A Primeira Legião escrita por diiegoliveira


Capítulo 17
XVII - Reyna


Notas iniciais do capítulo

Malz aê por não postar nada ontem. ^^



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REYNA OBSERVOU JASON SAIR DA SUA BIGA com aquela mesma garota que vira no sonho. Todos os romanos ficaram atenciosos e saudaram Jason colocando seus punhos direitos no coração, e Jason fez o mesmo.

— Reyna! — gritou Jason como se tivesse acabado de reconhecer quem ela era.

Jason correu para ela e lhe deu um grande abraço enquanto a levantava e girava no ar. Reyna riu e sorriu abraçando seu pescoço. Ela estava muito feliz por vê-lo e saber que ele estava bem.

Ele a desceu mas ainda segurava seus ombros.

— Deuses, não posso nem acreditar que você está aqui.

— Bem, somos dois. — Ela sorriu.

Jason olhou para a esquerda e viu Dakota.

— Kota. — Jason ofereceu seu braço direito, Dakota bateu nele e o puxou num abraço.

— É bom ver você, cara — falou Dakota para Jason.

— Você também, colega.

Hazel e Bobby cada um recebeu um abraço de Jason, e quando viu Lupa, ele se ajoelhou na frente dela e curvou a cabeça.

— Madame Lupa.

— É agradável ver você bem, meu pupilo.

Jason se levantou.

— Como vocês me encontraram? Como chegou aqui? — perguntou.

Reyna apontou para Percy que estava andando para eles com uma garota ao lado.

Percy se aproximou de Jason e lhe ofereceu o braço direito.

— Percy Jackson, filho de Poseidon.

Jason bateu no braço de Percy.

— Jason Grace, filho de Júpiter.

Percy levantou uma sobrancelha.

— Grace? Tipo, Thalia Grace?

Jason sorriu.

— Minha irmã.

— Não brinca! — disse Percy.

Reyna lembrou da Caçadora que Percy reconheceu no Pikes Peak; Percy disse que seu nome era Thalia. Reyna nunca soube que Jason tinha uma imrã, e ela se perguntou se a Caçadora que atacara e a irmã de Jason eram a mesma.

— Percy — disse uma voz de alguém se aproximando do cume da colina.

Um homem anormalmente alto apareceu. Ela tinha uma barba bem cortada e cabelo marrom encaracolado. Ele estava usando uma armadura sobre sua longa camiseta laranja de mangas, e tinha um arco e uma aljava pendurados nas costas. Enquanto se aproximava, Reyna percebeu porque ele era alto; a metade de baixo do seu corpo era de um garanhão branco. Ele era um centauro.

O centauro colocou a mão no ombro de Percy.

— Graças aos deuses. Você está bem?

— Claro, Quíron — garantiu Percy.

— Percy... — começou Reyna, se perguntando porque Percy não parecia mais confuso a respeito de quem ele era.

— Foi Hera — contou Percy. — Foi ela que bagunçou a minha memória, me fazendo acreditar que levava uma vida mortal.

— Não se sinta mal, Percy — disse Jason. — Ela apagou minha memória completamente.

Todos só fitaram os dois.

— Mas vocês se lembram agora... certo? — perguntou Bobby.

Ambos assentiram.

— Marcaremos uma reunião dos conselheiros para discutir os eventos que se desenveram nos últimos dias, mas agora eu gostaria de conhecer nossas visitas. — O centauro virou para os romanos e falou: — Eu sou Quíron, diretor de atividades aqui do Acampamento Meio-Sangue.

Reyna se apresentou primeiro.

— Reyna Ballard, filha de Apolo e pretora interina da Primeira Legião.

— Dakota Mills, filho de Marte, primeiro tenente.

— Bobby Chandler, filho de Vitória, centurião.

— Hazel Vaughn, filha de Vesta, centuriã.

Quíron bateu nos braços deles na tradição romana enquanto se apresentavam, exceto por Hazel.

— Filha de Vesta. — Quíron se inclinou para frente, pegou a mão de Hazel e a beijou. — É algo raro. Uma grande honra.

Hazel corou.

— Mas Héstia é uma deusa virgem — disse a garoto ao lado de Percy. Reyna assumiu que ela era a namorada dele, Annabeth.

Hazel sorriu.

— A Héstia de vocês pode ser virgem, mas Vesta não é exatamente tão... conservadora. A cada século, minha mãe desce à Terra; ela se casa com um homem mortal, tem um filho e fica com seu marido pelo resto dos seus dias. Minha mãe tem Virgens Vestais para atender aos seus deveres no Olimpo. Agora mesmo, ela vive com meu pai na nossa casa no Texas.

Foi uma coisa que Reyna sempre invejou de Hazel: uma verdadeira família. Hazel tinha que ir para casa no Texas todo verão e nos feriados. O acampamento era mais como um internato do que uma casa para ela.

Quíron se aproximou de Lupa, que aparentemente não precisava se apresentar, e ele se ajoelhou com as patas dianteiras, e curvou-se.

— Madame Lupa.

Lupa curvou-se para Quíron.

— Mestre Quíron, há quanto tempo.

— Não desde que fizemos nossos juramentos no Estige — disse Quíron enquanto se levantava.

— E estou vendo que ambos violamos aquele juramento — disse Lupa.

Reyna não sabia que juramento era aquele que eles estavam falando, mas supôs que tinha algo a ver em como os romanos e gregos ficaram separados.

Reyna virou para Percy.

— Então, essa é Annabeth?

— É. — Percy sorriu, depois apresentou-a. — Annabeth Chase, filha de Atena.

Reyna sacudiu a cabeça.

— Aposto que seus pais não são tão loucos sobre o relacionamento de vocês... a coisa toda da rivalidade de Poseidon e Atena.

— Você sabe muito sobre os deuses gregos? — perguntou Annabeth.

— Sou filha de Apolo, eu meio que preciso saber — respondeu Reyna.

— Ah, tem razão, o mesmo nome, o mesmo aspecto — disse Annabeth.

Reyna sabia que essa garota tinha alguns neurônios, e Reyna gostou dela imediatamente. Se apresentaram aos outros semideuses que estavam sentados nas bigas. A garota do sonho de Reyna, aquela que estava com Jason, se apreosentou como Piper McLean, filha de Afrodite. Naturalmente ela seria filha da deusa do amor; era só para a sorte de Reyna. Encontraram Leo Valdez, um filho de Hefesto, que imediatamente começou a topar em Hazel, mas ela não se importou. Entrementes parecia até Hazel poderia estar realmente gostando do garoto. Também tinha Travis Stoll, um filho de Hermes, e Will Solace, um filho de Apolo. Reyna não tinha o hábito de abraçar completos estranhos, mas ela abraçou o irmão. Depois de perder dois deles e uma irmã no Monte Tam, ela estava aliviada por saber que tinha uma família aqui.

— Bem, já que todos nos apresentamos, que tal mostrarmos o Acampamento Meio-Sangue aos nossos convidados? — disse Quíron.

Eles desceram a colina para uma casa de fazenda azul de quatro andares.

— A chamamos de Casa Grande — Percy contou a Reyna. — É a nossa versão do quartel-general.

Reyna olhou em torno do vale. Ela viu campos de morango, um pequeno lago e uma grande floresta. Havia pátios de vôlei e basquete e vários chalés que Reyna assumiu serem os alojamentos.

Eles chegaram à Casa Grande e Quíron falou:

— Preciso de voluntários para dar a cada um dos nossos convidades um tour no acampamento.

Leo rapidamente se ofereceu para ser o guia de Hazel. Percy e Annabeth seriam os guias de Dakota e Piper se voluntariou para ser o guia de Bobby. Piper e Reyna trocaram olhares enquanto ela e Bobby deixavam a Casa Grande. Os olhos de Piper eram intensos e territoriais, como se estivesse silenciosamente avisando para Reyna tomar cuidado. Reyna sabia que ela e Piper não iriam se entender.

— Bem, parece que sobrou eu e você — falou Jason para ela. — Vamos, vou te mostrar as coisas por aqui.

Reyna ficou feliz por Jason ser o guia dela. Ela realmente sentira falta dele e estivera preocupada com ele desde o seu desaparecimento. Ela queria usar esse tempo juntos para saber das coisas e talvez contá-lo o que ela sentiu sobre ele.

— Então, parece que teve uma aventura selvagem sem mim — disse Jason enquanto levava Reyna através dos campos de morango.

Reyna sorriu.

— Eu não acho que a palavra selvagem seja muito apropriada.

— E você e Kota conseguiram sobreviver sem mim lá para salvá-los. É incrível. — Jason riu.

Reyna empurrou seu ombro e sacudiu a cabeça.

— Heróis.

— Falando nisso — falou Jason num tom mais sério. — Como está Kota?

Jason e Dakota eram melhores amigos e Jason estivera aflito a respeito dele desde o Tam. O comportamento anormal de Dakota e balanços de ânimo, sintomas do TEPT, estavam cobrando os direitos da amizade deles, mas Jason não estava pronto para desistir dele. Reyna não sabia se Dakota iria se recuperar, mas nunca ouve qualquer dúvida na mente de Jason que ele iria.

— Ele ficou realmente bem na viagem — contou Reyna. — Penso que quando ele tem algo para se concentrar, algo para distrai-lo daquelas memórias ruins, ele fica muito melhor.

— É bom ouvir isso, e você?

— E eu? — perguntou Reyna.

— Está tudo bem? Você parece distraída.

Reyna olhou para o lago de canoagem.

— Vai ver que é só esse lugar — falou, não exatamente pronta para contá-lo o que realmente estava na sua mente.

— É, eu sei o que você quer dizer — respondeu Jason. — Te dá aquela sensação como se soubesse que você está em algum lugar que não devia estar.

— Romanos e gregos... Historicamente essa é uma combinação explosiva — ela falou.

— Talvez essa geração possa superar a discriminação e trabalhar juntos como um time. Parece que você já sabe porque está aqui.

Ela assentiu.

— A Grande Profecia, a Gigantomaquia.

— Está certa, e está progredindo muito mais rápido que eu esperava. Sua chegada aqui no dia depois de eu voltar da minha missão diz que não temos tanto tempo quanto pensávamos. Ai... está me dando dor de cabeça ou vai ver que é aquela queda de memórias que tive mais cedo — disse Jason, esfregando os olhos.

— Sim, você disse algo sobre Hera apagar a sua memória — lembrou Reyna.

— No meu caso foi Juno, mas sim. Eu não lembrava de muita coisa até eu estar na colina olhando para vocês, e então todo voltou... tudo de vez. Acho que a mesma coisa aconteceu ao Percy.

Reyna concordou com a cabeça.

— Tenho certeza que tudo será discutido na reunião de conselheiros, então não vamos nos preocupar agora — Jason disse, então pegou o braço dela. — Vamos, eu quero te mostrar uma coisa.

Jason levou Reyna para o campo de arco-e-flecha e seus olhos se iluminaram. Haviam alvos por todo o lugar; alvos fixos, alvos móveis, até alvo que flutuavam magicamente. Era o sonho de um arqueiro.

— O que acha? — perguntou ele.

— Acho que é incrível. — Ela sorriu.

— Ok, ok, pare de babar. Melhor terminarmos o tour. Ainda tem muitas coisas para você ver.

Jason ela pelos estábulos e pela arena de esgrima. Ele mostrou para ela o anfiteatro e a arena de luta de espadas.

Eles caminharam para dentro de um pavilhão ao ar livre estruturado com colunas e Jason disse:

— O lugar mais importante no acampamento.

Reyna inclinou a cabeça.

— Deixe-me adivinhar... a área do jantar?

Jason só sorriu, então disse na sua melhor voz de guia de tour:

— Nossa próxima parada no tour é os chalés. Siga-me por favor.

Reyna seguiu Jason para um grupo de chalés comprimido na beira da floresta. Havia uns vinte chalés, um chalé representando cada deus, dispostos numa forma de U com duas asas de chalés que iam para a esquerda e direita do lado aberto. Os chalés encaravam uma área de convivência que era belamente ajardinada e tinha uma fogueira em combustão lenta no centro. Uma jovem cuidando das chamas chamou a atenção de Reyna. Reyna curvou a cabeça para a garota no pátio e a garota sorriu. Jason levou Reyna para o chalé de Apolo. O chalé dourado reluzia na luz do sol baixo.

— Todos os filhos de Apolo dormem aqui? — perguntou Reyna.

— É — concordou Jason.

Reyna não estava acostumada a ter companheiros de quarto. Ela tinha seu próprio alojamento no acampamento romano.

— Você quer entrar? — sugeriu Jason.

Reyna fitou o chalé depois virou pra Jason.

— Vamos acabar o tour primeiro.

Jason mostrou a ela o resto dos chalés incluindo o dele. Era idêntico á casa de mármore que ela vira no sonho. Ela pensou em contar a Jason seu sonho, mas decidiu que era melhor não. Jason a levou para o estreito e eles ficaram numa duna olhando a água. A brisa era fresca, mas não tão fria quanto devia ser nessa época do ano. Reyna olhou o estreito tentando criar coragem para perguntar a Jason sobre Piper.

— Então, seus amigos aqui, eles parecem legais — ela disse finalmente.

— A maioria aqui é. Como é provável que você diga, esse lugar é um pouco mais moderno que o nosso acampamento — ele disse.

— Eu notei, e está impregnado em você.

— É, acho que sim — concordou Jason.

Eles ouviram duas pessoas conversando e rindo. Viraram e viram Hazel e Leo descendo a duna na direção deles. Cada um segurava algo na mão. O que quer que estivessem segurando, estava brilhando e tremeluzindo vermelho e laranja. Enquanto chegavam mais perto, Reyna percebeu que cada um tinha uma bola de fogo na palma.

— Ei, galera — disse Hazel quando alcançaram Reyna e Jason.

— Bem, parece que vocês dois encontraram algo em comum — disse Reyna, olhando para as chamas nas palmas.

Jason sacudiu a cabeça.

— Fogo.

— Você sabe — disse Leo.

— Para onde vocês vão? — perguntou Reyna.

— Pavilhão de jantar, é quase hora do jantar — respondeu Leo.

Reyna estava com muita fome. Ela não comeu nada o dia inteiro.

— Iremos com vocês — falou Jason, e todos os quatro rumaram ao pavilhão.

Quando chegaram ao pavilhão de jantar, o sol já tinha quase se posto por completo. Tochas iluminavam o pavilhão e uma fogueira central queimava num grande braseiro. O jantar estava sendo servido, e Reyna reconheceu e respeitou a forma ordenada que os gregos jantavam. Cada chalé tinha uma mesa, e se você dormia naquele chalé, você comia naquela mesa; era simples e eficiente. Havia uns sessenta ou setenta campistas e aproximadamente uma dúzia de ninfas, náiades e faunos. Reyna se sentou ao lado de Will, que conhecera mais cedo.

— Como foi o seu tour? — perguntou Will.

— Bom. Esse é um acampamento muito amigável.

Houve um bang da mesa principal. Reyna viu Quíron levantar seu copo.

— Aos deuses, e aos nossos convidados — brindou ele.

Todos se juntaram ao brinde. Ninfas trouxeram comida a cada mesa e todos encheram os pratos. Cada campista derrubou uma oferenda queimada ao fogo central, que também era uma tradição romana. Reyna se sentou novamente à mesa e começou a comer seus hamburgueres e fritas.

— Já preparamos um beliche pra você e lhe arranjamos roupas e algumas toalhas — Will contou.

— Agradeço, mas você não precisava fazer isso.

— Não foi problema. Então, Reyna, quantos filhos de Apolo tem no seu acampamento? — perguntou Will.

Reyna instantaneamente perdeu o apetite.

— Tinha quatro, mas agora só sobrou eu — ela disse, infeliz.

— Ah, me desculpe. Eu não queria... — Will parou, depois acrescentou: — Perdemos vários irmãos nesse verão... muitos.

Naquele momento, Reyna percebeu que os dois acampamento tinham mais coisas em comum do que diferenças. Eles lutavam nas mesmas batalhas, só de formas diferentes, e perdiam soldados do mesmo jeito. Ambos trabalhavam duro e lutavam com firmeza pela mesma causa e sua lealdade e devoção àquela causa é imutável. Talvez Jason tivesse razão; talvez eles pudessem trabalhar juntos.

Houve outro bang da mesa principal e o pavilhão se silenciou.

— Posso ter a atenção de todos? — Quíron disse em voz alta. — Na fogueira dessa noite estaremos fazendo uma reunião com todo o acampamento para discutir eventos recentes e o que eles significam para o futuro. Insisto que todos prestem atenção.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer nessa fogueira, hein? Será que ela vai ficar... explosiva?



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