Yellow Pages And Photographs escrita por Hanna Poop


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Já tentei postar essa merda umas cinco vezes, desculpem por isso!
Enfim, nyah de sacanagem
Obrigado por quem lê. Estou amando os reviews gente, não parem de mandá-los, por favor.
Estou sem beta, então campanha "xxxkh-y bete para a Hanna"
Okay? qq
Boa leitura.



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Sakamoto adentrou o quarto de seu primo em passos silenciosos. Uma única luz ao canto do quarto revelava Kohara que continuava a costurar algumas roupas para si, era de fato seu hobbie, e se tinha de esperar Takashi chegar, era bom se distrair com algo. Sakamoto respirou fundo, deixando os olhos correrem para a poltrona ao lado dele. Com toda certeza Amano havia adormecido, enquanto conversava com o namorado, afinal estava em uma posição nada confortável na poltrona.

- Que bonito. – A atenção fútil de Saga foi roubada no momento em que Kohara se pronunciou acusativo.- A criança está bem, levamos ele em casa. – Concluiu, virando-se de frente para o primo, que ainda continuava com uma expressão cansada, e provavelmente bêbada.

-Que bom. – Saga usou do mesmo tom de sussurros do outro, virou-se mais uma vez, queria ir em direção ao guarda-roupa pegar as cobertas para seguir ao sofá da sala, onde estava dormindo por esses dias.

-E o trouxemos de volta. – Kohara comentou como se “esse” sim, fosse o mero detalhe.Virou-se para sua maquina de costura, e internamente estava se remoendo, afinal, deveria ser mais do que satisfatória ver a cara de “bunda” que com certeza Sakamoto estava.

-Como é que é? – Saga sussurrou pausadamente, em uma espécie de indignação, havia sido bem complicado manter o tom de voz. Kasamasa voltou a costurar, apenas apontando a própria cama com o indicador, sem de fato olhar para onde indicava. Takashi por sua vez seguiu com os olhos, tapando os lábios por alguns segundos, o loirinho dormia, e até mesmo ressonava. Deveria estar cansado. –Você tem problema Kohara? Enlouqueceu? Só pode. – Ainda sussurrava, porém estava quase aumentando o tom, Shou percebia sua perda de controle, e sentia vontade de rir com isso. – Parou para pensar nos pais dele? Hn?

O loiro retirou a blusinha da mesa de costura, olhando-a para ver se não havia nada de errado com a mesma, e logo após usou uma tesourinha para cortar o excesso de linha, levantou devagar, deixando a blusa recém feita sobre o balcão, e se virou, indicando apenas com um movimento de cabeça a porta do corredor, seu primo entendeu de imediato, que deveria segui-lo. E assim o fez.
Somente quando chegaram no piso superior, indo em direção a cozinha, que Shou iniciou seu sermão, dessa vez não usando mais sussurros, e sim o tom de repreensão.

- Realmente Saga, ele tem doze anos. Mas é a pessoa mais doce, pura, divertida e inteligente que eu já conheci. –Exagerou, chegando na cozinha, e se encostando no balcão que ficava no centro dela, bem de frente a janela, o céu estava escuro, parecia que a lua não estava disposta a visitá-los e iluminá-los aquela noite. – O pai dele estava no jardim... – Começou, Saga encostou-se de frente para ele, no balcão da pia, e este não conseguia fitar a bela visão da noite, como Shou fazia.  -... Lavando o carro, e em vez de corre aliviado, ou qualquer coisa do tipo, ele só olhou o menino e o chamou de viadinho, ah Saga, meu sangue ferveu, e se meu Tigrão não estivesse ali comigo, eu juro que tinha acabado com a raça daquele barrigudo. – Não que toda a história fosse verdade, afinal, tinha de dar uma incentivada nos sentimentos do mais velho. – Mas o pior foi quando o pegou pela orelha, e saiu levando-o como se ele fosse algum tipo de delinqüente! – Dessa vez o tom de indignação, ultrapassou os limites, até afinando a voz do rapaz, esta sim era a parte verdadeira.

- Eu sei que isso é horrível, mas é a família dele e...

- E sabe o que a mãe dele fez Saga? –Olhou o ruivo, cortando suas palavras, e o fazendo abaixar a cabeça, como se soubesse te feito algo muito errado. Porém ainda se esforçava para fitar o primo, o que dava a entender que queria que o mesmo continuasse.

- Beijou a testa do filho, dando um agasalho a ele, e pedindo para que ele dormisse aqui. Pelo menos enquanto ela conversava com o pai dele e tentava acalmá-lo. – Saga abaixou também o olhar, não era culpa do primo o menor estar ali agora, e sim sua. Foi o ruivo quem o havia trazido. E apenas o abandonou assustado, sendo que a culpa de tudo aquilo, era parcialmente sua. – Mas foi a irmã dele que disse “tem a chance de viver um dia, com o qual sempre sonhou”.

O ruivo levou a mão ao rosto, coçando os olhos, era realmente muita informação em um só dia. O nervoso já havia passado, agora restava apenas a confusão, por que imaginar que o garoto o amava, era estranho. Ainda mais considerando o fato, de que sabia conseguir olhar para ele com outros olhos, havia feito isso aquela mesma tarde na cama.
Sentido vontades. E não conseguia entender, porque sua mente dizia algo, e seu corpo e coração queriam outro.

- Ele conhecia sua casa! – Não conseguia evitar, sentia-se invadido, ele conhecia mais de si, do que os que o rodeavam a anos. E isso era...Complicado.

- Ótimo, eu não preciso explicar nada a cada vez que eu peço para ele pegar alguma coisa.  – Kohara disse como se fosse a coisa mais normal do mundo. O que na verdade, nem chegava a ser tão complicado assim.

- Como ele está? Digo... Psicologicamente e tal?

- Ele está bem Saga, ele pode conviver bem com as coisas, ele não é nenhum idiota, e nem tem cinco anos. Ele não é uma criança, será que não enxerga? – Pegou na gola a camiseta do primo, estava a ponto de socá-lo, não era algo tão difícil, será que ele não via? –Ele está triste, confuso... Como eu ou você estaríamos, se soubéssemos que o homem por quem estamos brigando com nossa família, com nós mesmo, simplesmente sumiu depois de ter-nos nos declarado! Qual é Taka? Como acha que ele está se sentindo?  Ele sabe tudo sobre você, eu conversava com ele, e o brilho nos olhos dele quando falava sobre você... Não entende que isso é romântico? Ele recita ditos do seu diário, como se ele tivesse decorado cada página daquela. –Shou perdeu o foco, soltando a camisa do primo e rindo baixinho. – Ah, isso é tão fofo!

- Ele é tão... – O ruivo jogou a cabeça para trás, tentava de alguma forma espairecer, e Kohara sabia disso, ficou quieto, apenas o fitando por longos segundos. – Mas ele só tem doze anos Koh...

-Você me comeu quando eu tinha a idade dele. – Dessa vez Kasamasa havia perdido a paciência. – Só era um ano mais velho do que eu, e sabia muito bem o que estávamos fazendo. Acho que seu medo, é de se apegar a alguém, que ainda está crescendo e muda constantemente de opinião, essa é a verdade! Está com medo de que fique com ele, ele cresça, e não sinta mais amor por você! Mas sabe o que eu acho? De verdade? Que se ele abrisse bem os olhos, não sentiria nada por você, porque você não é o garoto que ele conheceu naquelas páginas amareladas e fotografias, você é um idiota, com a mente fechada demais para entender quão bela pode ser essa história.

- Shou, eu não... –Saga não teve a chance de se defender daquelas acusações, que sabia ter total verdade. Ele estava certo, mas não era hora de discutir isso, não quando Tora apareceu na porta da cozinha, fazendo um sinal mínimo para indicar que o menor estava atrás de si. Saga sentiu a voz falhando, e os olhos não conseguiriam disfarçar, que havia se encantado com a cena do menor coçando os olhinhos com a manga da blusa de frio maior que ele, uma blusa sua. Era costume do baixinho se apossar do que era seu? Sorriu, mas apenas internamente.

Kohara saiu de perto do seu primo, caminhando até seu namorado, e com alguns beijos nos lábios finos de Amano, conseguiu levá-lo em direção a sala, afinal, isso estava em seus planos desde o começo.

Hiroto por sua vez, parou na porta.

- Gomen ne, eu só vim beber um pouco de água. –Disse sem fitar o ruivo nos olhos, porém o mesmo ainda o fitava, não queria mostrar sua fraqueza, não de novo.

-Gostou daqui? – Engraçado não é? Quando nos arrependemos e tentamos fingir que nada aconteceu.

- Sim. – O menor se aproximou, mesmo que inseguro, porém, nele havia mais coragem, que até mesmo no ruivo, que continuava parado no mesmo lugar. –Kohara é legal, e o Shinji é bem divertido... – Dessa vez foi o baixinho que se encostou de frente a ele, naquele mesmo lugar que antes Kasamasa estava. – Embora eu odiasse eles.

- Mas por qu...-Não foi preciso terminar a frase, sabia por qual motivo o loirinho desgostava dos outros dois.Talvez se fizesse algum esforço, conseguiria se acostumar com o fato dele saber mais de si, do que si mesmo. Seguiu então ao balcão que ele estava, virando-se de frente para a janela também, fitou-a em silêncio, enquanto cruzava os braços em frente ao tórax, o silêncio era prova de que Amano e Kasamasa não estavam mais naquele andar. Teriam continuados quietos se não fosse o pedido de desculpas por parte de Hiroto, fazendo com que Saga olhasse para o céu negro no momento em que um raio cortou o céu. Dando a ele algo a pensar e dizer; -Eu tinha dez anos quando dei meu primeiro beijo, não senti nada, apenas fiz por fazer. Aos onze eu fiquei com um garoto pela primeira vez... Com doze eu perdi a virgindade e com treze eu tirei a de muita gente.  – Hiroto estava quieto, prestando atenção as palavras do mais velho, mesmo que já as tivesse lido milhares de vezes. Logo as gostas da chuva começaram a marcas o vidro, tirando a pausa daquela confissão. –Eu me achava dono de mim. Só que quando eu me magoei a primeira vez... Eu queria que tivesse sido diferente, eu via a magoa nos olhos do meu pai... Via como minha mãe o perdeu apenas para que eu não sofresse mais com a minha opção, porque ela faria tudo por mim... Eu queria ser normal, apenas para não ter me magoado e a tantos à meu redor. – Sorriu fraco, suspirando. – Mas aposto que você sabe de tudo isso.

Saga o olhou de soslaio, e por Deus, ele era lindo demais. Sentia vontade de protegê-lo,
havia sentido isso desde o começo, só não tinha se dado conta.

“- Já ficou com ele pequeno? O garoto que gosta?

-Só nos meus sonhos!”

Existem coisas, que nem mesmo os adultos são capazes de entender.

Saga desencostou da batente, ficando na frente do menor, uma mãos em cada lado de seu corpo, dando apoio para o mesmo não cair diante a tontura que dava a confusão de sentimentos em seu coração, aquela onda de borboletas em seu estomago e principalmente o turbilhão de pensamentos.

Hiroto o encarava, mesmo que estivesse um pouco tonto com a respiração do ruivo se chocando tão bem com a sua. Os movimentos se tornaram nulos, apenas se olhava, o loirinho ainda sem entender, e o ruivo, apenas criando coragem, mas a demora foi tanta, que o menor não se controlou.

-O que está fazendo? – Quebrou o silêncio.

- Me dando um bom motivo de aceitar essa loucura. – Disse baixo, encontrando naquele cenho franzido a coragem que lhe faltava para continuar, a ponta do nariz tocou a do loirinho, acariciando o mesmo devagar, aquele contato de pele fazia o coração do loirinho disparar, estava com medo de não ser tão bom como havia imaginado.  – E essa onda estranha de pensamentos... –Sussurrou, fechando os olhos e deixando que a vontade o guiasse, até que seus lábios se uniram aos carnudos do menor. E este também fechou os olhos, inicialmente sem ter reação alguma, e só depois que a ponta da língua do ruivo acariciou sua boca devagar, incentivando-o a abri-la, que o fez. Sua própria língua recuou, sem saber o que fazer, e Sakamoto sabia que era a primeira vez que o baixinho beijava, e não tinha pressa em ensiná-lo, não quando estava sendo tão gostoso se aprofundar naquela cavidade pequena, quente e úmida, percorrer todo aquele especo devagar, conhecendo cada centímetro ali, assim como reconhecendo cada sensação.

Mini pov’s  Hiroto.

Deveria ser essa a sensação de pecado, porque era gostoso como quando eu comia todo o chocolate escondido dentro do armário da cozinha. O coração parecia querer saltar, mas não tinha por onde sair. Meus lábios estavam formigando, era estranho, mas eu gostei disso, gostei de como meu corpo pareceu se aninhar sozinho no dele, encontrando um conforto maior, e aquele calor, ele era tão quente, que por um momento achei que não precisasse mais da proteção do agasalho. Era doce como o morango, ou seria azedinho como o mousse de limão? Não sei bem definir, sei que é bom, doce e gelado. Sorvete, acho que me lembra sorvete numa tarde de verão.
Alguém me explica, o porquê dos meus pais não parecer tocar mais o chão?

pov’s off.

Os segundos se alongaram, tornando-se minutos, e a confusão na cabeça de Sakamoto, não havia deixado nem vestígios, tanto que suas mãos já haviam abandonado aquele balcão, e já estavam nas cinturas esguias do mais novo, subindo devagar enquanto a ponta dos dedos pressionavam a pele coberta, eriçando a roupa, e fazendo parte do abdômen do menino se expor.E quanto mais ansiosa e ousada sua língua ficava, mas intenso o beijo se tornava, pois era como se o menor soubesse fazer exatamente o que queria e gostava. As mãos desceram, desta vez tocando as coxas coberto pelo moletom, e o levantou, sentando-o sobre o balcão da cozinha com facilidade, por conta de seu corpo pequenino e leve, um suspiro abandonou os lábios do menor, sem que o beijo fosse desfeito, o que serviu para recobrar a consciência de Takashi, que agora pressionava as coxas do menor.

-Hiroto eu... – Disse quase ofegante enquanto, lambia os lábios, capturando o gosto que ainda restava dos lábios dele, tão gostosos, tão vermelhos. Fitou-os por alguns segundos, ainda via o rosto avermelhado do menor, seu peito arfando pela respiração forte e descompassada, seu lábio entreaberto e os olhinhos fechados. Queria tomá-lo em seus braços de volta, precisava. As testas se colaram, e Saga fechou os olhos, sofrendo por ter de segurar aquela necessidade. – Desc...

-Obrigado. – O menor disse antes que o ruivo prosseguisse. O sorriso surgiu em seus lábios fartos, assim que abriu os olhos, vendo o olhar cheio de duvidas do maior.

- Eu sinto muito. – Disse baixo se afastando do menor, enquanto o olhava. Viu a decepção estampada naquele rosto de traços tão infantis, e só então beijou sua testa, um beijo demorado e dolorido. Saindo da cozinha, e o deixando ali sozinho. Afinal... Era assim que Saga fazia, saía quando seu coração dizia que algo poderia dar certo. Tinha medo de arriscar. E com todo o direito, pois quem no mundo se apaixona por uma criança em dois dias?

-Saga?! – O menor chamou, fazendo o mesmo parar na porta, sem olhar para trás.

-Espero que depois você veja... Que foi um bom motivo. –Saga respirou fundo, e por mais que não olhasse para trás, Hiroto sabia que ele sorria, conseguiu reconhecer no seu tom de voz.

-Boa noite pequeno. – O ruivo falou, indo para o banheiro, precisava de um banho, fazer algo que o distraísse.

E aquela onda de confusão, agora fazia parte do menor, que queria muito ficar, estar sentado no sofá esperando o ruivo quando o mesmo saísse do banheiro para ir dormir, porém sabia que ele precisava de um tempo só para si, e que precisaria pensar.
Seus pais sabiam que dormiria fora, mas precisava voltar, era sua família, tinha de enfrentá-los, mesmo que não conseguisse sozinho.
Caminhou até a pia, abrindo a janela e só então subindo nela, para pular, a chuva já estava forte, e os pés descalços sofreram ao ter o contato com as poças do jardim.

“ Um tiro no escuro”

Pensou, ao fechar a janela com cuidado e silenciosamente. Duas ou três ruas, precisava ir para casa. E àquela hora, com aquela chuva, o caminho seria longo. Era melhor correr.

E foi o que fez.


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Notas finais do capítulo

Eu queria ter enchido de spoiller, mas fiquei de mal humor.
Enfim, gostaram?
O Hiroto está amadurecendo bastante em dois dias certo?
mas é por que eu acho que quando se tem oprtunidades, a vida realmente acontece rápido.
Só quem viveu histórias como essa, entende. rs
Enfim, não deixem de comentar. Beijos.



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