas abafadas dos vampiros.

Mas antes que uma guerra começasse na mansão dos Cullen, Carlise interveio como sempre.

- Ela é Charllote e esse é seu amigo Dammon. Eles vieram em um primeiro momento a procura de ajuda pois também são caçados pelos volturis, mas também por que Charllote é filha de Emmett com uma humana, o que achavamos ser impossível parece ter acontecido.

- E como podemos saber que eles são confiáveis? – falou o que parecia o mais velho e que nos olhava acusadoramente. Eu vi o meu lobo (meu? ¬¬ tá, agora passou o limite da insanidade) olhar para um ponto além de nós e eu nem precisei me virar para saber que Edward estava lá abraçado com a humana como na primeira vez que o encontrei. Será que o lobo e o vampiro são amigos? Amigos? O que que eu to pensando...to começando a ficar preocupada comigo mesma.

- Não viemos atrás de confusão aqui. Sempre vivemos pacificamente e só viemos em busca de ajuda, como Carlise já disse – Dammon falou pela primeira vez e a cadela rosnou.

- Vive pacificamente bebendo sangue humano – ela o acusou, provavelmente percebendo os olhos vermelhos de Dammon. Eeeeee f..!

- Sim, mas estou disposto a … - ele pigarreou e eu ri. Dammon gostava muito de seus hábitos alimentares – virar.vegetarianos....se for para o bem de Charllote.

Eu quase me emocionei. Sério, me comoveu! Dammon era mesmo uma mula, mas era o melhor!

Bom...isso até ele continuar...

- Mas então, você é mesmo uma loba. Incrível! Você é realmente fascinante, senhorita. - DÁ PRA ACREDITAR? ELE ESTÁ CANTANDO A CADELA!! - Por acaso há outras no bando?

Ela rosnou, mas antes de falar algo o mais novo respondeu.

- Não. Leah, é a única. - ele disse cordial. Na verdade, era o único que parecia a vontade ali e não nos acusava ou tinha pretensões de nos exterminar. A cadela olhou para ele como se fosse estripá-lo, mas ele nem deu bola e continuou - Meu nome é Seth, e este são Leah, minha irmã e Sam, o alpha do bando. E este é o …

Mas quando ele finalmente ia dizer o nome do Deus maravilhoso e sério, que ainda não tinha dado um pio, a ordinária da tal Leah o interrompeu.

- Cala a boca, pirralho! - ela vociferou e virou para todos nós – Nada disso é do interesse de vocês. Apenas cuidem para manter os traseiros longes das nossas terras!

- Você sabe as regras Carlise. O tratado se mantem firme. - o alpha se pronunciou e Carlise sorriu assentindo.

Dito isso, os lobos deram meia volta em direção a saída e eu quis gritar de frustração por continuar sem saber quem era o lobo, ou no minimo ouvir a sua voz. Me surpreendeu quando a humana passou por nós quase correndo e saiu após os lobos.

Dentro da casa, os Cullen comemoravam a paz entre vampiros e lobos, mas eu estava mais atenta ao que acontecia lá fora.

A humana desajeitada foi aos tropeços em direção aos lobos e eu me surpreendi quando ela agarrou-se ao braço do meu lobo e finalmente descobri o nome dele.

- Jacob... - a sem graça sussurrou exausta apenas com aquela corridinha. Fala sério, ela está fora de forma mesmo – eu queria...conversar... - ela disse quase suplicante e eu finalmente me dei conta da cena no minimo estranha que acontecia. Afinal, o que a humana e o lobo tinham haver?

- Não temos mais nada o que falar, Bella. - ele disse com o tom de voz forte, mas eu percebi na hora o quanto aquelas palavras lhe doeram.

- Você está me evitando – ela o acusou e eu tive vontade de bater nela por ser a culpada pela tristeza do lobo. Eu não sabia exatamente o por que da tristeza, mas já tinha certeza que ela tinha uma parcela de culpa.

- Você escolheu o sanguessuga. - dessa vez ele disse alterado, puxando o próprio braço e se afastando dela – Você sabia que não poderia ter os dois. Sempre soube e fez a sua escolha. - ele dizia com rancor, tristeza, raiva e as coisas começavam a fazer sentido apesar de eu não ficar muito satisfeita com o que aparentava.

- Não quero ficar longe de você, Jake. - ela disse com a voz embargada, mas o lobo não respondeu. Continuou a fitá-la, sem qualquer reação como se tentasse se decidir, mas por fim virou as costas e se foi, sumindo pelas arvores como o resto dos seus companheiros.

Bella ainda continuou lá, olhando para as arvores e limpou o rosto, provavelmente molhado pelas lágrimas.

- Jake... - ela ainda murmurou com pesar e foi só então que eu percebi que não era a única que olhava a ceninha de amor reprimido.

Edward também via tudo, a poucos metros de mim e sua expressão torturava demonstrava o quanto o sofrimento daquela humana o afetava. Mas a mim, tudo o que eu sentia era raiva daquela humana que era o motivo de sofrimento de dois homens tão bons. Eu não os conhecia direito, mas sabia que Edward e Jacob não mereciam sofrer por ela e foi quando eu comecei a detestar ainda mais Bella Swan.

.......................................................................................................

Eu estava no meu quarto, sentada no acolchoado perto da janela, abraçada a um dos travesseiros olhando o céu, distraída. Apesar de já estar vestida para dormir, não estava com um pingo de sono, o dia havia sido bastante agitado e os pensamentos pareciam fervilhar em minha cabeça.

Olhando a floresta escura e densa, eu podia sentir que a minha vida estava prestes a mudar ainda mais e eu tinha medo do que isso poderia significar.

Quando a porta se abriu, eu já sabia quem era e nem fiz questão de olhar para trás. Ele também não disse nada e continuou encostado na porta me encarando, até que eu me irritei com aquele silencio todo;

- O que é? Veio só pra ficar me espiando.

- Não estou te espionando. - ele disse entre os dentes e depois suspirou. - Rosalie pediu que eu perguntasse se você precisava de alguma coisa.

- Ela realmente se preocupa? - eu ironizei mais para provocar do que por desconfiar das intenções da loira.

- Sim, se preocupa. - ele disse imediatamente, sem qualquer hesitação – muito e você deveria ficar agradecida por isso. - eu revirei os olhos – ela não se dá tão bem assim com as pessoas e é bem seletiva com as suas amizades.

- Pena que não é tão seletiva com quem ela namora.

- Olha aqui, sua cabecinha de vento, vê lá como fala!

- Ou o que? Vai encarar? - eu me levantei jogando a almofada sabe-se lá pra onde e por um momento ficamos observando um ao outro e percebemos que mantínhamos ambos a mesma posição de luta, com os punhos levantados e os pés afastados.

Me surpreendi quando ele riu de repente, relaxando.

- Alice tem mesmo razão em dizer o quanto somos estranhamente parecidos.

- Não me ofenda.

- Ai ai, eu venho aqui todo cheio de paz e confraternização e ainda sou ofendido e tratado as patadas. É isso que dar tentar ser um ser humano melhor.

Lola respirou fundo e soltou o ar pela boca lentamente.

- Tudo bem, eu sou uma pessoa superior, então aceito sua oferta de paz.

- ótimo...O QUE? NEGATIVO! EU VIM ATÉ AQUI, EU SOU SUPERIOR!

- QUE ABSURDO. EU TE PERDOEI, TODO MUNDO SABE QUE QUEM PERDOA É SUPERIOR!

- QUEM AQUI PEDIU PERDÃO? EU VIM FAZER AS PAZES COM VOCÊ QUE AINDA ME TRATOU MAL. EU SOU UM QUASE UM MÁRTIR! ENTÃO EU SOU SUPERIOR!

- VOCÊ É UM DINOSSAURO ISSO SIM!

- JÁ VAI COMEÇAR A OFENDER, SUA PIRRALHA MAL-CRIADA!

- E QUEM É VOCÊ PARA FALAR ALGUMA COISA DA MINHA CRIAÇÃO? SE DEPENDESSE DE VOCÊ, EU NÃO TERIA NENHUMA!

Na sala, os Cullen e Dammon olhavam para a lareira, ouvindo o barraco que acontecia no último andar.

- Talvez não tenha sido uma boa idéia eu mandá-lo até lá – Rose murmurou horrorizada com a discussão.

- Tudo bem, até agora ninguém vai querer matá ninguém. - Alice confirmou, checando suas visões do futuro.

Dammon soltou uma risada e se mostrou o mais relaxado de todos.

- Você não parece se importar com a completa falta de sintonia deles dois. - Jasper observou, cético e o outro vampiro fitou a lareira com calma.

- Pai e filha são muito parecidos e creio que essa semelhança é uma ameaça a sanidade dos dois e de quem estiver por perto – ele disse, com bom humor – mas acho que eles estão começando a se aceitar, do jeito deles.

Os cullen se calaram, mas enquanto continuavam a ouvir a discussão no terceiro andar, pensavam que era bom Dammon estar realmente certo, ou então eles acabariam enlouquecendo com a personalidade feroz e destrutiva daqueles dois. Pai e Filha.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do capitulo.
O começo é meio sem emoção, mas se a inspiração continuar já já as emoções começam ^^
Charllote começa a ser envolvida mais e mais no dia a dia dos cullen, e sua vontade de rever Jacob e saber mais sobre aquele lobo ferido apenas aumenta. Ela não vai discarnsar enquanto não reencontrar o lobo, mas e ele, o que será que sente por ela?
Bom,isso só nos próximos capitulos! Não percam ^^

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Beijos!



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