Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 28
Bem me quer


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas consegui postar. Minha net tava mais lenta que uma lesma, daí não dava pra postar.



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Ângela e Claire estavam comigo próxima a sala de Poções, esperando meu pai abri-la, quando Parkinson apareceu junto de Giulia e Geovanna.

Eu conhecia a Geovanna e ela não estava gostando de estar na companhia das duas. Pensei em vários motivos pra me evitar e ter entrado no grupo "podre" da Sonserina. Giulia, como sempre, estava com seu uniforme impecável. Fiquei com vontade de sujá-la por inteiro, mas até eu conseguir algo que manchasse, demoraria muito. Parkinson com sua cara de buldogue abandonado e mal amado, olhou pra mim. Eu sabia o que ela queria.

-- Continua andando com grifinórios? -- Giulia tentou soar sarcástica, mas não surtiu esse efeito.

Procurei ingnorá-la, voltando-me pras gêmeas.

Antes que houvesse tempo de ocorrer uma briga, a porta foi aberta. Todos entramos, menos Geovanna que seguiu pra sua classe.

Na sala recebemos nossa redação sobre antídotos e mais uma tarefa de preparar uma poção. Não é porque sou filha de um Mestre de Poções que sou excelente em preparar as mesmas. Sou um desastre total, quando se trata de modo de preparo. Mas nunca cheguei a entregar uma completamente inútil. Acho que meu pai adicionava alguns pontos a minha nota.

Claire e Ângela, ao qual eu fazia trio, inventaram de acrescentar um ingrediente a mais. O resultado foi uma explosão surpreendente. Primeiro o líquido ficou rosa, passando pra roxo, aos poucos ela foi tingindo-se formando um mesclado. A visão era bonita, mas ninguém esperava o que viria a seguir. A poção aumentou de volume. Eu desliguei o fogo, esperando que parasse, mas ela continuava. Formou-se uma bolha. Eu percebi que a qualquer momento explodiria; afastei-me e as gêmeas me seguiram. Os outros alunos viam e ficavam imprecionados, Granger foi tão rápida quanto eu e conjurou um "Protego". O caldeirão explodiu, espalhando poção e estilhaço para todos os cantos. Quem estava próximo da nossa bancada, jogou-se no chão para se proteger. Eu, a Granger e as gêmeas fomos as únicas a ficar limpas.

Pra ver a Giulia e a Parkinson imundas. Prendi meu riso, mas Ângela não. Ela ria como se fosse normal isso acontecer todos os dias. Não preciso nem dizer que pegou uma detenção dada por meu pai. Ela pouco se importava. Pra Ângela o riso não tem hora certa.

-- Senhoritas Salvatore -- as duas olharam para meu pai. Era incomum ele não me chamar, pois sempre que algo acontecesse e eu estivesse por perto isso acontecia. -- Eu disse pra acrescentar algo a mais?

-- Não, professor -- respondeu Claire.

Meu pai parecia prestes a matá-las.

-- Menos vinte pontos da Grifinória.

Os alunos da Grifinória ficaram decepcionados.

Eu limpei a bancada com o "Evaneso" e sentei-me. Esperei as duas limparem o resto. Demorou boa parte da aula a limpeza. Giulia e Parkinson reclamavam pelo uniforme delas estarem sujos e não conseguirem limpar. Mas foi muita sacanagem elas pedirem pra irem trocar; e meu pai ainda concede a permissão. É só usar um feitiço, mas creio que elas não tem o conhecimento necessário pra isso.

No intervalo fiquei a maior parte do tempo sentada no pátio, observando a parede de pedra. Ouvi passos, mas eu não sabia dizer de onde, pois havia muito barulho de conversa.

-- Oi -- olhei ao meu lado esquerdo e vi Salvatore sentado. -- Um lindo dia, não?

Essa é uma das maneiras mais comum de tentar começar uma conversa. Eu não queria conversar com ele, mas se não o fizesse, ele continuaria.

-- O que você quer, Salvatore?

Ele abriu um sorriso.

-- Faz algum tempo que você voltou, então pensei que pudessemos conversar.

Olhei-o. Garoto mais persistente.

-- Não vou conversar com você do modo que quer -- ele me olhou. -- Por que quer tanto minha companhia?

Salvatore engoliu em seco, observando-me.

-- Desde que você me ajudou naquele dia, fiquei afeiçoado por você. Mas com o tempo descobri que queria ficar perto de você.

-- Estar apaixonado por mim não é bom.

-- Como não?

Eu teria que lhe explicar tudo? Não posso.

-- Apenas saiba que nunca vou poder retribuir o que você sente por mim.

Levantei-me. Era a hora apropriada pra sair dali.

-- Aira -- olhei pra ele. -- Podemos conversar mais tarde? Meia noite, no sétimo andar?

-- Está bem.

O que ele quer? Fiquei com esse pensamento o dia todo. Quando tive certeza de que todos estavam dormindo, fui encontrar Salvatore. Esperava não demorar muito. Arrependi-me imediatamente, quando o vi parado no corredor. Ele aproximou-se de mim.

-- Diga o quer!

-- Calma. Esse é meu útlimo ano aqui em Hogwart -- disso eu sabia. -- Vamos sair do corredor. As paredes tem ouvidos.

Disto eu não tinha dúvidas. Quase todos dias alguém era pego fazendo algo que Umbridge proibira. Eu nunca mais tive minhas andansas noturnas por causa disso.

Entramos por uma porta, que eu não sabia que existia ali. Talvez eu nunca tivesse prestado a devida atenção naquele corredor.

Era uma sala enorme com muitos objetos presentes ali.

-- Essa é a Sala Precisa. Ela é muito útil.

Sentei-me em uma poltrona que havia ali.

-- Eu queria ficar assim -- ele aproximou-se de meu ouvido -- perto de você.

Tentei desviar dele, mas ele prendeu-me entre seus braços.

Novamente não! Isso já me aconteceu com Crouch e agora se repete com Salvatore.

-- Nunca vou me deitar com você.

O empurrei com toda minha força. Tentei chegar até a porta, mas ele me agarrou e me jogou contra o chão.

-- Desse jeito você nunca vai conseguir nada.

Como eu tenho sorte com o sexo oposto! Mas um pra eu aguentar.

-- Não tenho uma chance?

-- Pra conquistar uma garota tem que ser gentil. E o que você está fazendo não é gentileza.

Salvatore sentou-se no chão, cabisbaixo, parecia envergonhado do que acabara de fazer.

-- Desculpa. Não queria chegar a esse ponto.

Tive que consolá-lo, dizendo que encontraria uma garota que gosta dele.

Quando ele melhorou de humor, optei por ir dormir. Não poderia dormir muito tarde por causa das aulas.

-- Obrigado.

Eu poderia dizer "Não foi nada", mas não fiz. Voltei para meu dormitório, atenta a qualquer ruído ou presença de alguém.

§§§

As férias de inverno chegaram e eu tinha que optar em ficar na escola com as probições ou ir pra casa de meu pai. Nem pensei duas vezes. Era melhor ficar fora de Hogwarts. Não voltei pra casa através do Expresso de Hogwarts. Usei a rede de pó de Flu.

Eu estava com saudade daquele lugar afastado. Ainda faltava muitas melhorias ali, mas eu gostava dele do mesmo jeito.

Em meu primeiro dia de férias fui presenteada por meu pai com um livro de capa verde. O abri pra ver do que se tratava, mas não havia nada escrito. Ele me dissera que quando eu precisasse extravasar a raiva ou alegria, faria isso no livro. Até que a ideia não era ruim, mas isso se tornaria um diário e eu não queria um pra mim.

Não conversávamos muito. Era poucas vezes que podiamos trocar palavras. Eu recebia correspondências dos meus colegas da França e de Claire e Ângela. Toda semana, estas duas tinham novidades para contar-me. Eu ria muito com os acontecimentos que as envolviam. Mas nunca tinha algo de interessante pra escrever.

Eu queria poder viajar pelo mundo e conhecer diversos lugares. O único lugar além da Inglaterra que conheci foi a França.

Na última semana de férias meu pai me presenteou. Disse que era um presente atrasado e que só o conseguiria dias atrás. Era uma foto de minha mãe ao lado dele, sorrindo.

Encontrei uma utilidade praquele livro. Colei a foto dos meus pais em uma folha e criei uma legenda "Hayley Thompson e Severo Snape". Era a legenda mais simples do mundo, mas muito significativa.

Passava horas do meu dia vendo aquela fotografia. Eles estavam felizes. A fotografia era trouxa, mas eu podia presenciar a alegria deles.

-- Essa foto foi tirada em um restaurante em que visitamos um dia -- ele sentou-se ao meu lado. -- Era início de nosso namoro. Eu estava feliz.

Eradifícil pensar que meu pai já fora feliz.

-- Hayley me obrigou a ir àquele restaurante. A levei e me surpreendi ao ver que havia um evento.

Minha mãe deve ter pensado em tudo.

-- Jantamos e antes de sairmos um homem pediu pra tirar uma foto. Hayley ficou maravilhada. Não pude recusar um pedido dela.

Olhei mais uma vez pra foto. Ela estava muito feliz.

-- Vocês devem ter se divertido muito durante o tempo em que ficaram juntos.

-- Todos meus dias ao lado dela eram alegres. Sempre tinha algo pra fazer junto de Hayley.

Eu não duvidade de meu pai ter sido feliz ao lado de minha mãe. Eu só não conseguia entender porque meu pai nunca se apaixonou novamente.

-- Pai -- ele olhou-me. -- Você nunca pensou em se apaixonar novamente?

Ele me olhou diferente; sentou-se a minha frente.

-- Eu nunca te contei isso, mas é a hora de você saber um pouco sobre o meu passado.

Nunca perguntei ao meu pai sobre o passado dele. Sempre quis saber sobre ele, mas não tinha coragem de perguntar.

Estava muito quieto. Mesmo morando longe da algazarra da cidade, sempre havia ruídos pela noite. Comecei a suspeitar de algo. Silêncio nunca foi um bom sinal.

-- Antes de eu amar a Hayley, eu amava a Lilían Evans -- eu já vi esse nome em algum lugar. -- Eu fui um completo idiota a chamando de sangue-ruim. Acabei perdendo a amizade dela. No final ela casou-se com o Tiago Potter. Lily é a mãe do Harry Potter.

Foi uma surpresa enorme em saber que meu pai amou a mãe do Harry Potter.

-- Depois que ela se casou com aquele perdi as esperanças de tê-la, foi nesse momento da minah vida que connheci a Hayley. Mas todas as pessoas que eu amei morrerão.

Senti pena de meu pai. Perder as pessoas mais importantes pra ele. O abracei.

-- Entende porque quero te proteger?

-- Entendo, papai.

-- Não quero te perder...

Ouve um estrondo e a porta bateu-se. Afastei-me de meu pai, assustada. Não podia ser boa coisa vendo as figuras que estavam presente na sala.

Meu pai levantou-se e foi até eles. Percebi olhares sobre mim. Eles estavam examinando minhas vestes: eu usava um vestido vermelho, meia calça preta com coturno e um casaco beje.

-- Aira? -- fui até onde meu pai estava. -- Pegue um casaco. Vamos sair.

Fui para o meu quarto, de ouvidos atentos a qualquer conversa. Peguei um cachecol e enrolei em volta de meu pescoço. Não havia precisão de trocar de casaco. Desci a escada cuidadosamente. As tábuas estavam soltas e não queria correr o perigo de rolar escada abaixo.

Meu pai segurou meu braço... Somente voltei a respirar normalmente após alguns segundos. Obervei o lugar onde aparatamos, era uma sala de uma mansão, escura e fria.

-- Podia me avisar que ia desaparatar?

Meu pai me lançou um olhar mortal, que entendi como pra eu me calar. Fiquei quieta e o acompanhei até uma sala mais ampla e com muitas pessoas. A minha impressão era a de estar entre pessoas nada amigáveis, todas elas me olhavam com superioridade. Avistei um trono e nele havia um homem sentado. Não gostei de ver a cara ofídica dele. Notando pelo modo que todos estavam distribuidos e o modo que estavam vestidos, todos de preto, cheguei a conclusão de que eram comensais.

Fiquei ao lado de meu pai, fitando cada movimento que eu percebia.

Um vulto apossou-se do espaço a minha frente. Foi tão rápido, que me afastei um passo. Olhei para Voldemort. Ele era muito feio.

-- Aira Dulce Snape -- ouvi-lo dizer meu nome completo me fez ficar arrepiada. Sorte que eu estava de casaco. -- Um nome diferente...

Ele afastou-se e com a ponta da varinha passou pelo meu rosto e desceu até o cachecol. A sensação foi horrível.

-- Voldemort -- eu disse. -- O que quer de mim? -- fui ao ponto. Eu não estaria ali se não fosse preciso querer algo de mim.

Senti um puxão em meu cabelo e vi ao meu lado uma mulher de cabelo desgrenhado e com face psicopata.

-- Não fale assim com o Lord...

-- Bellatrix, solte-a!

Ela me largou com pesar e afastou-se. Massageei meu coro cabelulo.

-- Posso saber porque estou aqui? -- olhei em volta. -- Pelo que estou notando, todos os presentes fazem parte dos seus seguidores, os Comensais da Morte, com excessão a mim.

-- Vejo que sabe dos detalhes.

Ele voltou para seu trono.

-- Faz tempo que quero conhecer pessoalmente a filha de meu melhor comensal. Não tive a oportunidade de lhe prestar qualquer palavra a sua última visita a esta mansão.

-- Não posso dizer o mesmo -- ele enrigeceu a face. -- Não foi dito a mim que eu o conheceria -- tratei de inventar uma boa mentira para a minha surpresa em vê-lo. -- Se eu soubesse teria vindo com antecedência.

Percebi meu pai suspirar baixinho, aliviado por eu estar conduzinho a situação a um caminho agradável.

Eu queria sair logo dali. Não me sentia a vontade em um covil. Logo após eu implorar em pensamento pra ir embora, Voldemort dispensa a todos, quase todos. Fiquei, pois ele queria conversar comigo.

-- Se eu te proposse algo, aceitaria? -- eu queria dizer que não, mas isso seria suicídio, apenas confirmei com a cabeça. -- Pode ir.

Isso foi muito estranho. Ele estava planejando algo. E eu tinha medo do que seria.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews se gostarem.