Yellow Pages And Photographs escrita por Hanna Poop


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bom, queria agradecer pelos dois reviews do cap anterior.
Tipo... Eu fiquei muito tempo sem postar, e achei que ninguém fosse ler, e vocês leram, e eu fiquei muito feliz mesmo, pelas duas. Obrigada, esse cap é um dos que eu mais gosto... Na verdade eu gosto de todos os próximos xD
Enfim, boa leitura.
Ah, antes que eu me esqueça... Dani Mathoz como sempre me salvando, betou para mim mesmo não gostando de ler sobre A9, para não acontecer como no anterior. Obrigada amor, por sempre me salvar de ultíma hora. ~



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Hiroto já havia bebido três latas, e isso o deixava o mais alegre possível, nunca havia ficado tão risonho, com tão pouco em sua vida.
Sakamoto continuava com seu copo de vodka, infeliz com a situação, afinal para ele Hiroto era apenas uma criança, mas de vez em quando se traía, ao ver o menor bambear ou fazer qualquer piadinha sem graça alguma, diferente de Amano, que só faltava chorar de tanto rir ao fitar os dois, Saga preocupado, Hiroto bêbado. Era muito bom de se ver.

- Gostei de você baixinho, mesmo, o que acha de sair com a gente?? Fala para ele Saga! – Amano disse cotovelando o abdômen do amigo que franziu o cenho e entreabriu os lábios para falar, porém Tora continuou. – Amanhã é feriado, vááários lugares lehais para irmos, o que acha?

-Ele não vai! Tem que ir para a casa dele Tora. – Saga começou decidido, negando com um meneio de cabeça.

-Mas... – Ogata iniciou chamando a atenção dos outros dois, que faltavam se fuzilar para saber quem tinha mais razão. – Eu não quero ir para casa.

Amano sorriu abertamente, pendendo a cabeça levemente para o lado e fitando o ruivo de soslaio, no rosto a expressão óbvia de “Viu, ele quer ir com a gente e eu tenho razão.”  Sakamoto por sua vez, apenas rodou os olhos, bufando e levando o copo novamente aos lábios.

- Seus pais devem estar preocupados a essa hora pequeno. – Disse em um tom agradável, porém o riso debochado de Amano o fez perder a gentileza e cerrar os olhos. – É sério caramba. – Disse mais ríspido, mantendo o senso de responsabilidade que por sorte tinha.

-Mas meu pai deve estar é feliz, ele não me quer lá Sakamoto-san. –Sua voz saiu baixa, deprimida e carregando uma certa quantia de manha, levantou o olhar ao ruivo, como quem pede para que ele o entenda, Amano por sua vez, reconheceu de imediato que o assunto iria começar a ficar sério, levantou-se antes mesmo daquele olhar entre os outros dois cessar, e ajeitando a jaqueta sobre os ombros assoviou indo em direção a porta. – Esqueceu de dizer no diário o quanto era chato. – Começou baixo demais para que os outros dois ouvissem, ou percebessem do que estava falando. – Bem, vou indo buscar o Shou, até mais ver baixinho! Boa sorte aí.

Quando a porta do quarto bateu, Hiroto fitava o gramadinho do jardim, ouvindo o carro de Tora ganhar distância, a pequenina janela iluminava parte do quarto, e servia também para a transição do ar, mas apenas isso, o máximo que poderia ver ali, era o pé de alguém passando.

-Por quê? – Saga quebrou o silencio que havia se formado desde a saída de Tora, chamando assim atenção do pequeno novamente para si. O ruivo estava intrigado com toda a situação, e não entendia o porquê, mas queria muito saber de tudo aquilo.

-Ele não gosta de mim. – Saga iria dizer que não era verdade, mas Hiroto prosseguiu. – Não gosta do meu cabelo, não gosta do meu jeito... Apenas de imaginar que eu sou gay ele ficou daquele jeito, dizendo que não será mais meu pai... Imagina quando ele tiver certeza.

-Tsc, bem típico de pai mesmo, mas relaxa Hiroto, você é apenas uma criança, não sabe o que quer ainda e...

- MAS QUE DROGA. – O menor gritou, Saga que antes estava fitando o liquido semi-transparente no próprio copo, agora olhava para ele, com os olhos arregalados. – Por que você fala isso o tempo todo? O tempo todo Sakamoto-san?!

- Desculpa Hiro, mas é o que você é e...

-Não não é. – Hiroto o cortou novamente. – Eu tenho doze anos e pode ser pouco para você, mas eu sei do que eu gosto e do que eu quero. Eu gay, meu pai aceitando isso ou não! E é uma pena que você se prenda tanto à idade por que eu não sou uma criança, e não queria que me visse assim. – O ruivo engoliu o seco, não podia deixar de admirar o mais novo depois de suas palavras, ainda mais depois da coragem que o mesmo teve de dizer aquelas coisas. –Eu queria sumir sabe? Para não me sentir tão mal.

-Não diga isso, você não está errado sabe? Não é por culpa sua, e nem mesmo é uma opção, não é algo que possamos mudar em nós, apenas não conseguimos ser diferentes, você é corajoso pequeno... Muito. – Saga deixou os olhos correrem aquele ambiente tão conhecido por si, e depois sorriu ameno. – Mas como pode ter tanta certeza do que é?

-Sei o que eu sou, sei o que sinto quando vejo vo..Alguém que amo.

O sorriso que surgiu nos lábios do ruivo, eram apenas por o menos ter tanta certeza de quem e porque era, e sua concentração era tanta na situação geral, que nem mesmo se deu conta da sílaba esquecida no meio da frase.

- Já ficou com ele pequeno? O garoto que gosta?

-Só nos meus sonhos! – Disse perdendo aquele brilho que Saga já estava se acostumando a ver, desviou o olhar do mais velho, deixando que o mesmo recaísse em qualquer canto do quarto. –Nunca fiquei com ninguém.

-Nunca beijou? –Indagou o mais velho, agora com o cenho franzido e a certeza de que o menor podia realmente ser homossexual se esvaindo aos poucos.

-Não.

-Então por que não pede para ele? – Quase cuspiu as palavras, como se fosse a coisa mais certa, óbvia e fácil a se fazer.

Hiroto riu alto em um misto de ironia e incompreensão, logo se jogou para trás, deitando na cama, as mãos servindo de apoio a nuca, ao se juntarem embaixo desta, enquanto o mesmo pôde fitar o teto do quarto de Kohara, que era completamente coberto por um pôster enorme do Muse.

- Porque eu sou apenas uma criança. – Respondeu inseguro, a voz tão falha quanto o olhar que por uma fração de segundos, cedeu, fechando-se.

-Não é. Não existe idade para isso. Ele seria um idiota se dissesse não á você. –Sakamoto dizia, estava sendo sincero, afinal Hiroto ela bonito, gentil, divertido, inteligente e decidido, carregava uma meiguice límpida e nem por isso deixava de ser homem, ou melhor, um belo garoto.  Não conseguia entender se quer um motivo para alguém recusá-lo. Era óbvio que mal conhecia o baixinho, mas apenas pelo pouco conhecimento que tinha, apostava todas as fixas nele. Sentia essa necessidade de alertá-lo, de mostrar a ele que ele era bom o suficiente para qualquer um, e que o mesmo tinha que acreditar nisso. Era seu dever, só não entendia o porquê. – Ninguém diria não á você.

As palavras, mesmo que poucas, causaram uma revolução muito grande dentro do coração de Hiroto, afinal uma criança tem sua própria forma de entender as coisas.
Talvez fosse apenas por conta delas, ou até mesmo pela forma gentil que Sakamoto o estava tratando, quem sabe a culpa não fosse da bebida; Mas os olhos antes vagos, agora estavam úmidos, e um suspiro entristecido abandonou os lábios fartos do mais novo, acabando por deixar aquela lágrima rolar singela pelo seu rosto quente e avermelhado.

Saga ainda o fitava, e a cena pareceu o tocar, afinal os olhinhos fechados do menor, os lábios avermelhados e mais inchados do que de fato eram, o rostinho avermelhado pelo excesso de álcool, e principalmente os suspiros que o abandonavam, fazendo seu peito arfar devagar, por um momento Saga apenas o fitou, como se fosse uma obra de arte, ali apenas para ser vista e adorada. Apenas quando a respiração do mais novo se descompassou por completo, onde via que logo o choro singelo iria se transformar em algo gradativamente maior, o ruivo se aproximou, deitando no canto vaga do colchão, diferente de Hiroto, ele apenas deitou a lateral do corpo, queria estar de frente para ele, tocar seu rosto apenas com a ponta dos dedos, e o acariciar devagar, secando aquelas lágrimas que não deveriam estar ali. Havia tanto a ser dito, mas tanto medo...

- Eu queria... Tanto... Faria qualquer coisa sabe? Brigaria com meu pai o resto da vida se fosse preciso. – Para uma criança, não existe o meio termo, oito ou oitenta, não ligam se é extremo, apenas querem ter certeza do que vale a pena.

- Então diga isso a ele pequeno... – Saga comentou baixo, em momento algum cessou o afago, e nem mesmo tinha vontade de cessar. Nem quando o menor se endireitou, ficando agora de lado e de frente para si, finalmente abrindo os olhos e o fitando com a mesma seriedade que era correspondido. O silêncio continuou por alguns segundos. Sakamoto podia jurar que ouvia o próprio coração disparar, e por mais que mandasse seu rosto se virar, deixar de fitar o menor, não conseguia.
O carro de Tora foi a única coisa que despertou ambos, e para o desespero ainda maior do ruivo, sentiu a mão pequenina de Ogata tocando a sua que estava no rosto dele, deixando que os dedos finos e longos, acariciassem um pouco mais a mão gelada do maior. O coração de Takashi falhou, e a confusão em sua mente parecia aumentar ainda mais.

-Estou dizendo a ele agora. – Não entendia quando e nem como a coragem havia surgido, mas as palavras mesmo que baixas escaparam de seus lábios, fazendo a mão que antes o afagava no rosto parar a carícia, mas o choque sendo forte demais para retirá-la dali.

Estava na hora de tomar alguma atitude, dizer algo. Ouviram as vozes vindas do quintal, logo os outros dois entrariam, e precisava que Sakamoto desse qualquer resposta, Hiroto o olhou nos olhos, arqueando a sobrancelha como se o incentivasse a dizer algo. Saga após o choque inicial começou a rir divertido, negando com um meneio de cabeça enquanto soltava o rosto do menor.

-Como assim?

- É você Takashi. Sakamoto Takashi. 19 anos... O futuro mais brilhante engenheiro de automóveis, o garoto que morou quase a vida toda na casa amarela, foi completamente apaixonado pelo primo e batia num tucano de pelúcia para não chorar, porque pensava que seria menos homem se assim o fizesse. Um garoto de idéias, pensamentos e sentimentos tão puros e bonitos que nem mesmo precisei conhecer para me apaixonar...

-O que? C-como? Eu...

- Sei que parece loucura, mas eu conheço tudo sobre você Sakamoto-san,  foi por isso que eu fui no evento, por isso eu corri feito louco, por isso que eu saí de casa e briguei com meu pai, por isso que eu pintei meu cabelo de loiro.. É por isso que eu não quero mais ser uma crian...

-HEY MEUS AMORES! – Shou invadiu o quarto finalmente se jogando por entre os dois na cama, que ainda se fitavam, Saga impressionado com tudo o que ouvia, Hiroto apreensivo, mas não podia mais parar, não agora.

O ruivo se levantou, quase derrubando o primo, que deixou o sorriso murchar de imediato, Takashi caminhou até a porta, sem nem mesmo olhar para trás, para ver o rostinho assuntado de Hiroto, sabendo que tinha cometido um erro, e dos graves.

Sakamoto abriu mais uma vez a porta que estava se fechando, acabando por esbarrar em Amano que riu e tentou o segurar, porém sem sucesso.

-Você é apenas uma criança. – Disse da porta do quarto, e então passou pela pequena fresta entre Shinji e a porta, sumindo pelo corredor fino.

- Ué! –Shinji disse com o cenho franzido, olhando para o corredor já vazio enquanto Shou movia a cabeça de um lado a outro em uma visível desilusão. – O que deu nele?

- Deve estar afim do baixinho aqui. – Ambos deram um risinho debochado, não por achar a cara de bobo que Hiroto fez engraçada, e sim porque diferente de Saga não viam Hiroto como uma criança, e sim como um garoto como eles, claro... Mais novo. Mas isso não quer dizer nada não é? Pelo menos não para eles.

- Eu quero ir para a casa. – O loirinho se levantou silencioso, os olhos entristecidos não queria fitar os outros dois, estava pronto para se perder por aí sem sua bicicleta, devia ser duas ou três ruas de distância, Saga mencionara isso em seu diário uma vez.

Deu  os primeiros passos em direção a porta, porém sentiu uma mão lhe apertar o pulso, e olhou para trás, vendo que Kohara o segurava. Tora já havia dito o que sabia, dito o que achava e ambos concordaram, e se havia algo que Kasamasa sabia, era que Hitoto não podia sair por aí, sem saber lutar. E não o deixaria ir tão fácil, não sem tirar um sorriso de seu rosto e montar um plano para ajudá-lo.

- Acho que precisa conversar.


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Notas finais do capítulo

Gente, o Nyah ta de sacanagem.
Para quem ja tinha lido este, bem, para quem não leu, logo eu vou tentar arrumar essa merda.



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