A Viagem escrita por kiryuu_ichiru


Capítulo 41
Capítulo 41




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-  Você perdeu o brilho nos olhos, deixou de ficar feliz apenas em ver os fãs. Você perdeu a ligação que tinha com as fãs do mundo, passou a ter prioridades para fãs de certos países como se as demais fãs não fossem importantes. Deixou as roupas mais simples de lado. Agora só se preocupa com grifes, em vestir roupas caríssimas e de estilistas famosos. Sua maquiagem não pode ser feita por você mesmo, tem que ter uma maquiadora para poder retocar essa maquiagem a cada dez minutos. Porque o GRANDE Bill Kaulitz não pode ficar com a maquiagem borrada ou imperfeita. – falei. – Tem que ser o perfeito. Sem defeito, sem se mostrar sem maquiagem, não pode usar roupas mais simples. E ainda diz que o dinheiro não te modificou! Diz tanto que são uma banda unida, mas você não deixa os demais se pronunciarem. O pobre Gustav já até dormiu em entrevistas. Uma pergunta dirigida a Georg, e ele não respondeu, você se encarrega de responder por ele. É sempre você, você, VOCÊ!

- CHEGA! – Tom falou em um tom mais alto que o meu e de Bill. – Um acabando com o outro aqui. Duas pessoas que se amam, vocês gostam de tumultuar tudo quando tudo está bem não é?

Eu olhei para Tom e percebi que ele estava atormentado com a discussão. Gustav nos encarava com os olhos muito abertos, me pareceu que estava assustado, mas eu sabia que não era isso, ele estava perplexo com o que eu falara. Bill expressava tormento nos olhos, como se o que eu dissera o tivesse machucado como uma facada no peito. Ele parecia não acreditar ter ouvido aquilo Eu só não sabia dizer se ele não acreditava ter ouvido aquilo por sair da minha boca ou por sair da boca de uma fã dele.

Fechei a boca para não dizer mais nada. Me afundei nos travesseiros e nas cobertas. Liguei a televisão em um canal de desenhos qualquer, aumentei o volume da televisão e fiquei encarando a televisão sem de fato prestar atenção nela.

O silencio seguiu predominante por longos minutos, que mais pareceram horas. O clima parecia pesado, como se uma tempestade fosse cair a qualquer momento e molhar a todos nós ali dentro.

- Nossa! Ela pegou pesado. – Gustav falou, pensando que eu estivesse dormindo.

- Sim, mas às vezes você pede não é, Bill?- Tom comentou.

- EU peço? Você enlouqueceu?

- Vocês dois tem que resolver essa crise de vocês logo. Pelo amor de Deus, ou vocês ficam juntos ou terminam. Não fiquem com essas discussões dia sim dia não. – Tom comentou.

- E você acha que eu já não tentei falar com ela sobre nós? – Bill retrucou.

- Ah claro! Dizendo que não tem certeza devido a mídia e tal. Porra! Você lutou tanto para ficar com ela naquela ilha, velho, e agora vai ficar aí cuspindo no prato que comeu. – Tom respondeu.

-Eu tenho medo por ela, será que você não entende? – Bill falou.

- Entendemos. Mas é como a Kate falou, você só está pensando em você. Acho que você deveria pensar com um pouco em vocês dois, não apenas no que convém a você. – Gustav falou, entrando na conversa.

- Mas na frente da minha mãe? – Bill estava inconformado.

- Pare de ser orgulhoso. Você e a Kate são orgulhosos, não querem dar o braço a torcer, não é? Mas vale a pena ficar brigando e terminando namoro só por isso? Não era você que dizia aos quatro ventos que a amava? – Gustav comentara.

Bill ficou um tempo em silencio. Eu sabia que ele estava confuso também. Ele não sabia. Estar comigo na ilha era conveniente, mas fora dela, era um desafio e tanto. Levando em conta o fato de que eu não era famosa, não tinha um dos mais belos corpos do mundo, não era a mais bonita também. Mas o amor não contava?

Naquele momento comecei a questionar o que eu conhecia sobre Bill. O menino que se dizia tão romântico, que só se importava com o amor e não com beleza ou com o que fosse. Naquele momento, tudo aqui me parecia uma grande hipocrisia. Um Bill que eu talvez tivesse imaginado um dia, um Bill que nunca existira. Aquele que estava ao meu lado parecia um desconhecido para mim.

Lágrimas saltaram de meus olhos, como uma cachoeira.

 - Mas eu a amo de verdade! – Bill falou, rompendo o silencio.

- Oi? – Tom perguntou.

- Eu a amo. Apesar das diferenças, de tudo, eu a amo. Eu tenho medo da mídia não aprova-la e passar a criticar minha escolha, criticas a Kate. Ela não tem o físico de modelos e tal, mas para mim ela é perfeita. A mídia cairia matando em cima dela, as fãs também. Ou vocês acham que muitas fãs não tentariam matar a Kate pelo simples fato de que ela seria minha namorada? – Bill afirmou.

Ouvi Tom engolir em seco.

- É um risco que se corre. Mas você não pode deixar de ser feliz só porque os fãs não vão aprovar ou só porque a mídia vai cair matando. Acho que a Kate sempre esteve disposta a ultrapassar esses obstáculos. Ela sempre soube onde estava se metendo quando declarou amor por você, Bill. – Tom falou. – E eu posso te afirmar, não há ninguém no mundo, nenhuma mulher, que vai te amar como ela te ama.

- Eu tenho duvidas. – Bill falou.

O jornal continuava exibindo suas noticias; eu estranhei, naquele jornal não havia nenhuma noticia dos Tokio Hotel que estavam no hospital. Me senti aliviada.
A enfermeira entrou, nos entregando o jantar daquele dia. A comida do hospital até que não era rum, mas não era uma das melhores.

Me sentei na cama, como se acabasse de acordar. Bill, Tom e Gustav permaneceram em silencio enquanto comíamos. Senti que eles estavam se segurando para não comentarem algo sobre a recente conversa da qual eu não participara. Conversa durante a qual, eles pensavam, eu estava dormindo.

Naqueles dias em que estive internada, os momentos vividos naquela ilha pareciam ter acontecido há anos. Poderia até ter sido uma ilusão, quem sabe.

Após o jantar, todos fomos dormir para que não tivesse a necessidade de conversas. Para evitar conflitos. 

O dia seguinte chegou. Infortunadamente, eu acordei no mesmo horário que Bill, enquanto Tom e Gustav ainda dormiam.  Levantei, tomei meu banho, escovei os dentes.

Ao sair do banheiro, me deparei com um Bill Kaulitz sentado na cama, pensativo, encarando o lugar onde eu estava. Aqueles olhos castanhos fixos em mim, talvez não me vendo de fato, mas pensando em algo, em alguma situação. Seu olhar era vago.

- Bom Dia! – ele falou.

- Bom dia.

- Acho que precisamos conversar, não acha?

- Eu não sei. Você acha isso? Ou está fazendo isso para recuperar sua imagem comigo? Se for isso, nem precisamos conversar. – respondi.

- Por favor, não começa, Kate. Estava tudo tão perfeito até ontem. Por que você insiste em estragar tudo?

- Então quer dizer que sou eu quem estraga tudo?! – eu ri – Você é mesmo muito hilário.

- Por quê?

- Bom, você está insinuando que fui eu quem provocou a situação ruim de ontem. Que eu é que estrago tudo. Isso é ridículo.

- Claro! Se não foi você, quem mais teria sido? 


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