Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 4
Se acostumando


Notas iniciais do capítulo

[Capítulo editado em 02.01.13]
Obrigada pelos reviews. Nunca pensei em receber tantos.



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Estava adorando ser bruxa. Era uma coisa nova, mas maravilhosa. Poder fazer feitiços e descobrir cada canto do castelo.

A aula de poções não havia começado e todos conversavam altamente. Snape chegou, batendo a porta e falando:

– Não tolero feitiços e conversas em minha aula.

Imediatamente todos pararam e o observaram. E começou a falar coisas estranhas como engarrafar a fama. Seu olhos eram de um negro intenso e seus cabelos pretos e oleosos, fazia lembrar a mim. Às vezes não tolero barulho.

Ele fez três perguntas ao Potter e em todas a Granger ergueu a mão. Grifinória perdeu cinco pontos pela impertinência de Potter. Snape se levantou e eu ergui minha mão no alto.

- Sim senhorita Stwert?

Abaixei minha mão e olhei para aqueles olhos profundamente.

- Por que o senhor usa preto? - mas uma coisa que tinhamos em comum. Isso estava ficando estranho.

Recebi olhares de vários alunos. Malfoy olhou para mim, incrédulo. Eu também estava pasma com minha atitude, mas ele não me assustava.

- Não é da sua informação o que eu uso! - disse ríspido. - Menos cinco pontos para a Sonserina.

Mais olhares de alunos, com raiva por eu ter sido a culpada da retirada de cinco pontos dos quatrocentos que temos.

- E por que não tolera feitiços? Não vamos usar feitiços para preparar poções?

Os alunos de minha casa já estavam fazendo sinais para eu parar, mas não pararia.

- Que curiosidade é essa?

Devo ou não devo dizer? Claro que devo.

- Por que eu quero saber - estava ferrada pelos olhares que me foram lançados.

Ele se virou e pegou um frasco.

- Não tolero impertinência garota. Eu poderia dar esse veneno a você, mas sua curiosidade é algo que não tem na Sonserina. Quem pensa que é para desrepeitar a mim? Mais cinco pontos negativos.

Quinze. Começava a imaginar os sonserinos me lançando feitiços horríveis. Deixei as caras feias deles de lado e fitei Snape. Começava a gostar dele.

- Então por que não explica o que o senhor não tolera, assim não haverá o que não tolerar.

Uma garota passou o dedo pela jugular, demonstrando que estaria morta se continuasse. Era hora de parar com aquilo.

Snape se dirigiu a sua mesa e sentou-se. Pegou um pergaminho e fez algumas anotações.

- Menos cinco pontos para a Sonserina.

Depois que a aula acabou, saía da sala, quando Malfoy entrou em minha frente.

- Fez a Sonserina perder vinte pontos em menos de uma semana na escola.

Deixei ele a ver vassouras e fui correndo atrás da garota que me fez o sinal de morte. Chamei sua atenção e lhe agradeci por me fazer parar antes que eu acabasse com todos os trezentos e vinte e oitos pontos restantes da Sonserina. Fomos juntas a aulas seguintes, onde sentavámos na mesma mesa.

Voltei da biblioteca e encontrei Giulia Cheege (a minha nova amiga), treinando o Wingardium Leviosa, mas não conseguia fazer com que a pena flutuasse.

Ajudei-a e ela ficou super feliz e me abraçou. Pansy entrou no quarto e virou o rosto. O que ela tem contra mim? Ah... Eu retirei vinte pontos da Sonserina. É por isso. Nem ligava para ela.

Não sei como entrei para essa casa. O Chapéu Seletor escolheu certo? Não sou muito malvada, apenas já usei magia sem saber e fiz um garoto cair no chão e se machucar. Nada de mais. Ele estava me irritando e merecia o aquilo. Será que isso é motivo para eu ter entrado na Sonserina?

Voltei minha atenção à Giulia, que rabiscava alguma coisa em seu caderno de transfiguração. Resolvi fazer minhas tarefas também. Queria esvaziar minha mente da minha primeira aula de poções. Mas por que pensava tanto em Snape e em sua feição.

Queria investigar, mas na biblioteca não haveria muita coisa sobre ele... Ou haveria? Entrei no recinto e procurei a Madame Pince, que me indicou a sessão onde havia artigos de professores de Hogwarts. Peguei alguns volumes e sentei-me para ler. Snape não constava naqueles livros. Era uma chatice investigar algo em um lugar imenso. Voltaria no dia seguinte com mais disposição.

•••

Meu primeiro fim de semana e todos ainda continuavam me olhando, menos Giulia. Que amiga ela era. Sentei-me na mesa da Sonserina e atiraram em mim um bolinho. Olhei para Malfoy, uns três metros de distância de mim. Taquei o bolinho de volta, mas ele se desviou e foi parar na Pansy. Ela jogou em mim torrada e em pouco tempo a mesa virou uma guerra de comida.

Puxei Giulia e fomos para perto da mesa dos professores, esses que tentavam acabar com a guerra. Vi Snape sentado, terminado seu café. Ele se levantou e dirigiu-se à mesa. Todos os alunos pararam, quando ele chegou mais perto.

- Quem começou? - Levantei a mão e todos apontaram para mim.

O que eu estava fazendo? Defendendo o verdadeiro culpado? Giulia olhou-me para mim. Vi Snape se aproximar e fazer sinal para que lhe seguisse. Olhei Malfoy e ele sorriu pelo canto da boca.

Entramos na sala de poções e ele puxou uma cadeira para eu sentar. Sentei-me e fitei-o.

- O motivo!

Contei que lancei um bolinho no Malfoy pra ele saber que estava ali, mas que acabou indo parar na pessoa errada e a guerra já estava rolando.

Mentira, mas parece que ele acreditou, por que somente me deu uma detenção de limpar sua sala na segunda às oito. Não teria tempo para investigar sobre ele. Saí da sala e voltei para o salão principal para tomar meu café. Encontrei Giulia sentada ao lado de Malfoy. Juntei-me a eles.

- Está me devendo - disse a ele, enquanto pegava o suco de laranja (abóbora ainda era estranho).

- Está tentando consertar os pontos perdidos?

Não havia pensado nessa possibilidade. Sorri, mas ele nem demonstrou sinal em seu rosto sério. Nenhum Sonserino demonstrava suas emoções. Nem a Giulia, que em quatro paredes é divertida e animada.

A detenção não foi horrível, mas organizar as prateleiras em ordem alfabética e potência era tediante. Preferia estar enfiada nos livros e pesquisando o passado dele. Terminei e saí séria. Esperei alguns minutos e colei meu ouvido na porta. Mas não ouvi nada.

Cheguei morta. Não pude usar o magia. Meus braços doiam, mas mesmo assim, peguei meus livros e comecei a lê-los. Não tinha sono e as garotas queriam que eu apagasse o archote para elas poderem pegar no sono. Não havendo outra saída, deitei-me na cama e fechei meus olhos.

Minhas primeiras semanas não foram nada agradáveis, mas depois que demonstrei que sou boa aluna e recebi vários pontos por isso, os meus colegas de casa começaram a me rodear. Era novidade me sentir inclusa em algo, ter amigos e ver uma coruja piando na janela...

Peguei a carta da coruja enderaçada a mim e entrei em meu quarto. Era de alguém intitulo S. Li atentamente cada linha e me surpreendi.


Aira, não tente se exibir e causar problemas. Deve estar sendo difícil para você se acostumar em estudar em Hogwarts e ser bruxa.

Anos sem te ver e agora você está crescida. Não posso dizer quem sou, mas seu pai não gostaria de saber que você fizera algo que lhe prejudique.

S.


Alguém que conhece meu pai. Então meu pai pode ser bruxo, por que a pessoa que mandou-me essa carta é bruxa, pois usou uma coruja. Estava mais feliz, mas não demonstraria meus reais sentimentos. Sou forte o suficiente para aguentar não chorar e sucumbir a felicidade de ter recebido notícias de meu pai. Ele estava vivo e isso já era o suficiente. E minha mãe?

Andava com Giulia, mas participava do grupinho de Malfoy, que importunava Potter e o Weasley. Adorava ver as faces que eles faziam. Também importunávamos os lufanos, que sõ muitos alegres. Felicidade em excesso era chato aos olhos dos sonserinos. Era boa em sarcasmo e Giulia me elogiava.

A escola temia o grupo do qual eu fazia parte. Todos que não queriam ser nossos alvos, saíam o mais rápido posível. Estava entrosada no mundo bruxo. Somente ali me sentia feliz e tinha amigos de verdade.

- Cicatriz - escutei a voz de Malfoy. Aproximei-me e vi os dois.

- O que é Malfoy?

Não ocorreu mais nada, por que a porta da sala foi aberta e tivemos que entrar. Nada contra, mas o professor Bins era chato mesmo. Ninguém prestava muito a atenção naquela matéria. Conversava animadamente com Giulia. Precisava de ajuda com a investigação e ela aceitou em me dar uma mãozinha.

Nesse mesmo dia fomos a biblioteca, onde pegamos diversos livros e começamos a pesquisar. Aproveitei e fiz minhas tarefas e trabalhos. E novamente nada que revelasse algo sobre Snape. Um dia eu ainda descubro por que Snape é tão ranzinza. Mesmo ele sendo diretor da Sonserina, poderia ser mais simpático com os alunos de sua própria casa.

Giulia contou-me o que sabia de Snape pelo o que seus pais lhe contaram. E não fiquei surpresa em saber que eles não sabiam de muita coisa. As únicas informoções era que Snape sempre foi estudioso e muito afastado, e continua afastado.

O Halloween chegou e o salão fora decorado com abóboras e morcegos vivos. O banquete foi servido. Era disso que eu gostava: doces. Mas que criança não gostava. Pirraça fazia suas brincadeiras de sempre, mas desta vez ninguém se incomodou. Gostava daquele poltergeist pestinha.

Sussurei para Giulia e apontei para a mesa da Grifinória, que estava animada. Olhei Malfoy e outros alunos que conhecia e com quem conversava. Estava decidido. Haveria festa de Halloween na sala comunal da Sonserina. Todos combinamos de sair exatamente quinze minutos antes do final do banquete. Era impossível não ver a mesa da Sonserina se esvaziar em menos de cinco minutos.

A festa foi a primeira em que participei na minha vida. Foi divertida, mas como éramos os primeiranistas, os mais velhos nos mandaram dormir.



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Notas finais do capítulo

Aira Não é malvada como tantos sonserinos, que fique claro. Beijos para quem gostar. Sugestões?
Até o proximo capítulo...