Dois Mundos, Duas Sacadas. escrita por larrycavalcante


Capítulo 2
Capítulo 2 - Karakura uma cidade mágica?




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– HEY NÃO É AI QUE A CAMA VAI! É NO OUTRO QUARTO.  – Um senhor carrancudo baixinho e barrigudo que parecia ser o dono da companhia de mudanças gritou tão alto que eu fui capaz de escutar do lado de fora da casa.

Nós já havíamos chegado já fazia um tempinho, já eram nove horas da manhã e eu estava parada, apoiada ao portão da minha nova casa. Ela tinha dois andares, o jardim da frente era grande, minha mãe que ficou feliz com isso. Ela sempre quis montar o seu próprio jardim, com rosas e uma árvore para chamar de sua.

A casa era pintada de um verde pastel bem clarinho. As janelas e as portas eram exageradamente grandes. Todas Pintadas de branco. No segundo andar tinham duas sacadas, a que dava de frente para o jardim era dos meus pais. E a sacada lateral, que era quase grudada à sacada do vizinho. Era tão próxima que eu era capaz de pular facilmente. Não fiquei nada feliz com isso, fiquei sem privacidade nenhuma.

Mas fora isso, meu quarto já estava pintado com um azul celeste isso me deixou um pouco mais feliz.

– MAS AQUI ESTÁ ESCRITO QUARTO DOIS! E AQUELE É O QUARTO DOIS! – Uma voz respondeu de dentro da casa.

– É O QUARTO DO CASAL , PALERMA! – Reconheci a voz do senhor barrigudo.

“Eles pelo menos trabalham rápido.” – Pensei cruzando os braços.

Fitei a casa do lado, era exatamente igual a minha. Só a cor que mudava, ela era de um amarelo chamativo. Que doía a vista só de olhar. Fiquei imaginando quem moraria ali.
Todas as janelas estavam abertas, e a porta havia acabado de ser aberta sem piedade.

Um garoto alto, que aparentava ter a mesma idade que a minha -15- ou até um pouco mais. Os cabelos dele eram de um laranja estranho e muito chamativo. Saiu de lá carregando um saco de lixo nas mãos e tinha a cara de que foi chutado para fora da cama.

O segui com os olhos, e me arrependi disso.

Ele encontrou o meu olhar em cima dele e me fitou. Senti-me estranha, eu não conseguia desviar o meu olhar do dele! Nunca tinha acontecido isso... senti que meu rosto já começava a queimar. Ele deu um sorriso de canto, jogou o lixo na lixeira e voltou para casa.

“O que foi isso Kuchiki Rukia? Você mal conhece o rapaz e fica ai encarando ele. E se ele for o seu vizinho de sacada, como vai olhar para a cara dele?” – Comecei a dar soquinhos na minha testa.

– Está tentando virar masoquista, querida? – Eu dei um salto e minha mão foi até a boca para abafar um grito. Meu pai adorava me assustar chegando do nada sem eu perceber. Não era a intenção dele, mas ele tinha um jeito meio sombrio. – Acabei de voltar da sua nova escola...já te matriculei e seus livros estão dentro do carro.

– Hm, legal. – Sorri sem humor, e olhei para a casa, como ele. – Esses homens da mudança gostam de conversar aos gritos, né? – Comentei ouvindo outro grito de dentro da casa. Mas desta vez alguém queria saber onde estava a caixa de ferramentas.

– É, mas eles trabalham rápido. Disseram que antes do almoço já está tudo montado. – Meu pai falou com a mão nos bolsos da calça jeans. O fitei dos pés a cabeça, ele usava uma blusa branca de botões, as mangas levantadas e um tênis que eu nem sabia que ele tinha.

– É estranho te ver sem gravata, vou ter que me acostumar.

– Eu estou adorando isso.Gravatas sempre me assustaram, mas eu era obrigado a usar. – Ele sorriu para mim, fazia séculos que eu não conversava assim com o temido Kuchuki Byakuya (palavras do meu tio Shunsui ,que trabalhava na mesma empresa que a do meu pai). Ele não era de demonstrar emoções, e nos últimos dois dias ele vinha sorrindo por tudo. 

Estava mais feliz do que minha mãe quando descobriu que o jardim era todo dela.

– De certa forma, eu até fiquei feliz em ter perdido as minhas ações. Isso me fez perceber que o dinheiro que eu gastava naquela empresa não ia fazer a nossa família feliz. E se eu tentasse recuperar as ações eu ia gastar mais dinheiro com a possibilidade de não ter nenhum lucro.

– Mas porque mudar de cidade? – Eu o interrompi.

– Eu e sua mãe já estávamos planejando isso quando você terminasse o colegial. Aqui tem umas das melhores faculdades do Japão além de ser uma cidade tranqüila.

– Ah, então essa casa... – Eu fui interrompida de novo.

– Não,não era nossa, mas antes de você nascer ela estava construindo junto com essa. – Ele apontou a casa amarela. – Por isso são exatamente iguais. Nós íamos comprar ela, porém descobrimos que Hisana estava grávida de você, e queríamos que você nascesse em Tóquio. No fim ficamos por lá mesmo. E por sorte do destino, os moradores daqui estavam vendendo a casa e compramos essa mesmo.

– Hm, essa história eu não conhecia. – Eu abri um sorriso tímido, eu ainda fitava a casa. – Estou me sentindo um pouco desinformada.  Pra mim, Karakura era uma cidade desconhecida para nós três. – Ele ficou meio tenso quando eu disse “nós três”. Hesitei um pouco e voltei a falar. – Mas me fala, nós não vamos conseguir ficar muito tempo só com o meu dinheiro e o da mamãe.

– Eu vou ser sócio de uma loja de um amigo meu aqui. – Meu pai sorriu para mim mais uma vez. – É o Urahara Kisuke o carinha que...

– Que usa um chapéu verde e vive se escondendo com um leque na cara. Sei quem é, ele passou um natal com a gente em Tóquio...ele me deu uma torradeira de presente e me disse que um dia seria útil.

Ele até ia dizer alguma coisa mas só conseguiu rir. Ainda não tinha me acostumado com meu pai sem gravata e os seus sapatos italianos, então imagine me acostumar com ele rindo. Não sei se ia mesmo. Mas ele estava feliz, feliz como eu nunca havia visto.

Eu fui caminhando em direção à casa, eu nunca tinha visto tantos homens juntos fazendo a mesma coisa. Na sala tinha uns seis montando móveis e outros ainda traziam algumas caixas do caminhão.

– RUKIA, VEM AQUI NA COZINHA! – Minha mãe gritou. Passei desviando dos homens da mudança de cabeça baixa.

- Filha seu quarto está montado, eles colocaram os móveis como eu disse. Espero que você goste...e as suas caixas estão empilhadas lá mesmo. Boa sorte. – Depois disso, ela saiu da cozinha quase correndo quando escutou algo cair no chão. Minha mãe estava estranha, não negativamente, mas diferente de alguma forma.

Não era por causa da mudança, nós nos mudamos diversas vezes em Tóquio.  Ela estava feliz de uma forma engraçada, algo iluminava seu rosto de uma forma diferente. Primeiro meu pai; e agora minha mãe...
O que aquela cidade estava fazendo com a minha família? Sacudi a cabeça tentando afastar meus pensamentos negativos que se formavam sobre Karakura.

Não é nada Rukia, você só está ficando psicótica por causa dessa cidade!” – Pensei comigo mesma.

Minha mão estava segurando firme na maçaneta da porta. Dei um suspiro longo e por fim entrei no quarto.

– Ai meu Kami-sama. – Na mesma hora me arrependi de ter tanta coisa guardada no meu antigo quarto. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo alto, estralei os dedos e falei comigo mesma encarando as caixas de papelão.

– Mãos a obra!


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Notas finais do capítulo

(http://farm5.static.flickr.com/4012/5171031342_298f141e24_z.jpg) esse é o quarto da Kia, só para ter uma noção de como é... ignorem a qualidade ruim from Paint xD

A primeira aparição do Ichigo, ha adoro essas coisas! Não vejo a hora de ler as brigas entres os dois novamente :3'

Enfim, obrigada pelos reviews do 1º Capítulo, fiquei muito feliz *-* éé.

Bem, até o próximo capítulo :3