Escolhas escrita por sophiehale


Capítulo 38
37 - Leave out all the rest


Notas iniciais do capítulo

É um capítulo comparativamente pequeno, mas eu gosto bastante dele. Espero que vocês compartilhem essa opinião comigo.
Boa leitura :)



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Capítulo 37

Deixe de fora todo o resto

Don't be afraid

Não fique com medo

Of taking my beating.

De levar minha derrota

I've shared what I'd made.

Eu compartilhei o que eu fiz

I'm strong on the surface,

Sou forte na superfície

Not all the way through.

Não em todo o caminho.

I've never been perfect,

Eu nunca fui perfeito

But neither have you.

Mas nem você foi

Leave out all the rest – Linkin Park

Emmett POV

-Isso é pra sempre?

-Sim.

Eu gostaria de ter respondido essa pergunta com um sorriso no rosto, como se ela tivesse acabado de perguntar se o que nós tínhamos juntos era pra sempre. Mas não, aquela não era a realidade, não naquele momento. Rosalie tinha acabado de perguntar se o meu dano mental morreria comigo, e a minha resposta tinha sido uma confirmação.

Agora o silêncio nos pegara novamente. Ela abria a boca e as palavras se perdiam no vento antes mesmo de serem pronunciadas. Ela estava fazendo a mesma coisa que eu fizera antes de contá-la a minha história de vida.

A minha mente se encontrava em um turbilhão de emoções. Eu tinha feito bem? Talvez eu devesse ter esquecido essa história e seguido em frente, sem que ela nunca soubesse. Se o destino ditasse mesmo que ficaríamos juntos, Rosalie poderia morrer pensando que eu era apenas ciumento demais... Isso era normal, mais gente era assim... Ela poderia morrer com a esperança de que um dia eu melhorasse.

Mas com o que eu tinha acabado de contá-la em mente, ela sabia que para o meu problema não havia uma cura, de fato, e isso dificultava um pouco as coisas.

Eu queria dizer que não me arrependia de nada, mas aí eu estaria mentindo. Eu me arrependo da primeira vez que eu entrei para o mundo das drogas. A minha vida teria sido completamente diferente! Nada de reabilitação, nada de distúrbios.

Mas, ao mesmo tempo, nada de Rosalie – porque eu só tinha percebido minha vocação para a medicina durante os momentos finais da minha internação na clínica.

Se tudo o que eu vivi aconteceu para eu conhecê-la, que assim fosse. Ela valia a pena. Perto dela, eu não conseguia me imaginar com mulher nenhuma, e nem tinha vontade de fazê-lo. Eu só esperava que ela sentisse o mesmo por mim depois de saber de tudo.

-Você quer ir? – eu ofereci a porta da minha casa. Não queria que ela se sentisse obrigada a ficar, de maneira nenhuma. Eu queria que ela ficasse comigo por livre e espontânea vontade.

O silêncio irrompeu novamente. Aquele mesmo silêncio constrangedor.

Eu já tinha a minha resposta.

Levantei-me, então, e abri a porta que não havia sido trancada. E pensar que da última vez que eu estive ali, Rosalie e eu nos beijávamos apaixonadamente... Pensar que aquela cena digna dos meus sonhos tinha acontecido há tão pouco e a cena que remetia aos meus pesadelos tomava o seu lugar...

Ela se levantou como eu previa e, sem nunca dirigir o olhar para mim, andou lentamente até a saída de minha casa. Era demais para ela! Eu sabia que era demais... Não só para ela, mas para todas por quem um dia eu pudesse vir a me interessar.

Eu nunca teria um relacionamento, nunca teria filhos; nunca teria uma família. Tudo por causa da minha rebeldia sem causa na adolescência. Por que eu tinha sido tão idiota?

Fechei a porta quando Rosalie finalmente a cruzou. Soquei a parede logo em seguida, sem me preocupar com o latejamento que vinha dos nós dos meus dedos.

Eu tinha perdido a que podia ser a mulher da minha vida por causa de uma doença idiota.

Em vez de chorar, quando eu ficava triste eu socava tudo o que vinha pela frente. Pelo o que Jared me disse uma vez – o meu amigo psicólogo – todas as minhas emoções fortes estavam ligadas àquela parte do meu cérebro danificada. Ou seja, quando as coisas davam errado, eu basicamente substituía a tristeza pela raiva.

Bem, mas agora eu tinha que esquecer os meus problemas e ir trabalhar. Era a melhor coisa que eu podia fazer àquela hora.

Fazia uma meia hora desde que Rosalie saíra pela porta para provavelmente nunca mais voltar. Aquilo doía de uma forma abrasadora; e eu me odiava mentalmente por não conseguir entender o que eu estava sentindo. Nunca em minha vida uma mulher tinha me feito me apaixonar, quanto mais me feito amá-la.

É, eu a amava... Não que isso mudasse alguma coisa.

Fui para o meu quarto depois de ter ficado olhando para o nada por todos esses minutos, só pensando na desgraça que havia se revelado como minha vida. Como tudo podia dar tão certo e tão errado em tão pouco tempo?

Vesti uma roupa para trabalhar. Eu seria plantonista nessa noite, mais uma vez; e não estava nem com cabeça para ir trabalhar. E se eu acabasse descontando em uma criança doente os meus problemas? Quando eu tinha um surto de raiva, nada podia me impedir... Era como se por poucos segundos eu só conseguisse me assistir e não mais me controlar. Era horrível ficar fora de mim.

Decidi-me a não trabalhar. Meu chefe, Carlisle, sendo o pai de Edward, sabia da minha condição. Ele entenderia e, se não entendesse, o problema seria dele. Eu era um monstro sim, mas nunca poria a vida de uma criança em risco.

Para deixar as coisas ainda mais encaminhadas, mandei uma mensagem de texto para Edward explicando tudo e pedindo para que ele falasse com Carlisle. Assim seria mais fácil.

Meus “esquemas” foram interrompidos pelo soar da campainha. Deveria ser algum vendedor de alguma coisa; eu não tinha esperança de que fosse, de fato, uma visita para mim.

Deixei o barulho continuar e fazer com que a pessoa desistisse, mas nada feito. Era a teimosia em pessoa batendo à minha porta.

-Eu sei que você está aí, Emmett. Abra essa porta, por favor.

E eu estava certo. Era mesmo a teimosia em pessoa, ou senão eu estava viajando em meus pensamentos demais.

-Emmett...

Não, era ela mesma. A mesma voz confusa que conseguia ser corajosa e forte ao mesmo tempo. A voz que eu gostaria de ouvir todos os dias estava me chamando e somente poucos metros me separavam dela. Se fosse imaginação minha era real demais.

Corri até a porta e a abri sem cerimônia. Rosalie estava com uma expressão abatida.

-Você quer mesmo que eu vá embora? – ela perguntou com um olhar cheio de brilho. – Porque eu quero ficar.


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Notas finais do capítulo

Espero meeeesmo que tenham gostado!
Beijos para quem sempre comenta. Se tem alguém que não o faz, deixe um review também. Não custa nada, e vocês nem imaginam o quanto me deixa feliz :)