A Viagem escrita por kiryuu_ichiru


Capítulo 34
Capítulo 34




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Aquilo foi bom. Tom me beijara com tanto prazer e tanta vontade, eu me senti tão bem. Desde que acontecera aquilo entre Bill e Manoela, esse era o momento mais perfeito desde então.

- Me desculpe. – falei, quando o beijo acabou.

Tom me abraçou.

- Não se preocupe. Isso não vai repetir. Eu te beijei antes que você e Bill voltem e eu não tenha a oportunidade. – ele falou.

- Não entendo. Se você quer ficar comigo, por que não luta por isso? – perguntei.

- Eu gosto de você e sinto atração por você, Kate, mas entenda. Eu gosto de sexo, muito sexo. Isso não seria legal, sabe, ficar com você por sexo. Eu gosto de você, mas o Bill te ama de verdade. – ele falou.

- Você está dizendo isso para que eu volte com Bill? – Perguntei – Ou está dizendo isso para que eu não me sinta um lixo quando por ter te beijado?

- Nenhum dos dois. Estou dizendo a verdade! – ele respondeu – Somo amigos, sabe. E, bem, eu sei o que meu irmão sente, sempre. Ele nunca encontrou o amor de verdade até te conhecer. Ele esteve te procurando pelo mundo todo.

Tom começou a falar aquilo, eu odiava esses assuntos de sentimentos. EU  escutaria até o fim, eu queria sabe o que seu irmão sentia.

- Ele esteve infeliz por tanto tempo. Quando ele te conheceu, ele me disse que achava que encontrara a pessoa certa. Ele estava feliz. Ele estava completo. Eu posso estar errado, mas quero acreditar que você é a pessoa certa para ele, assim como ele acreditou. E acho que não é justo eu querer ficar com a menina que ele lutou tanto tempo para encontrar. – Tom completou.

Eu estava chorando quando ele terminou de falar.

- Eu não sei. O que você espera que eu faça após ouvir tudo o que você disse? – perguntei.

- Nada. Só queria que você soubesse a razão de eu não lutar por você. E que você saiba o que meu irmão sente. –ele respondeu.

Eu me levantei e sai andando. Eu não ouviria mais. Pedi que Tom não me seguisse. Eu precisava ficar sozinha.

Enquanto eu passava pelo acampamento, oculta pelas sombras que o luar fazia, eu me deparei com Bill e Gustav conversando.

- Mas por que você não pergunta ao Tom? – Gustav perguntava.

- Porque é injusto. Ele nunca gostou de ninguém, além dela. – Bill respondeu.

- Não. Ele apenas se atrai por ela. Você a ama de verdade. Sei que vocês dois já conversaram cobre isso. Você vai deixar ela partir? Porra, você sempre foi decidido. – Gustav falava.

- Sim. Mas acho que ela não quer mais ouvir falar de relacionamento comigo. Principalmente depois daquilo. – Bill falava.

- Arrisque, a vida é feita disso. Não foi assim que conseguimos a fama? Então. – Gustav respondeu.

Eu não quis ficar para ouvir o resto. Sai andando e fui em direção a praia. Me sentei bem perto da agua, na areia. Fiquei longo minutos olhando as estrelas e o luar refletido na agua.

Tudo o que acontecera nos últimos meses me deixara confusa. Eu estava com medo de ficar ali para sempre, estava com ódio de Bill pelo o que ele fizera com Manoela, estava triste por saber que eu nunca mais veria o Georg. E estava emocionada com o amor que Tom tinha por Bill.

- Ah, você está aí. – Bill falou, surgindo da floresta.

Tentei secar minhas lágrimas enquanto Bill se aproximava.

“ Todos estavam preocupados com você”  ele continuou.

- E logo você se propôs para vir me procurar, é isso? – perguntei.

- Sim. Poxa, Kate, eu pensei que aquilo já tivesse passado. – ele falou, sentando-se ao meu lado

- É. Passou. – falei.

- Não parece. – ele observou.

- Bill, me diz uma coisa. –falei.

- Sim? – ele respondeu.

- Você ainda não parou para pensar no que vai ser de vocês quando, talvez, nos encontrem nessa ilha? – perguntei.

- Eu nunca parei para pensar. Por quê? – ele respondeu.

- Bem, a banda não será mais a mesma, de forma alguma. Bill, o Georg morreu, Tokio Hotel não terá mais o baixista amado de sempre. – falei.

- É verdade.  – Bill respondeu. Eu pude perceber que seus olhos se enchiam de lágrimas enquanto respondia. – Eu não gosto muito de pensar nisso porque, sabe, ele era um bom amigo. Eu queria pelo menos ter dado um enterro digno, mas eu nem ao menos sei onde ele caiu. A banda acabará depois de tudo isso.

Bill chorava. Era difícil ver Bill chorando, mas daquela vez fora inevitável, Bill realmente sentia falta de Georg.

- Você se arrepende de ter inventado essa história de viagem com fã? – perguntei.

- Eu não sei dizer. Digo, se não fosse por essa viagem, eu nunca teria te conhecido e percebido que tenho um fã que realmente me ama de verdade e não apenas pela minha fama ou pelo meu dinheiro. Aprendei também a voltar a ser simples, eu estava perdido e iludido com o dinheiro. Aprendi a sobreviver em situações como essa e que o trabalho em equipe é fundamental. Mas também vi meu amigo cair do avião e desaparecer, eu arruinei a vida de um amigo com essa promoção. – ele falou.

- Não se culpe por isso, Bill. –respondi.

Eu abracei seus ombros e Bill me abraçou apertado e começou chorar, em cima de mim. Eu não soube o que fazer, parecia que eu despertava o lado mais sensível de Bill. Naquele momento eu senti que ele não chorava apenas por Georg ou pelo acontecido, mas por muitas coisas do passado, coisas que ele vinha guardando consigo sempre.

- Eu não sei o que faria sem você, Kate. –ele falou.

- Você seria o mesmo de sempre. – falei.

Bill me olhou nos olhos e eu retribui o olhar. Bill me beijou. Suas lágrimas ainda estavam em seu rosto. Mas percebi que novas lágrimas surgiam enquanto nos beijávamos. Um beijo molhado por lagrimas. Aquele era o melhor de todos. Ali, eu senti que Bill realmente me amava.

Voltamos ao acampamento de mãos dadas. Não foi necessário dizer nada, nossos sorrisos já diziam tudo.

- Até que em fim! – Gustav falou.

Tom apenas me olhou e deu um sorriso de aprovação. Eu sorri de volta.

Manoela não expressou emoção, ela era assim. Mas eu sabia que ela estava feliz por mim, ela era uma pessoa boa, por dentro.

- Mas, por favor, não vamos ficar empolgados demais e fazer festas para comemorar minha volta com Bill. – falei – Nossa prioridade é sobreviver.

- É. – Bill concordou.

Mais um mês se passou e tudo era o mesmo. Mudar sempre de lugar para tentar fugir do animais. O lugar mais seguro que encontramos foi uma outra gruta, mais estreita, onde apenas pessoas podiam passar; pessoas e animais pequenos, é claro.

Ali nos estabelecemos de vez, era o lugar mais seguro, não sairíamos de lá. Bill e eu passávamos maior parte do tempo na praia conversando e tendo um tempo apenas para nós dois, se é que entendem. Minha primeira vez com ele foi naquela praia, eu nunca esquecerei.

De vez em quando, Gustav e Tom se aproximavam de nós na areia para conversarmos. Manoela preferia ficar sozinha muitas vezes, pensando em Georg. Eu sentia por ela. Mas quando eu podia, ia conversar com ela.

- Gustav. – falei.

- Sim? – Gustav respondeu.

- Tem algo que me intriga há algum tempo. – eu falei.

-Pare de rodeios, Kate, fale logo. – ele odiava rodeios.

- Por que você nunca tentou ficar comigo ou com Manoela?- perguntei.

Bill me olhou inconformado com a pergunta, como se eu quisesse traí-lo. Mas a pergunta fora inocente. Bill e Tom haviam tentado ficar comigo, ambos conseguiram.  Bill também ficara com Manoela. Georg com certeza ficaria com ela também, se tivesse tido tempo.

- Porque eu não quis, ora. – ele respondeu.

- Tá, mas por que não? Uma vez que você está há meses sem beijar, sem sexo. Você entende. -falei.

- Gutav, fale para ela, ela não vai ligar, você sabe disso. – Bill falou.

- Eu já amo alguém, Kate. Não me leve a mal, eu não a trairia nem que eu soubesse que ficaria o resto de minha vida aqui.- Gustav respondeu.

-Com quem você namora Gustav? Por que nunca saiu na imprensa? – perguntei.

- Porque todos estavam muito preocupados xingando ela. A minha Natalie. – ele falou.

Eu fiquei em palavras.

- Eu pe-pensei que Bill ficasse com a Natalie. – falei.

- Todos pensavam isso, não é? É por isso que você não gosta dela? – Gustav perguntou.

- Sim. – respondi, abaixando a cabeça.

- E eu que não te contava por pensar que você a odiasse por outro motivo. – ele falou.

- Bill, por que você não me contou isso? – perguntei.

- Eu gostava de ver você se torturando por causa dela. – Bill respondeu rindo.

Todos nós rimos. Eu e metade do mundo odiávamos Natalie por pensar que ela ficava com Bill e na verdade ela ficava com Gustav, que ironia. Todos ali tínhamos um amor, exceto Tom, que afirmava querer ficar sozinho para poder se divertir com as meninas ao redor do mundo.

Gustav e Tom voltaram para o acampamento. Já anoitecia. Bill e eu ficamos ali mais um pouco. Nós dois sempre tínhamos momentos juntos desde que havíamos voltado, os outros meninos faziam questão de nos deixar sozinhos um pouco.

-  Acho que podemos fazer algo, não acha, amor? – ele falou em meu ouvido.


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