Fullmetal Alchemist: Lado B escrita por sakura_hotaru


Capítulo 2
Capítulo 1 - A Descobberta




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Edward Elric acomodou-se na poltrona estofada do trem que rumava para a Central. O assento ao lado estava vazio; justamente o lugar que devia ser ocupado por seu irmão, Alphonse Elric. Ed sabia que por um bom tempo o lugar ficaria vazio devido a decisão que tomara, mas não iria titubear. Faria daquilo a alavanca para motivá-lo a encontrar a solução o mais rápido possível... isto é, caso ela realmente existisse.

– Olá, garoto pensativo! – disse uma voz doce e melodiosa ao seu lado, quebrando sua concentração. – Nossa, ele é menor do que eu imaginava! – a garota cochichou consigo.

– Quem você está chamando de anão de jardim? – Ed gritou, se contorcendo de raiva. – Peraí, você me conhece?

– Não exatamente. – a garota respondeu, encabulada. – Mas você é meio que conhecido, sendo quem é; Edward Elric, o alquimista de aço.

Ed encarou a recém-chegada. Devia ser pouco mais velha que ele, seus cabelos eram extremamente loiros (num tom quase branco), seu corpo magro – porém curvilíneo – estava envolto em leves roupas de verão e Ed não pôde deixar de reparar no decote que exibia enormes seios. Apesar de toda a beleza, o que realmente mais chamava atenção na garota eram seus intensos olhos esmeralda, num verde tão intenso que quase chegavam a hipnotizar.

– Aliás, meu nome é Alice. – apresentou-se dando um beijinho no rosto de Ed, que corou na hora. Ficaram um bom tmepo sentados um do lado do outro, sem falarem nada. O trem começou a sacolejar e a frear lentamente. Logo, havia parado.

– Aqui eu fico, Edward Elric. – Alice disse, levantando-se. Mais uma vez Ed dividiu o olhar entre os olhos esmeralda da garota e seu decote. – Espero que possa te encontrar mais vezes.

– Ah... Ok. – o alquimista respondeu, sem ter certeza se aquilo foi uma cantada e se sentiu meio idiota.

Antes que o sol começasse a se pôr, o trem chegou à Estação da Central. Ed desembarcou levando sua mala, sem saber exatamente que rumo tomar; dúvida essa que foi sanada de modo rápido quando viu o major Louis Armstrong parado próximo a uma das saídas ao norte da estação, fato que nunca passaria despercebido, uma vez que o homem ultrapassava os dois metros de altura e era uma montanha de músculos. Ed tentou disfarçar e rumou à saída leste, mas o brutamonte conseguiu vê-lo.

– Edward Elric! – Armstrong gritou em sua voz gutural, correndo em direção ao pequeno, agarrando-o com força e apertando-o contra o peito musculoso. – Vocês fugiram da Central aquele dia e ninguém ficou sabendo do paradeiro de vocês... Estavam pesquisando sobre a pedra filosofal, não é? – falou a última parte quase como um cochicho.

– Como sabia que eu estaria aqui? – Ed perguntou, ainda sem ar.

– Alphonse Elric ligou para o coronel Roy Mustang e informou da possibilidade de você voltar para cá.

– Al...

– Vamos! Há um carro nos esperando para te levar até a Central.

O pequeno alquimista de cabelos aloirados assentiu; pelo menos pouparia tempo, apesar de não estar nada a fim de uma reunião com o presunçoso Mustang.

No caminho até a Central, a cabeça de Ed fervilhava: pensava no irmão, na pedra filosofal... só não conseguia pensar em algo que pudesse substituí-la. Poderia mesmo cumprir a promessa que fizera a Al?

– Vamos chegar ainda hoje ou não? – disse irritado ao motorista, tentando afastar tais pensamentos enfim.

Quando o carro estacionou dentro da Central, a noite já caía aos poucos; as luzes foram acesas paulatinamente. Para Edward, não seria de se espantar que Roy estivesse trabalhando até aquele horário. E foi exatamente isso que se confirmou quando, minutos depois, entrou na sala do coronel, ladeado por Armstrong. Estranhamente, Ed parecia irritado.

– Almas humanas! – gritou com força, o rosto baixo. – Esse é o principal ingrediente para criar a maldita pedra filosofal. Eu sei que me chamou aqui apenas para saber isso.

Armstrong soltou uma exclamação.

– Vocês fugiram da Central há mais de uma semana com essa resposta e eu acho que tinha o direito de saber. – Mustang falava calmamente, enquanto fitava o garoto. – Almas humanas, então?

O coronel levantou-se e postou-se ao lado do pequeno alquimista.

– E estão dispostos a isto?

Edward não respondeu. Todos presentes na sala sabiam a resposta.

“Eu preciso de sua ajuda!”, Ed ensaiou mentalmente antes de falar, sentindo uma pontada no estômago.

– Eu preciso de sua ajuda. – disse, enfim, para Roy Mustang. Tanto ele como Armstrong se espantaram com o pedido.

Mustang sorriu; um sorriso um tanto quanto irônico.

– E se eu me recusar? Porque afinal de contas estou muito ocupado com o trabalho e...

– Eu prometi ao Al... e se você não puder me ajudar vou dar um jeito eu mesmo. – o pequeno alquimista disse, agora mais raivoso, e saiu da sala, batendo a porta o mais alto que pôde.

A conversa na sala de Mustang fora extremamente rápida. Na verdade Ed não queria muita interação; apenas ele entendia a necessidade de encontrar um outro meio para trazer de volta o corpo do irmão sem precisar utilizar a pedra filosofal.

Ainda bufando, o pequeno garoto loiro foi até o vestiário masculino (que ficava no primeiro andar), se despiu e entrou embaixo de um chuveiro. A temperatura estava agradável e talvez isso o ajudasse a relaxar. Seus planos de agora em diante eram dormir ali mesmo na Central e no próximo dia partiria para Lorenza, uma cidade próxima na qual residia um dos autores dos livros que traduzira para descobrir o segredo da criação da pedra que inutilizava a máxima da troca equivalente. Talvez lá pudesse ter alguma informação que norteasse sua viagem.

Ed perdeu a noção do tempo. Com um dos braços apoiado na parede segurando seu peso, deixava a água escorrer pelo corpo. Só se deu conta do tempo que estivera ali quando notou os dedos das mãos enrugados. Ainda cabisbaixo, pegou uma das toalhas que ficava em um armário de grades ao lado dos chuveiros e começou a se enxugar.

– Edward Elric! – ouviu uma voz gritando desesperadamente, em  seu tom gutural.

Major Louis Armstrong chegou na área do banheiro completamente pelado e Ed percebeu que o homenzarrão era grande em todos os sentidos.

– Você é louco? Não está vendo que estou tomando banho e entra assim, gritando como um doido! – gritou Ed, irritadíssimo, até o fôlego acabar; já havia se enrolado na toalha antes de o gigantesco alquimista chegar.

– Hum, você está fortinho. – Armstrong comentou curioso, sem parecer ter ouvido o que o outro acabara de falar. – Mas ainda demora muito para ficar como eu! – disse, enquanto flexionava seus músculos em poses de halterofilista, e seus olhos brilhavam de prazer.

O alquimista de aço jogou uma toalha na cara do grandão para que ele pudesse se cobrir.

– Por que entrou gritando assim? – o garoto Elric perguntou, agora mais calmo. Louis Armstrong se recompôs enquanto se cobria; sua expressão tornou-se séria novamente.

– Edward Elric, o coronel Roy Mustang vai te ajudar!

– Mas o quê... – Ed se irritou novamente. Roy adorava irritá-lo dessa maneira e ele caía direitinho. Por um instante, por orgulho, pensou em não aceitar mais ajuda alguma, mas recordou-se de seu irmão e sua promessa.

– Ele disse que há uma esperança. – Armstrong começou a falar, compenetrado. – Eu ouvi quando fez umas ligações para alguns amigos e disse que um deles, oficial Maes Hughes, sabe de rumores sobre uma lenda que diz algo sobre a origem da criação da pedra filosofal e que pelo visto não utiliza almas humanas. Sei que pode parecer um pouco vago, mas pelo menos é algo.

“Algo originou a idéia de criação da pedra filosofal?”, pensou o garoto. Haveria outra pedra pela qual a pedra filosofal foi inspirada? Mas em todas suas pesquisas, Ed não lera nada sobre isso. Poderia realmente existir? E se não utilizava almas humanas, qual seria a fonte de sua energia? E esta outra pedra também anularia a troca equivalente?

Edward voltou a animar-se. Uma fagulha de esperança acendeu-se dentro dele.

– O coronel disse que o oficial Hughes chegará aqui na Central amanhã de manhã; então será necessário que espere até lá.

– Isso não será problema, já estava pensando em dormir aqui mesmo.

Ed vestiu-se novamente, animado. Armstrong seguiu seu exemplo, mas imaginando se os outros oficiais se importariam se ele abdicasse da parte de cima do uniforme.

Quando ambos saíram do vestiário, o alquimista de aço, totalmente distraído, acabou esbarrando em um outro alquimista federal que queria entrar. O homem atingia quase a altura de Armstrong, era corpulento, mas tinha um semblante agradável. Seus cabelos eram lisos e ruivos, penteados meticulosamente de lado.

– Me desculpe. – disse o homem, gentilmente e seguiu.

Ainda era um pouco cedo para dormir, mas Ed despediu-se do major, encaminhou-se ao quarto e, chegando lá, jogou-se na cama. Reparou que sua mala estava lá e nem se lembrava de onde a tinha deixado antes; alguém devia ter percebido e o ajudado. Estava muito cansado devido a viagem e agora com essa descoberta poderia dormir mais relaxado, pelo menos por essa noite.

“Nós vamos conseguir, nii-san!”

O alquimista pensou ter ouvido a voz do irmão, mas confirmando que fora apenas uma alucinação, adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Por favor, me desculpem a demora a postar o primeiro capítulo, mas estava realmente desanimada. Espero conseguir postar mais rápido daqui para frente.

***

A partir de agora vão aparecer alguns (ou muitos) spoilers de FMA:Brotherhooh, então realmente espero que tenham assistido todo o anime.
Vocês viram que no capítulo de hoje citaram o oficial Maes Hughes. No anime ele morre por um tiro de Envy, mas aqui na minha história ele está vivinho já que é um dos meus personagens preferidos.

Acho que ficou um pouco confuso a partir de onde começa FMA:Lado B, mas tendo como referência o anime oficial, é a partir do momento que os irmãos Elric descobrem o principal ingrediente da pedra filosofal, mas antes de Hughes ser morto.

Serão poucos os personanges do anime original que irão aparecer.

Espero que gostem, acompanhem e curtam bastante, tanto quanto eu estou currtindo escrever. Aguardo os reviews!



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