Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 5
Presentinhos da vovó


Notas iniciais do capítulo

[Capítulo editado em 02.01.13]
Obrigada pelos reviews. Faltei dançar de alegria. Beijos a todos.



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Era dezembro e como era tradição, sempre tem um festinha na Sonserina com muita diversão.

Festejamos até a meia-noite. E fomos obrigados a ir para o dormitório. Mas quem disse que não haveria continuação na sala comunal? Participei da festinha tardia, mas não a usufruí o bastante. Saí da festinha antes que a profa. McGonagall desse uma detenção pra todos, incluindo a mim.

As férias haviam chegado e com ela veio a saudade de deixar a escola. Na estação de Hogsmead, pegamos o expresso de Hogwarts.

Eu e a Giulia estávamos juntas na mesma cabine, quando um garoto entrou e sentou-se a nossa frente.

- Oi – ele disse pra nós duas.

- Oi – eu e a Giulia dissemos juntas.

Ele era da Sonserina também, o Zabine nunca estava acompanhado, sempre sozinho. Talvez não tivesse encontrado uma cabine vazia e veio pra única que lhe restava.

Até o carrinho de comida passar, ele não havia dito nada.

Estava me acostumando a comida de bruxos, não era tão ruim quanto eu imaginava. Era até digestível.

- Você não tem amigos por que não quer? - eu comentei.

– Não exatamente... - Zabine disse, levantando o olhar para mim. Contou-me a história toda. Ele é de família de sangue-puro, mas não odeia trouxas. Ser sonserino e não odiar trouxas, não é uma qualidade respeitada.

A viagem inteira conversamos. Na estação de King Kross, despedi-me da Giulia.

- Vou mandar várias corujas pra você, Aira – abraçou-me.

- Também mandarei.

- Como?

- Vou ao Beco e comprarei uma.

Estava planejando ter uma coruja há muito tempo. Usava uma coruja-igreja pra mandar correspondência para os meus pais. Queria receber correspôndencias deles também.

Já em casa, joguei-me em cima da minha cama e adormeci. Acordei na manhã seguinte, disposta a aproveitar o dia e ir ao Beco. Minha mãe não concordava em comprar uma coruja pra mim, mas quando eu disse a finalidade, ela deixou.

Havia tantas corujas pra escolher. Estava indecisa em qual optar. Acabei escolhendo uma preta e dei-lhe o nome de Noite.

- Mãe, você devia ver como é legal Hogwarts – dizia enquanto voltávamos pra casa. – Tem quatro casas. E eu sou da Sonserina.

Minha mãe ria, mas no fundo não estava tão empolgada quanto eu. Sabia que tinha medo que algo perigoso acontecesse comigo. Magia sempre foi sinônimo de perigo para Madson.

Abracei o meu pai, assim que cheguei. Não tinha o visto no dia anterior. Foi um abraço apertado e esperado por três meses. Estava com tanta saudade dele.

- Papai!

Ele me soltou e observou-me.

- Como você está crescida...

Como pais reparam nestas coisas e nós, os filhos não percebem. Eu havia crescido alguns centímetros, mas nada de mais.

Todo natal, meus avós maternos vem passar uma temporada em casa e me trazem diversos presentes. Alguns que com certeza absoluta não usarei por ser extravagante, mas outros, eu até posso aceitar a possibilidade e alguns nunca usaria em Hogwarts.

Esperava a coruja da Giulia. Demorou pra ela aparecer, mas veio...

Eu estava abrindo caminho pela neve, quando vi um ponto marrom e borrado vindo até mim.

A pobre coruja caiu com tudo na neve, estava tremendo. Peguei-a no colo e a levei pra dentro. Ali, a enrolei em uma colcha e sentei-me próxima à lareira, com ela no meu colo.

Comecei a ler a carta e minha mãe entra na sala com o meu lanche.

- O que é isso embrulhado? – apontou pro bolo de lã que eu segurava.

- É a coruja da Giulia.

Voltei a ler do começo da carta, havia perdido o fio da meada.

Mandou-me um colar com o pingente de estrela. O presente mais bonito. Brilhava no escuro, o que me fascinou.

- Lola.

- O que?

Olhei pra minha mãe. Estava falando comigo mesma.

- O nome da coruja é Lola. Vou mandar minha resposta quando ela estiver bem.

Não queria ver a Lola mais doente do que estava. Então a levei pro meu quarto e a deixei junto da Noite. As duas fizeram amizade rapidamente, Noite ajudava Lola a se aquecer.

Esperei por dois dias até Lola estar bem e mandei minha resposta com o par de brincos que lhe comprei. Ela não se importaria de ter sido comprado em uma loja trouxa.

Os meus avós chegaram e foram logo distribuindo beijos em sua neta preferida. A Laura e a Andréia ficavam com muita inveja minha. Eu não gostava do paparico, nunca gostei, mas não reclamava pra não magoá-los. Queria que esse amor todo fosse dividido com as duas também.

Recebi meus presentes. Dessa vez eles se superaram: nada de coisas inúteis pra usar no mundo trouxa e sim no mundo bruxo.

- Um diário? – nunca usaria aquilo. Não precisava de um diário, tinha coisas demais pra fazer na escola. – Um cachecol com as cores prata e verde.

- A Maddy disse que são suas cores favoritas, então fiquei boa parte do meu tempo o tricotando.

Era lindo. Ainda bem que não pensou em dar um toque a la Olívia. Os enfeites que eu imaginava naquele cachecol eram horríveis: flores, borboletas, pompons... Uma pior do que a outra.

Abri outro embrulho e encontrei um vestido florado e com babado. Não usaria aquilo em hipótese alguma, ainda tinha um colete para colocar por cima, cheio de flores e borboletas.

Guardei tudo em um canto do meu armário, onde só tinha as coisas que vovó me dera e não usava. A única coisa que gostei foi do cachecol e nada mais.

Recebi outra carta de S. e mandei uma resposta. Queria saber quem era o S. e se tinha alguma ligação com minha família. O tempo passava e nada de carta. Meus avós tinham ido embora e em breve voltaria a Hogwarts e começaria a provocar alguns garotos lufanos. Não sei por que essa obceção que os sonserinos tem em acabar com a felicidade deles. Faço brincadeiras, mas nada de magoá-los.

Volto a Hogwarts e continuo a minha investigação para com o Snape. Não achei nada dele naqueles volumes. Giulia confessou-me que perguntou aos seus pais sobre ele, mas que não sabiam de nada. Esperança é a última que morre, mas a minha morreu, quando vários livros caíram sobre mim. Desisti de Snape e resolvi seguir minha vida.

Noite aparecia toda segunda de manhã com os meus doces preferidos e uma carta de minha mãe. Ela, no começo tinha medo da Noite, mas conseguiu superar seu medo.

Eu repartia meus quitutes com meus amigos, Giulia a Zabine. Ele ficou meu amigo e começou a participar mais das conversas com os sonserinos. Estava mudando sua personalidade tímida para uma mais aberta. Também sofri essa mudança. E é maravilhosa a sensação de ter amigos e ser você mesma.

- É gostoso - disse Zabine, com um pedaço de bolo de chocolate na boca. - Nunca comi nada igual.

Também estava gostando das iguarias servidas em Hogwarts, mas o que ele comia ea um dos doces de minha mãe. Mas não tocaria no pudim de rins nem se me pagassem vinte galeões.

Uma vez por mês recebia correspondência de S. e sempre mandava uma resposta, mas nunca recebia outra em troca. Era melhor deixar tudo como estava para não piorar as coisas e eu voltar a minha vida solitária.



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Notas finais do capítulo

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