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Após todo aquele desabafo do Vinicius eu sentia que ele realmente se preocupava comigo e eu com ele, mas era ébvio que eu não diria isso para ele pelo menos não por hora.

-Você teve noticias de seus irmãos depois disso? Eu perguntei tentando mudar o mais rápido possível de assunto antes que eu dissesse algo que me comprometesse.

-Não, com exceção do Benjamin eu espero que o outro tenha morrido e ardido nas chamas do inferno pelo que fez a mim e a Anne. Ele me matou Nyx, e eu acredito fielmente que ele descobriu de alguma forma que ela era uma vampira e a matou, se não a matou mandou que o fizessem.  Agora me diga como era a sua família? Ele me perguntou interrogativamente ainda um pouco abalado pela nossa conversa.

-Minha mãe se chamava Alice, era obcecada pelo Egito, por isso desse meu nome muito comum. Ela quis me batizar com o nome da deusa da noite e dos vampiros. Meu pai, bem, meu pai era chefe da policia e morreu quando eu tinha dois anos de idade. Eu falei sem demonstrar emoção alguma com o que eu tinha acabado de relatar.

-Eu sinto muito. Você teve noticias de sua mãe? Ele me perguntou se aproximando um pouco mais de mim.

-Sabe a semana em que você me mordeu? Ele concordou com a cabeça.   Então eu tinha recém perdido a minha mãe, na verdade ela morreu um dia antes de você me transformar. Eu falei ainda sem demonstrar emoção alguma.

-Nossa eu realmente não imaginava que tivesse acontecido isso. Você não demonstrava nenhum sinal de abatimento, como você conseguia não demonstrar nenhum sinal de perda ou de dor? Vinicius falou com uma expressão em misto de surpresa e tristeza.

  -Eu tentei me afogar no trabalho para não ter de enfrentar a dor, apenas mais uma forma de mascarar. Até aquele dia, depois da morte de minha mãe, eu não tinha mais ninguém no mundo.

-Agora você tem alguém… Eu. Vinicius falou sorrindo para mim e eu me obriguei a olhá-lo por mais um momento.

Sim, isso foi realmente muito meigo da parte dele. Sim, eu sei que ele gosta de mim. Sim, eu realmente gosto dele, mas tá ai uma coisa que ele não vai saber tão facilmente, pelo menos enquanto eu respirar.

-Isso é realmente bom.  Eu disse tentando não soar nem fria e nem ficar muito animada com aquela informação.

-Devo admitir que eu esperava pelo menos um “Eu gosto de você”, ou “Você também tem alguém… Eu”, mas como eu te entendo Nyx, darei o tempo de que você tanto precisa, mas saiba que eu realmente a amo. Vinicius falou colocando a mão em meu ombro e eu estremeci.

-È melhor eu… eu… Preciso ir tomar um banho. Eu falei e peguei uma toalha e as primeiras roupas que encontrei e sumi para o banheiro e o deixei ali parado na mesma posição como se estivesse paralisado.

***

Droga, droga, porque justo agora ele vai me dizer essas coisas? Porque justamente agora? Ele terá de esperar, não posso me dar ao luxo de desviar os meus planos não agora, não depois de estar tão perto.

Quando anoitecer e vou dar uma volta, não posso ficar mais aqui, não sem esfriar minha cabeça, preciso pensar friamente em tudo o que eu irei fazer.

 Terminei de tomar o meu banho e sai, esperando o encontrar sentado em algum lugar me esperando para me encher de perguntas ou de aborrecimentos sobre algo que eu realmente não tinha vontade de falar. Tomei um grande susto não o encontrei em parte alguma, preferi deixá-lo em paz e ir esperar o anoitecer que estava próximo.

***

Quando estava anoitecendo eu sai deixando um bilhete dizendo que não se preocupasse e que aproveitasse para descansar, pois logo não teríamos mais tempo para nada, porque o dia da Vamcorp cair estava cada vez mais próximo.

Sai pela porta da frente calmamente, apreciando o por do sol, já se fazia muitos anos que eu não o apreciava, pelo menos não como agora. Continuei seguindo pela rua e fui parar sem querer na frente da casa do Zack, o rapaz de que eu havia me alimentado na noite passada.

Eu não faço a menor idéia do porque fui parar aqui, só sei que eu realmente tenho que pensar e refletir o meu próximo passo.

-Nyx? Alguém perguntou e eu instintivamente me virei.

Sim, era ele. Zack. Ele estava ali na minha frente correndo para falar comigo, quase tive um ataque cardíaco de susto quando o vi, sempre acreditei que a cidade era bastante grande para não encontrá-lo novamente, a não ser que eu quisesse.

-Oi. Eu falei meio sem graça pela surpresa.

-Podemos conversar? Ele falou ainda sorrindo para mim como um bobo.

-Eu… Eu, certo. Mas rápido, por favor. EU falei para ele indo atrás dele e entrando na casa.

-Pensei que nunca mais te encontraria. E eu preciso te contar uma coisa. Ele falou se sentando no sofá e me oferecendo o outro para que eu ficasse de frente para ele.

-Conte, já que é tão urgente. Eu falei soando mais desanimada do que eu me sentia.

-Eu sei que quando você se alimentou de mim na noite passada, você teve acesso a algumas informações sobre mim, inclusive sobre a Vamcorp.

Eu quase caio da cadeira de susto. Como ele sabia tantas coisas sobre vampiros? E como ele pode estar tão tranqüilo ficando frente a mim, eu que se quisesse poderia o matar agora mesmo sem chamar a atenção de ninguém.

-Como você sabe sobre isso? Eu perguntei surpresa pela expressão de tranqüilidade que ele usava.

-Mais da metade da minha família foi morta por vampiros, meu pai recentemente entrou para trabalhar na Vamcorp e foi morto, na verdade foi feito de refeição, e desde então eu estou tentando arrumar uma forma de me vingar. Alguma coisa me diz que você não gosta da Vamcorp, do contrario você não invadiria o quarto de um rapaz durante a madrugada e beberia seu sangue perto deles tentando chamar a atenção. Ele falou soando desafiadoramente, o que me fez rir.

-Eu realmente odeio a Vamcorp. Mas os meus motivos são totalmente diferentes dos seus. Mas acredito que você não me chamou aqui apenas para dizer isso. O que você realmente quer? Eu perguntei ainda em meio a risada da estória que ele contou a pouco para mim.

-Eu quero ajudar. Sei de formas de entrar lá sem chamar a atenção de ninguém. Zack falou com um brilho nos olhos, que queria dizer que ele estava esperando a sua vingança há tanto tempo quanto eu.

-Não, sei. Tenho de pensar. Eu falei enquanto analisava as probabilidades. E se ele me atrapalhasse? E se ele soubesse de caminhos secretos que nos levasse em segurança? Tenho de pensar, na verdade tenho é de conversar com o Vinicius para ver se ele me da a sua opinião sobre isso tudo.

-Você é uma vampira… porque você pode andar em plena luz do sol? Zack me perguntou curiosamente com as sobrancelhas estreitas.

-Sim sou uma vampira, mas também já fiz parte de uma experiência na Vamcorp, e a partir desse dia eu posso andar no sol, eu e todo mundo que beber um pouco do meu sangue. Eu falei sem perceber que eu tinha dito ainda perdida em pensamentos analisando o que eu faria.

-Hm. Eu estava achando que você era uma… anciã. Não que você seja velha… Não, de jeito nenhum… Quero dizer você não parece velha… É que eu nunca diria que isso era resultado de uma experiência. Zack falou de um jeito que eu tive de gargalhar.

-Se eu fosse uma anciã eu teria te matado na noite passada sem nem pensar. Eu falei rindo para ele sem nem pensar muito se eu o estava assustando.

-O chefe da Vamcorp se eu não estou enganado é um ancião… E então você quer ou não a minha ajuda? Sei que se eu for sozinho contra eles eu não terei chance, mas se eu tiver uma vampira ao meu lado talvez eu finalmente consiga minha doce vingança. Ele falou com um brilho estranho nos olhos que pela primeira, que fez ver ódio em seus olhos.

-Tenho de conversar com meu amigo antes, mas não tenho certeza. E alias você é um humano, são complicadas essas coisas para você. Seria muito perigoso para você e você nos atrapalharia. Eu falei ainda pensando na possibilidade de hipnotizá-lo e pegar as informações que eu precisava.

-Um namorado, bem que eu desconfiava. Bem, se você vai falar com ele agora eu vou junto. Mesmo que vocês não me deixem ajudar ao menos darei uma noção para vocês como ela funciona. Ele falou se levantando e ficando na minha frente.

Levantei mais rápido do que ele e qualquer humano pudessem ver, posicionei meu cotovelo em seu pescoço para que com um simples movimento eu pudesse o estrangular.

-Primeiro: Ele não é meu namorado. Segundo: Você vai se eu quiser, e como eu não quero você fica aqui e eu o trarei. Terceiro: Você vai tentar ser educado conosco e agüentar esses seus comentários idiotas para você se não, dessa vez bebo todo o seu sangue. Eu falei ainda com o cotovelo o apertando.

-Você… pode… por… favor… me… soltar… eu… não… consigo… respirar… Ele falou pausando cada palavra.

O soltei. Ele caiu de joelhos esfregando o pescoço varias vezes e respirando com dificuldade.

-Você achou que quando se metesse com vampiros tudo seria fácil? Está enganado Zack. A partir do momento em que você me convidou para entrar, você se meteu em uma fria. Você vai me obedecer, ou preferi que desta vez eu o sufocasse com as duas mãos? Eu falei fazendo o gesto de apertar me certificando que ele visse.

-Certo, eu ficarei aqui. Espero que você saiba que informações tão garantidas quanto as minhas, você e seu AMIGO não encontrarão tão facilmente. Zack falou ainda encarando as minhas mãos e esfregando o seu pescoço.

-Uma ultima coisa, para você se lembrar. Eu sou uma mulher, mas não é por isso que eu vou agüentar insolência de um humano, sem me defender. Dirija-se a mim com respeito, se você da amor a sua vida. Eu falei batendo a porta atrás de mim, e o deixando com uma expressão de medo.

                                                        ***