A Primeira Legião escrita por diiegoliveira


Capítulo 19
XIX - Percy


Notas iniciais do capítulo

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PERCY SE DEITOU NA SUA CAMA olhando para o relógio em que lia-se 12h04. Ele estivera deitado ali por horas sem conseguir cair no sono. Ele estava exausto, mas não podia simplesmente desligar os seus pensamentos. Ele pensou na jornada ao acampamento e como ele realmente conseguiu conhecer Reyna, Dakota, Hazel e Bobby. Se perguntou quem estaria indo na viagem até a Grécia e como as coisas iriam se desenrolar com os gigantes. Ele se lembrou do que Hera dissera sobre a aliança entre os dois acampamentos e como ele e Jason foram usados para construir uma ponte sobre as diferenças. Percy finalmente decidiu que ele não iria cair no sono com a mente ativa como estava, então ele saiu da cama, pegou o cobertor e andou para o lado de fora. Ele ficou na recentemente construída varanda do chalé. Tyson ficara animado quando os novos chalés estavam sendo construídos, e quando Tyson veio ao acampamento por alguns dias no outono, ele adicionou uma incrível varanda no chalé deles. Essa foi a primeira vez que Percy realmente a vira com atenção, e ele estava impressionado. Era construída de madeira gasta que se encaixava exatamente com o tema do oceano, e era completa com um ventilador de teto, cadeira de balanço pendurada no teto e um pequeno buraco de lareira de bronze. Percy enrolou o cobertor sobre ele firmemente e se sentou no balanço. Ele respirou no ar frio de dezembro e tentou limpar a mente. Ele ergueu o olhar para o céu; a lua estava cheia e clara, mas ele ainda podia distinguir algumas constelações. Havia uma em particular pela que procurava e então a vira, a garota correndo através do céu com seu arco, a Caçadora... Zoë Doce-Amarga. A briga entre Reyna, Phoebe e Thalia mais cedo fez Percy pensar em Zoë. Ele lembrou da história sobre Hérculus traí-la e quebrar seu coração. Percy fez um juramento para si próprio que ele nunca faria algo assim para Annabeth. Percy estava olhando pelo pátio quando captou um olhar de algo se movendo no canto do olho. Ele olhou para o movimento notou que era uma silhueta, uma sombra na grama do pátio abrindo caminho para ele. A sombra, que parecia ser projetada por aparentemente nada, estava quase na sua varanda.

— Ei, Annabeth — disse Percy.

Ela tremeluziu até aparecer, e a luz lunar fez uma pequena dança nos olhos cinzas tempestuosos. O coração de Percy bateu mais forte no seu peito. Ela segurava o seu boné dos Yankees na mão e pisou na varanda.

— A minha sombra me entregou? — ela perguntou.

Percy assentiu e gesticulou para sentar-se ao lado dele. Ele ajustou o cobertor para que ela também pudesse cobrir nele também. Ela se sentou ao lado dele, e ele enrolou o cobertor e o seu braço em volta dela.

— Também não conseguiu dormir? — chutou Percy.

— Não, eu tenho muitas coisas em mente.

— Eu sei o que você quer dizer — empatizou Percy.

— Eu estou feliz por você ter voltado, Percy.

— Eu também.

— Falando em voltar, você ligou pra sua mãe? — perguntou Annabeth.

— É, eu mandei uma mensagem de Íris para ela — respondeu Percy.

— Aposto que ela ficou aliviada por ouvir você.

— Para dizer o mínimo — concordou Percy. — Mas ela ficou desapontada por eu não estar em casa para o Natal.

— Tem razão. O Natal é só daqui a alguns dias. O solstício é amanhã — lembrou Annabeth. — Por que você não vai pra casa?

— Não, eu não posso deixar o acampamento com tudo que está acontecendo.

— Só por um dia — sugeriu Annabeth.

Percy pensou a respeito e perguntou:

— Você vem comigo?

Annabeth sorriu.

— Sim, eu vou com você.

Estava tudo bem entre eles por um momento. Percy cobriu uns fios de cabelo de Annabeth atrás de sua orelha, revelando seu olho inchado.

— Esse olho vai ficar roxo amanhã — ele disse.

— Eu sei. A coisa maluca é que nem sei quem me bateu. — Ela riu.

Percy sacudiu a cabeça.

— Nunca se sabe.

— E olhe para você, nem um arranhão. Suponho que você ainda tenha a maldição de Aquiles.

— Parece que sim, e é uma coisa boa também porque eu teria morrido duas vezes na viagem.

— O que aconteceu? — perguntou ela.

— Eu cai quinze metros de um penhasco e ichor dourado derramou em mim quando estava lutando com Polibotes.

— Você sabe, é incrível que você já tenha sobrevivido sem ela — brincou Annabeth.

Percy riu, mas era a verdade. Ele já estivera muito perto da morte por esses anos.

— Mais algo legal aconteceu? — perguntou ela.

— Bem, eu lutei com um imperador romano numa arena de gladiador em Vegas, estivemos numa perseguição de carro com um espírito de tempestade que capotou a gente... ah, e eu aprendi a esquiar.

Annabeth sorriu.

— Parece que você se divertiu.

— Pra ser honesto com você, eu estava aterrorizado. Era como estar na minha primeira missão. Me senti como fosse apenas um garoto normal que foi jogado nesse mundo insano de deuses e monstros. Era um pouco esmagador.

— Hera devia ter só vindo e explicado para nós a situação. — Annabeth franziu o cenho.

— Poderíamos ter forjado a aliança sem toda a fumaça e espelhos.

— Você conhece os deuses. Eles não gostam de fazer nada fácil. Falando nos deuses, você já conseguiu pelo menos falar com a sua mãe? — perguntou Percy.

— Não, não desde que os deuses se silenciaram.

— É, meu pai também não me contatou.

— O Conselho dos Deuses é amanhã, então talvez nós vamos ouvir algo depois disso — disse Annabeth, embora ela não parecesse muito otimista.

— Talvez.

— Você está preocupado? — ela perguntou.

— Sobre os deuses? Não, mas estou preocupado sobre que tudo que vai acontecer: os romanos vindo ao Acampamento Meio-Sangue, construindo o Argo II, a guerra dos gigantes da Grécia. Annabeth, como vamos nos preparar para a batalha quando nem sabemos quem vai?

— Bem, eu odeio especular, mas imagino que você e Jason vai definitivamente ir e talvez Leo também, já que o Argo II é o destino dele.

— Se você tiver razão, resta mais quatro — ele disse.

— Eu não sei quem será o resto. A melhor estratégia seria preparar todo o mundo.

— Eu nem tenho certeza do que lutaremos contra — admitiu Percy.

— Eu estive pesquisando um pouco sobre a primeira guerra dos gigantes, e aparentemente os deuses e semideuses batalharam com os gigantes num lugar chamado Flegra na Grécia.

— Flegra?

— Significa “as ilhas queimadas”. Foi o lugar onde os gigantes nasceram. As Moiras guiaram os deuses e semideuses na batalha contra os gigantes. Quando os gigantes foram derrotados, as Moiras os atirou ao Tártaro — explicou Annabeth.

— Você acha que as Moiras nos guiará? — perguntou ele.

— Só podemos esperar.

— Ah, agora estou mais confuso agora do que estive nesses últimos dias.

— Então, Hera colocou uma vida falsa na sua memória? — perguntou ela.

— Sim, eu pensei que era um garoto normal e mortal com uma vida normal e mortal.

— Normal... parece legal. — Ela sorriu. — Ainda lembra de alguma coisa?

— É, um pouco, mas está enfraquecendo.

— Eu estava nessa vida?

— Estava. — Percy sorriu.

— Me conte — ela disse enquanto descansava a cabeça no ombro dele.

— Você e eu nos encontramos quatro anos atrás num museu. Eu literalmente corri até você e derrubei seu notebook e lápis das suas mãos. Você me chamou de algo legal como idiota ou estúpido. Me sentei ao seu lado nas escadas do museu enquanto você comia seu almoço e tentei pegar o seu número, mas tive que me contentar com o e-mail. Viramos realmente bons amigos nos anos seguintes, e ano passado decidimos que queríamos ser mais do que só amigos.

— Então, estávamos juntos por um ano? — perguntou Annabeth.

Percy assentiu.

— O que fazíamos juntos?

— Íamos ao cinema, ao zoológico e aos museus. Você adorava ir até o topo do Prédio Empire State para olhar o horizonte, e agora que penso nisso, deve ser a versão de Hera de uma brincadeira boba.

Annabeth riu.

— Presumo que o nosso primeiro beijo não foi num vulcão — supôs ela.

— Perto... Times Square. Era o Ano Novo à meia-noite.

Ela olhou para Percy.

— Alguma coisa era como o real?

Ele sorriu.

— Nem perto. — Depois ele a beijou.

Percy estava gratificado e com orgulho por Annabeth ser a sua namorada. Ele não sabia como tivera tanta sorte ou porque demorou tanto para eles virarem um casal.

Annabeth descansou sua cabeça novamente no ombro de Percy e disse:

— Prometa que você não vai desaparecer de mim outra vez.

— Você sabe que eu não posso prometer isso.

— Eu sei — ela suspirou.

Eles passaram por tantas coisas juntos nos anos que passaram, e Percy sabia como ela devia ter se sentido quando ele desapareceu. Ele passara a mesma coisa com exatamente dois anos atrás. Percy uma vez pensou que ele e Annabeth teriam muito tempo juntos, mas agora, com essa guerra sobre eles, ele não tinha mais tanta certeza. Se ele fosse chamado para ir nessa missão, ele não sabia se iria querer que Annabeth fosse chamada também. É claro que ele queria que ela ficasse com ele, mas também queria ela segura, e ele não podia garantir sua segurança se ela fosse.

Percy olhou para Annabeth; ela caíra no sono. Ele pensou sobre carregá-la de volta ao chalé, mas ela parecia tão pacífica; ele não queria arriscar acordá-la ou talvez ele só não quisesse deixar aquele momento passar.

Ele beijou a testa dela e sussurrou:

— Bons sonhos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do final! Outras duas fanfictions já estão a caminho, mas preciso informar que achei um trabalho para fazer e estarei trabalhando nele, então não sei quando elas ficarão prontas. Se você quiser baixar a história completa em .doc, acesse esse link: http://bit.ly/gkmCIJ
Abraços para todos vocês!