Capítulo 13 – Quem é o Fantasma?

Após ver a figura de três vultos negros correndo pelas catacumbas da cidade luz, o Visconde ficara furioso. Seu desejo de descobrir a verdadeira identidade do misterioso fantasma, era ainda mais ardente. Agora, ele não tinha apenas inveja – pelo Fantasma ter a pessoa que ele mais queria -, ou raiva – pelo mesmo motivo -, ele tinha ódio. Esse novo sentimento crescia tão abertamente em seu coração, que ele seria capaz de fazer loucuras para ter Isabella Swan, disso ele tinha absoluta certeza.

Não é mais algo entre nós, Fantasma. Agora é guerra. Contra vocês dois. Ele disse mentalmente.

O teatro estava cheio e o espetáculo ainda não havia acabado. Faltavam poucos minutos para o gran finale e James entrou sorrateiramente e foi ao seu camarote. De lá, ele pode ver uma figura obscura no camarote número cinco. Também, pode ver os Condes no camarote seis e no sete, os donos do teatro – Phillip e Charlie.

- O Fantasma passou todo o espetáculo aqui. – O parceiro do Inspetor afirmou. – Não tirei os olhos do camarote.

- Então os vultos que vimos por lá, eram homens disfarçados. Provavelmente capangas. – James murmurou. – Ele tem mais cartas na manga do que eu podia imaginar. Quero que continue atrás dele. Descubra tudo sobre ele. Lhe pagarei uma boa quantia, aos dois. E, falarei de ti ao imperador no baile da semana que vem.

- Como quiser. – O inspetor concordou.

O Fantasma saiu rapidamente do camarote e desceu até o camarim de Bella, que agora tirava o vestido rosa, de armações enormes e muitos laços. Seu cabelo estava cacheado novamente, mas hoje trazia pequenas flores cor-de-rosa presas sobre ele. Madame Renée estava ajudando-a com o vestido quando o Fantasma entrou.

- Boa noite, monsieur. – Disse ela, ao Fantasma.

- Boa noite, madame. – Ele sorriu. – Boa noite, Bella.

- Boa noite. Gostou do espetáculo? – Ela perguntou a ele, quando recebeu uma formosa rosa vermelha. Mentalmente, perguntou-se se ele não a chamara de “minha bailarina” ou qualquer coisa do tipo, por causa da presença de Madame Renée, ou por algum motivo qualquer.

- Amei. Como sempre. – Ele sorriu.

- Deu tudo certo? – Renée perguntou.

- Sim. Tudo correu muito bem, esta noite. – Ele respondeu.

- O que correu bem? – Bella entrou na conversa.

- Nós despistamos o Visconde das catacumbas. Ele não entrará mais lá. Meu covil está seguro. – O Fantasma respondeu. – Agora preciso ir. Vim só para lhe dar os parabéns e lhe avisar sobre este assunto.

O fantasma deu um beijo singelo nela e saiu do camarim.

Bella ficou se perguntando sobre a forma como ele lhe falara esta noite. Muito parecido com... Ela pensava. Não pode ser! A voz. O sorriso. O jeito de andar e o modo de falar. A pele. Ela comparava. Principalmente o sorriso. Principalmente a voz. Ela dissera para si mesma. Ela não tinha certeza se suas conclusões estavam certas ou erradas, mas precisava descobrir. Internamente, amaldiçoava-se por não ter percebido tais semelhanças mais cedo. Internamente, perguntava-se o porquê daquilo. Contenha-se Bella, você não sabe se é verdade. Ela disse novamente.

Enquanto se debatia internamente, Alice e Rosalie entraram no camarim. Rosalie, agora vinha com mais freqüência ao teatro e tinha aulas de balé com Alice – a melhor bailarina daquele lugar. Ela pretendia aceitar a oferta de Madame Renée e mudar-se para lá, afinal, já estava amiga daquelas duas e queria se livrar de sua fama de cortesã.

- Estamos falando com você! – Rosalie exclamou.

- Oh, céus! Desculpe-me. – Bella falou baixo. – Mas estou num dilema.

- Em outro?

- Shii, Alice! – Bella repreendeu-a. – Olhe, não tenho muito tempo antes que James ou qualquer um daqueles condes, ou até mesmo outros venham me cumprimentar. Preciso lhes falar.

- Diga-nos. – Rose pediu.

- Eu acho que...

- Bella! – Renée entrou no camarim antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. – James, os Condes e monsieur Phillip e monsieur Charlie estão aí.

- Todos juntos? Oh meu deus! – Bella tratou de prender novamente os cabelos e pediu a Alice que desse o laço no espartilho.

Quando estava pronta, saiu do camarim na companhia de suas duas amigas e de Renée. Bella não queria ter qualquer momento a sós com James e estar na companhia de tantas pessoas trazia para si, um alívio.

- Boa noite, senhores. – Ela cumprimentou-os com uma reverência mínima.

- Boa noite. – Todos disseram.

- Só vim lhe dar os parabéns, Bella. – James disse antes de se virar. Qualquer um ali, pôde ver que ele não estava em seus melhores dias.

- Vejo que milady está gostando da companhia de nossas melhores bailarinas. – Phillip disse a Rosalie.

- Oui, monsieur. Aprecio muito a companhia de Bella e Alice. Agradeço pela oportunidade.

- Nós é que ficaríamos imensamente gratos se a senhorita nos desse a honra de tê-la em nosso balé. – Charlie sorriu. – Tenha certeza que seu salário será de muito agrado.

- Bem, eu já tinha dito a madame Renée que iria pensar. Mas não vejo porque negar um convite desses. Eu aceito. – Ela disse sorrindo.

- Oh, que bom, Rosie!! – Alice e Bella abraçaram-na.

- Nós temos que ir. Meus parabéns. E bem vinda, senhorita Rosalie! – Os donos do teatro disseram, enquanto acenavam.

- Finalmente, podemos dizer boa noite sem que nos interrompam? – Perguntou Emmett.

- Claro. – Alice riu.

- Ah, e claro. Mais uma vez nos proporcionou um espetáculo maravilhoso. Parabéns às duas. – Jasper disse sorrindo e entregando um enorme ramalhete de flores à Alice.

- Não tenho o que acrescentar. – Edward falou e fez o mesmo.

- São lindas, Jasper.

- Que grosseria a minha. Este é nosso amigo, Gerárd. Estas são Rosalie Hale, Alice Pavlova e Isabella Swan. – Emmett apresentou-os.

- Boa noite, miladys. – Ele disse cortesmente.

- O prazer é nosso.

Como previsto, Bella saíra de braços dados com Edward, indo em direção à carruagem que já os esperava. O jovem conde havia feito uma reserva num gracioso restaurante. Mas dessa vez, iam os sete – incluindo Gerárd. Quando saíam, Bella deu um aceno de cabeça ao inspetor. Edward mostrou um sorriso e eles saíram do prédio. James apenas ficava de olhos em Bella; sua mente não processava qualquer gesto ou palavra que Edward dizia. James estava cego de ciúme.

- Sejam muito bem vindas, mademoiselles. – O maitre disse a elas assim que entraram no local.

O restaurante, como a maioria dos restaurantes finos franceses, era amplo e bem iluminado, mas de forma indireta, não com lustres e candelabros, mas com pequenas lâmpadas* nas paredes laterais. Todo o ambiente era decorado num tom creme e havia painéis nas paredes. Os entalhes dourados corriam parede a fora, a cerca de um metro de altura. O piso era de madeira, trabalhada, carvalho. As mesas e cadeiras eram de cedro, bem desenhadas e esculpidas. Os garçons vestiam coletes pretos, de brim, bem como as calças. Vestiam por baixo dos coletes, uma camisa branca, de colarinho até o pescoço. Seus sapatos eram negros, sociais e de couro. Por cima da roupa, havia um avental, de algodão, na cor preta, que descia até a altura dos joelhos. E junto com a bandeja que carregavam, havia um guardanapo estendido no braço.

- Queremos a recomendação do chef. – Disse Jasper.

- Oui. – O garçom assentiu.

Á mesa, o clima estava ligeiramente tenso, na opinião de Bella. Ela queria perguntar a eles o que o fantasma havia lhes falado, mas não tinha certeza se aquele era o momento. Também, sabia que Alice e Rosalie não sabiam de toda esta situação. Não queria expor o seu anjo da música.

- Bella, porque o Fantasma não foi ao espetáculo hoje? – Rosalie perguntou.

- Mas ele foi, Rose... – Alice respondeu.

- Não. Havia apenas um homem vestido igual a ele. Eu o vi poucas vezes, mas sei que aquele que estava no camarote, não era ele.

Bella tinha de concordar. E discordar. Se for assim, por que ele foi ao meu camarote?  Ela perguntou a si mesma. Para te avisar sobre o visconde. Respondeu. Mas então, ele só iria me avisar, se tivesse feito algo. E ela conhecia-o muito bem para saber que ele era o tipo que cuidava de seus assuntos pessoalmente.

- Ah, não. Monsieur Fantôme tem um camarote exclusivo. Ninguém além dele, e da madame Renée, entram naquele lugar. – Alice murmurou. – O que foi B.? Está pensativa.

- E por que acham que o Fantasma não estava no teatro hoje? – Emmett perguntou.

- Porque eu o conheço muito bem, para saber que ele faz o tipo que cuida de seus assuntos pessoalmente. – Bella falou, depois de tomar um gole de vinho.

- Como tem tanta certeza? – Foi a vez de Edward falar.

- Ele foi ao meu camarim para me avisar sobre o Visconde e suas tramóias. Ele não iria deixar outra pessoa cuidar de algo tão importante assim...

- E o que era? – Jasper perguntou, tentando esconder um riso.

- Não compete a mim falar. – Bella retrucou.

- É, talvez não. – Rosalie disse.

- Eu vou ao toallet. Me acompanham, meninas?

- Claro, Bellinha. – Alice levantou-se de imediato.

Rosalie fez o mesmo e seguiu as duas até o local. Elas entram e então Bella foi em direção ao último lavatório.

- O que foi? Porque aquela conversa? – Perguntou Alice.

- Me desculpe. Não pude deixar de perguntar. – Rosalie falou. – Está acontecendo algo que nós não estejamos sabendo?

- Está. E muito. – Bella deu de ombros. – O Visconde quer descobrir quem está por trás da máscara do fantasma. E o próprio Fantasma me disse que o Visconde não tentará procurá-lo nas catacumbas do teatro.

- Certo. Então não era ele que esta no teatro.

- Não, Alice. – Bella falou. – Eu acho que sei quem é o Fantasma.