A Primeira Legião escrita por diiegoliveira


Capítulo 5
V - Dakota




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REYNA ESTAVA SE PREPARANDO para visitar a caverna da Madame Lupa para contá-la sobre Percy e o ataque no acampamento. Dakota se ofereceu para mostrar a Percy o acampamento e explicar o que estava acontecendo com ele, pela maior parte para sair do serviço de limpeza e não pela bondade no seu coração.

— Reyna — disse Dakota quando ela ficou pronta para ir. — Olhe a sua traseira quando sair dos limites. Quem quer que tenha nos atacado pode ainda estar lá.

Ela assentiu. A caverna de Lupa não era dentro dos limites do acampamento. Era a aproximadamente oitocentos metros da borda leste.

— Kota, as barreiras mágicas... — começou ela.

— Estou nelas — ele garantiu-a.

Era muito mais frio fora dos limites do acampamento, então Reyna pôs um casaco de capuz sobre a armadura e uma touca na cabeça. O casaco era preto com linhas de lã, e tinha as letras SPQR bordadas em dourado na manga esquerda. Ela pôs uma mochila, um arco e uma aljava nas costas antes de ir embora.

— Percy — falou Dakota —, eu sei que você tem muitas perguntas, e eu responderei elas, mas agora eu tenho algum trabalho a fazer, então você só irá me seguir de perto e observar como fazemos as coisas, certo?

Percy assentiu e Dakota ficou só olhando para ele esperando uma resposta.

Percy limpou a garganta.

— Certo.

— Bom. Siga-me — falou Dakota.

Dakota e Percy começaram a andar pelo acampamento, ou o que sobrou dele. Percy apagara as chamas, mas antes disso, o fogo causara muito prejuízo, e agora havia prejuízo da água também. Os soldados trabalhavam juntos para limpar a sujeira. Eles se dividiram em grupos, cada um tendo uma tarefa específica, uma aproximação de dividir e conquistar. O grupo maior, aproximadamente vinte soldados e todas as crianças, estava trabalhando em limpar os escombros. Um grupo de filhos de Mercúrio e Marte estavam removendo estruturas muito danificadas para conserto. Dois filhos de Vulcano e dois filhos de Minerva estavam de pé ao redor de uma bancada de mecânico provisória olhando para plantas de construções. Um dos filhos de Vulcano viu Dakota e foi correndo até ele. Era Clint. Ele era um soldado jovem, só tinha treze anos. Ele tinha cabelo escuro, olhos escuros e pele escura. Ele era muito grande e alto para sua idade. Usava armadura de prata que era tão fina quanto uma folha de papel, mas era tão resistente quanto uma parede de tijolos.

— Tenente, precisamos de abastecimento, coisas que não temos aqui no acampamento — falou para Dakota.

— Mágico? — perguntou Dakota.

— Honestamente, senhor, preciso ir para o Armazém da Casa — falou Clint.

— Sério? — perguntou Dakota tentando não sofrer um colapso mental.

Clint não disse nada; ele só olhou para Dakota.

— Tudo bem, pegue dinheiro de Hazel. Vocês podem tomar o caminhão, pegar só o que precisam e voltar.

— Sim, senhor — disse Clint. Ele fez uma continência para Dakota e correu.

Dakota e Percy continuaram a andar pelo acampamento avaliando o prejuízo. Eles se aproximaram de um grupo de dez soldados, garotos e garotas, que estavam se armando. Eles se aproximaram de um garoto baixo com cabelo marrom luminoso disposto no mesmo corte puro de Dakota. Ele era magro porém musculoso, e usava armadura de couro.

— Jared. — Dakota colocou a mão no ombro do garoto.

Jared deu meia-volta e disse:

— Aí está você.

— Percy, esse é o meu irmão, Jared — apresentou Dakota.

Percy bateu no braço de Jared.

— Você está com o seu grupo? — perguntou Dakota para Jared.

— Sim, senhor — respondeu Jared.

— Bom. Eu quero um destacamento de segurança em volta do perímetro do acampamento — ordenou Dakota. — Revezamento de duas horas e relatórios de status de hora em hora.

— Entendido. — Jared assentiu.

— Eu também quero um pequeno grupo de observação com caninos para circular o acampamento a alguns metros fora dos limites, quatro horas no máximo, então traga-os de volta para dentro — cntinuou Dakota.

— Sim, senhor — disse Jared.

— Ah, e Jared, envie uma sombra para a caverna de Lupa. Reyna está a caminho agora — falou Dakota.

Jared levantou uma sobrancelha e disse:

— Ela não vai gostar disso.

— Não dou a mínima — argumentou Dakota. — Afinal, ela nunca saberá sobre isso, por isso que se chama “sombra”... entretanto, só para termos certeza, mande o soldado mais furtivo que tiver.

Jared sorriu e falou:

— Entendido, chefe.

Dakota e Percy continuaram pelo acampamento até chegarem ao quartel-general. Eles entraram na tenda, que só estava levemente chamuscada, onde Alex e Hazel estavam de pé em volta da mesa. Eles estavam olhando para um rolo de pergaminho aberto.

— Exatamente quem eu estava procurando — falou Dakota. — Alex, mandou trazer a lavagem de roupas?

Alex endureceu, mas não disse nada.

Dakota olhou para Hazel.

— Clint falou com você?

— Sim. — Ela assentiu. — Venha olhar isso, Dakota.

Ele olhou para o rolo de pergaminho,

— Um encantamento?

— E um sacrifício para Términus fortalecer as barreiras mág0icas — explicou ela.

Dakota ficou vesgo e leu em voz alta “Pullus et sus.”

— Galinha é pouco? — perguntou Percy, o que fez Hazel sorrir.

— Muito bom, Percy. Você sabe um pouco de latim, exceto que está escrito “galinha e porco”, e não “galinha é pouco”.

— Você acha que vai funcionar? — perguntou Dakota para ela.

Hazel deu de ombros.

— Vale uma tentativa.

— Ok, tente, e chame alguns daqueles filhos de Baco para te ajudar — falou Dakota. — Você sabe como eles gostam de uma festa.

— É uma matança — corrigiu Alex.

Dakota revirou os olhos.

— É a mesma coisa.

Hazel balançou a cabeça e sorriu.

— Você é louco, LT. — Ela enrolou o pergaminho e saiu.

— Bem, já que você não me trouxe roupas limpas, o que trouxe? — perguntou Dakota para Alex.

— Relatórios de dano e ferimentos e o resumo do orçamento. — Alex sorria enquanto passava para Dakota uma pilha de papéis.

— Hum, então... — Dakota começou a falar mas foi interrompido por alguém entrando na tenda.

— Tenente, os equitadores solicitam permissão para levar os cavalos para um campo desocupado ao sul até os estábulos serem reparados.

— Concedida — falou Dakota sem nem virar para encará-lo.

— Mais alguma coisa? — perguntou Alex para Dakota.

— Só tente descobrir quem atacou o acampamento e o porquê disso — falou ele.

Alex olhou para Percy em suspeita.

— Começarei a investigação imediatamente — falou para Dakota antes de deixar a tenda.

— Eu realmente não gosto desse cara — disse Dakota sob a respiração.

Dakota jogou a pilha de relatórios sobre a mesa e sentou na cadeira detrás dela.

— Tire uma cadeira, Percy — disse.

Percy tirou uma cadeira da mesa no lado oposto de Dakota e se sentou.

— Muito bem, perguntas, desembuche — Dakota disse a Percy.

— Aquela garota vai mesmo abater uma galinha e um porco? — perguntou Percy.

Dakota riu.

— Bem — disse tentando parar de rir —, não será Hazel provavelmente a fazer a verdadeira matança, mas sim, eles vão sacrificar uma galinha e um porco para o deus Términus.

Percy assentiu lentamente, depois perguntou:

— Eu sou um super herói ou alguma coisa parecida? Aquela coisa... com a água...

— Por assim dizer, você é um super herói, todos nós somos, apesar de alguns serem mais super do que heróicos. Você já teve uma aula de história mundial no colégio, Percy? — perguntou Dakota.

— Sim — respondeu Percy.

— Então você aprendeu sobre a Roma antiga: seus deuses, tradições, exércitos e heróis? — continuou Dakota.

Percy assentiu.

— Bem, todas essas coisas que você aprendeu e pensou que nunca usaria são verdade, até a parte dos deuses. E você está bem no meio disso — falou Dakota.

Percy ainda parecia muito confuso. Ele disse:

— Não entendi.

Dakota mordeu seu lábio inferior.

— Não, suponho que não. Ok, é esse o negócio, Percy. Você é o que os livros de história chamam de semideus, prole de um deus e um humano mortal. Do que vemos pelas suas habilidades, estamos convencidos que seu parente divino é Netuno, o deus romano do mar. Todos nesse acampamento são semideuses. Meu pai é Marte, o deus da guerra. Alex, o garoto que acabou de sair, sua mãe é Minerva, deusa da sabedoria e estratégia. Estamos aqui nesse acampamento para treinar para batalha e sermos capazes de proteger a nós mesmos dos monstros que querem nos matar. É perigoso para semideuses ficarem do lado de fora dos limites desse acampamento. O véu mágico sobre o acampamento, que parece estar falhando hoje, normalmente mantém o perigo fora do acampamento.

— O acampamento é muito grande? — perguntou Percy.

Dakota mexeu em alguns papéis na mesa e tirou um grande mapa do fundo da pilha. Ele o abriu na mesa.

— Esse é um mapa do acampamento — disse Dakota. Ele apontou para um lugar no mapa. — Nós estamos aqui, no lado noroeste. Aqui é onde temos alojamentos pessoais, um pavilhão de jantar, áreas de alimentação e o quartel-general. A facilidade educacional está na área central do oeste. Aqui no leste é a facilidade de treino com uma extensão de arqueiros, conduta de biga e arena de gladiadores onde praticamos o combate mão-a-mão. Os estábulos equinos estão centralmente localizados, e quase a metade inteira do sul é um campo de atividades.

— Um campo de atividades? — perguntou Percy.

— Esse é o norte da Califórnia e uvas estão em demanda. Temos que fazer dinheiro de algum jeito. Vendemos uvas para estabelecimentos vinícolas, e eles pagam bem. Aparentemente aqueles filhos de Baco e Ceres realmente sabem o que fazem — falou Dakota.

Percy esfregou os olhos e disse:

— Então, deixe-me entender. Os deuses romanos são reais, e meu pai é um deles. Eu, de algum modo, cheguei nesse acampamento que cresce uvas para fazer vinho e aprender a me defender dos monstros.

— Bem, soa meio ridículo quando você fala assim, mas confie em mim, Percy, o que eu estou lhe dizendo é a verdade e Reyna estava certa, você está aqui por um motivo — disse Dakota.

— É, o que ela quis dizer quando falou que estava certa sobre mim? — perguntou Percy. — Tem algo a ver com esse Jason que eu nunca conheci?

— Jason é o filho de Júpiter, um dos três grandes deuses — explicou Dakota. — Ele é o único filho dos três grandes que esse acampamento teve em décadas. Não é uma coincidência um filho de outro dos três grandes aparecer quando ele desaparece. Você pode não saber de nada sobre o desaparecimento de Jason, mas não significa que você não esteja conectado a isso de algum jeito.

— Como poderia eu nunca ter sabido sobre nada disso? — perguntou Percy.

— Suponho que no seu caso, o que você não sabia não te feriu. Ser ignorante de quem você realmente é lhe permitiu levar uma vida normal. Acontece, é extremamente raro, mas acontece — falou Dakota.

Percy colocou suas mãos em cima da cabeça, em frustração.

— Eu sei que é muito para processar — simpatizou Dakota.

— Eu só quero ir para casa, voltar para minha vida normal — disse Percy, infeliz.

— Desculpe, Percy, mas agora que você sabe a verdade, sua vida nunca mais será normal. — Dakota inclinou a cabeça. — Você parece exausto.

Percy assentiu.

Jared entrou na tenda.

— Desculpe-me senhor, mas tenho o primeiro relatório de status.

Dakota levantou-se e pegou a pasta de Jared.

— Jared, leve Percy para o meu alojamento para que ele possa dormir um pouco. — Dakota olhou para Percy. — Soa bem?

Percy disse:

— Sim, soa.

— Descanse um pouco; só não toque nas minhas coisas — alertou Dakota.

— Não tocar, entendi — concordou Percy.

Percy e Jared começaram a andar para fora da tenda e Dakota sussurrou para Jared:

— Coloque um guarda do lado de fora do meu alojamento para ficar de olho nele.

Jared assentiu e escoltou Percy para o alojamento de Dakota.

Dakota jogou o arquivo na mesa e se sentou de volta na sua cadeira. Ele inclinou-se para trás e apoiou os pés na mesa. Um pouco de lama caiu das suas botas pretas de combate em cima da mesa, mas ele não ligou, era a mesa de Reyna. Ele puxou um iPod do bolso lateral das suas calças pretas de carregamento. Ele enfiou os fones no ouvido e ligou um pouco de música. Estava prestes a pegar uma pasta de arquivo quando notou uma fotografia na mesa que devia ter estado em algum lugar sob o mapa antes de ele bagunçar. Inclinou-se para frente e levantou-a até inclinar-se para trás novamente. Reconheceu a foto e sorriu. Era uma foto dele, Jason e Reyna na praia tirada a dois anos atrás. Todos os três tiveram uma folga de dois dias do acampamento dois verões passados e decidiram gastá-la na praia. Eles surfaram e deslizaram nas ondas. Eles assaram marshmallows e acampamento ali mesmo na praia, dormindo num cobertor sob as estrelas, coisas normais de adolescentes. Na foto, estavam de pé na praia com o Oceano Pacífico espumando atrás. Jason e Dakota estava usando bermudas de praia coloridas e bonés de beisebol virados para trás. Reyna estava usando um biquíni cor de prata econômico, e estava com seu cabelo num rabo-de-cavalo. Ela estava entre os garotos com cada mão no ombro deles. Os garotos estavam com os braços levantados flexionando os músculos. Todos os três se divertiam com os seus óculos Oakley e sorrisos que possivelmente não podiam deixar nada mais vivo. Dakota olhou para a foto em ciúme daquele garoto que costumava ser.


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